Meias-finais
França - Israel: 1-2
Golos: Virginius / Kancepolsky, Touré (a.g.)
Contra todas as previsões favoritos franceses caem de forma surpreendente aos pés dos israelitas...
Meias-finais
França - Israel: 1-2
Golos: Virginius / Kancepolsky, Touré (a.g.)
Contra todas as previsões favoritos franceses caem de forma surpreendente aos pés dos israelitas...
Meias-finais
Inglaterra - Itália: 2-1
Golos: Scott, Quansah / Miretti
Reviravolta na etapa complementar coloca britânicos na final...
Grupo B / 3.ª jornada
Áustria - Sérvia: 3-2
Golos: Querfeld (2), Wallner / Lazetic, Ratkov
Austríacos acabam com sonho sérvio de avançar no Europeu...
Grupo B / 3.ª jornada
Israel - Inglaterra: 0-1
Golo: Delap
Derrota com sabor a vitória a Israel que assim avança paras as meias-finais...
Grupo A / 3.ª jornada
Roménia - Eslováquia: 0-1
Golo: Griger
Despedida em beleza dos anfitriões com um golo apontado em horas extras...
Grupo A / 3.ª jornada
França - Itália: 4-1
Golos: Tchaouna (2), Da Silva, Arconte / Volpato
Estes pequenos gauleses jogam mesmo muito!!!...
Grupo B / 2.ª jornada
Inglaterra - Sérvia: 4-0
Golos: Scarlett (2), Chukwuemeka, Jebbison
Seleção dos Três Leões carimba passagem à fase seguinte com um poker...
Israel - Áustria: 4-2
Golos: Abed, Lugasi, Madmon, Gluh / Jasic, Demir
Israelitas dão passo importante rumo a uma inédita presença nas meias-finais de um Euro de sub-19...
Grupo A / 2.ª jornada
Eslováquia - Itália: 0-1
Golo: Ambrosino
Anfitriões foram teimosos na hora de dizer adeus à fase seguinte do seu Euro...
Grupo B / 1.ª jornada
Inglaterra - Áustria: 2-0
Golos: Chukwuemeka, Devine
Com classe a jovem armada britânica resolveu o quebra-cabeças austríaco...
Grupo B / 1.ª jornada
Sérvia - Israel: 2-2
Golos: Lazetic, Lekovic / Gloukh, Ibrahim
Israelitas vestiram o fato de underdogs perante favoritos sérvios que só nos descontos salvaram um ponto...
Grupo A / 1.ª jornada
Itália - Roménia: 2-1
Golos: Baldanzi, Volpato / Andronache
Jovem prodígio (Volpato) da Roma acaba com resistência dos duros romenos...
Grupo A / 1.ª jornada
Eslováquia - França: 0-5
Golos: Virginius (2), Bonny (2), Tchaouna
Manita francesa ensombrou estreia dos anfitriões...
Em 1987 Chaves e o interior de Portugal entram no mapa do futebol europeu |
Vem
isto a propósito de um jogo que ficou para a história não só desta região como
de todo o interior do nosso país, já que até aos dias de hoje nunca mais a Velha Europa do Futebol teve como palco
o muitas vezes esquecido interior português. Este encontro foi o capítulo
principal de uma caminhada europeia também ela histórica, atendendo a que
estávamos perante um clube que cumpria somente a sua terceira temporada ao mais
alto nível do futebol luso, ou seja, a 1.ª divisão. Chegar a uma competição
europeia ao fim de apenas duas épocas de contacto com os chamados grandes do
futebol português é obra, e mais ainda se chegados ao palco europeu, sem
qualquer tipo de experiência nestas andanças, conseguir superar uma
eliminatória e vender muito cara a derrota na ronda seguinte. Um feito ao alcance
de poucos clubes, sendo uma dessas raras e (hoje) históricas exceções é o Grupo
Desportivo de Chaves.
O "onze" do Chaves que em Trás-os-Montes defrontou e venceu o Craiova |
O forte plantel do Universitatea de Craiova em 87/88 |
O
batismo europeu do Chaves aconteceu em solo romeno, depois de 24 horas de
viagem (!) e debaixo de uma temperatura escaldante de 45 graus (!), mas que
mesmo assim não sufocou os portugueses, que em Craiova venderam caro a derrota
por 2-3, e onde até estiveram a vencer por 2-0.
Nada
estava perdido, muito pelo contrário, e ainda faltavam 90 minutos no Municipal
de Chaves, e já se sabe que "para lá
do Marão, mandam os que lá estão". E assim foi.
Vermelhinho foi um diabo à solta no Municipal |
No
livro "40 Anos de Vida do Grupo
Desportivo de Chaves", da autoria de António Saldanha, e Álvaro
Coutinho, conta-se como os flavienses deram a volta à eliminatória. «Com Vermelhinho em plano de grande brilho,
o Desportivo de Chaves conseguiu no seu estádio dar a volta ao resultado da
primeira mão e anular a desvantagem que trazia da Roménia. Não foi um triunfo
fácil, mas os flavienses mereceram inteiramente o desfecho favorável da
partida, prosseguindo assim nesta que pode ser uma aventura maravilhosa na Taça
UEFA», pode ler-se no livro.
Vermelhinho,
um dos nomes mais sonantes daquele plantel do Chaves comandado por Raul Águas,
um homem que em Trás-os-Montes vivia a sua primeira experiência como treinador
após pendurar as chuteiras de jogador, precisamente com a camisola azulgrana do Desportivo flaviense. Vermelhinho
era com toda a certeza o jogador mais experiente dos transmontanos em matéria
de competições europeias, já que na temporada anterior havia-se sagrado campeão
europeu ao serviço do FC Porto, clube este que agora o cedia por empréstimo
durante uma temporada ao Desportivo.
Mais um lance de perigo para a baliza de Lung |
Mas
voltando a um jogo onde "Vermelhinho
jogou, fez jogar e marcou", como salientaram os autores do atrás
citado livro que conta parte da história do clube, para dizer que o Municipal
de Chaves cedo explodiu de alegria, já que «aos
cinco minutos e quando o público não estava ainda perfeitamente instalado nos
seus lugares, o Desportivo abriu o ativo. Foi na sequência de um canto do lado
direito do seu ataque. A bola foi parar aos pés de Slavkov que abriu uma brecha
por entre os defesas e abriu a contar». Estavam decorridos somente cinco
minutos de um encontro que havia iniciado com bastante vivacidade, onde desde o
apito inicial do norte irlandês Oliver Donnelly o Chaves deu indicações de que
queria marcar golos.
«Após o tento
inaugural o Chaves baixou o seu ritmo, com a partida a conhecer um período de
alguma monotonia, muito embora coubessem sempre aos donos da casa as melhores
ocasiões para marcar». A título de exemplo, mais uma endiabrada jogada de
Vermelhinho, que aos 36 minutos «isolou-se
frente ao guarda-redes Lung, mas disparou de forma a permitir a defesa do seu
antagonista, que tapou bem o ângulo de remate».
«No período
complementar o Chaves reapareceu determinado, pressionando o adversário, com
Vermelhinho a falhar por um triz dentro de área, aos 53 minutos, e Slavkov a
atirar junto ao poste, aos 54, em duas jogadas de bom recorte técnico. O 2-0
surgiu aos 62 minutos, por intermédio de Vermelhinho, num remate cruzado dentro
de área e depois de uma desmarcação em jogada de entendimento com Serra».
O
segundo golo flaviense foi protestado pelos romenos, que alegaram junto do
árbitro britânico um hipotético fora de jogo, que não viria a ser assinalado e «estava feito o segundo golo dos locais e se
já antes havia otimismo, neste momento ninguém presente no Municipal acreditou
que a eliminatória pudesse ser perdida».
Porém,
os romenos reagiram e levaram então algum perigo à baliza de Padrão, cuja
inspiração ajudou e muito a segurar o triunfo. A defesa flaviense esteve à
semelhança do seu guarda-redes muito segura, cometendo poucos erros, sendo que
uma das raras exceções aconteceu ao minuto 83, altura em que o Universitatea de
Craiova apontou o seu golo. «Num canto, Ghita
saltou melhor que os defesas do Chaves e atirou para o fundo das malhas. Tudo
tentaram os romenos para marcar mais um golo, mas os flavienses sacudiram muito
bem a pressão e conseguiram assim passar à segunda fase da prova que, diga-se,
merecida».
Se
alguns jornais destacavam as exibições de Vermelhinho, Jorginho e Gilberto como
a chave para este êxito, outros órgãos de comunicação referiam que o segredo
desta vitória e consequente passagem à 2.ª eliminatória da Taça UEFA foi o
coletivo.
O
sonho europeu dos flavienses terminou precisamente na segunda ronda, ao serem
batidos pelos húngaros do Honved, com uma derrota em solo português, por 1-2, e
por 3-1 em Budapeste.
Mas
para a histórica fica mesmo a vitória dos flavienses diante do Craiova cuja
ficha técnica foi a seguinte:
Estádio
Municipal de Chaves. Árbitro: Oliver Donnelly (da Irlanda do Norte).
Desportivo
de Chaves: Padrão, Cerqueira, Garrido, Jorginho, Serra, Gilberto, Radi,
Diamantino, David, Vermelhinho e Slavkov. Treinador: Raul Águas. Substituições:
Júlio Sérgio entrou para o lugar de Slavkov aos 63 minutos, e Vicente entrou
para o lugar de Radi aos 84 minutos.
Universitatea
de Craiova: Silviu Lung, Gheorghe Popescu, Adrian Popescu, Nicolae Negrila,
Emil Sandoi, Vasile Manaila, Marian Rada, Pavel Badea, Gheorghe Ciurea, Ion
Geolgau e Viorel Vancea. Treinador: Constantin Otet. Substituições: Ao
intervalo Nicolae Ghita entrou para o lugar de Gheorghe Ciurea, e aos 68
minutos Mircea Irimescu entrou para o lugar de Ion Geolgau.
ENTREVISTA COM JÚLIO SÉRGIO, QUE RECORDA:
A «LOUCURA TOTAL» VIVIDA EM CHAVES PELA VITÓRIA ANTE OS ROMENOS
Ele foi um dos homens que ajudou a escrever esta história com sotaque de Trás-os-Montes. Não só participou neste jogo como também viveu o início do "conto de fadas" flaviense no mais alto escalão do futebol português, já que a sua primeira época em Chaves coincidiu com a estreia do Desportivo na 1.ª divisão, em 85/86. Com formação feita no FC Porto, este médio vivenciou no emblema azulgrana os seus primeiros dias de glória no futebol sénior. Aquando da vitória sobre o Universitatea de Craiova ele tinha apenas 22 anos, tendo vivido a sua primeira experiência europeia ao nível de clubes, após ter entrado na segunda parte para o lugar de Slavkov. Nesta entrevista ele recorda-nos não só esta sua experiência como também este momento que faz parte da história do Grupo Desportivo de Chaves. Sem mais demoras passemos à conversa com Júlio Sérgio.
Júlio Sérgio |
Júlio
Sérgio (JS): Naturalmente que não, mentiria se dissesse que iríamos construir
um marco histórico no panorama futebolístico nacional.
MVF: Qual foi o segredo que esteve na base deste sucesso, isto é, para terem alcançado tão boas classificações nas duas primeiras temporadas de 1.ª divisão que vos iriam conduzir até à Taça UEFA?
JS: Tínhamos um grupo muito unido
com jogadores que queriam aparecer e mostrar o seu valor, além que o facto de
vivermos com as famílias perto uns dos outros fortalecia a nossa união. Até nos
treinos havia competição (saudável) nas equipas formadas para disputar as
peladinhas, havia a equipa de baixo e a equipa de cima. Como nos divertia-mos.
MVF: Para uma região que até então era órfã das grandes tardes/noites europeias este feito pode ser considerado ainda mais épico...
JS:
Sim claro que sim, estávamos a transportar o nome de uma região que até então
era desconhecida e que se tornou numa das melhores regiões de Portugal.
MVF: Chegados à temporada de estreia na Taça UEFA, e assim que o sorteio ditou que o Universitatea de Craiova iria ser o vosso oponente, qual foi a primeira coisa que vos passou pela cabeça?
JS:
Não ia ser fácil, mas o transmontano não desiste e sabíamos do nosso potencial.
MVF: O facto de o clube ser oriundo de uma região isolada num Portugal que tinha acabado de entrar na CEE assustou-vos na hora de jogar com uma equipa de um país (Roménia) que dava cartas no futebol europeu de então?
JS:
Assustar não, mas tínhamos respeito por uma das melhores equipas da Europa na
época. Mas não tínhamos nada a perder e havia toda uma região a precisar de
nós.
Raul Águas, o timoneiro do Chaves europeu |
JS:
Conhecíamos o clube, mas pouco sabíamos acerca deles. Mas tínhamos o nosso
chefe (mister) que sabia muito de futebol e nos guiava em todos os momentos.
MVF: E como é que as gentes de Chaves, de toda aquela região, viveram esta experiência europeia?
JS:
Loucura total, foi indescritível o quanto fomos acarinhados e o quanto essa
gente viveu o momento.
MVF: A derrota em Craiova esmoreceu-vos, ou pelo contrário, sentiram que em Chaves iriam fazer jus ao velho chavão transmontano "para lá do Marão mandam os que lá estão" e iriam eliminar os romenos?
JS:
Usámos em muitos jogos esse chavão, mas, pelo que tínhamos feito no primeiro
jogo sentimos que era possível tornar o sonho realidade e passar a eliminatória.
MVF: Começou o encontro da segunda mão no banco, entrando na segunda parte, e pergunto-lhe como é que viveu as emoções deste jogo tão de perto?
JS:
Eram muitas e desgastantes, mas sobretudo a sensação de que era possível passar
a eliminatória superava isso tudo.
MVF: Quando entrou no segundo tempo que indicações lhe deu Raul Águas?
JS:
Em relação a conversa com o Raul sinceramente não me lembro do ele me
disse. Mas o Raul sempre que eu ficava
no banco e entrava era muito pragmático ao dizer-me "vais entrar e conto
contigo para ganhar o jogo", ou se estivéssemos a ganhar queria que eu
controlasse os tempos de jogo. Era muito moralizador.
MVF: Como se pode explicar a vitória do Chaves neste encontro e a consequente passagem da eliminatória, por outras palavras, qual foi o segredo deste triunfo?
JS:
União. Essa é a explicação para tanto sucesso e principalmente para esse
triunfo ante os romenos.
MVF: Houve festa no balneário depois desta vitória, por certo...
JS:
Claro, nestas ocasiões e depois de saltos abraços ...só queríamos ir para fora
do estádio, pois sabíamos que tínhamos os flavienses a querer festejar
connosco.
MVF: E Raul Águas, de que forma vos motivou para este encontro, e o que vos disse depois desta vitória?
JS:
Sinceramente não posso dizer, mas uma coisa é certa, o Raul é um homem que sempre
nos tratou quase como colegas, a motivação dele era diária, e nesse jogo além de
se rir muito deu-nos os parabéns. Não sabia ser diferente.
Houve festa rija na capital do Alto Tâmega |
JS:
Eu ter falhado um penalti no jogo da primeira mão em casa, pois talvez se
tivesse concretizado haveria mais hipóteses de passarmos. A falta de traquejo
europeu da equipa também explica o facto de termos sido eliminados pelo Honved.
MVF: Esteve quatro temporadas consecutivas em Chaves, precisamente o período de estreia na 1.ª divisão e na Taça UEFA. Como é que caracteriza aquele grupo que ajudou a cimentar o Chaves como um clube não só de dimensão nacional como o principal emblema de uma região (Trás os Montes)?
JS: Uma família, desde o presidente, aos diretores, massagistas, médicos, roupeiro, motorista. todos eram fenomenais. Depois nós, jogadores, comíamos todos no mesmo restaurante, viajávamos todas as semanas para Chaves juntos, fazíamos férias com a família juntos, vivíamos todos no mesmo prédio, e em dias de folga jogávamos as cartas juntos (com o mister), e sabíamos que havia uma região por trás de nós que tínhamos de pôr no mapa nacional. Foi uma experiência incrível.
Mas
voltando ao cetro regional arrecadado pelos salgueiristas nessa temporada, para
a história desta temporada ficam mesmo os nomes dos atletas que estiveram na
génese deste êxito: Lino, Santos, Emílio, Xavier, Couteiro, Machado,
Augusto, Sampaio, Mesquita, Almeida e Abrahão.
Benfica campeão de Lisboa em 1918 |
A equipa do Marítimo que em 1916/17 conquistou o primeiro Campeonato Regional da Madeira |
Harry Hinton |
Mas
voltando à AFM, para dizer que após ter sido fundada esta rapidamente se coloca
em ação para organizar o primeiro campeonato regional, à semelhança do que
acontecia nas principais urbes portugueses.
Foram
pois oito os clubes da ilha que deram vida a esse primeiro Campeonato da
Madeira, a saber o Clube Sport Marítimo, o Club Sports da Madeira, o União
Futebol Clube, o Sporting Grupo do Funchal, o Grupo Desportivo Nacional, o Grupo
Desportivo Insulano, o Futebol Clube Madeirense, e o Grupo Sportivo
Internacional.
O
triunfo coube aos maritimistas, fundados sete anos antes, por gente ligada ao
mar, a 20 de setembro de 1910, e que conquistava desta forma o primeiro troféu
da sua história. E para essa história ficam os nomes dos campeões regionais da
Madeira de 16/17: José Rodrigues Barrinhas, José Pimenta, João da Motta, Carlos
Rodrigues, Guilherme Fernandes, José de Souza, Francisco Vieira, Luiz de
Gouveia, António de Castro, Cornelio da Silva e Albin Jud.
Final
França - Países Baixos: 2-1
Golos: Kumbedi (2) / Slory
Lateral-direito Kumbedi foi o herói improvável do terceiro título europeu de sub1-7 de Les Blues...