domingo, janeiro 30, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (24)...

Grupo D / 3.ª jornada

Azerbaijão - Bósnia e Herzegovina: 4-2

Golos: Bolinha, Borges, Vilela, Gallo / Radmilovic, Kahvedzic

Vitória com sabor a despedida para azeris com (pouco) samba nos pés...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (23)...

Grupo D / 3.ª jornada

Geórgia - Espanha: 0-8

Golos: Fernandéz (2), Lozano, Torres, Chino, Solano, Todua, Morales

La Roja puxa dos galões para esmagar a já qualificada Geórgia...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (22)...

Grupo C / 3.ª jornada

Eslováquia - Croácia: 5-3

Golos: Smericka (2), Drahovsky (2), Kozar / Postruzin, Horvat, Jelovcic

Contra todas as previsões eslovacos batem favoritos croatas e alcançam inédita presença nos quartos-de-final...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (21)...

Grupo C / 3.ª jornada

Rússia - Polónia: 5-1

Golos: Chiskhala (2), Milovanov, Davidov, Sokolov / Leszczak

Russos garantem lugar mais alto do grupo em mais um recital de bom futsal...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (20)...

Grupo B / 3.ªjornada

Eslovénia - Finlândia: 1-2

Golos: Hozjan / Jyrkiainen, Savolainen

Finlandeses surpreendem a Europa do futsal ao alcançar os quartos-de-final em ano de estreia...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (19)...

Grupo B / 3.ª jornada

Cazaquistão - Itália: 4-1

Golos: Orazov (2), Valiullin, Douglas Jr. / Nicolodi

Cazaks atiram poderosa Itália para fora do Euro...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (18)...

Grupo A / 3.ª jornada

Países Baixos - Sérvia: 2-3

Golos: Martins, Rakic (p.b.) / Rajcevic, Rakic, Sotjcevski

Já eliminada Sérvia acaba com o sonho dos anfitriões em avançar no Euro...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (17)...

Grupo A / 3.ªjornada

Portugal - Ucrânia: 1-0

Golo: Zicky Té

Portugal faz o pleno de vitórias e acaba no topo do grupo...

quinta-feira, janeiro 27, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (16)...

Grupo D / 2.ª jornada

Espanha - Azerbaijão: 2-2

Golos: Gómez, Lozano / Atayev, Lozano (p.b.)

Empate complica as contas dos favoritos espanhóis...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (15)...

Grupo D / 2.ª jornada

Bósnia e Herzegovina - Geórgia: 1-2

Golos: Kahvedzic / Feitosa, Petry

Caloira Geórgia surpreende tudo e todos e já está na fase seguinte...

quarta-feira, janeiro 26, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (14)...

Grupo C / 2.ª jornada

Polónia - Eslováquia: 2-2

Golos: Kriezel, Holy / Sevcik, Drahovsky

Empate deixa polacos e eslovacos em maus lençóis na corrida pelos quartos--de-final... 

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (13)...

Grupo C / 2.ª jornada

Croácia - Rússia: 0-4

Golos: Antoshkin (2), Paulinho, Chishkala

Russos voltam a golear e apuram-se desde logo para a fase seguinte...

terça-feira, janeiro 25, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (12)...

Grupo B / 2.ª jornada

Finlândia - Cazaquistão: 2-6

Golos: Hosio, Korpela / Orazov (2), Knaub (2), Higuita, Valiullin

Cazaks atropelam finlandeses e dão passo de gigante rumo à fase seguinte...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (11)...

Grupo B / 2.ª jornada

Itália - Eslovénia: 2-2

Golos: Nicolidi, Merlim / Hozjan, Merlim (p.b.)

Experiente Itália continua a marcar passo... 

segunda-feira, janeiro 24, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (10)...

Grupo A / 2.ª jornada

Sérvia - Ucrânia: 1-6

Golos: Tomic / Zvarych (2), Abakshin, Cherniavskyi, Korsun, Vasic (p.b.)

Ucrânia emenda falso arranque com goleada ante uma Sérvia que diz adeus ao Euro...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (9)...

Grupo A / 2.ª jornada

Portugal - Países Baixos: 4-1

Golos: Pany Varela (2), Afonso Jesus, Saadouni (p.b.) / Bouyouzan

Campeões da Europa em título abrem a porta dos quartos-de-final...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (8)...

Grupo D / 1.ª jornada

Espanha - Bósnia e Herzegovina: 5-1

Golos: Ortiz (2), Gómez, Campos, Lozano / Bokovic

La Roja não perde tempo a mostrar credenciais à conquista do título...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (7)...

Grupo D / 1.ª jornada

Geórgia - Azerbaijão: 3-2

Golos: Elisandro, Sebiskveradze, Feitosa / Vilela (2)

Georgianos não poderiam pedir melhor estreia na fase final de um Europeu!...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (6)...

Grupo C / 1.ª jornada

Polónia - Croácia: 1-3

Golos: Holy / Horvat, Sekulic, Jelovcic

Sem surpresa croatas puxam dos galões para entrar no Euro com o pé direito...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (5)...

Grupo C / 1.ª jornada

Rússia - Eslováquia: 7-1

Golos: Antoshkin (3), Sokolov (2), Robinho, Milovanov / Kozar

Czars russos ainda apanharam um susto mas depois abalroaram os frágeis eslovacos...

sexta-feira, janeiro 21, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (4)...

Grupo B / 1.ª jornada

Itália - Finlândia: 3-3

Golos: Matos (2), Nicolodi / Alamikkkotervo (2), Autio

Estreantes finlandeses causam surpresa ao travar a experiente Squadra Azzurra... 

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (3)...

Grupo B / 1.ª jornada

Cazaquistão - Eslovénia: 4-4

Golos: Douglas Jr. (2), Orazov, Tokayev / Totoskovic, Fidersek, Ceh, Turk

Tanto equilíbrio só podia dar em empate... 

quinta-feira, janeiro 20, 2022

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (2)...

Grupo A / 1.ª jornada

Países Baixos - Ucrânia: 3-2

Golos: Saadouni, Attaibi, Bouzambou / Zvarych, Shoturma

Anfitriões provocam a primeira grande surpresa do Euro...

Europeu de Futsal/Países Baixos 2022 (1)...

Grupo A / 1.ª jornada

Sérvia - Portugal: 2-4 

Golos: Prsic (2) / Pauleta, Pany Varela, Afonso Jesus, Tomás Paçó

Campeão da Europa arranca defesa do título com vitória...

segunda-feira, janeiro 10, 2022

Copa América (7)... Uruguai 1923

Uruguai, campeão das américas em 1923
Indiscutivelmente a melhor seleção sul-americana dos anos 20, o Uruguai preparava-se no início desta década do século passado para expandir a sua arte futebolística ao resto do planeta. Estávamos por estes dias em 1923, a precisamente um ano de distância dos Jogos Olímpicos de Paris, onde os uruguaios alcançaram a eternidade, não só pelo triunfo no torneio olímpico, mas, sobretudo, porque apresentaram ao resto do Mundo um futebol deslumbrante como até então ninguém havia visto.

Mas para chegar à Cidade Luz os magos sul-americanos tiveram, mais uma vez, de demonstrar a sua superioridade perante os seus vizinhos do continente em mais um Campeonato Sul-Americano. Torneio que neste ano cumpria a sua 7.ª edição.

O palco escolhido foi Montevideu, a capital do Uruguai que acolhia assim pela segunda vez a competição, depois de o ter feito em 1917, e com boas memórias para a seleção charrúa, que na altura venceu pela segunda vez consecutiva o troféu mais importante de seleções da América do Sul. Inicialmente, o Campeonato Sul-Americano de 1923 estava programado para o Paraguai. Contudo, a falta de infraestruturas desportivas existentes e as dificuldades económicas que a nação guarani passava, fizeram com que a sede mudasse para a maior cidade uruguaia.

A desoladora seleção do Brasil
O torneio de 1923 foi disputado entre os dias 29 de outubro de 2 de dezembro, contando com as participações da seleção da casa, da Argentina, do Paraguai e do campeão em título, o Brasil. O sistema da competição era semelhante aos anteriores campeonatos, isto é, todos contra todas numa só volta, sendo a equipa que somasse mais pontos aquela que se consagraria campeã. E tal como em edições anteriores, seleções houve que levaram a prova pouco, ou nada, a sério. Foi o caso do Brasil, que viajou para o Uruguai com uma equipa de segunda linha, já que os clubes de São Paulo e os principais emblemas do Rio de Janeiro não cederam os seus jogadores. Além de que brasileiros e uruguaios não viviam as melhores das relações por aqueles dias, estando as duas federações de costas voltadas devido a conflitos de arbitragens em confrontos anteriores. Houve até quem estivesse contra a ida de qualquer delegação canarinha a Montevideu, e quando se decidiu enviar a seleção houve quem se insurgisse contra isso na Câmara dos Deputados!  

Também a Argentina atravessava o Rio da Prata sem os seus melhores futebolistas de então, tudo porque equipas como River Plate, Independiente, Racing e San Lorenzo não mostraram grande interesse em dispensar os seus atletas para a competição.

Por seu turno, o Uruguai, apesar de jogar em casa, também estava dividido. Isto, porque os seus principais clubes, o Nacional e o Peñarol, lideravam organismos diferentes que por aqueles dias tentavam controlar o futebol do país. Os primeiros lideravam a Associación, ao passo que os segundos controlavam a Federación. Como o que estava filiado na FIFA era o primeiro organismo, a base da seleção desse ano foi a equipa do Nacional, à qual se juntaram alguns atletas de clubes menores, como o Lito, o Belgrano, o Charley, ou o Club Bella Vista. Porém, desenganem-se os leitores que pensem que destes pequenos emblemas foram recrutados jogadores menores. Nada disso. Do Club Bella Vista, por exemplo, despontou naquela seleção nada mais nada menos do que um tal de José Leandro Andrade, de quem já aqui falamos em múltiplas ocasiões. Também deste clube surgiu José Nasazzi, que começou o seu legado de lenda do futebol charrúa neste campeonato sul-americano.

Vendaval de golos a abrir

Aguirre
O mítico Parque Central, casa do Nacional, acolheu todos os encontros deste campeonato, que abriu com um vendaval de golos protagonizados por argentinos e paraguaios. Venceram os primeiros por 4-3, com destaque para o atacante Vicente Aguirre, que atuava no Central Córdova, uma modesta equipa de Rosário, e que neste encontro apontou três dos quatro golos da albiceleste.

No dia 4 de novembro o Paraguai voltou a entrar em campo, desta feita para defrontar a equipa da casa. Diante 20.000 pessoas que lotaram o Parque Central, os charrúas só precisaram de 10 minutos para festejar o primeiro golo. Héctor Scarone foi o autor desse golo a favor dos uruguaios. No resto de jogo o Paraguai ofereceu grande resistência, a qual só seria quebrada a dois minutos do fim quando Pedro Petrone apontou o tento que confirmou a vitória da celeste.

Uma semana depois disputou-se o terceiro encontro deste campeonato, com o Brasil a entrar em campo ante o Paraguai. Com uma equipa composta por muitos estreantes nestas andanças internacionais, casos do guarda-redes Nélson da Conceição, de Pennaforte, Alemão, Mica, Nilo, Paschoal, Coelho, ou Amaro, o escrete sucumbiu aos pés dos guaranis por 1-0 (golo de Ildefonso López) e de pronto complicou as contas quanto a uma eventual revalidação do título de campeão das américas.

O definitivo adeus do Brasil a este torneio deu-se uma semana mais tarde quando defrontou a Argentina. Após uma primeira parte equilibrada, como comprovou a igualdade a um golo ao intervalo, os argentinos arregaçaram as mangas e a um quarto de hora do fim deram a machadada final no grupo orientado pelo treinador Francisco Bueno Netto, mais conhecido por Chico Netto.

Paraguai - Uruguai
Perante este quadro de resultados o encontro com os anfitriões não foi mais do que um mero cumprir de calendário para os brasileiros. Apesar de favorito o Uruguai só conseguiu chegar ao golo na segunda parte por intermédio de Pedro Petrone. Porém, e sem nada a perder ou a ganhar, a seleção brasileira mostrou-se corajosa e empatou a partida apenas três minutos volvidos por Nilo, ele que já havia marcado contra a Argentina. Reza a história que depois de bater o guardião Casella, Nilo desmaiou no terreno de jogo! A partir daqui a pressão uruguaia tornou-se intensa junto do último reduto brasileiro, e com apenas 15 minutos para jogar o Uruguai chegou ao segundo golo. Pedro Cea, lendário avançado do Nacional, desfez a igualdade. Brasil que neste jogo entrou em campo ostentando a bandeira uruguaia! Sinal de pazes entre as duas nações? Ficou a dúvida no ar.

Duelo do rio da Prata decide campeão

Um lance entre argentinos e uruguaios
Este quadro de resultados o derradeiro jogo da competição, entre Uruguai e Argentina, ganhava contornos de final, pois as duas equipas chegavam a este duelo com duas vitórias cada uma. E quem vencesse este terceiro encontro era por isso campeão!

E no relvado do Parque Central mais uma vez sobressaiu a classe de Pedro Petrone. Foi dele o golo que aos 30 minutos desbloqueou o nulo. Os locais mantiveram a vantagem praticamente até o final da partida, sendo que a dois minutos do fim, um contra-ataque permitiu a Pascual Somma selar a vitória uruguaia e chegar à quarta conquista do Campeonato Sul-Americano por parte da celeste desde a criação da prova em 1916.

Na condição de campeão da América do Sul o Uruguai ganhou o direito a participar nos Jogos Olímpicos do ano seguinte, cujo torneio de futebol era tão só a maior competição futebolística daquela época, em que, como se sabe, o Campeonato do Mundo da FIFA ainda não havia visto a luz do dia. E seria precisamente em Paris que os uruguaios alcançariam o patamar da imortalidade.

A figura: Pedro Petrone

A par do argentino Vicente Aguirre ele foi o melhor marcador deste Campeonato Sul Americano de 1923. Marcou em todos os encontros da celeste e foi preponderante na conquista do título. Aquando da realização da competição atuava no modesto Charley (de Montevideu) e fez a sua estreia pela seleção do seu país precisamente neste torneio diante do Paraguai. Nasceu a 11 de junho de 1905, na capital do Uruguai, mais concretamente no Bairro la Comercial. Aos 15 anos já era a estrela maior do hoje desaparecido Charley de Montevideu, devido ao seu enorme poder de fogo, ou por outras palavras, talento para o golo. A sua estreia pelo Charley foi inesquecível, já que no Parque Central, contra o Lito, o seu clube venceu por 4-0 com quatro golos seus.

Em 1924 e fruto da sua fenomenal performance nos Jogos Olímpicos de Paris, mudou-se para o gigante Nacional, onde permaneceu até 1931. Participou, a título de exemplo, na grande digressão europeia realizada pelo Nacional, na qual foi não só autor de 15 golos, mas também um dos principais jogadores em destaque.

Em 1931, Perucho, como era carinhosamente conhecido pelos inchas, muda-se para a Europa, onde em duas temporadas defendeu as cores da Fiorentina. Pelo seu passe os italianos pagaram na altura a fortuna de 30.000 liras! Em Itália não foi muito feliz, perdeu alguma da velocidade que o caracterizava na América do Sul, mas ainda assim na sua primeira época marcou 25 golos em 27 jogos, vencendo juntamente com Angelo Schiavio, do Bologna, o título de artilheiro da Série A. Divergências com o treinador da equipa viola, Hermann Felsner, fizeram com que o atacante uruguaio voltasse em 1933 a casa para jogar uma temporada pelo Nacional, onde apontou 30 golos em 1930 e voltou a ganhar o título de campeão nacional, antes de terminar a sua carreira com apenas 28 anos. Ainda hoje o seu nome é recordado em todo o Uruguai, não só pelos golos que marcou mas por ter sido um dos principais nomes da maior geração de sempre do futebol uruguaio, a geração que aos títulos olímpicos de 1924 e 1928 juntou o ceptro de campeã do Mundo de 1930. Ele esteve nestas conquistas todas, ao serviço de uma seleção cujas cores defendeu em 29 ocasiões, tendo marcado 24 golos. Pedro Petrone é o seu nome.

Nomes e números:

29 de outubro de 1923

Argentina - Paraguai: 4-3

(Saruppo, 18; Aguirre, 58, 77, 86)

(Rivas, 10; Zelada, 50; Fretes, 759

 

4 de novembro de 1923

Uruguai - Paraguai: 2-0

(Scarone, 11; Petrone, 88)

 

11 de novembro de 1923

Paraguai - Brasil: 1-0

(López, 56)

 

18 de novembro de 1923

Argentina -  Brasil: 2-1

(Onzari, 11; Saruppo, 76)

(Nilo, 15)

Brasil entra em campo com a bandeira do Uruguai
 25 de novembro de 1923

Uruguai - Brasil: 2-1

(Petrone, 56; Cea, 75)

(Nilo, 58)

Lotação esgotada na "final" entre Uruguai e Argentina no Parque Central
 2 de dezembro de 1923

Uruguai - Argentina: 2-0

(Petrone, 28; Somma, 88)

 

Classificação:

1.º Uruguai: 6 pontos

2.º Argentina: 4 pontos

3.º Paraguai: 2 pontos

4.º Brasil: 0 pontos

sexta-feira, janeiro 07, 2022

Arquivos do Futebol Português (20)...


Com a criação da Associação de Futebol do Porto (AFP), em 1912, ficou desde logo ciente a necessidade da criação de uma prova chancelada por este organismo que conferisse um carater mais oficial, digamos assim, ao futebol que era jogado na Cidade Invicta. Claro que na altura era já disputada a Taça José Monteiro da Costa, que foi o primeiro campeonato, por assim dizer, realizado a norte do Rio Mondego, mas era um certame organizado por um clube, no caso o Football Club do Porto, e com a fundação da AFP urgia criar-se um campeonato regional à semelhança do que já acontecia na capital. 

É então que na temporada de 1913/14 acontece a primeira edição do Campeonato Regional do Porto, cujo pontapé de saída que seria dado a 4 de janeiro de 1914, no Campo do Bessa, a casa do Boavista, um dos emblemas que participou nessa edição inaugural a par dos vizinhos do FC Porto e do Leixões. Portistas que ao que parece estavam mais interessados em reconquistar o título de campeões na sua Taça José Monteiro da Costa do que no recém criado campeonato portuense, sendo que nesse jogo, realizado no Campo do Bessa, atuaram desfalcadíssimos de alguns dos seus melhores jogadores. FC Porto que, e abra-se aqui um parêntese, venceu a Monteiro da Costa desta temporada, numa final disputada em Coimbra, com a Académica, desforrando-se assim da surpreendente derrota com os estudantes na época anterior. Mas voltando ao primeiro encontro do Campeonato Regional do Porto, para referir que no Campo do Bessa os portistas evoluíram com um misto composto por habituais titulares e reservistas. Rezam no entanto as crónicas de então que apesar de «atuar desfalcadíssimo (o FC Porto) dominou a contenda, mas a falta de remate não lhe permitiu obter resultado favorável». A falta de remate e a tarde de verdadeira inspiração de... Cecil Wright, o inglês que os portistas cederam gentilmente aos boavisteiros, que ao que dizem fez intervenções... impossíveis, quiçá tentando mostrar - com algum sentimento de revolta à mistura - à casa mãe o erro que esta tinha cometido em autorizar a sua dispensa. Com a sua baliza bem segura e com um meio campo muito bem organizado sob a batuta de outro inglês, nesta caso Pye, o Boavista venceu o eterno rival por 2-1, dando assim o primeiro passo de uma caminhada que haveria de ser de glória.


Ainda longe de envergaram o tradicional - equipamento - xadrez  que os iria tornar populares não só em território nacional como em diversas paragens além fronteiras, os boavisteiros - que na época usavam camisola preta, calção branco, e meia preta (como mostra a primeira fotografia deste texto) - voltariam a entrar em campo no Regional da AFP a 25 de janeiro, dia em que receberam o frágil Leixões, a julgar pelo resultado de 9-0 com que os matosinhenses saíram do Bessa. Leixões que a 9 de fevereiro vendeu cara a derrota - caseira - diante do FC Porto por 2-3, fazendo desta forma com que o desafio alusivo à 4ª jornada, a realizar no Campo da Constituição entre portistas e boavisteiros, tivesse contornos de final, já que uma vitória - ou empate - dos visitantes dava-lhes praticamente o título de campeões, ao passo que um triunfo azul e branco relançava o interesse em redor da prova. O reduto do FC Porto encheu para presenciar o duelo do título, realizado a 1 de março, e ao que dizem as crónicas «renhido do princípio ao fim por duas equipas muito iguais». Os golos surgiram apenas na segunda parte, sendo o primeiro da autoria do boavisteiro Fernandes, na sequência de um pontapé de canto. Os portistas restabeleceram a igualdade por intermédio de Charles Allwood, não conseguindo traduzir em mais golos as suas restantes incursões à baliza de Cecil Wright, que mais uma vez foi a figura do jogo (!) ao defender quase tudo o que havia para defender. O guarda-redes do FC Porto emprestado ao Boavista segurou a preciosa igualdade a uma bola com que o jogo findou, e praticamente selou as contas do campeonato, que a 5 de abril encerraria com a definitiva consagração boavisteira no terreno do Leixões, traduzida em mais uma vitória - por números no entanto desconhecidos.


Com 7 pontos somados - contra apenas 5 do FC Porto - e um impressionante registo de 22 golos apontados e apenas dois sofridos o Boavista escrevia assim a sua primeira página de glória pela mão de imortais como Cecil Wright, A.Valente, Camposo, H. Valente, Nunes, Pye, Alvedos, Vasconcelos, Bastos, Reid, e Fernandes, os 11 heróis do título.

Contudo, a hegemonia dos campeonatos regionais do Porto pertenceria ao FC Porto, que, ao longo das 37 edições da prova, conquistou 33 títulos.

Primeira vitória de uma equipa portuguesa sobre um conjunto oriundo de Inglaterra

A sul pouco ou nada de novo a assinalar, a não ser a revalidação do título de campeão regional por parte do Benfica, pela terceira vez consecutiva, levando a melhor sobre CIF, Sporting, Cruz Quebrada, Lisboa FC e Império.

Contudo, há um facto a salientar nesta temporada no futebol lisboeta, ou seja, a vitória do Benfica sobre a forte equipa londrina do Ealing Football Club. Episódio acontecido em abril de 1914, altura em que a turma inglesa efetuou uma digressão por Portugal. Os britânicos haviam vencido os primeiros quatro jogos realizados em solo luso, nomeadamente ante o CIF (2-1), Benfica (3-0), de novo o CIF (também por 2-1) e os Inglesinhos de Lisboa (por 2-1). Ao quinto jogo caíram ante o Benfica por 1-0, naquela que foi a primeira vitória de um conjunto português sobre uma equipa oriunda de Inglaterra. Até então o saldo entre equipas lusas e inglesas era de nove jogos realizados... outras tantas derrotas averbadas.

quinta-feira, janeiro 06, 2022

Grandes Mestres do Jornalismo Desportivo (19)... Rebelo Carvalheira

Ele foi um dos bons jornalistas desportivos do seu tempo, convivendo com outros nomes consagrados que ajudaram a fazer de A Bola um nome de referência na imprensa desportiva nacional e internacional. Porém, a sua história é ainda hoje alvo de enigmas, muito devido ao seu trágico e misterioso desaparecimento do mundo terrestre. Descobrimos a sua história ao acaso, deambulando pelos caminhos virtuais da blogosfera, e achamos pertinente trazê-la para as nossas vitrinas, não só porque efetivamente se trata de um nome que merece ser evocado nos meandros do (bom) jornalismo, mas de igual modo porque a sua história é digna de dar vida a um guião de um qualquer filme que envolve um misterioso assassinato. Falamos de Manuel de Jesus Rebelo Carvalheira, ou simplesmente Rebelo Carvalheira, o seu nome profissional, que deu os primeiros passos da sua carreira jornalística em Angola. 

Nascido em Nine (Famalicão), o Recas, como também era conhecido pelos seus camaradas das andanças jornalísticas, viveu em Angola, tendo sido funcionário do Banco Comercial de Angola. Foi neste país onde terá sido "atacado" pelo bichinho do jornalismo, tendo trabalhado nos jornais ABC e Província de Angola, para além de ser correspondente de A Bola num país que na época era ainda um colónia portuguesa. Foi depois do 25 de Abril de 1974 que regressa a Portugal, a convite de Vítor Santos, para fazer parte de A Bola. Convite aceite e Rebelo Carvalheira tornou-se nos anos que se seguiram num dos grandes profissionais do famoso jornal da Travessa da Queimada. E é aqui que fazemos referência aos dois blogs/sites onde conhecemos com mais aprumo a história de Rebelo Carvalheira. No blog "ecosferaportuguesa", da autoria do não menos consagrado jornalista Gonçalo Pereira Rosa, escreve-se que Rebelo Carvalheira «era um jornalista tarimbado, daqueles que não falhavam serviços, que cumpriam sempre as missões. No Sporting, João Rocha respeitava-o e, normalmente, guardava para ele e para A Bola alguma informação exclusiva».

E foi precisamente o seu estilo de jornalista responsável que começou por levantar o mistério do desaparecimento do popular Recas. Tudo começou na madrugada de 3 de junho de 1984, quando o jornalista se despediu dos seus colegas da Travessa da Queimada. O também jornalista Carlos Alberto Alves, colega de Rebelo Carvalheira em A Bola, conta no seu site, www.portalsplishsplash.com, que nesse dia o achou «muito esquisito no jornal, pouco falava, ao invés do que era habitual». Carvalheira folgava no dia seguinte, estando destacado para no domingo, 5 de junho, fazer a cobertura de um Boavista - Salgueiros. Jogo este ao qual nunca chegou a comparecer, facto que deixou preocupado e ao mesmo tempo admirado o também jornalista Simões Lopes, que nesse dia estava no Estádio do Bessa a título particular (estava de folga) e notou a estranha ausência do colega Rebelo Carvalheira. 

Simões Lopes terá alertado Vítor Santos, em Lisboa, para este facto, levando a que o chefe de redação de A Bola informasse a polícia, horas mais tarde, para o estranho desaparecimento do jornalista, que não dava notícias desde a madrugada de 3 de junho. Gonçalo Pereira Rosa conta no seu blog que a polícia terá então arrombado na manhã de 6 de junho a porta do apartamento de Carvalheira, situado na Rua Carlos Mardel, tendo encontrado o jornalista morto! Fora agredido com uma garrafa de vidro no crânio, sendo que o resto do corpo mostrava sinais de agressões. «A perícia posterior apurou que o homicídio ocorrera provavelmente na própria sexta-feira. Os salpicos de sangue indiciavam uma luta feroz pela sobrevivência», conta ainda Gonçalo Pereira Rosa. Em quase 40 anos nunca se desvendou o mistério deste assassinato, especulando-se "aqui e ali" as razões do mesmo, como por exemplo, o facto de Rebelo Carvalheira saber muito acerca sobre um grupo organizado de tráfico de diamantes, segundo relata no seu site Carlos Alberto Alves. Mas tudo não passaram de boatos, e o que é certo é que Rebelo Carvalheira perdeu a vida aos 47 anos.

quarta-feira, janeiro 05, 2022

Lista de Campeões... Copa América de Futsal

Criada oficialmente em 1992 pela CONMEBOL a Copa América é a principal competição de futsal disputada na zona sul do continente americano. Antes, entre 1965 e 1989 existia já um torneio que reunia as melhores seleções da América do Sul, então denominado de Campeonato Sul-Americano de Futebol de Salão, e era disputado sob a égide da FIFUSA, mas só a partir do citado ano de 1992 passou a ser organizado pela confederação sul-americana sob a chancela da FIFA. No rol de campeões o Brasil lidera de forma amplamente destacada, já que em 12 torneios realizados venceu por 10 ocasiões. Aqui fica a lista de campeões da Copa América de Futsal.

Assunção (Paraguai) 2022 - Vencedor ARGENTINA
San Juan (Argentina) 2017 - Vencedor: BRASIL
Portoviejo (Equador) 2015 - Vencedor: ARGENTINA
Buenos Aires (Argentina) 2011 - Vencedor: BRASIL
Montevideo (Uruguai) 2008 - Vencedor: BRASIL
Assunção (Paraguai) 2003 - Vencedor: ARGENTINA
Foz de Iguaçu (Brasil) 2000 - Vencedor: BRASIL

Joinville (Brasil) 1999 - Vencedor: BRASIL

Joinville (Brasil) 1998 - Vencedor: BRASIL

São Leopoldo (Brasil) 1997 - Vencedor: BRASIL
Niterói (Brasil) 1996 - Vencedor: BRASIL
São Paulo (Brasil) 1995 - Vencedor: BRASIL
Aracaju (Brasil) 1992 - Vencedor: BRASIL