domingo, dezembro 30, 2007

Estrelas cintilantes (10)... Aldo Donelli

A nossa estrela cintilante de hoje foi um dos melhores futebolistas norte-americanos das décadas de 20 e 30 do século passado. O seu nome é Aldo Teo Donelli, um descendente de emigrantes italianos nascido a 22 de Julho de 1907, em Morgan, no Estado da Pennsylvania, nos Estados Unidos da América.
Popularmente conhecido como Aldo "Buff" Donelli, pela sua admiração pelo artista "Buffalo" Bill Cody, este jogador começou a sua brilhante carreira de futebolista aos 15 anos, no Morgan Strasser, clube que representou de 1922 a 1928 na Liga Amadora de Pittsburgh. Este avançado-centro jogou sempre como amador.
Mudou-se posteriormente, em 1929, para o Heidelberg, ajudando este clube a vencer (na temporada 1928/29) a US Amateur Cup, marcando cinco golos na final ante o Newark First Germans, cujo resultado final ficou em 9-0.
Além do soccer (futebol) Donelli praticou ainda futebol americano, actuando pela Duquesne University entre 1926 e 1929.
Nos princípios dos anos 30 quando defendia as cores de uma equipa de futebol da localidade de Curry foi seleccionado para representar a selecção dos Estados Unidos da América no Mundial de 1934, que decorreu em Itália.
Neste último país marcaria quatro golos no jogo de qualificação para a fase final do Mundial contra o México. Já na dita fase final da competição o combinado norte-americano enfrentaria a poderosa equipa da casa, a Itália, no Estádio do Partido Nacional Fascista, em Roma, tendo o resultado final cifrado-se num esmagador 7-1 a favor dos transalpinos, que como se sabe iriam sagrar-se pela primeira vez na sua história campeões do Mundo nesse Mundial. O tento de honra dos Estados Unidos da América no duelo ante a Itála seria apontado por Donelli, aos 57 minutos. Estes dois jogos seriam os únicos que Donelli faria pela selecção dos Estados Unidos.
Em 1935 ele jogou como convidado pelos New York Americans quando esta equipa fez uma digressão pelo México. De regresso aos Estados Unidos concentrou-se no futebol americano, tendo treinado as equipas dos Pittsburgh Steelers e dos Cleveland Rams, ambos da National Football League (principal campeonato de futebol americano dos Estados Unidos). Retirou-se definitivamente do futebol em 1944 quando actuou pelo Morgan Strasser na Open Cup final desse mesmo ano contra o Brooklyn Hispano. Em 1954 o seu nome foi incluido no National Soccer Hall (museu de futebol dos Estados Unidos da América). Morreria a 9 de Agosto de 1994, em Fort Lauderdale, na Florida.
Legendas das fotografias:
1- Aldo "Buff" Donelli
2- Selecção dos Estados Unidos da América entrando em campo para defrontar a Itália no Mundial de 1934

sábado, dezembro 22, 2007

Grandes lendas do futebol mundial (3)... Arthur Friedenreich - El Tigre do futebol

De novo na vitrina reservada aos grandes "deuses" da bola vamos hoje visitar o primeiro grande jogador da história do futebol brasileiro. Ele foi o antecessor de magos como Leónidas da Silva, Pelé, Garrincha, Zico, Romário, Ronaldo, até aos actuais Ronaldinho e Robinho na arte de encantar a multidão com uma bola nos pés. Falamos de Arthur Friedenreich.
Apesar do nome ser pouco português, Arthur Friedenreich nasceu em São Paulo, a 18 de Julho de 1892, filho de um comerciante alemão, de seu nome Óscar Friedenreich, e de uma lavadeira brasileira, de nome Matilde. Nasceu mulato e de olhos azuis. Aos 15 anos, de estatura magra, ágil, com pernas finas era já um verdadeiro craque da bola.
Como já referimos foi a primeira grande estrela do futebol brasileiro numa época em que o belo jogo era ainda puramente amador. Aprendeu a jogar à bola com uma bexiga de boi, pouco tempo depois de Charles Miller ter chegado ao Brasil (em 1894) com uma bola de futebol na bagagem, uma novidade para um país que com o passar dos anos se haveria de tornar na maior potência do futebol mundial.
Actualmente, são poucos, ou quase nenhuns, aqueles que se podem orgulhar de ter visto jogar Friedenreich, atleta que brilhou nas décadas de 10, 20 e 30 do século passado.
Fried (diminutivo pelo qual também era conhecido) começou a jogar futebol na sua cidade natal, São Paulo, mais precisamente no Germânia, passando depois para clubes como o Mackenzie, Ipiranga, Paulistano, São Paulo da Floresta, Payssandu, Atlético Santista, Internacional, Santos, Dois de Julho, Americano e Flamengo.
Começou a destacar-se pela imaginação, técnica, estilo e pela capacidade de improvisar. Em 1919 foi apelidado pelos uruguaios de "El Tigre" por ter encantado as multidões com o seu futebol arte na Copa América que nesse ano foi conquistada precisamente pelo Brasil comandado por Friedenreich.
Jogava como avançado-centro, e foi o inventor de novas e belas jogadas no na altura jovem futebol brasileiro, como o drible curto e a finta de corpo.
Foi campeão paulista em sete ocasiões, seis das quais ao serviço do Paulistano, e outra pelo São Paulo da Floresta (clube que anos mais tarde se viria a chamar São Paulo FC). Por oito vezes foi o melhor marcador do campeonato paulista, a maior parte delas envergando as cores do Paulistano.
Era considerado pelos cronistas da altura como um jogador inteligente dentro de campo, e talvez tenha sido o jogador mais objectivo da sua época. Parecia conhecer todos os segredos do futebol e sabia quando e como ia marcar um golo.
No ano de 1925, regressou da Europa (após uma digressão com o Paulistano) catalogado como um dos melhores jogadores do Mundo, depois de vencer por este clube nove dos dez jogos aí disputados.
Um dos seus mais incríveis feitos ocorreu em 1928, ano em que fez sete golos num único jogo diante do União da Lapa, batendo o recorde da época. Nesse jogo actuava pelo Paulistano e o resultado final foi de 9-0.
Terminou a sua carreira no Flamengo, em Julho de 1935, com 43 anos de idade. Depois de abandonar os relvados, viveu na pobreza um bom tempo até morrer no dia 6 de Setembro de 1969, numa casa cedida pelo São Paulo.

Ao serviço da selecção...

Friedenreich vestiu pela primeira vez a camisola da selecção do Brasil em 1912, num jogo amigável contra uma selecção paulista, realizado no Rio de Janeiro. O escrete brasileiro venceu por 7-0, com dois gols de Fried.
A sua despedida aconteceu em 1935, num jogo contra o River Plate, a 23 de Fevereiro, o qual o Brasil ganhou por 2-1. Friendenreich fez pela selecção principal 23 jogos e marcou 12 golos. Já na selecção de veteranos, em 1935, disputou 2 jogos e marcou 2 golos. No ano de 1914 ganhou o primeiro título do Brasil na história: a Taça Rocca.
A sua conquista mais importante com a camisola do Brasil foi, como já vimos, a conquista da Copa América de 1919.
O maior goleador de sempre?
Há uma dúvida que paira no ar quando falamos de Friedenreich, ou seja, será ele o maior goleador de todos os tempos? Há quem diga que sim e há quem diga que não. Uma dúvida que infelizmente não pode ser desfeita, já que existem poucos, ou mesmo nenhuns, dados que provem que Fried tem mais golos do que Pelé, que é, como se sabe, oficialmente considerado pela FIFA como o jogador que fez mais golos na história do futebol.
Para que o leitor possa conhecer um pouco melhor esta dúvida do futebol mundial apresentamos de seguida um texto escrito por Carlos Maranhão, intitulado de "Os 1239 golos de "El Tigre":
Uma dúvida terrivel desafia os raros historiadores do futebol brasileiro há quase meio século, quando a genialidade do grande Arthur Friedenreich começou a entrar num lento e patético processo de decadência que, anos depois, terminaria por levá-lo a se esquecer do seu próprio nome. Talvez a incerteza nunca venha a ser suficientemente esclarecida. Pois quem é capaz de provar, de modo irrrefutável, quantos golos marcou em sua carreira, que atravessou quatro décadas, esse bailarino mulato de olhos verdes, cabelos alisados e pés mágicos?
Ninguém, provavelmente. O registro de seus incontáveis golos - que se acredita terem ultrapassado de muito a barreira dos mil - foi levado por um caminhão de lixo da Prefeitura de Santos, em 1962, entre restos apodrecidos de comida, latas vazias e papéis inúteis. Perdido, portanto, para sempre.
Suas glórias e façanhas, que hoje poderiam fazer parte da memória da cultura nacional, transformaram-se então numa colecção de lendas fantásticas e numa antologia de histórias maravilhosas. Se houvesse meios de recuperar tais registros, Friedenreich sem dúvida se consagraria perante a posteridade como o maior jogador que o mundo conheceu antes do aparecimento de Pelé.
Dentro e fora do Brasil, no entanto, nao falta quem ainda lhe reconheça tamanha grandeza. No ano passado, por exemplo, uma respeitada obra de referência sobre o futebol - The Encyclopedia of World Soccer, editada nos Estados Unidos por Richard Henshaw - dedicou-lhe um espaço igual ao do argentino Alfredo Di Stefano e maior do que o do holandes Johann Cruijff, figuras obrigatórias em qualquer relação das principais estrelas do desporto neste século. Lá está a definição, com todas as letras: "Foi o maior artilheiro da história do futebol, com seus 1329 gols".
É uma imprecisão, infelizmente. A propagação do equívoco se deve a um pequeno deslize cometido pelo jornalista carioca João Maximo no apaixonante texto sobre Friedenreich que escreveu no livro "Os Gigantes do Futebol Brasileiro", publicado no Rio de Janeiro, em 1965. Ele assegurou, baseando-se nas pesquisas do veterano jornalista Adriano Neiva da Motta e Silva, o De Vaney, que Friedenreich teria marcado os 1329 golos, devidamente registrados na ex-CBD e reconhecidos pela FIFA.
Seria realmente um imbatível recorde mundial, mesmo porque Pelé completou a inalcançável marca de 1284 golos, esses sim, registrados e reconhecidos. Houve aí, além do mais, uma troca de algarismos. Segundo De Vaney, que em 55 anos de trabalho reuniu mais de 30 mil fichas sobre futebol - o que lhe permitiu, entre outras coisas, precisar o momento da marcação do milésimo gol de Pele' -, Friedenreich disputou 1329 jogos. E assinalou 1239 golos. De Vaney, pessoalmente, tem absoluta confiança nos resultados das duas estatísticas. Só que nao pode comprová-las.
A história desses números começa, a rigor, junto do sucesso do próprio Friedenreich. Tão logo percebeu seu talento para jogar com bola de capotão em peladas improvisadas nas ruas mal calçadas do bairro paulistano da Luz - onde nascera a 18 de Julho de 1892, na esquina das ruas Vitória e Triunfo, nomes que profetizaram seu destino desportivo -, o comerciante alemão Oscar Friedenreich resolveu acompanhar de perto os passos do filho.
O futebol, que continuava uma novidade, fora trazido ao Brasil em 1894 pelo estudante paulista Charles Miller, de volta de uma viagem de dez anos à Inglaterra. Praticado a princípio nos ambientes fechados dos chamados clubes elegantes de São Paulo e do Rio de Janeiro, sobretudo os que congregavam colonias estrangeiras, nao demorou para que o jogo se difundisse nas várzeas. O futebol, de qualquer maneira, custou a se popularizar. Clubes como América, Fluminense, Rio Cricket, Germânia, Paulistano e São Paulo Athletic, que participaram dos campeonatos principais das duas cidades, tinham entre seus jogadores apenas filhos de boas famílias, com título de doutor e pele invariavelmente branca.
Isso poderia ser um obstáculo para o jovem Arthur Friedenreich, que herdara da mãe, uma lavadeira mulata, as características raciais que fizeram dele um mestiço. Mas nao foi. Com 17 anos incompletos, arranjou uma vaga no time do Germânia, onde receberam sem problemas aquele rapaz magricela de jogo habilidoso e de cabelos que lembravam os de um europeu. Embora fossem naturalmente ondolados, ele os alisava com pacientes aplicações de gomalina, uma espécie de brilhantina, e de toalhas quentes. Tratava-se de um processo demorado, mas eficiente: Friedenreich, sempre o último a entrar em campo, por causa dos cuidados com o penteado, chegou a ser considerado um branco. Bronzeado, porém branco. Foi o preço que pagou para que lhe fossem abertas as portas do nascente e elitista futebol brasileiro. Agora não mais um mulatinho de um bairro da baixa classe média, eis Friedenreich fazendo golos em cima de golos pelos clubes por onde passava: Mackenzie, Paulistano, Germânia outra vez, e bem depois São Paulo e Flamengo.
Pai cioso, o velho Oscar, que nunca perderia o sotaque, comecou a anotar os golos de seu filho, selecionando as súmulas dos jogos, e não se cansava de comentar com os amigos: "Pézinho de Arthur vale ourrrro..." Prosseguiu anotando até 1918, quando Friedenreich, já maduro e famoso, transferiu-se para o Paulistano, o aristocrático clube do Jardim América em que ele viveria os mais fulgurantes e inesquecíveis momentos de sua carreira. A partir daí, passou a incumbência a um de seus novos companheiros de equipe, Mario de Andrade, que nao era parente de seu homónimo escritor. Mario, que logo se tornaria seu amigo, cumpriu a missão ao longo de 17 anos.
Enquanto cada um de seus jogos ia sendo documentado, Friedenreich projetava-se como uma celebridade nacional, dimensão que atingiu durante o Sul-Americano de 1919, realizado no Rio. Tudo contribuiu para que ele virasse ídolo do país inteiro: suas belíssimas actuações, o golo histórico na segunda prorrogação da final contra o Uruguai e, como pano de fundo, o crescente entusiasmo popular pelo futebol, que virava uma paixão brasileira. Com a vitória da Selecção e a inauguração do estádio do Fluminense, palco do campeonato, o público das grandes partidas passou de 4 mil para 20 mil espectadores.
Amador-marrom, pois o profissionalismo só seria oficializado em 1933, Friedenreich - chamado durante o Sul-Americano, pelos jornalistas argentinos e uruguaios, de "El Tigre" e de "El namorado de la America" - resolveu desfrutar de um outro tipo de vida. Vestia com aprumo seus ternos de linho irlandês S-120, bebia sua cerveja Sul-América, sorvia a noite seu conhaque francês na Confeitaria Vienense, perfumando o ambiente com o suave aroma de sândalo que se desprendia dos caríssimos cigarros "Pour la Noblesse", percorria os cabarés da madrugada paulistana e, naturalmente, acordava tarde no dia seguinte. No vestiário, enquanto esperava que a gomalina secasse nos cabelos, nao dispensava um traguinho. E alguém se importava? Magro (52 kg), alto (1,75 m), ágil, sutil, inteligentíssimo, com uma habilidade desconcertante, ele exibia preparo físico suficiente para jogar o futebol que se praticava naqueles anos românticos. Mesmo no fim da carreira, obrigado a enfrentar zagueiros violentos como Zezé Moreira, nao lhe faltou jamais jogo de cintura para fugir dos pontapés. Ou para marcar centenas e centenas de golos.
Quantos, precisamente? "Veja aqui, foram 1239", Mario de Andrade revelou um dia ao jornalista De Vaney, mostrando-lhe 1329 sumulas. De Vaney ficou excitado com a descoberta, pois ali estavam transcritos os detalhes técnicos não apenas de partidas oficiais, de campeonatos, como também dos inúmeros amistosos que Friedenreich disputou por vários clubes, no Brasil inteiro, para ganhar dinheiro. Mas Mário de Andrade preferiu não entregar imediatamente o tesouro para o jornalista. Pretendia rever tudo e, depois sim, passaria o material para suas mãos, esperando que ele divulgasse os números e os registrasse na FIFA e na CBD. Alguns dias após essa conversa, Mário de Andrade morreu. De Vaney, passada uma semana, procurou a viúva. Era tarde. Apesar de uma busca exaustiva pela casa inteira, os papéis nunca mais foram localizados - haviam sido despejados no lixo, pois a familia, desinteressada em futebol, achou que eram coisa velha e sem serventia.
Mesmo assim, De Vaney publicou - sem provas - os resultados de sua descoberta no jornal Tribuna de Santos. Houve repercussoes e desmentidos, o maior deles partindo do lendário Thomaz Mazzoni, o Olimpicus de A Gazeta Esportiva, de São Paulo. Só uma pessoa poderia esclarecer o mistério. Foram encontra-la em sua casa, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Ele respondeu às perguntas com palavras vagas, os olhos verdes sem vida voltados para um ponto indefinido, as mãos esfregando os cabelos impecavelmente alisados. Morreria alguns anos mais tarde, a 6 de setembro de 1969, sem se lembrar de seus golos, de suas glórias e de seu nome: Arthur Friedenreich.
Legenda das fotografias:
1- Arthur Friedenreich, envergando a camisola da selecção do Brasil
2- Ao serviço do Flamengo
3- A selecção do Brasil que venceu a Copa América de 1919
4- Nos tempos em que jogava pelo São Paulo
5- No meio de duas estrelas do Brasil: Leónidas da Silva e Pelé

Vídeo: PEQUENO DOCUMENTÁRIO SOBRE
ARTHUR FRIEDENREICH

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Estrelas cintilantes (9)... Bert Patenaude

A lenda que hoje vamos recordar nasceu no longínquo ano de 1909, mais precisamente no dia 4 de Novembro, em Fall River, no Estado de Massachusetts, Estados Unidos da América.
Filho de pais franco-canadienses Bertram Albert Patenaude, ou simplesmente Bert Patenaude, foi um dos mais brilhantes futebolistas norte-americanos das décadas de 20 e 30 do século passado.
Jogou a nível profissional na antiga American Soccer League, onde apontou 114 golos em 158 jogos realizados. Ganhou por três vezes a US Open Cup (competição mais importante da época do futebol norte-americano), duas pelos Fall River Marksmen (1930 e 1931), e uma pelo St. Louis Central Breweries FC (em 1935), equipas onde fez dupla com outro astro da bola dos Estados Unidos, Billy Gonsalves, de quem já falámos aqui no Museu. Patenaude jogaria ainda pelos New York Yankees e os New York Giants.


O primeiro hattrick da história dos Mundiais pertence-lhe...

Mas o grande momento da carreira deste avançado aconteceu em 1930, durante o 1º Campeonato do Mundo da FIFA, que decorreu, como se sabe, no Uruguai. Juntamente com Gonsalves, McGhee e Florie, Patenaude formou umas das equipas mais fortes da história do soccer (futebol) dos Estados Unidos.
Nesse Mundial, mais precisamente no dia 17 de Julho, Patenaude entrou para a história do futebol planetário ao ter sido o primeiro jogador numa fase final desta competição a apontar três golos (o popularmente chamado hattrick) num só jogo. Tal feito ocorreu diante do Paraguai, jogo disputado em Montevideo que os Estados Unidos da América venceriam por 3-0, com os golos de Patenaude a serem apontados aos 10, 15 e 50 minutos.
Esta foi uma descoberta recente, pois até 2006 a FIFA atrbuía o primeiro hattrick de um Mundial ao argentino Guillermo Stabile. A entidade máxima do futebol Mundial corrigiu esse erro graças a dados fornecidos por historiadores e fãs da modalidade, assim como a uma extensa investigação seguida da confirmação pela federação de futebol dos Estados Unidos.
No Mundial de 1930 Bert Patenaude marcaria ainda contra a Bélgica no segundo e penúltimo jogo que a sua selecção realizaria no Uruguai, tendo sido eliminada nas meias-finais da prova pela Argentina por expresivos 6-1.
Patenaude marcou seis golos (quatro dos quais no Mundial de 30) em apenas quatro partidas ao serviço da selecção de seu país (três no Mundial de 30 e outra num jogo particular diante do Brasil). Curiosamente, a presença dos Estados Unidos no Mundial de 1930 foi a melhor participação deste país até aos dias de hoje, já que alcançaram o 3º lugar, ficando apenas atrás do campeão Uruguai e da vice-campeã Argentina.
O avançado entrou para o Hall of Fame do futebol de seu país em 1971. Morreria três anos depois.
Legendas das fotografias:
1- Bert Patenaude
2- Fase do jogo entre a Argentina e os Estados Unidos da América a contar para as meias-finais do Mundial de 1930

terça-feira, dezembro 18, 2007

Grandes Clássicos da Bola (3)... Inglaterra - Hungria (3-6)

Quando se fala em “tragédias do futebol” 1950 e 1953 são anos que os adeptos ingleses jamais irão apagar das suas memórias. O primeiro refere-se à maior surpresa de todos os tempos do futebol mundial, ano em que os amadores dos Estados Unidos da América derrotaram a armada britânica por 1-0 num jogo referente ao Campeonato do Mundo de 1950, que decorreu no Brasil (ver post Grandes Clássicos da Bola (1) de Abril passado).
O segundo faz alusão à derrota mais humilhante, até aos dias de hoje, em nossa opinião, que os ingleses tiveram no “Templo Sagrado do Futebol”, vulgo o Estádio de Wembley. Um facto ocorrido no dia 25 de Novembro de 53 e foi protagonizado por uma das mais brilhantes equipas que o Mundo já viu actuar, a Hungria (da década de 50), selecção que ficou imortalizada como os “Mágicos Magiares”.
Hungria que era tida na época como a melhor selecção da Europa. Treinada por Gustáv Sebes a equipa tinha jogadores como Ferenc Puskás, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis, Nándor Hidegkuti, József Bozsik e Gyula Grosics, um conjunto que esteve imbatível durante 32 jogos consecutivos, um recorde que ainda permanece até hoje entre selecções. Um dos pontos altos desta brilhante equipa foi atingido em 1952, ano em que se sagraram Campeões Olímpicos (nos Jogos Olímpicos de Helsínquia). Na sequência desse triunfo o secretário-geral da FA (Federação Inglesa de Futebol), Stanley Rous (que mais tarde seria presidente da FIFA) convidou os magiares para um jogo amigável em Wembley diante da Inglaterra.
E em boa hora o fez, isto é, para os amantes do belo futebol, pois a Hungria realizou uma exibição maravilhosa derrotando os ingleses por claros 6-3! Inglaterra que, diga-se em abono da verdade, tinha igualmente uma equipa de luxo, com estrelas como Stanley Matthews, Stan Mortensen, Billy Wright, ou Alf Ramsey.
Na relva sagrada de Wembley Hidegkuti marcou por três vezes e Puskás por duas.
Uma tarde mágica que ficou eternizada no belo templo do futebol planetário.


Ficha do jogo
Estádio de Wembley, 25 de Novembro de 1953
Assistência: 100 000 espectatores
Árbitro: Leo Horn (Holanda)
Marcadores:
Inglaterra-3: 13' Jackie Sewell 1-1; 38' Stanley Mortensen 2-4; e 57' Alf Ramsey 3-6
Hungria-6: 1' Hidegkuti 0-1; 20' Hidegkuti 1-2; 24' Puskás 1-3; 27' Puskás 1-4; 50' Bozsik 2-5, e 53' Hidegkuti 2-6.
Inglaterra: Gil Merrick, Alf Ramsey, Bill Eckersley, Billy Wright (c), Harry Johnston, Jimmy Dickinson, Stanley Matthews, Ernie Taylor, Stan Mortensen, Jackie Sewell e George Robb. Treinador: Walter Winterbottom
Hungria: Gyula Grosics (substítuido aos 76 m.por Sándor Gellér), Jenő Buzánszky, Mihály Lantos, József Bozsik, Gyula Lóránt, József Zakariás, László Budai, Sándor Kocsis, Nándor Hidegkuti, Ferenc Puskás e Zoltán Czibor. Treinador: Gusztáv Sebes
Legendas das fotografias:
1- As duas equipas entrando no relvado sagrado de Wembley
2- O cumprimentos dos dois capitães antes do apito inicial
3- O húngaro Puskas, também conhecido como o "Major Galopante", um dos maiores futebolistas de todos os tempos


Vídeo: RESUMO DO INGLATERRA - HUNGRIA (1953)

Vencedores dos Prémios Museu Virtual do Futebol 2007 (3)...

Vamos hoje dar a conhecer ao ilustre visitante as nossas escolhas quanto aos melhores do ano civil que está prestes a findar. Começamos por divulgar aquele que foi na nossa humilde opinião o Melhor Jogador do Mundo de 2007, senhoras e senhores... o brasileiro KAKÁ.

Vencedores dos Prémios Museu Virtual do Futebol 2007 (2)...

Os vencedores na categoria de melhor onze de 2007 são:

1- CECH
2- DANIEL ALVES 4- NESTA 5- CANNAVARO
3- ABIDAL
6- GATTUSO
7- C.RONALDO
8- MESSI
10- KAKÁ
9- RUUD VAN NISTELROOY
11- DROGBA

Vencedores dos Prémios Museu Virtual do Futebol 2007 (1)...

O vencedor na categoria de melhor equipa de 2007 é:

AC MILAN (ITÁLIA)

domingo, dezembro 16, 2007

Mundial de Clubes/Japão 2007 (7)...





Jogo 7
International Stadium Yokohama...

Boca Juniors (Argentina) - Milan (Itália): 2-4

Golos: Palacio e Ambrosini (a.g.); Inzaghi (2), Nesta e Kaká

MILAN É O NOVO "DONO" DO MUNDO...

Mundial de Clubes/Japão 2007 (6)...

Jogo 6

International Stadium Yokohama...

Etoile Sportive du Sahel (Tunísia) - Urawa Red Diamonds (Japão): 2-2 (2-4 após grandes penalidades)

Golos: Frej e Chermiti; Washington (2)

Medalha de Bronze ficou em casa...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Mundial de Clubes/Japão 2007 (5)...

Jogo 5

International Stadium Yokohama...

Urawa Red Diamonds (Japão) - Milan (Itália): 0-1

Golo: Seedorf

Campeões da Europa avançam para a partida de todas as decisões...

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Mundial de Clubes/Japão 2007 (4)...

Jogo 4

Tokyo National Stadium...

Etoile Sportive du Sahel (Tunísia) - Boca Juniors (Argentina): 0-1

Golo: Cardozo

El Boca avança para a grande final...

terça-feira, dezembro 11, 2007

Mundial de Clubes/Japão 2007 (3)...

Jogo 3

Toyota Stadium...

Sepahan (Irão) - Urawa Red Diamonds (Japão): 1-3

Golos: Karimi; Nagai, Washington e Aghily (auto-golo)

Equipa da casa avança para as meias-finais...

domingo, dezembro 09, 2007

Mundial de Clubes/Japão 2007 (2)...

Jogo 2

Tokyo National Stadium...

Etoile Sportive du Sahel (Tunísia) - Pachuca (México): 1-0

Golo: Narry

Campeões africanos marcam a cinco minutos do fim e avançam para as meias-finais...

Mundial de Clubes/Japão 2007 (1)...

Jogo 1

Tokyo National Stadium...

Sepahan (Irão) - Waitakere United (Nova Zelândia): 3-1

Golos: Mohammed (2) e Al Hail; Aghily (auto-golo)

Iranianos despacham facilmente frágeis neo-zelandeses...

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Prémios 2007 "Museu Virtual do Futebol" (3)...

Os candidatos a melhor "onze" são:

Guarda-Redes

Petr Cech (Chelsea e República Checa): Um enorme guarda-redes, não só em altura como também em categoria. Em 2007 Cech provou o porquê de ser um dos melhores keppers do Mundo da actualidade, recuperando de uma grave lesão na cabeça que quase o atirou para fora do futebol. Apesar de ter estado quase toda a época parado ainda chegou a tempo de ser um dos pilares do Chelsea na conquista da Taça da Liga Inglesa e da Taça de Inglaterra, bem como no apuramento da República Checa para o Euro 2008.

Dida (Milan e Brasil): Quem disse que o Brasil nunca teve grandes guarda-redes? Quem proferiu tal chavão deve estar hoje a corar de vergonha pois um dos melhores "goleiros" do Mundo é brasileiro, e chama-se Dida. Titular absoluto no Milan campeão da Europa Dida apenas peca pelo seu mau feitio, algo que lhe tem valido inúmeras críticas e punições.

Andrés Palop (Sevilla e Espanha): Espanha sempre foi berço de grandes guarda-redes, Zamora, Arconada, Zubizarreta, Buyo, e mais recentemente Casillas são alguns desses exemplos. Há um que parece estar na moda, chama-se Palop e defende com grande classe as balizas do Sevilla. Ele foi um dos principais responsáveis, senão o maior, pela conquista da segunda Taça Uefa do clube andalauz, ao rubricar uma excelente exibição na final de Glasgow diante do Espanyol. No desempate por grandes penalidades Palop foi o herói ao defender dois pontapés e dar o título ao seu clube.

(escolha um dos candidatos)

Defesas-Direitos

Máximo Oddo (Milan e Itália): Finalmente o Milan parece ter encontrado um substituto para o eterno Mauro Tassotti (um dos melhores "números 2" do Milan de todos os tempos). Chama-se Máximo Oddo e agarrou com muita classe o lado direito da defesa milanista, tornando-se numa pedra base da conquista da Champions 2007. Ataca bem e defende ainda melhor, de tal forma que encostou Zambrotta para o banco dos suplentes na Squadra Azzurra.

Daniel Alves (Sevilla e Brasil): O ano passado apontámo-lo como um dos melhores defesas-direitos do Mundo e não nós enganamos. Um craque da bola, de tal forma que o Chelsea anda louco atrás dele. Para Dani Alves apenas falta subir um degrau, ou seja, assumir a titularidade da selecção do Brasil, uma vez que tem alternado a "camisa 2" do escrete com Maicón.

Sérgio Ramos (Real Madrid e Espanha): Ora aqui está mais um nome que prova que o futuro do futebol espanhol será risonho. Sérgio Ramos, jovem lateral-direito que o Real Madrid foi buscar há dois anos atrás ao Sevilla afirmou-se definitivamente esta temporada quer no clube merengue (onde foi campeão) quer na selecção espanhola (onde foi fundamental para o apuramento para o Euro 2008). Um lateral que marca golos... uma raridade.

(escolha um dos candidatos)

Defesas-Esquerdos

Philipp Lahm (Bayern de Munique e Alemanha): Jovem revelação do Mundial 2006 confirmou em 2007 todo o seu enorme potencial. A "pedra no sapato" prendeu-se somente com as lesões que o afectaram numa fase da temporada, mas mesmo assim foi um dos melhores jogadores do desolador Bayern que não foi além de um 4º lugar na Bundesliga. Lahm é titular absoluto do clube da Baviera e da selecção germânica.

Paolo Maldini (Milan e Itália): Ora aqui uma prova de que velhos são os trapos. Paolo Maldini aos 38 anos é ainda titular indiscutível do Milan, e foi a voz de comando dos rossineri na conquista da Champions. O lateral que também actua como central ergueu a sua 5ª Taça/Liga dos Campeões com a camisola do Milan. Será que vai erguer ainda uma 6ª? Pelo andar da carruagem acreditamos que sim. Está aqui para as curvas o "número 3" milanista.

Eric Abidal (Barcelona e França): O Barcelona e a selecção francesa já podem dormir descansados pois o lado esquerdo das respectivas defesas está muito bem guardado por este homem. Rápido a sair para o ataque e um autêntico muro na arte de defender Abidal foi uma das grandes surpresas de 2007.

(escolha um dos candidatos)

Defesas-Centrais

Fabio Cannavaro (Real Madrid e Itália): O homem que ergueu em 2006 a Taça FIFA para a Itália e ao qual a France Football atribuiu a Bola de Ouro (que destingue anualmente o melhor jogador do Mundo) comprovou em 2007 o porquê de ser um dos melhores na sua posição. E o Real Madrid que o diga, pois o título merengue começou a ser edificado na sólida defesa comandada por Cannavaro. Um senhor.

John Terry (Chelsea e Inglaterra): Não viveu um ano muito bom, muitas lesões, desentendimentos com Mourinho, e o falhanço da qualificação da Inglaterra para o Euro 2008. Mesmo assim deu mostras que ainda é, e será, um dos melhores centrais do Mundo. Joga com classe e é um muro para os avançados contrários, além de ser um lider natural dentro de campo.

Alessandro Nesta (Milan e Itália): Ora cá está outro expoente máximo do catanaccio italiano. Nesta é um dos actuais artistas do futebol italiano, um defesa que qualquer equipa do Mundo gostaria de ter nas suas fileiras. Um jogador de uma classe ímpar.

Rio Ferdinand (Manchester United e Inglaterra): Quando o defesa Rio sobe à área adversária a defensiva contrária começa a tremer, ou não fosse o central inglês um dos melhores cabeceadores do planeta. A esta característica alia o facto de saber defender como poucos. Se Cristiano Ronaldo foi o homem do Manchester United na hora de atacar e concretizar Rio Ferdinand foi o responsável pelo facto dos Red Devils terem sido a segunda defesa menos batida do campeonato.

(escolha dois dos candidatos)

Médios-Defensivos

Michael Essien (Chelsea e Gana): Foi um dos grandes jogadores da edição 2006/07 da Premier League. Um jogador que Mourinho raramente prescindia de ter no seu onze tal a sua impressionante capacidade física na arte de roubar bolas e conduzir o jogo. Poucos jogadores no Mundo se podem gabar de serem excepecionais quer no aspecto físico quer no aspecto técnico. Essien é uma dessas excepções.

Gennaro Gattuso (Milan e Itália): Ora cá está um daqueles exemplos que dá pouco nas vistas durante um jogo mas acaba sempre por ser considerado no final do mesmo um dos melhores em campo. Gattuso é um jogador peculiar, vive o jogo de uma maneira única, entrega-se totalmente à causa, é um jogador que deixa tudo em campo, dá a vida pela própria equipa. O sucesso do Milan na Europa tem muito deste grande jogador.

Andrea Pirlo (Milan e Itália): É o jogador da moda em Itália quanto a nós. Ocupa a mesma posição que o seu colega Gattuso, embora actue um pouco mais à esquerda que o anterior candidato. Juntamente com Káká é o motor de arranque do Milan. Possui uma técnica apurada, um génio silencioso como dizem os críticos da modalidade, ou seja, um jogador que num instante é capaz de resolver um jogo.

(escolha um dos candidatos)

Extremos-Direitos

Lionel Messi (Barcelona e Argentina): Dele já falámos aquando da apresentação da lista de candidatos a melhor jogador do Mundo de 2007. Um astro argentino, palavras para quê?

Ricardo Quaresma (FC Porto e Portugal): Vai ser difícil o FC Porto manter nos seus quadros por muito mais tempo o rei das trivelas do futebol Mundial. O campeonato português já é pequeno demais para o talento do ciganito do Dragão. Tem magia nos pés, possui uma técnica como poucos, é um artista na arte de driblar, fazer assistências, e golos de levantar estádios. O FC Porto muito lhe deve pela conquista de mais um campeonato nacional. Perfila-se como uma pedra fundamental na selecção portuguesa no Euro 2008, deixando sentados no banco craques como Simão ou Nani.

Clarence Seedorf (Milan e Holanda): Venceu em 2007 a sua quarta Taça/Liga dos Campeões Europeus. Um jogador fundamental na estratégia do Milan para chegar ao triunfo. Provou que velhos são os trapos, e a sua condição física faz inveja a muitos jovens de vinte e poucos anos.

(escolha um dos candidatos)

Extremos-Esquerdos

Cristiano Ronaldo (Manchester United e Portugal): É indiscutivelmente um dos melhores jogadores do Mundo da actualidade. É um mágico com a bola nos pés. Em 2007 só lhe faltou a cereja no topo do bolo para ter vivido uma temporada inesquecível, ou seja, ter vencido a Champions. Um artista português, palavras para quê?

Florent Malouda (Chelsea e França): Transitou do Lyon para o Chelsea no início da nova temporada. Tanto nos campeões franceses como nos Blues de Londres Malouda foi e é um jogador fundamental. Rápido e letal quando aparece na cara do golo. É um dos novos ídolos do futebol francês.

Frank Ribéry (Bayern Munique e França): Já lhe chamam na Baviera o Kaiser Frank, uma alusão que faz dele o líder do clube alemão. Deixa a pele em campo pela sua equipa. É um tecnicista e um lutador nato. Para ele o jogo só acaba quando o árbitro assim o determinar. Um dos melhores extremos do Mundo. O sucessor natural de Zidane dentro da selecção gaulesa.

(escolha um dos candidatos)

Números 10

Káka (Milan e Brasil): 2007 foi o ano de Káká. Liderou o Milan na vitória da Champions com a sua magia na arte de conduzir a bola e o engenho na hora de rematar à baliza. Foi o melhor marcador dos milanistas na prova, e dos seus pés sairam golos decisivos. Há quem diga que estamos perante o novo "Deus" do futebol Mundial.

Francesco Totti (Roma e Itália): Fantasia à solta quando pega na bola. Um tecnicista puro que foi o principal responsável pelo sucesso dos romanos na vitória na Taça de Itália e no apuramento pelo segundo ano consecutivo da equipa para a Champions. Foi o melhor marcador da Série A italiana. Apesar de convites dos grandes tubarões da Europa mantém-se fiel à sua Roma.

Diego (Werder Bremen e Brasil): Passou quase despercebido no FC Porto, mas relançou a carreira no clube alemão. As suas boas exibições na Bundesliga reabriram-lhe as portas da selecção, tendo sido um dos esteios da canarinha na Copa América 2007. Juventus e Real Madrid seguem as pisadas daquele que foi um dia apelidado de o "novo Pélé".

(escola um dos candidatos)

Avançados

Didier Drogba (Chelsea e Costa do Marfim): Dele já falámos aquando da apresentação da lista de melhor jogador do Mundo. É um dos melhores avançados do Mundo da actualidade, disso não há dúvidas. Marca golos decisivos e qualquer treinador o gostaria de ter, José Mourinho que o diga.

Filippo Inzaghi (Milan e Itália): O homem da final de Atenas da Champios de 2007. Marcou os dois golos que deram ao Milan a sua sétima vitória na prova rainha do futebol europeu. Pode não encantar como outros pontas de lança mas é eficaz quanto baste, no fundo aquilo o que se pede a um verdadeiro "número 9".

Wayne Rooney (Manchester United e Inglaterra): 2007 foi o ano de Rooney, o avançado com cara de pugilista. Foi decisivo na conquista do título inglês para o United. Pode destruir uma defesa em questão de segundos, e foi isso o que fez por diversas vezes na temporada passada.

Ruud van Nistelrooy (Real Madrid e Holanda): Ora cá temos de volta este grande goleador. Um homem que desde que saiu de Manchester para Madrid nunca mais deu nas vistas. Custou a ambientar-se ao Santiago Bernabéu, mas na temporada passada mostrou o porquê de ser um dos melhores "números 9" do planeta. Foi o melhor marcador na Liga Espanhola e foi fundamental na conquista do campeonato para os merengues. Nesta edição da Champions é já o melhor marcador da competição até ao momento.

(escolha dois dos candidatos)

Prémios 2007 "Museu Virtual do Futebol" (2)...

Os candidatos a melhor equipa do ano são:

AC Milan (Itália): Se o Real Madrid foi eleito há sete anos atrás como o clube do Século XX, o AC Milan caminha a passos largos para ser o maior clube do Século XXI. Na Europa em 2007 os italianos viveram mais uma temporada de sonho com a conquista da Liga dos Campeões, depois de derrotarem na final de Atenas o Liverpool por 2-1. Foi a sétima Taça/Liga dos Campeões conquistada pelo clube presidido pelo sempre polémico Silvio Berlusconi. Neste momento os milanistas estão a apenas dois títulos europeus de igualar o recorde de vitórias do Real Madrid (9) na prova rainha do futebol europeu. E se na Europa as coisas correram lindamente ao Milan, em Itália nem por isso. O clube partiu para a época 2006/07 com oito pontos negativos em virtude do CalcioCaos que abalou o futebol transalpino na temporada passada. Desvantagem que se viria a revelar fundamental para o facto de ter perdido o Scudetto para o vizinho e rival Inter de Milão.

Sevilla FC (Espanha): Pelo segundo ano consecutivo o Sevilla venceu a Taça Uefa, um feito único para um clube que até há dois/três anos atrás passava despercebido à Europa do futebol. Uma equipa fantástica comandada por Juande Ramos (que entretanto rumou a Londres para treinar o Tottenham) que não deu hipóteses à concorrência na Uefa, vencendo a competição pelo segundo ano consecutivo. Em Espanha o Sevilla lutou até às últimas jornadas pelo título e venceu a Copa do Rei. Não venceu o título mas qualificou-se para a Champions 2007/08, um prémio justo pois os andaluzes que são hoje uma das melhores equipas do Mundo. E os melhores têm de estar entre os melhores.

Boca Juniors (Argentina): Comandados pelo astro Juan Roman Riquelme o Boca Juniors venceu em 2007 pela sexta vez na sua história a competição mais importante ao nível de clubes da América do Sul, a Copa Libertadores. Um feito histórico (mais um) para um dos mais populares emblemas da Argentina, da América do Sul e do Mundo.

Selecção do Brasil: Depois da pobre campanha no Mundial 2006 o Brasil, agora comandado tecnicamente por Dunga, voltou às grandes conquistas em 2007, mais precisamente na Copa América, que este ano se realizou na Venezuela. Na final os brasileiros golearam os grandes rivais da Argentina por 3-0. Mais do que a vitória o Brasil de Dunga parece querer voltar ao Brasil dos velhos tempos, ou seja, a um Brasil cheio de fantasia.

(escolha um dos candidatos)

Prémios 2007 "Museu Virtual do Futebol" (1)...

Com mais um ano civil a chegar ao fim o Museu Virtual do Futebol resolveu à semelhança do que fez o ano passado eleger os melhores jogadores e equipas do ano. Uma tarefa deveras complicada, pois durante 2007 foram muitos os craques que se revelaram nos relvados mundiais. Depois de muito reflectir elegemos uma lista daqueles que nos pareceram ter sido os melhores de 2007, e é essa lista que hoje vamos apresentar ao ilustre visitante. O que pretendemos de si é que nos ajude a eleger os melhores dos melhores, e como tal vamos hoje dar início a essa votação. Começamos esta nossa tarefa dando a conhecer a lista de candidatos a melhor jogador do Mundo, com o sentido de eleger o sucessor de Zidane, que foi, como se sabe, o jogador escolhido o ano passado pelo Museu como o melhor do Mundo. Este ano a lista é mais curta que o ano passado, mas mesmo assim não é, quanto ao nós, mais pobre, longe disso.
E os candidatos são:

Didier Drogba (Chelsea e Costa do Marfim): Há quem o considere como o maior ponta-de-lança do futebol mundial da actualidade. Jogador fundamental no trajecto vitorioso do Chelsea de José Mourinho na Taça da Liga Inglesa e na Taça de Inglaterra (prova esta onde apontou o golo da vitória na grande final sobre o Manchester United). Sagrou-se ainda o rei dos marcadores daquele que é tido por muitos como o melhor campeonato do Mundo, a Premier League. Já sem Mourinho ao comando dos Blues de Londres Drogba continuou a ser peça chave no esquena do novo técnico Avan Grant. O maior jogador africano da actualidade será também o melhor do Mundo? Escolha...

Cristiano Ronaldo (Manchester United e Portugal): O novo puto maravilha do futebol português será também o novo "Deus" do futebol mundial? Começam a faltar adjectivos para classificar o jovem jogador madeirense, que foi só, quanto a nós, a chave do sucesso do Manchester United para vencer a Premier League 2006/07. Ele conduziu os Red Devils ao êxito com os seus dribles fenomenais, com os seus passes magistrais, com os seus golos, e sobretudo com a sua presença em campo, sim, porque Ronaldo já é o símbolo, o comandante, do Man. United em campo. Sem ele a equipa de Fergusson não é a mesma.

Lionel Messi (Barcelona e Argentina): O Barcelona viveu um ano de seca tanto em Espanha como na Europa. Jogadores fundamentais na conquista da Champions de 2006 e na Liga Espanhola como Deco, Eto'o e Ronaldinho (sobretudo este último) estiveram completamente eclipsados dos relvados por onde o Braça passou em 2007. No entanto, houve um jogador que apesar da campanha medíocre dos catalães se destinguiu, de seu nome Lionel Messi. Esse mesmo, o novo "Deus" do futebol argentino, o herdeiro de Maradona. Em 2007 Messi encantou o Mundo com a beleza do seu futebol. Imitou Maradona por duas vezes, primeiro ao marcar um fenomenal golo idêntico ao de El Pibe contra a Inglaterra no Mundial 1986 onde passou por meia equipa adversária, e depois com a "mão de Deus", tal como Maradona também contra a Inglaterra no Mundial do México. Messi é um senhor jogador, será ele o melhor do Mundo de 2007?

Kaká (Milan e Brasil): Ora aqui está o homem que ofuscou Ronaldinho quer na selecção do Brasil quer no futebol europeu. Ele foi uma das grandes figuras da Champions League 2006/07. Foi ele que comandou o Milan até ao título europeu através da magia pura do seu futebol. Encanta (com os seus dribles e condução da bola) e é letal (marca muitos e decisivos golos). É um fora de série na nossa visão. Será ele o herdeiro de Zizou? Decida...

Frank Ribéry (Bayern Munique e França): Não nos enganámos quando o ano passado dissemos que Frank Ribéry não ia ficar muito tempo no medíocre Campeonato Francês. Depois de um magnífico Mundial 2006 e de um Championat fantástico (onde guiou o Marselha até à Liga dos Campeões) o talento de Ribéry não foi indiferente aos "tubarões" do futebol europeu, sendo que o colosso Bayern de Munique não se fez rogado em pagar uma fortuna por este pequeno génio gaulês. E em boa hora o fez, poque Ribéry se tem cotado como a alma do clube alemão tanto no campeonato como na Taça Uefa. É já o ídolo dos adeptos do clube da Baviera e é o sucessor natural de Zidane na selecção gaulesa. Um dos melhores jogadores do Mundo da actualidade, sem dúvida, mas será ele o número 1 do planeta?

(escolha um dos candidatos)

sábado, dezembro 01, 2007

100 anos de Benfica-Sporting

1 de Dezembro de 2007. Dia em que o Museu abre as suas portas para assinalar a passagem do 100º aniversário do "derby eterno" do futebol português, entre Benfica e Sporting. Foi pois no dia 1 de Dezembro de 1907 que os dois gigantes de Lisboa se defrontaram pela primeira vez. Tudo aconteceu no campo da Quinta Nova, em Carcavelos, em jogo da 3ª jornada da segunda edição do campeonato regional de Lisboa (1907/1908), tendo a formação «leonina», reforçada com oito jogadores contratados aos «encarnados», vencido por 2-1. Cândido Rodrigues deu vantagem ao Sporting, Corga empatou, já na 2ª parte, mas, um tento na própria baliza de Cosme Damião selou o triunfo dos «leões», que, antes, e segundo rezam as crónicas, saíram do campo devido a forte chuvada e voltaram... contrariados. Este episódio foi o primeiro de uma história de emoções intensas, que, em 100 anos, conta já um total de 274 capítulos, marcados, em geral, por equilíbrio, mas com ligeira vantagem do Benfica. Entre campeonato, Taça de Portugal, Supertaça, campeonato de Portugal e regional de Lisboa, os «encarnados» totalizam 117 vitórias, contra 107 do conjunto «verde e branco», e mais 31 golos marcados (465 contra 435), num «derby» que terminou empatado em 50 ocasiões.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Histórias dos Campeonatos do Mundo (3)... França 1938

1938. O Mundo estava perigoso face à iminência do estoirar da II Grande Guerra Mundial. Mesmo assim o presidente da FIFA de então, Jules Rimet, via um velho sonho seu tornar-se em realidade, ver o seu país, a França, organizar um Campeonato do Mundo de Futebol. Este, contudo, não foi ainda o campeonato ideal, uma vez que o número de desistências e recusas de participação foi muito elevado. Apenas na Europa foi necessário realizar fases de apuramento para a 3ª edição do Campeonato do Mundo da FIFA. Um campeonato que ficou órfão de algumas das melhores selecções mundiais da época, casos da Espanha (na altura o país estava a braços com uma Guerra Civil), a Áustria (impedida de participar à última da hora devido à invasão do exército nazi), a Inglaterra (que continuava a recusar participar em competições organizadas pela FIFA), a Argentina e o Uruguai (os primeiros por terem perdido a organização do torneio para a França e os segundos por acharem que com a atribuição do campeonato aos franceses a FIFA estava a quebrar o prometido principio de alternância entre continentes).
No capítulo meramente desportivo esta edição constituiu o primeiro grande êxito, tanto no que se refere a questões financeiras (seis milhões de francos de receita), como no desenvolvimento do próprio jogo. Neste último capítulo, e mesmo com a ausência de grandes equipas, o nível futebolístico foi muito elevado, tendo havido a ocasião para apreciar o virtuosismo de muitos jogadores.
De frisar que nesta altura a França vivia uma crise financeira grave, mas mesmo assim foram construídos propositadamente para o torneio cinco novos estádios.
Dezasseis equipas compareceram em França para disputar a Taça Jules Rimet, no entanto, e como já dissemos, a Áustria foi à última da hora impedida de participar devido à invasão do exército de Hitler. Desta forma o Mundial 1938 ficaria reduzido a 15 equipas, mais precisamente Alemanha, Suíça, Bélgica, Brasil, Polónia, Checoslováquia, Suécia, Holanda, Cuba, Roménia, Noruega, Hungria, Índias Holandeses (actual Indonésia), França (país organizador) e Itália (campeões do Mundo em título). Equipas que foram então distribuídas pelas cidades de Estrasburgo, Le Havre, Toulouse, Marselha, Bordéus, Antibes, Reims e Paris.
E foi na "cidade luz" que se registou a primeira surpresa deste Mundial, quando a Alemanha, reforçada por alguns jogadores da fabulosa equipa da Áustria, sentiu enormes dificuldades para ultrapassar a modesta Suíça, não indo além de um escandaloso empate (1-1) no primeiro jogo. O jogo de desempate seria um verdadeiro pesadelo para os discípulos de Hitler, já que sofreriam uma pesada e humilhante derrota por 2-4 frente a um conjunto helvético que possuía jogadores de grande qualidade, casos de Amado, Bickel e Ableglen (jogador também conhecido por Trello, e senhor de uma técnica fenomenal, que foi o grande carrasco dos alemães neste encontro).
Os anfitriões do torneio, a França, não sentiram grandes dificuldades em eliminar a Bélgica, por 3-1, e assim seguir para os quartos-de-final.
Por seu turno, o Brasil começava a mostrar-se ao Mundo como a potência futebolística que viria a tornar-se, isto depois dos rotundos fracassos nos dois primeiros Mundiais (1930 e 1934). Os brasileiros entraram em grande neste campeonato, com uma vitória épica por 6-5 sobre a Polónia, um jogo onde se destacaram dois jogadores, Leónidas (Brasil) e Willimowski (Polónia), autores de quatro golos cada um.
Outra surpresa deste Mundial aconteceu em Toulouse, com a estreante e desconhecida Cuba a eliminar a Roménia. O primeiro confronto entre estas duas equipas saldou-se por uma igualdade a três bolas, sendo que o jogo de desempate foi vencido pelos centro americanos por 2-1.
Escândalo esteva quase para acontecer em Marselha, cidade onde os campeões do Mundo em título, a Itália, defrontava a frágil Noruega. O jogo saldou-se por uma magra vitória italiana por 2-1, um resultado que demonstra não só as muitas dificuldades que os comandados de Pozzo tiveram face aos nórdicos como também os incidentes extra-futebol que mancharam o jogo. Tudo porque os italianos quando perfilados frente à tribuna cumprimentaram a assistência com a saudação fascista provocando desde logo um ambiente hostil em seu redor. Normal foi a vitória da Hungria sobre a modesta equipa das Índias Holandesas por 6-0. Fácil foi também a vitória da Checoslováquia sobre a Holanda, por 3-0.
A Suécia qualificou-se automaticamente para a fase seguinte em virtude da desqualificação da Áustria.



Batalha campal no Brasil – Checoslováquia

E eis que a 12 de Junho a violência chega ao Mundial, mais precisamente em Toulouse, local do Brasil – Checoslováquia. Os protagonistas do jogo envolveram-se em cenas de violência constantes. Os checos atingiram o final do jogo com oito jogadores em campo e mais grave foi o facto da grande estrela da companhia, o guarda-redes Planicka, ter abandonado o terreno de jogo com uma dupla fractura (de uma perna e de um braço). Por seu turno, o Brasil terminou o jogo com nove elementos. Em termos de resultado o marcador indicou uma igualdade a um golo. Foi necessário dois dias mais tarde a realização de um novo jogo, desta feita com as equipas um pouco mais disciplinadas, tendo os brasileiros sido mais fortes e vencido por 2-1.
A Hungria afastava a Suíça, em Lille, por 2-0, enquanto que a Suécia esmagava Cuba por 8-0. Jogo muito esperado foi o Itália – França, em Paris, tendo o triunfo sorrido aos primeiros por 3-1. Desde logo ficou assente que pela primeira vez o Mundial não seria vencido pela equipa da casa, como nas duas primeiras edições.

Brasil demasiado confiante…perdeu

Nas meias-finais assistiu-se a mais um grande jogo de futebol, um Itália – Brasil. Em Marselha, os brasileiros, cansados do duplo e desgastante duelo ante os checos resolveram poupar a sua principal estrela, Leónidas. Dizem uns que tal facto deveu-se ao avançado se encontrar lesionado, enquanto que outros opinam que Leónidas se estaria já a preparar para a… final. Uma ousadia que teve consequências drásticas, já que a Itália cedo chegou a uma vantagem de dois golos. No entanto, os brasileiros nunca desistiram e Romeu ainda reduziu, mas a força dos pupilos de Pozzo veio ao de cima nos momentos finais do encontro, garantindo desta forma a presença na final. O seleccionador brasileiro seria eternamente crucificado pela sua arrogância e excesso de confiança em ter poupado Leónidas. Na outra meia-final os húngaros cilindraram os suecos por 5-1.


Itália de novo Campeã do Mundo

O Estádio des Colombes, em Paris, engalanou-se no dia 19 de Junho para receber a final entre Itália e Hungria. Última equipa esta que pode dizer-se que jogava em casa, pois devido aos incidentes de Marselha, onde os italianos brindaram o público com a saudação fascista criando desde logo uma antipatia com os franceses, e pelo facto de a equipa de Pozzo ter eliminado a França nos quartos-de-final, a assistência da final torcia quase de forma unânime pela Hungria. Apesar de em campo estarem duas equipas com uma técnica muito apurada a maior força no aspecto táctico da Itália viria ao de cima, permitindo aos transalpinos vencer o jogo por 4-2 e assim sagrarem-se bicampeões do Mundo. Na campanha 100% vitoriosa da "squadra azzurra" destaque para dois jogadores, Sílvio Piola e Giuseppe Meazza. Após esta final seria preciso esperar12 anos para se voltar a organizar um Campeonato do Mundo, pois meses depois do França 38 a Alemanha invadiu a Checoslováquia e logo de seguida a Polónia. Começava desta forma a II Guerra Mundial.


A estrela do Mundial… Leónidas da Silva

Em 1938 o Mundo começou – finalmente – a conhecer os dotes futebolísticos do Brasil enquanto selecção. Depois de prestações péssimas nos dois primeiros Mundiais os canarinhos apresentaram em França um futebol de alta qualidade. Nessa equipa figuravam excelentes jogadores, casos de Brandão, Tim, Zezé ou Domingos da Guia. Mas houve um que deu um verdadeiro show de bola nos relvados franceses, de seu nome Léonidas da Silva, também conhecido como o "diamante negro". Surgiu em França como um desconhecido e de lá saiu como um verdadeiro ídolo. Foi o melhor marcador da competição, com oito golos apontados. Este avançado deslumbrou o planeta da bola com a sua técnica apurada e um invulgar dote de rematador. Era um verdadeiro malabarista com a bola nos pés. Ele foi o inventor do famoso pontapé de bicicleta.


Factos e curiosidades do França 38

- Adolf Hitler ansiava por boas notícias da equipa alemã presente na prova. Na estreia a Alemanha empatou com a Suíça a uma bola tendo a necessidade de realizar um jogo de desempate, Nesse encontro e como vencia por 2-0 ao intervalo os dirigentes alemães enviaram de imediato um telegrama com as boas notícias ao ditador. Acontece que os suíços viraram o resultado na etapa complementar e venceram por 4-2.
-O Brasil – Polónia foi jogado debaixo de um verdadeiro dilúvio, fazendo com que o terreno de jogo se tornasse num autêntico lamaçal. De tal maneira que o avançado brasileiro Leónidas resolveu jogar descalço. No entanto, o árbitro do jogo, o sueco Eklind, obrigou-o a calçar as chuteiras.

- Já havia brilhado no Itália 34 e confirmou toda a sua mestria na arte de bem defender as balizas no França 38. Falamos do guarda-redes checo Frantisek Planicka. Jogador este que a par do espanhol Ricardo Zamora era tido pela crítica internacional como o melhor guardião do Mundo. No Brasil – Checoslováquia de 1938 o guarda-redes surpreendeu tudo e todos ao jogar quase todo o encontro com um braço partido fruto de uma entrada mais violenta de um brasileiro. Mesmo limitado fisicamente Planicka efectuou defesas fantásticas, contribuindo para o empate final a uma bola e consequentemente para um jogo de desempate.
- Insólito foi também o facto de o guarda-redes cubano, Caravajales, ter decido não jogar o jogo de desempate que opôs a sua equipa à Roménia, porque preferiu comentar a partida na bancada para uma rádio do seu país!

-Para a seleção brasileira, a "Copa do Mundo" de 1938 foi cheia de problemas que impediram um melhor rendimento da equipa. O técnico foi Ademar Pimenta que, em entrevista a Manchete Esportiva, contou os grandes problemas que então enfrentou:"Escolhi o que de melhor tinha no futebol brasileiro. Na época, dirigentes, clubes e imprensa insinuavam quem deveria ser convocado. Venci essa etapa. Na véspera do embarque, fiz uma reunião com o pessoal e disse que não admitiria mulheres na delegação. Quando, já no cais, o chefe da delegação veio me explicar que as mulheres de Nariz e Luizinho viajariam com a delegação. O que eu podia fazer naquela altura ? A determinação partiu das autoridades. E com aquele contratempo rumamos para a Europa"."A escala determinava uma parada em Salvador. Nessa cidade, Tim e Patesko usaram e abusaram de bebidas alcóolicas. Pedi o desligamento dos dois e não fui atendido. Seguimos nossa viajem e quando chegamos a França fomos para o Hotel. Os quartos destinados aos jogadores ficavam nos fundos do Hotel. Nariz, Luizinho e suas mulheres, mais os dirigentes, ficaram na ala central do Hotel, fora portanto, do nosso controle. Eles tomavam vinho às refeições, não tinham horário nem regime. Os outros jogadores não gostaram desse privilégio e o clima não ficou bom. Minha intenção era colocar para o jogo de estréia a ala Tim e Patesko. Quando fui procurá-los encontrei os dois bebendo chope. Chamei Castelo Branco, chefe da delegação, fomos ao restaurante e os jogadores continuavam com uma pilha de chopes. O dirigentes não disse nada nem tomou nenhuma providência. O zagueiro Nariz, acadêmico de medicina, era o médico da delegação. Ele dispensava jogadores dos treinamentos, principalmente o companheiro Luizinho e a dupla Tim e Patesko. Às vésperas do segundo jogo fiquei sabendo que não poderia contar com o centro avante reserva Niginho. Ele estava impedido de atuar pela Federação Italiana, pois ele ainda estava vinculado ao futebol da Itália. Ai perdemos a copa. Fizemos dois jogos contra a Techecolováquia em dois dias. Um empate e uma vitória. No segundo jogo lancei todo o time reserva, menos Leonidas que não tinha substituto. E Leonidas se contundiu. Até chegar o jogo com a Itália eu tinha esperanças de contar com Leonidas. Ele ficou horas e horas numa banheira de água salgada tentante se recuperar. É mentirosa a versão de que ele não quis jogar. Não jogou porque não podia. Quando a noticia chegou aos jogadores foi um grande decepção. Leonidas era a nossa bússola. Perdemos por 2x1 e ficamos em terceiro lugar depois de vencer a Suécia no jogo seguinte. Com relação ao pênalti de Domingos da Guia, que muitos afirmam que o juiz errou, posso dizer que realmente houve a penalidade máxima. Piola provocou o nosso zagueiro que perdeu a cabeça e, numa bola dividida, chutou o artilheiro italiano. Poderíamos ter ganho a copa de 1938, mas a desorganização e os privilégios de certas pessoas da delegação, nos tirou todas nossas chances de vencer".

Os resultados do França 38

Oitavos-de-final


4 de Junho, Paris
Suíça – Alemanha: 1-1 (após prolongamento)
(Abbelgen, 43’)
(Gauchel, 23’)

Vídeos: SUÍÇA - ALEMANHA 
9 de Junho, Paris
Suíça – Alemanha: 4-2 (jogo de desempate)
(Wallaschek, 42; Bickel, 65; e Abbeglen, 76’ e 79’)
(Hahnemann, 9’; e Loertscher, 22’ (p.b))

Vídeo: ITÁLIA - NORUEGA
5 de Junho, Marselha (após prolongamento)
Itália – Noruega: 2-1
(Ferraris, 2’; e Piola, 94’)
(Brustad, 83’)

Vídeo: HUNGRIA - ÍNDIAS HOLANDESAS

5 de Junho, Reims
Hungria – Índias Holandesas: 6-0
(Kohut, 12’; Toldi, 14’; Sarosi, 20’ e 79’; Szengeller, 35’ e 63’)

 Vídeos: CUBA - ROMÉNIA
5 de Junho, Toulouse
Cuba – Roménia: 3-3 (após prolongamento)
(Socorro, 40’; Fernandez, 87’; e Tunas, 111’)
(Bindea, 30’ e 100’; e Baratki, 88’)


9 de Junho, Toulouse
Cuba – Roménia: 2-1 (jogo de desempate)
(Socorro, 50’; e Oliveira, 55’)
(Dobai, 35’)

Vídeo: FRANÇA - BÉLGICA
5 de Junho, Paris
França – Bélgica: 3-1
(Veinante, 1’; Nicolas, 12’ e 69’)
(Isemborghs, 20’)

Vídeo: BRASIL - POLÓNIA
5 de Junho, Estrasburgo
Brasil – Polónia: 6-5
(Leónidas, 18’, 67’, 93’, e 104’; Romeu, 25’; e Peracio, 7’1)
(Szeftke, 23’; Wilimowski, 53’, 59’, 89’, e 118’)

Vídeo: CHECOSLOVÁQUIA  HOLANDA
5 de Junho, Le Havre
Checoslováquia – Holanda: 3-0 (após prolongamento)
(Kostalek, 92’; Nejedly, 110’; e Zeman, 115’)


Quartos-de-final

Vídeo: ITÁLIA - FRANÇA
12 de Junho, Paris
Itália – França: 3-1
(Colaussi, 9’; Piola, 51’, e 72’)
(Heisserer, 10’)
 Vídeo: HUNGRIA - SUÍÇA
12 de Junho, Lille
Hungria – Suíça: 2-0
(Sarosi, 43’; e Szengeller, 90’)

Vídeo: SUÉCIA - CUBA
12 de Junho, Antibes
Suécia – Cuba: 8-0
(Keller, 13’, 48’, e 49’; Wetterstroem, 27’, 30’, e 43’; Nyberg, 86’; e Andersson, 88’)
12 de Junho, Toulouse
Brasil – Checoslováquia: 1-1 (após prolongamento)
(Leónidas, 14’)
(Nejedly, 41’)

Vídeos: BRASIL - CHECOSLOVÁQUIA
14 de Junho, Toulouse
Brasil – Checoslováquia: 2-1 (jogo de desempate)
(Leónidas, 56’; e Roberto, 63’)
(Kopecky, 23’)

Meias-finais

Vídeo: HUNGRIA - SUÉCIA
16 de Junho, Paris
Hungria – Suécia: 5-1
(Szengeller, 20’, e 39’, e 86’; Sãs, 37’; e Sarosi, 66’)
(Nyberg, 1’)
Vídeo: ITÁLIA - BRASIL
16 de Junho, Marselha
Itália – Brasil: 2-1
(Colaussi, 56’; e Meazza, 60’)
(Romeu, 87’)

Jogo dos 3º e 4º lugares

19 de Junho, Bordéus
Brasil – Suécia: 4-2
(Romeu, 42’; Leónidas, 52’, e 70’; e Peracio, 80’)
(Joansson, 13’; e Nyberg, 23’)

Final
19 de Junho, Paris
Estádio des Colombes, com 58 000 espectadores
Árbitro: Gerorge Capdeville (França)
Itália: Olivieri, Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavatti, Meazza (cap.), Piola, Ferrari e Colausse. Treinador. Vittorio Pozzo

Hungria: Szabo, Polgar e Biró; Szalay, Szucs e Lazar; Sas, Vincze, Sarosi (cap.), Szengeller e Titkos.
Treinador: Alfred Schaffer

Golos: 1-0 por Colaussi (6’); 1-1 por Titkos (8’); 2-1 por Piola (19’); 3-1 por Colaussi (35’); 3-2 por Sarosi (70’); 4-2 por Piola (82’).
Vídeo: FINAL DO CAMPEONATO DO MUNDO DE 1938: ITÁLIA - HUNGRIA
Outros factos e números da prova:
Onze tipo do Mundial…
Táctica: 2-3-5
Planicka (Checoslováquia), Domingos da Guia (Brasil), e Rava (Itália); Andreolo (Itália), Tim (Brasil), e Meazza (Itália); Sarosi (Hungria), Wetterstroem (Suécia), Piola (Itália), Leónidas (Brasil), e Colaussi (Itália).

Os Campeões…


4 Jogos: Andreolo, Ferrari, Locatelli, Meazza, Olivieri, Piola, Rava e Serantoni
3 Jogos: Biavati, Colaussi e Foni
1 Jogo: Ferraris, Monzeglio e Pasinati
Não utilizados: Bertoni, Ceresoli, Chizzo, Donati, Genta, Masetti, Olmi e Perazzolo
Onze base italiano…
Táctica: 2-3-5
Guarda-redes: Olivieri
Defesas: Foni e Rava
Médios: Serantoni, Andreolo e Locatelli
Avançados: Biavatti, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi


Os marcadores dos campeões…

5 golos: Piola
4 golos: Colaussi
1 golo: Ferrari e Meazza



Diversos…

-Leónidas (Brasil) foi o melhor marcador com oito golos
-15 países representados
-18 jogos
-84 golos
-4,67 média de golos por jogo
-483 000 espectadores
-26 833 média de espectadores por jogo
- 4 expulsões
-2 golos na própria baliza

Legendas das fotografias:
1- Logotipo do França 38
2- Equipa de Itália festejando a conquista do Campeonato do Mundo
3- Capitães da França e da Itália na escolha de campo no jogo dos quartos-de-final
4- O dramático Brasil - Checoslováquia
5- Um lance do Brasil - Itália das meias-finais
6- Itália - Hungria, o duelo decisivo do França 38
7- Leónidas da Silva, a estrela do Mundial 1938
8- Os capitães da Alemanha e da Suíça
9- Brasil e Polónia perfilados antes do jogo de estreia para cada um deles na "Copa"
10- A delegação brasileira posa para a fotografia na entrada do hotel onde estavam hospedados
11-Remate da estrela suíça Abbelgen
12-Duelo nas alturas no jogo de desempate entre alemães e suíços
13-Campeões do Mundo em título sentiram muitas dificuldades para afastar os noruegueses
14- A equipa das estreantes e frágeis Índias Holandesas
15-Um dia histórico para o desconhecido futebol cubano
16- A selecção que actuava em casa, a França
17-Brasil - Polónia foi um dos grandes jogos do Mundial 38
18-Uma panorámica do Estádio de Le havre onde a Checoslováquia bateu a Holanda
19-Italianos acabam com o sonho da equipa da casa
20-Suíça não conseguiu repetir a surpresa da 1ª eliminatória
21-É golllloooooooo... do Brasil diante da Checoslováquia...
22-... que nas meias finais não conseguiu impedir a Itália de chegar ao bi-campeonato
23- O palco da final: Stade des Colombes
24- Italianos festejam o bi-campeonato mundial
25- Primeira página do famoso jornal Gazzetta dello Sport dando conta da nova conquista da Squadra Azzurra
26- O técnico Pozzo e o avançado Piola, dois dos principais responsáveis pelo novo êxito italiano