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terça-feira, abril 01, 2014

Histórias do Planeta da Bola (2)... O molde original da Liga das Nações

Hugo Meisl, o mentor
da Taça Internacional
Recentemente a UEFA anunciou a criação da Liga das Nações, uma competição destinada a seleções nacionais que irá entrar em ação no ano de 2018. Trata-se de uma prova que vai ser disputada nos intervalos das fases de qualificações para os campeonatos do Mundo e da Europa, e que substituirá os jogos amigáveis que por norma as seleções europeias levam a cabo sempre que não participam em partidas de caráter oficial. Será disputada entre setembro - ano par - e maio - ano ímpar - sendo que os quatro primeiros classificados terão bilhete garantido para o Campeonato da Europa seguinte.
Bom, estas são algumas das características de um modelo de competição que, na verdade, não é original! Nos anos 20 do século passado um visionário do belo jogo concebeu a ideia de criar uma grande competição continental que envolvesse algumas das melhores seleções da época. Essa ilustre figura era Hugo Meisl, que além de ser um dos mais reputados e talentosos mestres da tática da primeira metade do século XX, foi ainda um dos principais dinamizadores das competições internacionais, quer ao nível de clubes - com a criação da Taça MITROPA - quer ao nível de seleções, com a edificação desta Coupe Internationale européenne, o nome de batismo do molde original da recém criada Liga das Nações. 


A Taça
Antonín Svehla
E tal como a Liga das Nações, a Taça Internacional era jogada num sistema de poule, onde todos jogavam contra todos, sendo o vencedor a seleção que - naturalmente - somasse o maior número de pontos no final desse campeonato internacional disputado a duas voltas, com jogos em casa e fora, em tudo semelhante a um campeonato nacional.O campeão da prova recebia a vistosa Taça Antonín Svehla - elaborada em cristal -, que assim foi batizada em honra do doador do troféu, o primeiro-ministro da Checoslováquia, Antonín Svehla. Um dos aspetos negativos na curta história de uma competição que para muitos esteve ainda na génese do atual Campeonato da Europa terá sido a excessiva demora com que a mesma se desenrolava, sendo que por exemplo as duas derradeiras edições demoraram - respetivamente - cinco e seis anos a serem concluídas! De ressalvar que a Taça Internacional era integrada por um pequeno leque de seleções, alguns dos melhores combinados nacionais daquele tempo, com exceção da Inglaterra, que teimosamente continuava fechada no seu Mundo em relação ao resto do... Mundo. 

Lendária Squadra Azzurra de Pozzo inaugura a lista de campeões

Vittorio Pozzo, o arquiteto
da lendária Squadra Azzurra
da década de 30
A primeira edição arrancou a 18 de setembro de 1927, quando em Praga a Checoslováquia venceu a Áustria de Hugo Meisl por 2-1. A conclusão da edição de estreia da Coupe Internationale européenne deu-se a 11 de maio de 1930, em Budapeste, com a Itália a cilindrar a Hungria por 5-0, com um hattrick da sua estrela Giuseppe Meazza. No total foram 20 jogos, decorridos entre 1927 e 1930, consagrando uma seleção que haveria de dominar o Mundo na década seguinte, uma seleção arquitetada por uma das maiores lendas de todos os tempos no que ao treino e interpretação do jogo dizia respeito, de seu nome Vittorio Pozzo, que a par de Hugo Meisl e do inglês Herbert Chapman forma o trio de treinadores de maior talento da primeira metade do século XX. Esta primeira edição fica igualmente marcada por um certo equilíbrio na comeptição entre as melhores seleções, como facilmente se pode comprovar pela classificação final, tendo a Squadra Azzurra levado ao melhor sobre a Áustria de Hugo Meisl e a Checoslováquia por apenas um ponto, sendo por isso épico o tal último encontro em Budapeste, no qual a Hungria partia igualmente com aspirações à conquista do troféu, precisando somente de um triunfo para o conseguir. Como já vimos, tal não aconteceu, já que a Itália começava a dar mostras daquilo o que iria produzir na década seguinte. Para muitos, esta primeira vitória internacional dos italianos serviu de embalo para os triunfos da Nazionale nos campeonatos do Mundo de 1934, de 1938, e nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936), e reza a lenda que no regresso a casa - viagem longa de comboio entre Budapeste e Roma - após a conquista da Taça Internacional Pozzo terá deixado cair o troféu, do qual terá saltado uma lasca, e sem que ninguém se apercebesse - tal era a alegria que tomava conta da delegação italiana - apanhou a dita lasca e meteu-a no bolso, confessando décadas mais tarde na sua autobiografia que tal objeto se tornou no seu amuleto dali em diante, no amuleto com que venceu os Mundiais de 34, de 38, e as Olimpíadas de 36. 
Uma última nota sobre esta edição de estreia para para falar de outra equipa maravilha dos anos 30, a Áustria, de Hugo Meisl, cujo futebol encantador granjeou precisamente o rótulo de Wunderteam... a equipa maravilha. Foi aquela inesquecível Wunderteam que aplicou à campeã Itália as suas duas únicas derrotas ao longo da prova, 1-0 em Bolonha, e 3-0 em Viena.

Classificação:

1-Itália: 11 pontos
2-Áustria: 10 pontos
3-Checoslováquia: 10 pontos
4-Hungria: 9 pontos
5-Suíça: 0 pontos

Uma Wunder... conquista

Pintura do Wunderteam de Hugo Meisl
A segunda edição da Taça Internacional foi conquistada pela tal equipa histórica austríaca, por um grupo de homens que interpretavam o jogo de uma forma sublime, transpondo para os relvados uma técnica apurada aliada a uma rapidez de movimentos estonteantes, encantando desta maneira todos aqueles que tiveram o privilégio de os ver atuar. Esse grupo de artistas ficou eternizado como a Wunderteam, a equipa maravilha, traduzindo para a língua de Camões. Edificada pelo lendário treinador Hugo Meisl - o criador desta Taça Intercontinental, recorde-se - a Wunderteam só por uma ocasião conheceu a derrota na caminhada vitoriosa nesta segunda edição da prova, logo no primeiro encontro do certame, em Milão, no dia 22 de fevereiro de 1931, diante dos campeões em título, a Itália, por 1-2. Milão, que três anos mais tarde haveria de ser novamente uma cidade de más recordações para os jogadores de Meisl, já que ali, no San Siro, seriam injustamente derrotados pela Itália de Pozzo na meia-final do Campeonato do Mundo de 34. Injustamente, porque não só foram melhores que os transalpinos - há quem defenda que a Áustria era de longe a melhor equipa desse Mundial - mas sobretudo porque uma arbitragem vergonhosa do suíço Rene Mercet - reza a lenda que a mando de Mussolini - atirou a Wunderteam para fora da competição. 

Matthias Sindelar, a estrela do Wunderteam
Mas voltando à segunda edição da Taça Internacional para referir que esta foi a edição mais curta da... curta história do evento. Teve início, como já vimos, a 22 de fevereiro de 1931, e final a 28 de outubro de 1932, dia em que a Checoslováquia derrotou em Praga a Itália por 2-1. Destaque ainda nesta edição para os primeiros pontos conquistados pelo Suíça, que na edição de estreia haviam ficado a zeros. Comandados pelos talentosos irmãos Abegglen - Max e Trello - os helvéticos somaram cinco pontos, fruto de dois triunfos - ante a Checoslováquia e a Hungria - e um empate surpreendente perante os campeões em título, a Itália.
Transalpinos que além da derrota de Praga foram vergados ao vistoso futebol austríaco em Viena, com as luzes da ribalta desse encontro - que terminou com a vitória da turma de Meisl por 2-1 - a centrarem-se na grande estrela daquela inesquecível seleção, Matthias Sindelar, o virtuoso homem de papel, sobre quem o Museu já falou noutras viagens ao passado, e que nesse encontro faria os dois golos da sua equipa. Sobre esta célebre equipa austríaca muitos historidores do belo jogo defendem ter sido a fonte de inspiração para o futebol total edificado pela Holanda na década de 70. 
O inesquecível Wunderteam da Áustria que em 1932 venceu a Taça Internacional

Classificação:

1-Áustria: 11 pontos
2-Itália: 9 pontos
3-Hungria: 8 pontos
4-Checoslováquia: 7 pontos
5-Suíça: 5 pontos

Campeões do Mundo prolongam festejos


Golos de Schiavio e Meazza deram
início à caminhada triunfal da
Squadra Azzurra na 3ª edição do torneio
Com mais ao menos polémica - por influência do ditador Benito Mussolini - a Itália havia conquistado o Mundo em 1934, isto é, o Mundial organizado pela FIFA. Este feito coincidiu no tempo com a reconquista da Taça Internacional, que com a extinção da competição, em 1960, fez da Squadra Azzurra a nação mais titulada. Na verdade, a caminhada triunfal dos pupilos de Vittorio Pozzo começou cerca de um ano antes da consagração planetária em Roma, quando a 2 de abril de 1933 a terceira edição da Coupe Internationale européenne arrancou em Genebra com uma vitória italiana sobre a Suíça por 3-0, com golos de duas das maiores estrelas da Azzurra, Angelo Schiavio (2) e Giuseppe Meazza. O derradeiro encontro do certame ocorreu mais de um ano após a conquista do Mundial de 1934, quando a 24 de novembro de 1935 os italianos empataram - em Milão - a dois golos ante a Hungria, prologando assim, de certa forma, a festa iniciada em Roma no dia 10 de junho de 34, quando um triunfo por 2-1 sobre a Checoslováquia permitiu aos italianos alcançarem o topo do Mundo pela primeira vez. A década de 30 foi, como já referimos no início desta viagem ao passado, o período dourado do calcio italiano, com o domínio absoluto em todas as competições em que a squadra edificada pelo mestre Pozzo participou. O cheiro da pólvora proveniente das armas que edificaram a II Grande Guerra Mundial fez desaparecer o perfume futebolístico daqueles mágicos anos 30. As nuvens negras do confronto bélico eclipsaram estrelas como Sindelar, Meazza, Schiavio, Hiden, Monti, Combi, Orsi, os irmãos Abegglen, ou os mestres da tática Meisl e Pozzo, que por direito próprio ganharam para sempre um lugar no Olimpo dos Deuses do desporto rei

Classificação:

1-Itália: 11 pontos
2-Áustria: 9 pontos
3-Hungria: 9 pontos
4-Checoslováquia: 8 pontos
5-Suíça: 3 pontos

Uma quarta edição da Taça Internacional arrancou a 22 de março de 1936, tendo-se realizado até abril de 1938 mais de uma dezena de encontros. Porém, a chegada da guerra (1939) aliada à anexação político-militar da Áustria por parte da Alemanha fez com que o torneio não chegasse ao fim. 

Mágicos magiares apresentam-se ao Mundo


Major Puskas parece estar a ensinar
aos seus companheiros de seleção
como se faz um golo de belo efeito
Com o desaparecimento do mapa futebolístico internacional da Áustria e da Itália abriu-se a porta da fama - e da glória - a uma outra equipa lendária do planeta da bola, a Hungria. Após mais de uma década de interrupção eis que a 21 de abril de 1948 a Taça Internacional estava de volta, e com novas figuras. Nesse dia a Hungria esmagava em Budapeste a Suíça por 7-4, com dois golos de um até então desconhecido - para o futebol internacional - Ferenc Puskas. Estava dado o primeiro passo de uma caminhada que haveria de terminar em glória...em 13 de dezembro de 1953, data do último jogo desta quinta edição. Cinco anos foram precisos para coroar a Hungria de Puskas, Czibor, Hidgkuti, ou Koczis, jogadores que sob as ordens do mestre da tática Gusztav Sebes, edificaram uma das mais belas equipas da história do jogo, um conjunto de artistas que praticou um futebol de fino recorte técnico e tático, uma seleção que na opinião de muitos historiadores foi a melhor... do Mundo da década de 50, melhor até que o Brasil de 1958, orquestrado pelas então estrelas emergentes Pelé, e Garrincha. 1953 foi um ano inolvidável para o futebol húngaro, não só porque venceu este título continental - um ano antes havia conquistado o ouro olímpico em Helsínquia - mas sobretudo porque os magiares humilharam os inventores do futebol, a Inglaterra, na sua própria casa, na catedral de Wembley, jogo esse - que terminou com uma categória vitória magiar por 6-3 - já evocado pelo Museu Virtual do Futebol noutras viagens históricas. Porém, do sonho ao pesadelo o trajeto foi curto para um um grupo de lendários intérpretes do jogo que ficaram eternizados como os Mágicos Magiares, pois no - chuvoso - verão de 54 deram de caras com o azar... na final do Campeonato do Mundo, onde uma inferior - em todos os sentidos - Alemanha protagonizou o Milagre de Berna, o milagre que impediu as estrelas húngaras de subir aos céus do planeta da bola, o mesmo será dizer, de conquistar um Mundial que lhes estava previamente destinado. 
Os Mágicos Magiares, uma das mais brilhantes equipas que o Mundo conheceu


Classificação

1-Hungria: 11 pontos
2-Checoslováquia: 9 pontos
3-Áustria: 9 pontos
4-Itália: 8 pontos
5-Suíça: 3 pontos 

Escola de Leste encerra a história da Taça Internacional


Masopust, o maior jogador checo de todos os tempos
conduz os esférico
A sexta e última edição da Taça Internacional surgiu com algumas mudanças. Desde logo o troféu seria rebatizado, passando a chamar-se Dr. Gero Cup, em memória do presidente da Federação Austríaca de Futebol, Josef Gero, que em 1954 havia falecido de forma repentina. Outra novidade era o aumento para seis equipas, juntandando-se aos cinco países fundadores a Jugoslávia - que no seu grupo contava com um jogador chamado Bora Milutinovic, que quatro décadas mais tarde haveria de entrar para a história do futebol por ser o técnico com mais presenças consecutivas em fases finais de Campeonatos do Mundo. E seria precisamente a seleção austríaca, bem longe no que a qualidade dizia respeito à Wunderteam de Meisl na década de 30, que a 27 de março de 1955 dava o pontapé de saída nesta última edição, sendo derrotada (2-3) em Brno pelos futuros campeões da competição, a Chescoslováquia. Apesar de não ser tão encantadora como a Hungria - na opinião de muitos - a seleção checa foi digamos que a última intérpreta da famosa escola do Leste europeu, uma escola que escreveu dezenas das mais brilhantes páginas da história do jogo, graças a um estilo técnico-tático muito próprio, um estilo onde o futebol espetáculo era aliado à esquemas táticos revolucionários e inovadores. A última Taça Internacional terminaria a 6 de janeiro de 1960, em Nápoles, com a Itália a bater a Suíça por 3-0, quase dois meses depois da Checoslováquia - liderada no relvado pela estrela Masopust - ter assegurado matematicamente o título graças a um trinfro sobre esta mesma Itália por 2-1. 
Quiçá inspirada na competição idealizada e criada por Hugo Meisl nos finais da década de 20, a UEFA - fundada em 1954 - lançou em 1960 o Campeonato da Europa, prova aberta a todas as nações europeias, bem diferente desta Coupe Internationale européenne, que apesar de ter tido vida curta foi disputada por alguns dos melhores jogadores, treinadores, e equipas do planeta do futebol... de todos os tempos. 
Checoslováquia, os derradeiros campeões da Coupe Internationale européenne


Classificação:

1-Checoslováquia: 16 pontos
2-Hungria: 15 pontos
3-Áustria: 11 pontos
4-Jugoslávia: 9 pontos
5-Itália: 7 pontos
6-Suíça: 2 pontos 

sexta-feira, março 22, 2013

Futebol nos Jogos Olímpicos (8)... Helsínquia 1952

Os anos 50 do século passado ficam inevitavelmente marcados pelo nascimento de uma das mais encantadoras equipas de futebol de todos os tempos, a Hungria. Os mágicos magiares, como ficariam eternizados, escreveram diversos poemas futebolísticos de beleza ímpar que marcaram - e continuam a marcar - a história do belo jogo. Nomes como Sandor Kocsis, Zoltam Czibor, Nandor Hidegkuti, Gyula Grosics, ou Ferenc Puskas - todos eles soberbamente orientados pelo mestre da tática Gusztav Sebes - ascenderam ao Olimpo dos Deuses do Futebol, uma ascensão que começou a ser trilhada precisamente em 1952, nos Jogos Olímpicos que nesse ano decorreram em Helsínquia. A bordo da Máquina do Tempo façamos pois uma viagem até à capital finlandesa, para recordar a primeira nota artística da inesquecível Hungria de Puskas e companhia na alta roda do futebol internacional.
O regresso das Olimpíadas à Escandinávia ficou previamente assinalado pelo estabelecimento de um novo recorde, no que ao futebol diz respeito, claro está. 25 seleções nacionais marcaram presença em Helsínquia para participar na corrida ao ouro olímpico, número que fez com que este fosse desde logo o torneio olímpico mais concorrido da história... até então. Entre os combinados presentes destacam-se três novidades nestas andanças olímpicas, as Antilhas Holandesas, a União Soviética e o Brasil. Finalmente os Jogos Olímpicos tinham o prazer de receber os artistas sul-americanos, que em Helsínquia assinalavam o seu regresso a uma grande competição internacional depois do fiasco protagonizado... no Campeonato do Mundo de 1950, no qual em pleno Maracanã perderam o título mundial para os vizinhos do Uruguai!

A maratona de jogos do torneio olímpico de 52 começou no dia 15 de julho, com a fase pré-eliminar. No Helsingen Pallokentta Stadium os vice-campeões olímpicos em título, a Jugoslávia, não tiveram a menor dificuldade em carimbar o passaporte para a eliminatória seguinte, como expressa a goleada de 10-1 (!) imposta à modesta seleção da Índia. Partida onde o jugoslavo Branko Zebec esteve em destaque ao apontar quatro golos, iniciando aqui o avançado dos Balcãs uma caminhada que o haveria de levar até ao título de melhor marcador do certame, com um total de sete remates certeitos. E ao contrário dos jugoslavos a estreante União Soviética sentiu grandes dificuldades para se livrar da incómoda Bulgária, que em Kotka obrigou os soviéticos a horas extras. Com o marcador a indicar um teimoso nulo no final dos 90 minutos surgiu a necessidade de se jogarem mais 30 minutos de prolongamento, período onde estes últimos acabaram por levar a água ao seu moinho com uma suada vitória por 2-1. E em Turku entrava em ação a futura campeã olímpica, a Hungria. Pela frente os pupilos do mestre Gusztav Sebes tinham a Roménia, conjunto que complicou ao máximo a vida aos magiares. Extremamente bem organizados no plano defensivo os romenos anularam o refinado futebol ofensivo magiar, e só um lance de génio de Czibor, aos 21 minutos, conseguiu furar a muralha romena durante a etapa inicial. Já muito perto do fim, aos 73 minutos, Sandor Kocsis sossegou os húngaros com um remate fatal que bateu o guardião Ion Voinescu, de nada valendo o último fôlego da Roménia (golo de Ion Suru aos 86 minutos) pouco antes do apito final do soviético Nikolaj Latychev. Pelo mesmo score (2-1) registou-se o triunfo de um habitual cliente dos Jogos Olímpicos, a Dinamarca, sobre os frágeis gregos, com os tentos nórdicos a serem apontados por Poul Erik Petersen.
E como não há duas sem três 2-1 foi igualmente o resultado do duelo entre a Polónia e a França, o último deste primeiro dia de competição, tendo o tento de honra dos franceses - que até estiveram a vencer por 1-0 - sido apontado pelo histórico avançado do Stade de Reims Michel Leblond.

Estreia do Brasil...

A ronda pré-eliminar teve os seguintes capítulos no dia 16. E começou com uma chuva de golos no Egito - Chile (5-4 a favor dos africanos), enquanto que ao mesmo tempo, na cidade de Turku, o Brasil fazia a sua estreia olímpica, diante da Holanda. Brasileiros que não contavam com as suas principais estrelas da época, casos de Nilton Santos, Djalma Santos, Ademir, ou Zizinho, estes dois últimos os nomes sonantes do escrete canarinho que dois anos antes havia perdido em casa o Campeonato do Mundo para o Uruguai. E não estavam estas super-estrelas do futebol brasileiro de então porque convém - mais uma vez - relembrar que o Comité Olímpico não permitia que atletas profissionais participassem nos Jogos, e como a maior parte destes jogadores dedicava-se já única e exclusivamente ao futebol o Brasil viajou para a Finlândia com uma equipa de amadores... ou pelo menos assim se definiam. Orientado pelo técnico Newton Alves Cardoso - o selecionador principal da altura, Zezé Moreira nem sequer viajou com a comitiva ! - o combinado brasileiro era composto na sua totalidade por atletas oriundos de clubes do Rio de Janeiro (!), sendo o Fluminense o emblema que mais futebolistas cedeu à seleção, quatro para sermos mais precisos. E na estreia os brasileiros até começaram por apanhar um susto, quando à passagem do primeiro quarto de hora Van Roesell abre o marcador para a Holanda. Contudo, a apurada técnica canarinha - refira-se que pela primeira vez o Brasil envergava numa grande competição internacional a mítica camisola canarinha (amarela), cor que substituiu para sempre o azarado branco do Mundial de 50 - veio ao de cima, e 10 minutos volvidos Humberto repunha a igualdade. E os minutos que se seguiram até ao intervalo foram tomados de assalto pela estrela da tarde, Larry. 
Larry Pinto de Faria, de seu nome completo, nascido 20 anos antes (1932) em Nova Friburgo (Rio de Janeiro) teve o seu momento de fama com a mágica camisola canarinha precisamente nestes Jogos Olímpicos. Na primeira parte desse célebre encontro ante os holandeses ele fez dois golos (aos 33 e aos 36 minutos) que ao intervalo colocavam os artistas brasileiros numa boa posição para seguir em frente. Avançado elegante e com uma técnica virtuosa Larry espalhou todo o seu perfume nos relvados finlandeses onde o Brasil atuou. Na época jogava no Fluminense, clube onde se havia iniciado um ano antes destas Olimpíadas, e onde iria permanecer até 1954, altura em que viaja para Porto Alegre para defender as cores do Internacional. No Colorado Larry foi rei, tendo conquistado a exigente torcida do clube logo no primeiro dérbi ante o Grêmio, após marcar quatros dos seis golos com que o Inter derrotou o seu eterno rival. Em Porto Alegre permanceria até ao final da sua carreira (1961), tendo disputado mais de 250 jogos e apontado quase 180 golos (176 para sermos mais exatos). Mais do que um goleador era um jogador requintado, elegante - como já referimos - características que faziam dele um atleta diferente. No Inter de Porto Alegre cerebral Larry - como seria batizado pelos adeptos do clube - formou uma dupla mortífera com Bodinho, uma dupla que rivalizava em popularidade, e sobretudo em produtividade, com a de Pelé e Coutinho, no Santos. O jogador que depois de pendurar as chuteiras tornou-se deputado estadual vestiu por seis ocasiões a camisola do Brasil, três delas nestes Jogos de 1952, tendo apontado quatro golos, curiosamente todos eles em Helsínquia - e arredores -, facto que o tornaria na figura central do Brasil nesta sua primeira aparição olímpica.
Bom, voltando ao encontro de Turku, na segunda parte o escrete dilatou a vantagem construída pelo cerebral Larry. Aos 81 minutos Jansen faz o 4-1, para cinco minutos depois um tal de Vavá selar o resultado em 5-1. Vavá que seis anos mais tarde seria juntamente com Pelé, Garrincha, Zagallo, Djalma Santos, ou Nilton Santos, um dos responsáveis pela conquista do primeiro título mundial para os canarinhos. 
Nesse mesmo dia gritou-se a palavra "escândalo" no seio dos Jogos. A poderosa Grã-Bretanha - formada na sua grande maioria pelos mestres ingleses -era humilhada pela frágil seleção do Luxemburgo por 3-5 (após prolongamento), e saia pela porta pequena do torneio olímpico. Esta era a segunda humilhação que os britânicos sofriam no curto espaço de dois anos no panorama internacional, tendo a primeira ocorrido no Campeonato do Mundo de 1950, quando em Belo Horizonte os amadores dos Estados Unidos da América derrotaram a seleção da Inglaterra por 1-0, jogo esse de que já fizemos eco nas vitrinas virtuais do Museu. E por falar em Estados Unidos da América, quiseram os caprichos do sorteio deste torneio olímpico que os soccer boys defrontassem pela terceira Olimpíada consecutiva a poderosa Itália. E nem mesmo a presença de jogadores como Charlie gloves (luvas) Colombo, John Souza, ou Harry Keough, três dos heróis de Belo Horizonte ante a Inglaterra, intimidou a squadra azzurra - orientada pelo lendário Giuseppe Meazza -, que sem misericórdia voltou a esmagar os norte-americanos tal como havia feito nos Jogos Olímpicos de 1948, desta feita por 8-0. 
Aventura finlandesa durou pouco
Assim sendo Itália, Brasil, Luxemburgo, Hungria, Jugoslávia, União Soviética, Dinamarca, Polónia, e Egito avançavam para a 1ª eliminatória, juntando-se às isentas Finlândia, Noruega, Áustria, República Federal da Alemanha (RFA), Turquia, Antilhas Holandesas, e a campeã olímpica em título, a Suécia. A 1ª eliminatória arrancou a 19 de julho, no majestoso Estádio Olímpico de Helsínquia, onde se desenrolaram a esmagadora maioria das modalidades dos Jogos, com a derrota da seleção da casa, a Finlândia, aos pés de uma Áustria em reconstrução... após o desmembramento do Wunderteam (equipa maravilha) dos anos 30 edificada por Hugo Meisl. Austríacos que só garantiram a passagem aos quartos-de-final a 10 minutos do fim, quando Herbert Grohs fez o 4-3 perante o semblante carregado de 33 000 finlandeses, que viam desta forma a aventura olímpica da sua seleção durar apenas 90 minutos. Em Turku entrava em campo a RFA, liderada pelo mestre Sepp Herberger, o homem que dois anos mais tarde iria guiar os germânicos à conquista do seu primeiro Campeonato do Mundo. Nas Olimpíadas de 52 a RFA entrava com o pé direito, fruto de uma vitória tranquila sobre o Egito por 3-1. Em Tampere, União Soviética e Jugoslávia protagonizaram um jogo que seria um hino ao futebol espetáculo. Com um elevado - e apurado - caudal ofensivo ambos os conjuntos chegaram ao fim do prolongamento empatados a cinco golos (!), facto que obrigou a que dois dias depois fosse realizada uma partida de desempate. No plano individual o jugoslavo Zebec fez mais dois tentos e cimentou assim a liderança na lista dos melhores marcadores da prova. 
No dia 20, em Kotka, o Brasil sentia enormes dificuldades para ultrapassar o modesto Luxemburgo. Modesto ou não, como diriam por aqueles dias os britânicos... Aos 42 minutos, apenas e só, o cerebral Larry - quem mais podia ser - fura a bem escalonada defesa da seleção europeia, quebrando assim a monotonia instalada pela ausência de golos que se verificava. No reatamento - segunda parte - Humberto faz aos 49 minutos o 2-0, mas os luxemburgueses estavam ainda longe de se darem por vencidos. Procuraram intensamente um golo que relançasse o jogo, procura que chegaria no entanto tarde demais (minuto 86), com um golo de Julien Gales, e que não foi mais do que um prémio para coroar a excelente - mais uma - exibição da seleção do pequeno país. No dia seguinte assistiu-se a uma aula de futebol-arte protagonizada pela Hungria. Com uma exibição sublime os mágicos magiares derrotaram por três golos sem resposta a forte Itália - com destaque para o bis (dois golos) de Peter Palotas - que deixou o habitual titular Czibor no banco dos suplentes. O Mundo começava a conhecer a famosa e encantadora Hungria criada por Sebes. Em Turku a Dinamarca afastava a Polónia com uma vitória por 2-0, enquanto que a Turquia sentia grandes dificuldades para derrotar os novatos das Antilhas Holandesas por 2-1. Implacável seria o triunfo dos campeões em título, a Suécia - que se fez representar no torneio sem o seu famoso trio Gre-no-li (Gren, Nordahl, e Liedholm) ante os vizinhos da Noruega, por 4-1. Por fim, no dia 22, e sob arbitragem do conceituado árbitro inglês Arthur Ellis, a Jugoslávia derrotava por 3-1 a União Soviética no único jogo de desempate desta 1ª eliminatória. 
Veia goleadora de Puskas dá-se a conhecer ao Mundo
No dia seguinte (23 de julho) arrancaram os quartos-de-final. No Helsingen Pallokentta Stadium a Suécia sobe mais um degrau rumo à defesa do título, após vencer por 3-1 o combinado da Áustria, que até esteve a vencer por 1-0 até... 10 minutos do fim! No dia 24, no mesmo estádio, o Brasil despedia-se dos Jogos. O escrete até começou melhor, com Larry - sempre ele - a abrir o marcador aos 14 minutos. Já na segunda parte, aos 74 minutos, o defesa Zózimo - que mais tarde haveria de se sagrar bi-campeão do Mundo (em 58 e 62) - ampliou a vantagem, e pouca gente duvidaria que a aventura olímpica do Brasil não teria um novo capítulo nas meias-finais. Porém, a garra e força dos alemães veio ao de cima nos instantes finais, e um minuto depois do golo de Zózimo, Schroeder reduz para 1-2. Os brasileiros eram agora encostados à parede face à avalanche ofensiva dos germânicos. Postura que seria premiada a um minuto dos 90, quando Klug fez o empate a dois que obrigou a que se jogassem mais 30 minutos de futebol. Ai a RFA mandou, e com mais dois golos mandou os artistas brasileiros mais cedo para casa. A força tinha vencido o futebol arte. 
Em Kotka houve um autêntico vendaval. Um Vendaval de golos e de bom futebol, da responsabilidade da mágica Hungria. 7-1, o resultado com que os húngaros batiam os turcos, com realce para dois golos de Ferenc Puskas, a grande estrela magiar. Com a ajuda do goleador Zebec - mais um golo - a Jugoslávia derrotava por 5-3 a Dinamarca e continuava assim na caça ao ouro. 
Mais um recital de explêndido futebol orquestrado pelos mágicos magiares
30 000 pessoas acorreram ao Estádio Olímpico de Helsínquia para ver jogar aqueles húngaros que encantavam o planeta da bola. E em boa hora o fizeram, porque no encontro que abriu as meias-finais do evento assistiram a mais um belo recital de futebol orquestrado pelos artistas Puskas, Palotas, Czibor, ou Kocsis. 6-0, números mais do que expressivos do domínio húngaro sobre os suecos, que assim diziam adeus à possibilidade de revalidar o ceptro. Menos público (cerca de 25 000 pessoas) assistiu no dia seguinte ao triunfo da Jugoslávia sobre a RFA, com destaque para a exibição individual de Rajko Mitic, autor de dois dos três golos da sua seleção, que assim pela segunda Olimpíada consecutiva ia lutar pela medalha de ouro. 
Antes disso, a 1 de agosto, disputou-se no Estádio Olímpico da capital da Finlândia a discussão pela medalha de bronze, tendo a Suécia ficado então com o lugar mais baixo do pódio, depois de bater a RFA por 2-0, com golos de Rydell (aos 11 minutos), e Lofgren (à passagem do minuto 86).
Futebol-arte dos húngaros pintado de ouro
E no dia 2 de agosto perto de 60 000 pessoas lotaram o Estádio Olímpico para assistir à grande final. Favoritos à conquista do ouro? Talvez a Hungria, que pelo que tinha demonstrado até ali partia uns metros à frente do seu adversário. Mas este já havia mostrado momentos de grande futebol também, com exibições de gala (que o digam União Soviética e RFA)... além de que era detentor do melhor ataque da prova. Estavam assim lançados os dados para o que se esperava ser uma grande partida de futebol. Com duas boas equipas em campo o equilíbrio foi nota dominante do princípio ao fim, e mesmo com inúmeras oportunidades de golo de parte a parte o marcador permaneceu em branco durante os primeiros 45 minutos. Na etapa complementar o ritmo de jogo manteve-se, as oportunidades continuavam a surgir, mas os temíveis avançados dos dois lados da barricada teimavam em não abrir fogo. Até que aos 70 minutos surgiu - finalmente - em campo o génio de Ferenc Puskas. Dominando com arte a bola na entrada da área balcã, tirou dois adversários do caminho para posteriomente fuzilar o guarda-redes Vladimir Beara e abrir assim o marcador. O golo empolgou Puskas, que continuou a deslumbrar no relvado do Olímpico de Helsínquia, tendo a dois minutos do final efetuado um cruzamento fatal para a área contrária, onde apareceu Zoltan Czibor que aproveitando o desnorte defensivo dos jugoslavos rematou para o fundo das redes, selando assim o resultado final em 2-0, o qual coroava a Hungria como a nova campeã olímpica. O futebol-arte dos húngaros não acabaria aqui. Um ano mais tarde (1953) humilharam a poderosa Inglaterra em pleno Estádio de Wembley por 6-3, e em 1954 só não foram campeões do Mundo porque... a sorte nada quis com eles. 
A figura: Ferenc Puskas
Foi, sem margem para dúvidas, um dos maiores futebolistas da história do futebol. Ele foi o líder - dentro de campo - daquela mágica seleção da Hungria que encantou o Mundo na década de 50. A mesma Hungria que esteve quatro anos (entre 1950 e 1954) sem conhecer uma única derrota (!). Ferenc Puskas foi o maior símbolo futebolístico daquele país do leste europeu, um símbolo eterno, um símbolo que representa na perfeição uma das melhores equipas de futebol de todos os tempos. Nasceu em Budapeste, a 2 de abril de 1927, a iniciou a sua brilhante carreira com apenas 16 anos, em 1943, no Kispest. Em 1949 transfere-se para o gigante Honved, clube ao serviço do qual vence quatro campeonatos do seu país. Detentor de uma técnica magistral, aliada a um apurado instinto pelo golo, Puskas brilharia então ao serviço da seleção do seu país, cuja camisola envergou em 85 ocasiões, tendo marcado uma soma impressionante de 84 golos. Em termos coletivos a medalha de ouro em Helsínquia foi o momento mais cintilante da sua carreira ao serviço do seu país natal, tendo a maior deceção ocorrido dois anos mais tarde, no Campeonato do Mundo realizado na Suíça, onde a sorte nada quis com a super favorita Hungria, a melhor equipa daquela época, e a grande favorita à conquista do Mundo. Mesmo não vencendo o título coletivo Puskas foi eleito o melhor jogador desse Mundial, e por aquela altura não havia nenhum clube do planeta que não sonhasse tê-lo no seu plantel. O Major Galopante - alcunha surgida pelo facto de Puskas ter sido oficial do exêrcito húngaro - aproveitou nos finais dos anos 50 uma viagem do Honved a Espanha - para disputar um jogo da Taça dos Campeões Europeus (TCE) ante o Athletic Bilbao - para se libertar do bloco comunista que tomava conta do leste da Europa, e que impedia que talentosos jogadores como ele pudessem trabalhar ao serviço dos grandes clubes do Ocidente. Nessa viagem Puskas, e outros companheiros seus, como Kocsis, ou Czibor, refugiaram-se, digamos assim, em Espanha, recusando regressar ao seu país natal, e depois de muitas lutas burucráticas viram os seus certificados internacionais liberados pelas altas instâncias do futebol, tornando-se deste modo jogadores livres. Conhecedor do seu potencial o colosso Real Madrid não perdeu tempo a contratar o Major Galopante, corria o ano de 1958. Na capital espanhola Puskas juntou-se a outra lenda dos relvados, Di Stéfano, e juntos tornaram o Real Madrid ainda mais forte do que aquilo que já era. Com a camiseta blanca venceu duas TCE, e cinco campeonatos de Espanha. Ainda se naturalizou espanhol, tendo realizado quatro encontros com a roja. Depois de abandonar a carreira de futebolista foi treinador, tendo orientado um alargado leque de equipas de países como a Espanha, Paraguai, Grécia, Chile, Austrália, ou Estados Unidos da América. Viria a falecer a 17 de novembro de 2006, com 79 anos, e desde então a FIFA atribuiu o seu nome ao prémio que coroa o marcador do golo mais bonito de cada ano.
Resultados:
Pré-eliminatória
Jugoslávia - Índia: 10-1
(Zebec, aos 17m, aos 23m, aos 60m, aos 87m, Mitic, aos 14m, aos 43m, Vukas, aos 2m, aos 62m, Ognjanov, aos 52m, aos 67m)
(Khan, aos 89m)
União Soviética - Bulgária: 2-1
(Bobrov, aos 100m, Trofimov, aos 104m
(Kolev, aos 95m)
Roménia - Hungria: 1-2
(Suru, aos 86m)
(Czibor, aos 21m, Kocsis, aos 73m)
Dinamarca - Grécia: 2-1
(Petersen, aos 36m, aos 37m)
(Emmanouilides, aos 85m)
Polónia - França: 2-1
(Trampisz, aos 31m, Krasowka, aos 49m)
(Leblond, aos 30m)
Egito - Chile: 5-4
(Eldizwi, aos 66m, aos 75m, aos 80m, Elmeckawi, aos 43m, Elfar, aos 27m)
(Jara, aos 7m, aos 78m, Vial, aos 14m, aos 88m)
Holanda - Brasil: 1-5
(Van Roesell, aos 15m)
(Larry, aos 33m, aos 36m, Humberto, aos 25m, Jansen, aos 81m, Vavá, aos 86m)
Itália - Estados Unidos da América: 8-0
(Gimona, aos 3m, aos 51m, aos 75m, Pandolfini, aos 16m, aos 62m, Venturi, aos 27m, Fontanesi, aos 52m, Mariani, aos 87m)
Luxemburgo - Grã-Bretanha: 5-3
(Roller, aos 60m, aos 95m, aos 97m, Gales, aos 102m Letsch, aos 91m)
(Robb, aos 12m, Slater, aos 101, Lewis, aos 118m)
1ª eliminatória
Finlândia - Áustria: 3-4
(Stolpe, aos 11m, aos 34m, Rytkonen, aos 36m)
(Gollnhuber, aos 8m, aos 30m, Stumpf, aos 59m, Grohs, aos 79m)
RFA - Egito: 3-1
(Schroeder, aos 38m, aos 61m, Klug, aos 33m)
(Eldizwi, aos 64m)
Jugoslávia - União Soviética: 5-5 / 3-1 (desempate)*
(Zebec, aos 44m, aos 59m, Mitic, aos 29m, Bobek, aos 46m, Ognjanov, aos 33m)
(Bobrov, aos 53m, aos 77m, aos 87m, Petrov, aos 89m, Trofimov, aos 75m)

*(Mitic, aos 19m, Bobek, aos 29m, Cajkovski, aos 54m)
(Bobrov, aos 6m)
Brasil - Luxemburgo: 2-1
(Larry, aos 42m, Humberto, aos 49m)
(Gales, aos 86m)
Suécia - Noruega: 4-1
(Brodd, aos 23m, aos 35m, Rydell, aos 81m, Bengtsson, aos 89m)
(Sorensen, aos 83m)
Hungria - Itália: 3-0
(Palotas, aos 11m, aos 20m, Kocsis, aos 83m)
Dinamarca - Polónia: 2-0
(Seebach, aos 17m, Nielsen, aos 69m)
Turquia - Antilhas Holandesas: 2-1
(Tokac, aos 9m, Bilge, aos 76m)
(Briezen, aos 79m)
Quartos-de-final
Suécia - Áustria: 3-1
(Sandberg, aos 80m, Brodd, aos 85m, Rydell, aos 87m)
(Grohs, aos 40m)
RFA - Brasil: 4-2
(Schroeder, aos 75m, aos 96m, Klug, aos 89m, Zeitler, aos 120m)
(Larry, aos 12m, Zózimo, aos 74m)
Hungria - Turquia: 7-1
(Puskas, aos 54m, aos 72m, Kocsis, aos 32m, aos 90m, Palotas, aos 18m, Lantos, aos 48m, Bozsik, aos 70m)
(Guder, aos 57m)
Jugoslávia - Dinamarca: 5-3
(Cajkovski, aos 19m, Ognjanov, aos 35m, Vukas, aos 41m, Bobek, aos 78m, Zebec, aos 81m)
(Lundberg, aos 63m, Seebach, aos 85m, Hansen, aos 87m)
Meias-finais
Hungria - Suécia: 6-0
(Kocsis, aos 65m, aos 69m, Puskas, ao 1m, Palotas, aos 16m, Hidegkuti, aos 67m, Lindh (p.b.), aos 36m)
Jugoslávia - RFA: 3-1
(Mitic, aos 3m, aos 24m, Cajkovski, aos 30m)
(Stollenwerk, aos 12m)
Jogo de atribuição da medalha de bronze
Suécia - RFA: 2-0
(Rydell, aos 11m, Lofgren, aos 86m)
Final
Hungria - Jugoslávia: 2-0
Data: 2 de agosto de 1952
Estádio: Olímpico de Helsínquia (Finlândia)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Hungria: Gyula Grosics; Jeno Buzansky e Gyula Lorant; Jozsef Boszik, Mihaly Lantos e Jozsef Zakarias; Nandor Hidegkuti, Sandor Kocsis, Peter Palotas, Ferenc Puskas e Zoltan Czibor. Treinador: Gusztav Sebes. 
Jugoslávia: Vladimir Beara; Branko Stankovic e Tomislav Crnkovic; Zlatko Cajkovski, Ivan Horvat e Vujadin Boskov; Tihomir Ognjanov, Rajko Mitic, Bernard Vukas, Stjepan Bobek e Branko Zebec. Treinador: Milorad Arsenijevic.
 Golos: 1-0 (Puskas, aos 70m), 2-0 (Czibor, aos 88m)

Vídeo: HUNGRIA - JUGOSLÁVIA

Legenda das fotografias:
1-Cartaz oficial dos Jogos Olímpicos de 1952
2- Branko Zebec, o melhor marcador do torneio olímpico, com sete golos
3- Lance do Brasil - Holanda
4-Larry, a grande figura da seleção brasileira em Helsínquia
5-Capitães dos Estados Unidos da América e da Itália trocam galhardetes antes do pontapé de saída
6-Imagem aérea do Estádio Olímpico de Helsínquia
7-A seleção do Brasil que fez a estreia em Jogos Olímpicos
8-Lance do RFA-Brasil
9-O lendário treinador húngaro Gusztav Sebes
10-Remate de Puskas na final
11-Ferenc Puskas, a figura do torneio olímpico de 1952
12-Mais um remate do Major Galopante na grande final
13-A mágica seleção da Hungria, faz a festa final

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Eurotaças em números (5)...

TAÇA DOS CAMPEÕES EUROPEUS

Época 1959/60

1ª Eliminatória (1ª e 2ª mãos)


Nice (França) - Shamrocks Rovers (Rep.Irlanda): 3-2 / 1-1

Vídeo: CSKA SOFIA - BARCELONA

CSKA Sofia (Bulgária) - Barcelona (Espanha): 2-2 / 2-6

Linfield (Irlanda do Norte) - IFK Gotemburgo (Suécia): 2-1 / 1-6

Jeunesse Esch (Luxemburgo) - Lodz (Polónia): 5-0 / 1-2

Wiener (Áustria) - Petrolui Ploesti (Roménia): 0-0 / 2-1

Olympiakos (Grécia) - Milan (Itália): 2-2 / 1-3

Fenerbahce (Turquia) - Csepel (Hungria): 1-1 / 3-2

Glasgow Rangers (Escócia) - Anderlecht (Bélgica): 5-2 / 2-0

Estrela Bratislava (Checoslováquia) - FC Porto (Portugal): 2-1 / 2-0 (golo luso: Teixeira)

Vorwaerts (Alemanha Oriental) - Wolverhampton (Inglaterra): 2-1 / 0-2

2ª Eliminatória (1ª e 2ª mãos)

Real Madrid (Espanha) - Jeunesse Esch (Luxemburgo): 7-0 / 5-2

Odense (Dinamarca) - Wiener (Áustria): 0-3 / 2-2

Sparta (Holanda) - IFK Gotemburgo (Suécia): 3-1 / 1-3 / 3-1 (desempate)

Milan (Itália) - Barcelona (Espanha): 0-2 / 1-5

Young Boys (Suíça) - Eintracht Frankfurt (Alemanha Ocidental): 1-4 / 1-1

Estrela Vermelha (Jugoslávia) - Wolverhampton (Inglaterra): 1-1 / 0-3

Glasgow Rangers (Escócia) - Estrela Bratislava (Checoslováquia): 4-3 / 1-1

Fenerbahce (Turquia) - Nice (França): 2-1 / 1-2 / 1-5 (desempate)

Quartos-de-final (1ª e 2ª mãos)

                                          Vídeo: NICE - REAL MADRID
                                          Vídeo: REAL MADRID - NICE
Nice (França) - Real Madrid (Espanha): 3-2 / 0-4

                                         Vídeo: WOLVERHAMPTON - BARCELONA

Barcelona (Espanha) - Wolverhampton (Inglaterra): 4-0 / 5-2

Eintracht Frankfurt (Alemanha Ocidental) - Wiener (Áustria): 2-1 / 1-1

Sparta (Holanda) - Glasgow Rangers (Escócia): 2-3 / 1-0 / 2-3

Meias-finais (1ª e 2ª mãos)

Eintracht Frankfurt (Alemanha Ocidental) - Glasgow Rangers (Escócia): 6-1 / 6-3

                                         Vídeo: BARCELONA - REAL MADRID

Real Madrid (Espanha) - Barcelona (Espanha): 3-1 / 3-1

Final

Real Madrid (Espanha) - Eintracht Frankfurt (Alemanha Ocidental): 7-3


Data: 18 de Maio de 1960

Estádio: Hampden Park, Glasgow (Escócia)

Árbitro: J.A. Mowat (Escócia)

Real Madrid: Dominguez, Marquitos e Pachín, Vidal, Santamaria e Zárraga, Canario, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento. Treinador: Miguel Muñoz

Eintracht Frankfurt: Loy, Lutz e Hoffer, Weinbacher, Eigenbrodt e Stinka, Kress, Linchner, Stein, Pfaff e Meier. Treinador: Paul Osswald

Golos: 0-1 (Kress, aos 19m), 1-1 (Di Stéfano, aos 26m), 2-1 (Di Stéfano, aos 29m), 3-1 (Puskas, aos 45m), 4-1 (Puskas, aos 56m), 5-1 (Puskas, aos 59m), 6-1 (Puskas, aos 70m), 6-2 (Stein, aos 71m), 7-2 (Di Stéfano, 72m), 7-3 (Stein, aos 74m)Já com o mago Puskas na equipa Real Madrid sagrou-se em 1960 penta-campeão da Europa.

Vídeo: REAL MADRID - EINTRACHT FRANKFURT




Melhor marcador:Ferenc Puskas (Real Madrid): 12 golos

TAÇA DAS CIDADES COM FEIRA

Época 1959/60

1ª Eliminatória (1ª e 2ª mãos)


Saint-Gilloise (Bélgica) - Leipzig XI (Alemanha Oriental): 6-1 / 0-1

Hannover (Alemanha Ocidental) - Roma (Itália): 1-3 / 1-1

Colónia XI (Alemanha Ocidental) - Birmingham City (Inglaterra): 2-2 / 0-2

Zagreb XI (Jugoslávia) - Ujpest (Hungria): 4-2 / 0-1

Staevnet (Dinamarca) - Chelsea (Inglaterra): 1-3 / 1-4

OFK Belgrado (Jugoslávia) - Lausanne (Suíça): 6-1 / 5-3

Basileia XI (Suíça) - Barcelona (Espanha): 1-2 / 2-5

Inter (Itália) - Lyon (França): 7-0 / 1-1

Quartos-de-final (1ª e 2ª mãos)

Saint-Gilloise (Bélgica) - Roma (Itália): 2-0 / 1-1

Birmingham City (Inglaterra) - Zagreb XI (Jugoslávia): 1-0 / 3-3

Chelsea (Inglaterra) - OFK Belgrado (Jugoslávia): 1-0 / 1-4

Barcelona (Espanha) - Inter (Itália): 4-0 / 4-2

Meias-finais (1ª e 2ª mãos)

Saint-Gilloise (Bélgica) - Birmingham City (Inglaterra): 2-4 / 2-4

OFK Belgrado (Jugoslávia) - Barcelona (Espanha): 1-1 / 1-3

Final (1ª mão)

Birmingham City (Inglaterra) - Barcelona (Espanha): 0-0


Data: 29 de Março de 1960

Estádio: St. Andrews, em Birmingham (Inglaterra)

Árbitro: Lucien van Nuffel (Bélgica)

Birmingham City: John Schofield; Brian Farmer, George Allen, John Watts, Trevor Smith, Richard Neal, Gordon Astall, John Gordon, Donald Weston, Bryan Orrit, Harry Hooper. Treinador: Pat Beasley

Barcelona: Antonio Ramallets; Fernando Olivella, Sigfrido Gracia, Juan Segarra, Francisco Rodriguez "Rodri", Enrique Gensana, Luis Coll, Ladislao Kocsis, Eulogio Martinez, Enrique Ribelles, Ramon Villaverde. Treinador: Helenio Herrera

Final (2ª mão)

Barcelona (Espanha) - Birmingham City (Inglaterra): 4-1


Data: 4 de Maio de 1960

Estádio: Nou Camp, em Barcelona (Espanha)

Árbitro: Lucien van Nuffel (Bélgica)

Barcelona: Antonio Ramallets; Fernando Olivella, Sigfrido Gracia, Martin Verges, Francisco Rodriguez "Rodri", Juan Segarra, Luis Coll, Enrique Ribelles, Eulogio Martinez, Ladislao Kubala, Zoltan Czibor. Treinador: Helenio Herrera

Birmingham City: John Schofield; Brian Farmer, George Allen, John Watts, Trevor Smith, Richard Neal, Gordon Astall, John Gordon, Donald Weston, Peter Murphy, Harry Hooper. Treinador: Pat Beasley

Golos: 1-0 (Martinez, aos 3m), 2-0 (Czibor, aos 6m), 3-0 (Czibor, aos 48m), 4-0 (Coll, aos 78m), 4-1 (Hooper, aos 82m) 
Depois de um ano de interregno em relação ao ano de estreia a Taça das Cidades com Feira voltou ao terreno em 58/60 (dupla época) e com um vencedor velho conhecido: o Barcelona.

Vídeo: BARCELONA - BIRMINGHAM CITY




Melhor marcador:Bora Kostic [OFK Belgrado]: 6 golos

sexta-feira, julho 10, 2009

Grandes Clássicos da Bola (5)... Real Madrid - Eintracht Frankfurt (7-3)...

É considerado por muitos especialistas na matéria como o maior clássico de todos os tempos das finais da Taça/Liga dos Campeões. “Espectacular” chega a ser uma palavra demasiado modesta para caracterizar a partida épica protagonizada por Real Madrid e Eintracht Frankfurt no jogo decisivo da Taça dos Clubes Campeões Europeus (TCCE) referente à temporada de 59/60. Realizado no dia 18 de Maio de 1960 este jogo fez história não só pela sua – para lá de - espectacularidade mas igualmente porque nele foram estabelecidos alguns recordes em finais da prova rainha do futebol europeu que ainda hoje prevalecem intocáveis. Desde logo a moldura humana presente no Hampden Park, de Glasgow (Escócia), o palco desta final: aproximadamente 130 mil almas lotaram por completo o santuário do futebol escocês. Recorde foi também o número de golos marcados: 10 (!), 7 para o Real Madrid e 3 para o Eintracht.
Espanhóis que face a esta incrível e inesquecível vitória por 7-3 conquistariam a sua quinta TCCE consecutiva, prova clara de que na altura a sua supremacia no futebol europeu era por mais do que evidente. Para – mais - este triunfo muito contribuíram as fenomenais exibições das estrelas-mor madrilenas: Puskas, Di Stefano, Gento, e Del Sol.
No entanto, «o Eintracht começou melhor e dominou os primeiros 25 minutos. E seria sem surpresa que inaugurou o marcador à passagem do minuto 18, por intermédio de Kreß. O 2-0 esteve à vista, mas foi o Real Madrid a chegar ao empate aos 27 minutos, pelo mago Di Stefano. O argentino-espanhol aproveitou a desorientação alemã e fez o 2-1 dois minutos depois. Quando o resultado ao intervalo parecia feito, Puskas fez o 3-1 em cima do apito e mostrou o que estava para vir na segunda parte. O “Major Galopante” marcou mais três golos consecutivos e decidiu o encontro. O 4-1 surgiu aos 56, na marcação de uma grande penalidade. Mais dois golos aos 60 e 70 minutos e o húngaro fechou a sua conta pessoal. Com 6-1 no marcador, o Eintracht não desanimou e dedicou-se a aproveitar a oportunidade de estar naquele palco. Aos 72 minutos, Stein reduziu para 2-6.
No minuto seguinte Di Stefano fez o seu terceiro golo e aumentou para 7-2. Mais dois minutos passaram e Stein bisou. Até final muitas mais oportunidades houve, para ambos os lados, impedindo os espectadores de irem mais cedo para casa. Mas o 7-3 manteve-se, honrando vencedores e vencidos».
Anos mais tarde outra lenda do futebol mundial, de seu nome Bobby Charlton, resumiria assim o épico desafio: “O meu primeiro pensamento foi que este jogo era uma mentira, um filme, porque estes jogadores fizeram coisas que não são possíveis, não são reais, não são humanas!” Ficha do jogo:
Estádio: Hampden Park, Glasgow.
Espectadores: 127.621
Árbitro: Mowat, da Escócia.
Real Madrid: Dominguez; Marquitos e Pachin; Vidal, Santamaria e Zarraga; Canario, Del Sol, Di Stefano, Puskas e Gento.
Eintracht Frankfurt: Loy; Lutz e Höfer; Weilbächer, Eigenbrodt e Stinka; Kreß, Lindner, Stein, Pfaff e Meier.
Golos: 0-1, Kreß (18m); 1-1, Di Stefano (27m); 2-1, Di Stefano (29m); 3-1, Puskas (45m); 4-1, Puskas (56m, g.p.); 5-1, Puskas (60m); 6-1, Puskas (70m); 6-2, Stein (72m); 7-2, Di Stefano (73m); 7-3, Stein (75m).

Legenda das fotografias:
1- Cartaz oficial da final
2- Puskas marca mais um golo para o Real Madrid
3- Abraço das duas grandes estrelas "blancas": Di Stefano e Puskas

terça-feira, dezembro 18, 2007

Grandes Clássicos da Bola (3)... Inglaterra - Hungria (3-6)

Quando se fala em “tragédias do futebol” 1950 e 1953 são anos que os adeptos ingleses jamais irão apagar das suas memórias. O primeiro refere-se à maior surpresa de todos os tempos do futebol mundial, ano em que os amadores dos Estados Unidos da América derrotaram a armada britânica por 1-0 num jogo referente ao Campeonato do Mundo de 1950, que decorreu no Brasil (ver post Grandes Clássicos da Bola (1) de Abril passado).
O segundo faz alusão à derrota mais humilhante, até aos dias de hoje, em nossa opinião, que os ingleses tiveram no “Templo Sagrado do Futebol”, vulgo o Estádio de Wembley. Um facto ocorrido no dia 25 de Novembro de 53 e foi protagonizado por uma das mais brilhantes equipas que o Mundo já viu actuar, a Hungria (da década de 50), selecção que ficou imortalizada como os “Mágicos Magiares”.
Hungria que era tida na época como a melhor selecção da Europa. Treinada por Gustáv Sebes a equipa tinha jogadores como Ferenc Puskás, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis, Nándor Hidegkuti, József Bozsik e Gyula Grosics, um conjunto que esteve imbatível durante 32 jogos consecutivos, um recorde que ainda permanece até hoje entre selecções. Um dos pontos altos desta brilhante equipa foi atingido em 1952, ano em que se sagraram Campeões Olímpicos (nos Jogos Olímpicos de Helsínquia). Na sequência desse triunfo o secretário-geral da FA (Federação Inglesa de Futebol), Stanley Rous (que mais tarde seria presidente da FIFA) convidou os magiares para um jogo amigável em Wembley diante da Inglaterra.
E em boa hora o fez, isto é, para os amantes do belo futebol, pois a Hungria realizou uma exibição maravilhosa derrotando os ingleses por claros 6-3! Inglaterra que, diga-se em abono da verdade, tinha igualmente uma equipa de luxo, com estrelas como Stanley Matthews, Stan Mortensen, Billy Wright, ou Alf Ramsey.
Na relva sagrada de Wembley Hidegkuti marcou por três vezes e Puskás por duas.
Uma tarde mágica que ficou eternizada no belo templo do futebol planetário.


Ficha do jogo
Estádio de Wembley, 25 de Novembro de 1953
Assistência: 100 000 espectatores
Árbitro: Leo Horn (Holanda)
Marcadores:
Inglaterra-3: 13' Jackie Sewell 1-1; 38' Stanley Mortensen 2-4; e 57' Alf Ramsey 3-6
Hungria-6: 1' Hidegkuti 0-1; 20' Hidegkuti 1-2; 24' Puskás 1-3; 27' Puskás 1-4; 50' Bozsik 2-5, e 53' Hidegkuti 2-6.
Inglaterra: Gil Merrick, Alf Ramsey, Bill Eckersley, Billy Wright (c), Harry Johnston, Jimmy Dickinson, Stanley Matthews, Ernie Taylor, Stan Mortensen, Jackie Sewell e George Robb. Treinador: Walter Winterbottom
Hungria: Gyula Grosics (substítuido aos 76 m.por Sándor Gellér), Jenő Buzánszky, Mihály Lantos, József Bozsik, Gyula Lóránt, József Zakariás, László Budai, Sándor Kocsis, Nándor Hidegkuti, Ferenc Puskás e Zoltán Czibor. Treinador: Gusztáv Sebes
Legendas das fotografias:
1- As duas equipas entrando no relvado sagrado de Wembley
2- O cumprimentos dos dois capitães antes do apito inicial
3- O húngaro Puskas, também conhecido como o "Major Galopante", um dos maiores futebolistas de todos os tempos


Vídeo: RESUMO DO INGLATERRA - HUNGRIA (1953)

domingo, abril 09, 2006

Emblemas Históricos (1)...Real Madrid






Amados loucamente por uns, odiados fervorosamente por outros, os clubes de futebol são hoje pela primeira vez na ainda curta história do Museu Virtual do Futebol alvo de uma visita. E nada melhor do que iniciar esta rubrica dos emblemas históricos do que começar pelo maior deles todos, pelo melhor clube do mundo. É claro que esta distinção será para muitos um pouco exagerada, pois os adpetos do Benfica certamente dirão que o seu clube é que é o maior do Mundo, os do Barcelona, do Milan, do Inter, do Bayern de Munique, do Marseille, do Ajax, do Manchester United, ou do Celtic, entre outros, dirão que o seu clube é que é o maior e melhor do planeta. Óbvio. Mas a distinção de maior clube do Mundo atribuída ao Real Madrid não é da nossa autoria, mas sim da própria FIFA, que no final do século passado realizou uma gala para nomear os melhores jogadores, os melhores treinadores, e os melhores clubes e selecções do Mundo durante o século XX. Pois bem, para a FIFA o maior e melhor clube do planeta durante o século que há bem pouco tempo nos deixou foi o Real Madrid. Uma decisão que é bem compreendida (muitos não concordarão, mas paciência), pois em 100 anos não houve mais nenhum clube que tivesse ganho tantos títulos, que tivesse tantos e tantos grandes jogadores, e que tivesse deliciado tantos adeptos como fez el Madrid (como é popularmente conhecido).

Palmarés extenso...e impressionante

O Real Madrid nasceu dentro de um clube de eleite, o Football Sky (fundado em 1895), clube este que se dividiu em 1900 e deu origem ao Espanyol de Madrid, que viria em 1902 a transformar-se em Madrid FC, tendo mais tarde acrescentado-se a palavra Real ao nome do Madrid FC. Desde a sua fundação, como já vimos em 1902, o Real Madrid cedo se tornou na grande paixão de milhares e milhares de espanhóis. As famosas camisolas brancas (o equipamento do Real Madrid é todo branco) fizeram bater forte milhões de corações ao longo dos seus mais de 100 anos de vida. E desde cedo os troféus começaram a fazer parte da vida deste grande emblema espenhol, tendo a primeira copa (taça em castelhano) sido conquistada três anos depois do seu nascimento, mais concretamente a Taça do Rei (a competição mais antiga de Espanha), tendo el Madrid batido nessa final a equipa do Athletic de Bilbao por 1-0. Real Madrid que voltaria a conquistar este troféu nos três anos seguintes, establecendo desde logo um novo recorde na prova, quatro vezes consecutivas campeão da Copa del Rey (1905, 1906, 1907, 1908). Era obra para um clube com tão poucos anos de vida. Em 1929 era criado o Campeonato Nacional de Espanha, tendo o Real Madrid conquistado o seu primeiro título de campeão em 1932. Em termos de Campeonato Espanhol, o Real também estableceu um recorde ao ser o único clube até hoje a vencer em duas ocasiões em cinco anos consecutivos esta prova, a primeira entre 1961 e 1965, e a segunda entre 1986 e 1990. Mas a estrela madrilista também brilharia a grande altura, e de que maneira, na Europa do futebol. O clube foi o primeiro a erguer a Taça dos Campeões Europeus, onde também aqui estableceu um recorde até aos dias de hoje nunca alcançado, ao vencer as cinco primeiras edições da famosa competição europeia (na última foto). O Real Madrid é ainda hoje o clube com mais títulos de Campeão Europeu nas suas vitrinas, 9 ao todo, sendo a última copa sido conquistada no ano do seu centenário (2002) em Glasgow frente ao Bayer Leverkussen por 2-1 (na terceira foto). Em termos numerais, em termos exactos, o Real Madrid conta no seu palmarés com 29 títulos de Campeão Espanhol (1932, 1933, 1954, 1955, 1957, 1958, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978, 1979, 1980, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1995, 1997, 2001, e 2003), o que faz de si o clube com mais campeonatos ganhos. Em termos de Taças do Rei, o panorama é um pouco diferente, mas também é digno de um colosso do futebol mundial (o Barcelona é o clube com mais Copas del Rey), já que venceu por 17 ocasiões a segunda maior competição espanhola (1905, 1906, 1907, 1908, 1917, 1934, 1936, 1946, 1947, 1962, 1970, 1974, 1975, 1980, 1982, 1989, e 1993). O clube possui ainda nas suas ricas e invejáveis vitrinas 8 Supertaças de Espanha (1947, 1988, 1989, 1990, 1993, 1997, 2001, e 2003). A nível europeu, e como já demos conta, o Real conseguiu por 9 vezes erguer a mais importante competição de clubes do Mundo, a Taça/Liga dos Clubes Campeões Europeus (1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1966, 1998, 2000, e 2002). Os magnificos espanhóis conseguiram ainda arrecadar 2 Taças Uefa (1985, e 1986), 1 Supertaça Europeia (2002), 3 Taças Intercontinentais (1960, 1998, e 2002), e por fim 2 Taças Latinas (1955, e 1957). Uff, sem dúvida alguma... IMPRESSIONANTE!!!

Jogadores de sonho com la camiseta blanca

Foram muitos, mas mesmo muitos, os craques que ajudaram o Real Madrid a construir o seu rico palmarés. O maior deles todos foi sem dúvida o hispano-argentino Alfredo Di Stéfano, la sieta ruvia (a sete loura), uma das grandes lendas do futebol mundial (de quem falaremos mais promenorizadamente mais para a frente) e que ainda hoje é o grande ídolo da afción madrilena. De tal maneira grande, que desde 2000 que é o presidente honorário do clube. Mas não foi apenas Di Stéfano a brilhar com a camisola branca do Real, muitos outros o fizeram ao longo dos mais de 100 anos de vida do clube, como por exemplo, os espanhóis Amancio, Buyo, Butragueño, José Antonio Camacho, Martin Vasquez, Michel, Chendo, Luis Enrique, Sanchis, Gordillo, Gallego, Gento, Hierro, Juanito, Morientes, Santillana, Zamora, ou Raúl. No que toca a jogadores estrangeiros referimos que Rial, Redondo, Ruggeri, Valdano, Roberto Carlos, Ronaldo, Robinho, Suker, Prosinecki, Zamorano, Laudrup, Kopa, Zidane, Breitner, Schuster, Stielike, Puskas, Hugo Sanchez, Seedorf, Figo, Hagi, Mijatovic, ou Eto'o, já vestiram, ou vestem, a camisola merengue. Treinadores de renome também foram muitos os que se sentram no banco madrilista, casos de Miguel Munõz, Vujadin Boskov, o próprio Alfredo Di Stéfano, John Toshack, Radomir Antic, Del Bosque, Jorge Valdano, Fabio Capello, Jupp Heynckes, Guus Hiddink, José António Camacho, e até um português, de seu nome Carlos Queiróz.

Um presente difícil

Actualmente o Real Madrid vive dias complicados. Não em termos financeiros, até porque o gigante de Madrid é somente o clube mais rico do Mundo. Mas em futebol o dinheiro não é tudo, ajuda, mas não é tudo. E o Real é o maior exemplo disso, pois de há cinco/seis anos para cá o clube vem sendo apelidado de Galáticos pelo simples facto de todos os anos contratarem uma super-estrela do mundo da bola para a sua equipa. Começou por ser Figo, roubado ao eterno inimigo Barcelona, depois veio Zidane, depois veio Ronaldo, depois Beckham, e esta temporada chegaram Robinho, Júlio Baptista, e Cicinho, três das novas vedetas brasileiras da bola. Uma verdadeira constelação de estrelas que no entanto, e todas juntas, não conseguem devolver os títulos ao clube, que há dois anos consecutivos não vence qualquer prova em que compete. As crises directivas, as crises de balneário, as crises de treinadores, sucedem-se umas as outras, o que tem tornado o Real num clube...vulgar em termos competitivos. É caso para dizer: melhores dias aguardam-se para as bandas do Estádio Santiago Bernabéu (na primeira foto), a casa do Real Madrid desde 1947, construída pelo seu mítico presidente de então Don Santiago Bernabéu.