Grupo A / 1.ª Jornada
Guatemala - Japão: 2-6
Golos: Marroquin, Gonzalez / Tsuboya (2), Matsuda, Furusato, Moreira, Takuya
Samurais da areia atiram guatemaltecos ao tapete com facilidade...
Grupo A / 1.ª Jornada
Guatemala - Japão: 2-6
Golos: Marroquin, Gonzalez / Tsuboya (2), Matsuda, Furusato, Moreira, Takuya
Samurais da areia atiram guatemaltecos ao tapete com facilidade...
Grupo A / 1.ª Jornada
Seychelles - Bielorrússia: 3-6
Golos: Ketelaere, Labrosse, Amade / Drozd (3), Ryabko, Bryshtsel, Chaikouski
Estreia dos anfitriões em Mundiais não foi a desejada...
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Um "onze" do Sporting numa época (81/82) maravilhosa |
E bem se pode dizer que o encantamento por aquele Sporting não só da parte dos adeptos leoninos como de todos aqueles que gostam de bom futebol, começou precisamente na noite de 21 de outubro de 1981, data em que o Southampton recebia o conjunto português. Atenção, este não era um Southampton qualquer, mas sim uma equipa recheada de talentos, sendo o maior deles aquele que provavelmente era o melhor futebolista inglês de então, Kevin Keegan. Vencedor por duas ocasiões (1978 e 1979) da Bola de Ouro, o famoso futebolista era a principal referência do Southampton, onde ingressara em 80/81 após três temporadas de sucesso ao serviço dos alemães do Hamburgo. Confiantes de que a sua estrela-mor iria abater os leões portugueses, os adeptos ingleses lotaram por completo o velhinho The Dell, mítico estádio do Southampton, mas o que viram, na realidade, foi uma exibição categórica e de autor do Sporting concluída com um histórico triunfo por 4-2. O primeiro de sempre, como já vimos, de equipas lusas em Terras de Sua Majestade a contar para as provas uefeiras.
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O Southampton onde pontificava o lendário Kevin Keegan |
Abra-se aqui um parêntese, para recordar que antes deste jogo, os conjuntos portugueses haviam disputado 19 partidas europeias em solo da Velha Albion, por intermédio do Benfica, do FC Porto, do Belenenses, do Braga, do Vitória de Setúbal, do Vitória de Guimarães e do próprio Sporting, sendo que nesses 19 encontros anteriores ali disputados por estas equipas foram contabilizadas… 19 derrotas!
Mas o Sporting de Big Mal mudou esse paradigma naquela noite no relvado do The Dell. «O triunfo do Sporting frente a uma equipa onde joga o famoso Kevin Keegan, pode ser considerado uma proeza para o futebol português», assim escrevia o Diário de Lisboa na sua edição do dia seguinte a um jogo onde o Southampton cedo foi surpreendido com um futebol veloz e de ataque do Sporting, não sendo de admirar que logo aos 2 minutos Jordão, de cabeça, desse o melhor seguimento a uma jogada magistral de Oliveira, a qual foi construída pelo flanco direito do seu ataque. Aliás, ninguém esperava ver Oliveira nesse jogo a… defesa direito. A decisão de Allison deixou a todos perplexos, desde logo os seus próprios conterrâneos, e o que se passou foi que Oli – assim tratava Bil Mal o genial Oliveira – foi um verdadeiro diabo à solta no The Dell.
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O majestoso tridente ofensivo dos leões: Jordão, Manuel Fernandes e Oliveira |
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Keegan foi sempre muito bem vigiado pelos leões no The Dell |
Aqui fica a constituição das duas equipas nessa célebre noite europeia para o futebol português:
Southampton - Peter Wells, Chris Nicholl, Ivan Golac, Mark Whitlock (George Lawrence, 62), David Armstrong, Nick Holmes, Steve Williams, Alan Ball, Steve Moran, Mick Channon, e Kevin Keegan. Treinador: Lawrie McMenemy.
Sporting:
Ferenc Mészáros, Eurico, Inácio, Zezinho (Francisco Barão, 79), Carlos Xavier, António
Oliveira, Nogueira (Virgílio, 55), Ademar, Rui Jordão, Manuel Fernandes, e
Freire. Treinador: Malcolm Allison.
Vídeo: Resumo da célebre partida disputada no The Dell
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Os campeões olímpicos (e do Mundo) revalidaram o título das américas em 1924 |
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Duelo inaugural da Copa de 24, entre argentinos e paraguaios |
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Fase do jogo entre Uruguai e Paraguai |
Episódio caricato que se repetiria entre os velhos rivais do Rio da Prata na final do primeiro Mundial seis anos depois
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O grande clássico das américas nos anos 20: Uruguai vs Argentina para decidir o campeão do continente em 1924 |
Lenda do futebol paraguaio nasce na Copa de 1924
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Aurelio González |
Nomes e números:
12 de
outubro de 1924
Argentina – Paraguai: 0-0
19 de outubro de 1924
Uruguai –
Chile: 5-0
(Pedro Petrone, 40, 53, 88; Pedro Zingone, 73; Ángel Romano, 78)
25 de outubro de 1924
Argentina
– Chile: 2-0
(Gabino Sosa, 5; Juan Loyarte, 78)
26 de outubro de 1924
Uruguai –
Paraguai: 3-1
(Pedro
Petrone, 28; Ángel Romano, 37; Pedro Cea, 53)
(Urbieta Sosa, 77)
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Paraguaios saúdam a multidão em Montevideu |
1 de novembro de 1924
Paraguai –
Chile: 3-1
(Aurelio
González, 15, 52; Ildefonso López, 33)
(David Arellano, 6)
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A guarda de honra feita aos campeões da Copa América de 1924 |
2 de novembro de 1924
Uruguai –
Argentina: 0-0
Classificação:
1.º
Uruguai: 5 pontos
2.º
Argentina: 5 pontos
3.º Paraguai: 3 pontos
4.º Chile: 0 pontos
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O insólito trio de arbitragem comandado pelo senhor José Nunes ladeado pelos capitães das equipas |
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Não foi por falta de árbitros oficiais que não se jogou futebol no pelado de Frazão |
Artur Baeta não vivia então exclusivamente do futebol, era funcionário público de profissão, tendo por esse motivo sido transferido, em meados dos anos 40, para a cidade do Porto, onde, de facto, viria a construir o seu legado de mestre na área do futebol de formação. O FC Porto em boa hora o recebeu, já que de pronto Artur Baeta revolucionou, no bom sentido, o setor da formação portista ao longo da década seguinte. Criou um gabinete técnico específico para as camadas jovens; passou a enfatizar a vida académica dos jovens futebolistas, incentivado, e até exigindo, bons resultados a nível escolar; passou a preocupar-se com alimentação dos seus jovens futebolistas; entre outros conceitos inovadores. Os frutos deste pioneirismo, digamos assim, foram colhidos em 1953, ano em que o FC Porto conquistou o seu primeiro título de campeão nacional de juniores, sob a batuta de Baeta. Nas Antas, os seus vastos conhecimentos seriam ainda aproveitados pela equipa sénior, já que nesta primeira passagem pelo clube da Cidade Invicta foi treinador-adjunto entre 1952 e 1954, desde logo de outro mestre do futebol nacional, Cândido de Oliveira. Aliás, o primeiro curso de treinadores de futebol organizado em Portugal, e, 1940, teve estes dois homens como atores: mestre Cândido no papel de professor, e Baeta como aluno.
Provou igualmente que era um excelente estratega no plano administrativo a nível mais generalizado, ou seja, ao ponto de reestruturar todo o funcionamento de um clube no que a futebol alude. Que o diga o Salgueiros, que em finais dos anos 50 beneficiou da sapiência de Artur Baeta. Em 1959, a secção de futebol do clube de Paranhos foi dirigida por este homem, tendo sido completamente reorganizada/reestruturada sob o ponto de vista interno no seu conjunto de obrigações e deveres; e no relacionamento entre dirigentes, técnicos e desportivas. No plano desportivo houve um volte face na postura do velho Salgueiral, tendo sido implementada uma filosofia mais profissionalizada do seu futebol, quer sob o ponto de vista da preparação física, quer no aspeto da psicológica. E também o Salgueiros colheu frutos desta política desportiva, já que logo na primeira temporada (59/60) sob o comando de Artur Baeta a equipa sénior subiu à 1.ª Divisão Nacional. Repetiu a façanha mais a sul na temporada de 61/62, quando guiou o Feirense até ao escalão maior português. Contudo, a sua grande paixão e talento era a formação, trabalhar com os jovens, e em 1963 regressa ao FC Porto para ajudar a formar centenas, para não dizer milhares, de futebolistas, alguns deles viriam a ser lendas do futebol portista, casos de Pavão, Artur Jorge, António Oliveira, Fernando Gomes, ou Rodolfo Reis. Todos estes jogadores evoluíram nas mãos de Artur Beata no mítico Campo da Constituição, verdadeiro alfobre de campeões, e que após a sua morte, em janeiro de 1999, se passou a denominar Campo da Constituição - Escola de Futebol Artur Baeta, sendo que já no novo milénio seria rebatizado para Vitalis Park/Campo da Constituição. Paralelamente à liderança do departamento de formação dos azuis-e-brancos, Artur Baeta deu uma perninha no jornalismo desportivo, notabilizando-se com os seus vastos conhecimentos do futebol de formação no Jornal de Notícias, no Mundo Desportivo, e no Norte Desportivo.
É gooooloooo do Belenenses!
No futebol existem vitórias que são encaradas como se
títulos pomposos se tratassem. Mesmo até que esses triunfos na prática não
tenham levado a caminho algum, ou por outras palavras, que não tenham evitado
uma eliminação de uma qualquer competição. Mas sempre que o pequeno David vence o gigante Golias é sempre uma história
inolvidável e digna de ser recordada vezes sem conta. E na temporada de 1987/88
o Belenenses vestiu a pele de David após
vencer no seu estádio um Golias que
dava pelo nome de Barcelona, em jogo da 2.ª mão da 1.ª eliminatória da então
Taça UEFA. Foi um triunfo histórico, mas que na verdade não foi suficiente para
que os azuis do Restelo afastassem os catalães da prova, isto é, na Cidade Condal registou-se um resultado
favorável ao Barcelona por 2-0, e em Lisboa o emblema da Cruz de Cristo venceu
por 1-0. E é precisamente sobre este célebre triunfo que hoje vamos recordar, o
qual resultou de um dos jogos mais épicos realizados pelo grande Belenenses nas
provas europeias. Numa nota introdutória a este momento, é de realçar que esta
era a terceira vez que os dois clubes se encontram numa eliminatória das
competições europeias, sendo que apesar de ultrapassar sempre o Belenenses, o
Barça nunca ganhou um jogo disputado no Restelo, contabilizando dois empates e
uma derrota.
Pois bem, em 87/88 o Barcelona não viveu um grande momento
desportivo, muito pelo contrário. A equipa ficou num modesto 6.º lugar na LigaEspanhola, caiu nos quartos-de-final da Taça UEFA, e nem a vitória na Copa del Rey apagou uma época tão
cinzenta. E isso ficou logo patente no jogo da primeira mão da eliminatória
ante do Belenenses, realizado em Camp Nou, em que só um milagre deu o triunfo (2-0)
aos catalães no… período de compensação. A vitória sofrida fez-se sentir entre
os adeptos blaugrana, que no final se
despediram da sua equipa com lenços brancos, sendo que a vítima imediata desta
indignação foi o treinador inglês Terry Venables, despedido pouco depois e
substituído no cargo pelo espanhol Luis Aragonés. Não era por falta e
argumentos que o Barça vivia, ou
viveu, naquele ano uma fase negativa, muito pelo contrário. Nomes de craveira
mundial como o inglês Gary Lineker, o alemão Bernd Schuster, ou os espanhóis
Andoni Zubizarreta, Víctor Muñoz, Migueli, Julio Alberto, Urbano, ou Alexanko
faziam daquele Barcelona um dos conjuntos mais bem apetrechados do futebol
europeu. Porém, nem sempre fartura (de craques) é sinónimo de qualidade. E
qualidade era também o que não faltava a um Belenenses que viveria nesta reta
final dos anos 80 um dos melhores períodos da sua história. Um "onze" do Belém nessa temporada de 87/88
Orientado pelo
brasileiro Marinho Peres – que enquanto futebolista havia passado,
curiosamente, pelo Barcelona – os azuis do Restelo fizeram uma temporada
soberba, que terminou com um 3.º lugar no campeonato nacional, o que lhes valeria uma nova qualificação para a Taça UEFA da época seguinte onde voltariam
a escrever história, ao eliminar o então detentor do título uefeiro, o Bayer
Leverkusen. Mas isso é uma outra história. Centremos atenções no jogo de 30 de setembro
de 1987, no Estádio do Restelo, que veio a provar que eliminar o Barcelona
depois de uma derrota por 2-0 em Camp Nou não era afinal uma missão assim tão
impossível de atingir. Não aconteceu, é certo, mas esteve muito perto de ser
alcançada como iremos perceber nas próximas linhas. A exibição dos lisboetas no
encontro da 1.º mão galvanizou os adeptos belenenses, que acorreram em massa ao
Restelo. Quiçá esperançados numa reviravolta épica, mais otimistas ficaram
quando logo aos 4 minutos viram o cerebral Schuster perder no seu meio campo
uma bola para o búlgaro Mladenov, que sem perder tempo sprintou pelo flanco
esquerdo do seu ataque, entrou na área e cruzou para o miolo onde apareceu
Mapuata solto de marcação para fazer um golo que fez explodir de alegria as
bancadas do Restelo. «Cumpriu-se o
primeiro desejo de Marinho Peres: que o Belenenses marcasse cedo», assim
rezava o início da crónica do encontro escrita por Jorge Caiágua no jornal
oficial do emblema da Cruz de Cristo. O lance do golo de Mapuata
O jornalista escrevia mais adiante que o clube português se bateu com empenho e dignidade, confirmando o valor da equipa. De facto, assistiu-se a um jogo quase de sentido único, o da baliza de Zubizarreta, muito por culpa dos pupilos de Marinho Peres, que entraram no relvado impondo um ritmo veloz ao jogo, antecipando-se às jogadas de ataque dos catalães quase sempre, e quando a bola era recuperada não perdiam tempo a lançá-la para os homens da frente. Na realidade, esta partida mostrou uma vez mais que além de o Belenenses estar numa excelente forma, o seu opositor continuava a jogar mal, e no Restelo viu-se um Barça que atuou sempre sobre brasas. Para se resguardar das investidas azuis, os catalães mastigaram sempre muito o jogo no seu meio campo ao longo da primeira parte. Chiquinho Conde e Mladenov, que juntamente com Mapuata formavam o tridente ofensivo do Belenenses nessa célebre noite, não aproveitaram as abertas que o Barcelona por vezes ia dando na sua zona defensiva. Ainda no primeiro tempo, o búlgaro e o moçambicano desperdiçaram flagrantes oportunidades para desfeitear o grande Zubi. Mas não era apenas o setor atacante dos portugueses a dar nas vistas, já que a defesa, comandada pelo capitão e líder do grupo, José António, esteve sublime quer na marcação, quer na antecipação de jogadas ofensivas dos catalães. José António e Sobrinho, a dupla de centrais do Belenenses, foi um verdadeiro muro nessa noite. O próprio José António aventurou-se algumas vezes no ataque da sua equipa, e num desses lances, já perto do fim, chegou um tudo ou nada atrasado a uma recarga após defesa incompleta de Zubizarreta a um cabeceamento de Chiquinho Conde.
Não foram poucas as
ocasiões em que na segunda metade vimos os jogadores do Barcelona a recorreram
às faltas (algumas bem duras) para travar o ímpeto belenense. «Jogou tão bem o Belenenses, foi tão grande
o esforço que desenvolveu frente à equipa do clube mais poderoso do Mundo, que
Marinho Peres não hesitou em mandar entrar Luís Reina e Chico Faria, acabando o
desafio com todos os avançados disponíveis, sempre com o objetivo de alcançar o
segundo golo. E se esse risco que o técnico brasileiro correu numa demonstração
cabal da sua grande visão estratégica, foi possível, não devemos esquecer desta
vez, o acerto da defensiva azul, criticada noutras ocasiões, mas que na
quarta-feira atuou com eficácia», assim analisava o jornalista Jorge
Caiágua a exibição coletiva do seu clube. Apesar desta exibição categórica,
culminada com uma inédita e mais do que merecida vitória sobre o todo poderoso
Barcelona, o Belenenses ficava pelo caminho na Taça UEFA, um desfecho algo
injusto para o futebol produzido pelos azuis nos dois jogos, sobretudo no do
Restelo. «Foi pena. Vencemos mas deixamos
a Taça UEFA com uma certa frustração. Caímos de pé», rematou assim a
crónica o jornalista do órgão de comunicação oficial do Belenenses. Schuster e Lineker, duas das grandes
estrelas do Barça de 87/88
Anos mais
tarde, numa entrevista à RTP em que juntamente com Jaime recordou este jogo, o
defesa Sobrinho confessou que antes deste jogo se abeirou da estrela inglesa do
Barça, Gary Lineker, no sentido de com este trocar de camisola no final, ao que
o inglês terá respondido: “depois vemos isso”. Porém, seria o próprio Lineker
que após o apito final do suíço Kurt Rothlisberger foi ter com Sobrinho a pedir
para trocarem de camisola, confessando ao jogador português que nunca ninguém
lhe tinha feito uma marcação tão cerrada e ao mesmo tempo disciplinada como a
que o defesa central belenenses lhe fez naquela noite.
Para a eternidade, aqui fica a ficha deste célebre capítulo
da história do Belenenses nas provas da UEFA.
Belenenses: Jorge Martins, Teixeira, José António, Sobrinho,
Artur Fonte (Luís Reina, 54), Paulo Monteiro (Chico Faria, 69), Jaime Mercês, Juanico,
Mapuata, Mladenov, e Chiquinho Conde. Treinador: Marinho Peres.
Barcelona: Zubizarreta, Gerardo Miranda, Moratalla, Migueli, Julio Alberto, Urbano, Víctor Muñoz, Bernd Schuster, Roberto Fernández, Gary Lineker, e Lobo Carrasco. Treinador: Luis Aragónes.
Vídeo do histórico golo de Mapuata diante do Barcelona:
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O team de Lisboa |
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O team do Porto |