quinta-feira, novembro 06, 2025

Efemérides do Futebol (55)... A primeira vez que o rei foi a Wembley entregar a FA Cup

 


Subir a escadaria de Wembley rumo à tribuna para receber a FA Cup das mãos da realeza é um dos sonhos de qualquer futebolista que atue na Velha Albion. Foi, é e será, ou não fosse a Taça de Inglaterra uma das competições mais mediática do planeta. Esta “imagem” secular – do rei a entregar a taça a capitão da equipa vencedora – faz parte da memória visual de todos aqueles que, como eu, assistiam nos anos 80 e 90 à final da Taça de Inglaterra aos sábados à tarde numa época em que futebol internacional em direto na televisão era coisa rara. Vem esta memória a propósito da primeira vez em que Sua Majestade abrilhantou com a sua presença aquela que é a competição de futebol mais antiga do Mundo, precisamente a FA Cup, nascida em 1871. Porém, o ritual de ver o rei presenciar o jogo mais aguardado e desejado de cada época do futebol inglês e no final premiar o campeão com o majestoso troféu, só iria acontecer na segunda década do século XX, numa altura em que a competição era já o evento desportivo mais popular da nação britânica. Estávamos, pois, em 1914, na temporada de 13/14 mais concretamente, quando o rei George V se tornou no primeiro monarca a assistir a uma final de taça. Frente a frente estiveram as equipas do Burnley e do Liverpool, com a vitória a pertencer aos primeiros por 1-0, graças a um tento de Bert Freeman. Foi, aliás, a primeira vez que ambas as equipas marcaram presença numa FA Cup final. A presença de membros da realeza em jogos de futebol começou a ser notada no início do século XX, quando até então, isto é, no século XIX, os convidados de honra para assistir a jogos de futebol eram oriundos da aristocracia inglesa e membros da Football Association (Federação Inglesa de Futebol). E reza a história que foi precisamente um membro da aristocracia inglesa, Lord Derby de seu nome, que em 1914 terá convidado o rei George V a marcar presença na final da taça, disputada naquele ano – e pela última vez – no Crystal Palace de Londres, e a entregar posteriormente o troféu ao capitão da equipa vencedora. O ritual pegou de estaca, e desde então esta é uma imagem mítica em cada final da taça inglesa, sendo que quando o rei não pode marcar presença se faz representar por outro membro da Casa Real.