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E na primeira visita ao Museu neste novo ano os ilustres visitantes terão a oportunidade de conhecer um pouco da história de um clube que me diz muito. Um glorioso e histórico emblema do futebol português que comecei a amar desde os meus 12/13 anos, paixão que se mantém até aos dias de hoje. Falo do Sport Comércio e Salgueiros, o popular Salgueiral.
Nascido na mui nobre cidade do Porto, mais concretamente na freguesia de Paranhos, no dia 8 de Dezembro de 1911, o Salgueiros tornou-se ao longo dos anos num dos mais populares e queridos clubes do nosso país.
Clube humilde, das classes operárias, o Salgueiral surgiu numa época em que o futebol era praticado nas ruas pelos miúdos de pé descalço, com bolas de trapos feitas a partir de meias velhas.
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«Embora parecendo um impulso de euforia após um escaldante FCPorto-Benfica, de facto, junto do candeeiro 1047, entre as ruas da Constituição e Particular de Salgueiros, nasceu o sonho de um grupo de rapazes, e que começou a ganhar forma e daí nasceu o Sport Grupo e Salgueiros. Embora já houvesse nome, era necessário dar forma à equipa! Com muita carolice, todas as noites após o trabalho e o jantar, os "rapazes" reuniam-se debaixo do candeeiro 1047 para debater e acertar ideias, e começar a construir o clube.
O clube oficializa-se com os primeiros jogos, mas era necessário arranjar dinheiro para comprar camisolas e umas botas para os jogadores. Estava-se próximo do Natal de 1911 e os rapazes lembraram-se de organizar um grupo de boas festas e foram cantar as janeiras aos vizinhos de porta em porta, estendendo o boné!
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Amor à primeira vista!
Certo domingo, após de um belo repasto em família, e sem nada para fazer da parte da tarde eis
que depois de muito pensar em diversas tarefas para ocupar o tempo o meu pai disse a seguinte frase: «E se fossemos ver o Salgueiral?» Teria eu os meus 12/13 anos nessa altura. Nem se pensou duas vezes perante tal convite. Então, eu, o meu pai, e o meu tio, saímos em direcção ao velhinho Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro, a casa do popular clube, onde aí assistimos a um Salgueiros – Estrela da Amadora, referente à temporada 1990/91.
Recordo esse dia como se fosse hoje. As bancadas cheias, a emoção e a paixão vermelha estavam bem vivas aos olhos de todos. Adeptos apaixonados e ferrenhos pelo seu clube. Uma atmosfera única e cativante.
De imediato fui contagiado por aquele ambiente. De tal maneira que comecei a vibrar com cada jogada que aquela grande equipa do Salgueiros fazia. Ainda me lembro da frase que o meu tio disse quando me viu emocionado e empolgado com...o Salgueiros: «Ui, temos aqui um novo salgueirista!». Tinha razão, foi amor à primeira vista. Fiquei louco com aquele ambiente, com aquele clube, com aqueles adeptos, com aqueles jogadores.
Desde logo fixei os nomes dos craques do Salgueiral. O meu preferido de imediato foi o Nikolic, ou Niko como carinhosamente era tratado pela massa associativa do clube, um jugoslavo que jogava com o número 10, um verdadeiro artista com a bola nos pés. Na baliza actuava o grande Madureira, tendo à sua frente uma defesa onde pontificavam nomes como Pedro Reis (um salgueirista de coração), ou o “barbas” Djoncevic. No meio campo o capitão Rui França comandava as tropas, tendo ao seu lado nomes como Álvaro Gregório e Leão. Na frente de ataque estava um dos meus ídolos de infância, de seu nome Vinha, um calmeirão cabo-verdiano, algo desengonçado, mas com um coração e uma alma enorme. Homens treinados por um grande senhor do futebol internacional, Zoran Filipovic.
Nesse dia eu senti e percebi o que era a ALMA SALGUEIRISTA, o espírito, a mística, deste grande clube.
Na semana seguinte a este jogo entrei para a grande família salgueirista ao fazer-me sócio do clube. De lá para cá vivi muitas alegrias e tristezas no meu apoio incondicional ao Salgueiros, se bem que nos últimos anos foram mais as tristezas do que as alegrias.
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Recordo esse dia como se fosse hoje. As bancadas cheias, a emoção e a paixão vermelha estavam bem vivas aos olhos de todos. Adeptos apaixonados e ferrenhos pelo seu clube. Uma atmosfera única e cativante.
De imediato fui contagiado por aquele ambiente. De tal maneira que comecei a vibrar com cada jogada que aquela grande equipa do Salgueiros fazia. Ainda me lembro da frase que o meu tio disse quando me viu emocionado e empolgado com...o Salgueiros: «Ui, temos aqui um novo salgueirista!». Tinha razão, foi amor à primeira vista. Fiquei louco com aquele ambiente, com aquele clube, com aqueles adeptos, com aqueles jogadores.
Desde logo fixei os nomes dos craques do Salgueiral. O meu preferido de imediato foi o Nikolic, ou Niko como carinhosamente era tratado pela massa associativa do clube, um jugoslavo que jogava com o número 10, um verdadeiro artista com a bola nos pés. Na baliza actuava o grande Madureira, tendo à sua frente uma defesa onde pontificavam nomes como Pedro Reis (um salgueirista de coração), ou o “barbas” Djoncevic. No meio campo o capitão Rui França comandava as tropas, tendo ao seu lado nomes como Álvaro Gregório e Leão. Na frente de ataque estava um dos meus ídolos de infância, de seu nome Vinha, um calmeirão cabo-verdiano, algo desengonçado, mas com um coração e uma alma enorme. Homens treinados por um grande senhor do futebol internacional, Zoran Filipovic.
Nesse dia eu senti e percebi o que era a ALMA SALGUEIRISTA, o espírito, a mística, deste grande clube.
Na semana seguinte a este jogo entrei para a grande família salgueirista ao fazer-me sócio do clube. De lá para cá vivi muitas alegrias e tristezas no meu apoio incondicional ao Salgueiros, se bem que nos últimos anos foram mais as tristezas do que as alegrias.
Vídeo do resumo do encontro Salgueiros - Estrela da Amadora referente à temporada 90/91, o jogo que despoletou a minha paixão pelo clube de Paranhos
O rico palmarés
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Na Taça de Portugal o Salgueiros participou em 44 ocasiões, tendo como melhor resultado a presença nos quartos-de-final da prova em 51/52.
Em 37 presenças no campeonato da 2ª divisão alcançou por duas vezes o título de campeão, em 56/57 e 89/90. Participou ainda por duas vezes no nacional da 3ª divisão.
O maior número de vitórias na 1ª divisão (14) foi alcançado nas épocas de 93/93 e 96/97. Neste escalão a vitória mais expressiva foi obtida em 94/95, ante o Estrela da Amadora por 6-0, em Vidal Pinheiro.
O jogador que mais vezes actuou com a camisola do Salgueiral na 1ª divisão foi o defesa-central Pedro Reis, com 340 jogos. Abílio, foi o melhor marcador do clube nesta divisão, com 30 tentos.
Jogadores históricos
Foram muitos os jogadores que passaram pelo clube, muitos dos quais
deixaram o seu nome escrito a letras de ouro na história do emblema de Paranhos. Já aqui falei de Nikolic, Vinha, Rui França, Pedro Reis, Madureira e Abílio, mas outros houveram que atingiram o patamar da fama do futebol internacional, casos de Deco (actualmente no FC Barcelona), Sá Pinto (representou o Sporting e a selecção nacional com distinção), ou Silvino (um dos melhores guarda-redes da história do futebol português). Chico Fonseca, Pedro Espinha, Chao, Jorginho, Mike Walsh, Edmilson, Miklós Féher, Santana (bi-campeão europeu pelo Benfica na década de 60), e os treinadores Zoran Filipovic, Octávio Machado, Mário Reis, e Carlos Manuel têm também um lugar na história do clube.
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O triste presente...
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O futuro é uma incógnita para a família salgueirista, que vivem na incerteza se o clube irá ou não fechar as portas a curto prazo. No entanto, a esperança é a última coisa a morrer, e tal como eu são muitos os verdadeiros salgueiristas que sonham ver de novo as camisolas vermelhas a fazer furor nos relvados portugueses ao nível do futebol profissional.
Legenda das fotografias:
1- Emblema do SC Salgueiros
2- Uma imagem do museu do clube
3- A equipa de 56/57 que se sagrou campeã nacional da 2ª divisão
4- Um "onze" dos anos 80
5- Um dos últimos plantéis profissionais do Salgueiros, o da temporada 96/97
6- O luso-brasileiro Deco, um mágico que já vestiu as cores do Salgueiros
7- O já extinto Estádio Eng.Vidal Pinheiro
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