Final
Real Madrid (Espanha) - Pachuca (México): 3-0
Golos: Mbappé, Vinícius Júnior, Rodrygo
Sua Alteza Real (Madrid) sobe com naturalidade ao trono do Mundo...
Final
Real Madrid (Espanha) - Pachuca (México): 3-0
Golos: Mbappé, Vinícius Júnior, Rodrygo
Sua Alteza Real (Madrid) sobe com naturalidade ao trono do Mundo...
Pachuca (México) - Al-Ahly (Egito): 0-0 (6-5 nas grandes penalidades)
Campeões da CONCACAF mais certeiros na hora de marcar encontro com o poderoso Real Madrid...
2.ª eliminatória
Botafogo (Brasil) - Pachuca (México): 0-3
Golos: Oussama Idrissi, Nelson Deossa, Salomón Rondón
Pachuca provoca enorme surpresa ao afastar um Botafogo em estado de graça...
2.ª eliminatória
Al-Ahly (Egito) - Al Ain (Emirados Arábes Unidos): 3-0
Golos: Wessam Abou, Eman Ashour, Afsha
Campeões de África dão um passo em frente ao derrotar o campeão da Ásia...
1.ª eliminatória
Al Ain (Emirados Árabes Unidos) - Auckland City (Nova Zelândia): 6-2
Golos: Soufiane Rahimi (2), Fábio Cardoso, Sékou Gassama, Matias Palacios, Kaku Gamarra / Jerson Lagos, Myer Bevan
Veia goleadora do marroquino Rahimi abre caminho a uma vitória fácil do Al Ain na estreia da nova competição da FIFA...
Troca de galhardetes para eternizar um momento histórico |
Estão prestes a cumprir-se 110 anos desde que uma equipa estrangeira atracou nas Ilhas Canárias (Espanha) para ali disputar uma partida de futebol. E coube aos portugueses do Marítimo a honra de realizar em julho de 1915 uma minidigressão pelo arquipélago espanhol e tornar-se não só o primeiro conjunto oriundo de outro país a jogar ali, mas de igual modo a primeira equipa fora das Canárias a atuar naquele território. Marítimo, que já era então o “maior” das ilhas portugueses, como então apelidavam o clube do Funchal, nascido sensivelmente 5 anos antes desta curta visita às Canárias. O emblema madeirense mantinha-se, desde sua fundação, invicto no seu território, isto é, ninguém na ilha da Madeira havia ainda batido os verde-rubros. As derrotas que até então o jovem Marítimo havia averbado ocorreram nas visitas realizadas à capital de Portugal (Lisboa) ante alguns conjuntos locais nos anos de 1913 e de 1914. A fama dos maritimistas fez então com que em 1915 um grupo de madeirenses radicados nas Canárias angariasse fundos para trazer o “maior das ilhas” até ao arquipélago espanhol para disputar um conjunto de desafios com algumas equipas locais.
A seleção regional de Gran Canaria e o Marítimo posam juntos para a posterioridade |
A
curta viagem marítima entre a Madeira e a ilha de Gran Canaria deu-se então no
referido mês de julho, tendo os portugueses entrado em ação contra uma
seleção regional composta por jogadores do Victoria e do Porteño, dois emblemas
canários. Um nulo no marcador foi o resultado verificado num encontro
que não chegou ao fim devido a uma grave lesão do avançado maritimista Silva.
As duas equipas voltariam a medir forças alguns dias depois, e mais uma vez o
teimoso nulo não saiu do marcador final. Posto isto, o Marítimo zarpou para
outra ilha canária, Tenerife, mais concretamente, onde defrontou o Tenerife
Sporting Club, e cujo resultado se desconhece. Esta não seria, contudo, a única
viagem que não só o Marítimo, como outros emblemas madeirenses, como o Nacional
e o União, efetuariam às vizinhas Canárias nos anos seguintes. Mas para a história
fica mesmo o facto de os maritimistas terem sido a primeira equipa forasteira a
pisar território canário, já que o primeiro emblema do continente espanhol a
deslocar-se às Ilhas Canárias foi o Bétis de Sevilha, em 1919.
Após o falecimento do antigo futebolista, em 2023, a família deste doou um conjunto de relíquias que ajudam a explicar um pouco da carreira de Américo. Camisolas suas e doutros guarda-redes com que se cruzou a nível internacional, luvas de guarda-redes por si usadas, bolas de jogos especiais da sua carreira, galhardetes, fotografias, recortes de jornais, prémios com que foi distinguido, entre muitos outros objetos preenchem esta magnífica mostra.
São muitos os objetos que nos fazem arregalar os olhos, mas há um, que pelo seu significado para os solitários homens que guardam as balizas, vulgo, os guarda-redes, nos agrada em especial: a baliza de prata, um prémio que durante anos distinguiu o guarda-redes menos batido do campeonato nacional da 1.ª Divisão portuguesa, e que Américo teve a honra de ter sido o primeiro guardião a conquistá-lo.
O Castilla europeu |
Os regulamentos – ditados por quem tutela o futebol a nível interno e externo – definem que qualquer equipa B de um clube não pode competir oficialmente com a “casa mãe”, ou seja, a equipa A, nem tão pouco jogar uma competição europeia, mas… houve em tempos uma exceção. E para conhecer esta curiosa história recuámos até à temporada de 1980/81, quando o Real Madrid B, ou Castilla, como era denominada essa célebre equipa secundária merengue, disputou a Taça das Taças. E como é que lá chegou? Sobre esta epopeia curiosa dos putos merengues já traçámos umas linhas numa outra viagem ao passado, relembrando apenas que tal aconteceu pelo facto do Real Madrid B/Castilla ter chegado na época de 1979/80 à final da Copa del Rey, onde perdeu com… o Real Madrid (A)! A brincadeira dos meninos da cantera madrilista, o mesmo será dizer da equipa B, na taça de Espanha fez vítimas como o Atlético de Bilbao, o Hércules, a Real Sociedad, ou o Sporting de Gijón, equipas que nessa temporada militavam no principal escalão espanhol. Claro, que o pagode dos miúdos do Castilla acabou na final – disputada em pleno Santiago Bernabéu – ante os graúdos da equipa principal do Real Madrid. Doutra forma não podia (?) ser, claro. Mas na retina ficou essa façanha inédita no Planeta da Bola protagonizada por miúdos como Agustín, Chendo, Gordillo. Pineda, entre outros que fariam carreira no plano internacional com as cores quer do Real Madrid (A), quer com o manto sagrado da seleção espanhola.
Ora, e voltando ao início da nossa história, esse feito assegurou-lhes o bilhete para a edição da época seguinte da Taça das Taças, pelo facto de a “casa mãe”, isto é, o Real Madrid A, ter sido também campeão nacional e como consequência tido o direito de disputar a Taça dos Campeões Europeus (TCE).
O adversário? Um cavaleiro inglês que vivia dias de penúria!
E quis o destino que na sua aventura europeia o Castilla se cruzasse com um cavaleiro do futebol inglês a viver então na penumbra, o West Ham United. O popular emblema londrino atuava há três temporadas consecutivas na 2.ª Divisão inglesa, e esta sua aparição nas provas uefeiras devia-se ao facto de contra todas as previsões ter vencido em 79/80 a Taça de Inglaterra às custas do vizinho Arsenal. Apesar de militarem no segundo escalão inglês, os Hammers tinham um plantel recheado de bons valores e com vasta experiência nos retângulos de jogo, casos do histórico capitão Billy Bonds, de Frank Lampard (pai), ou de Trevor Brooking. Do outro lado estava um Castilla muito jovem, ou não fossem as equipas B o espaço ideal para os jovens que saem da formação dos clubes darem os primeiros passos no futebol sénior. Mesmo assim havia muita qualidade num plantel treinador por Juanjo Garcia, o homem que tinha encabeçado na época anterior o feito de atingir a final da Copa del Rey. Mas este foi apenas um dos méritos deste treinador, como veremos mais adiante. E a prova de que o Real Madrid/Castilla tinha de facto qualidade ficou bem patente na 1.ª mão da 1.ª eliminatória com o West Ham, disputada no Santiago Bernabéu perante 40.000 pessoas. Números impensáveis hoje em dia quando falamos de um jogo de uma equipa B. 3-1, venceu o Castilla, com golos de Paco, Balín e Cidón, num jogo de dupla má memória para os ingleses. Por outras palavras, não só perderam este primeiro encontro, como viram os seus adeptos que viajaram para Madrid fazerem uma figura triste na sequência de violentos confrontos com a polícia e adeptos locais (dentro e fora do estádio), entre outras cenas lamentáveis, como arrancar e arremessar as cadeiras das bancadas, ou urinar em praça pública. Era esta a pobre imagem que o futebol inglês dava no exterior no que a adeptos dizia respeito, e que viria a ter consequências mais graves quatro anos volvidos numa fatídica tarde em Bruxelas – na célebre final da TCE de 85.
Como
consequência destes atos de vandalismo, a UEFA decretou que o jogo da 2.ª mão
em Londres seria disputado à porta fechada. Foi a primeira vez na história que
o organismo que tutela o futebol europeu castigou desta forma um clube em face
do comportamento dos seus adeptos. Ora, com uma vantagem de dois golos na
bagagem, e sem os sempre frenéticos e ruidosos adeptos ingleses contra, a
tarefa do Castilla em passar a eliminatória parecia assim facilitada. Mas não
foi bem assim. Num Upton Park às moscas – onde apenas se ouviam as instruções
dos treinadores e o barulho da bola a ser pontapeada pelos jogadores –, o West
Ham United foi muito superior no primeiro tempo, e como consequência saiu para
o intervalo a vencer por 3-0 e com a eliminatória na mão perante um Castilla
muito nervoso no futebol jogado. No descanso, Juanjo puxou as orelhas aos seus
meninos, que no segundo tempo melhoraram a sua performance e reduziram para
1-3, obrigando a que se disputassem mais 30 minutos de futebol suplementar. O nervosismo
voltou a tomar conta dos jovens merengues neste que seria rotulado para sempre
como o Ghost Match (jogo fantasma) por toda a situação envolvente atrás
descrita. Nervosismo que seria aproveitado pelo emblema londrino para fazer
mais dois golos, de nada valendo o facto de o Castilla a determinada altura do
prolongamento ter arriscado jogar com três avançados em cunha, de modo a tentar
desmoronar a veterana defesa inglesa. A juntar ao nervosismo, alguma falta de
sorte também se apoderou dos jovens madrilenos, que construíram diversas
oportunidades para sair do Upton Park com outro resultado que não a derrota por
5-1 e a consequente eliminação.
Uma imagem do Ghost Match |
Valeu, contudo, esta experiência inédita no futebol global. Quanto ao futuro do Castilla, este continuou a deslumbrar internamente os adeptos do Belo Jogo, tendo pouco tempo depois o técnico Juanjo formado outra notável geração de futebolistas que viria a servir com êxito o Real Madrid nos finais da década de 80 e toda a década de 90. Uma geração que ficaria eternamente conhecida como a Quinta del Buitre, e que era composta por lendas como Butragueño, Michel, Martín Vásquez, e Pardeza.
Na zona central do Museu CR7, guardadas religiosamente em pequenas vitrinas adornadas com alta tecnologia, estão as medalhas que o futebolista arrecadou ao longo de mais de 20 anos de uma brilhante carreira internacional.