Quando falamos no País de Gales em termos desportivos o que nos vem em primeiro lugar à memória é a palavra rugby. De facto, esta é a modalidade onde os galeses são uns verdadeiros "ases", já que possuem uma das melhores selecções do Mundo.
Bom, mas nem só de rugby se fez, ou se vai fazendo, a história desportiva deste pequeno país britânico. O futebol, apesar de em termos de popularidade ser ultrapassado pelo rugby, também já trouxe grandes alegrias ao povo galês. Grandes alegrias e grandes jogadores, e é para falar sobre um desses atletas que o Museu Virtual do Futebol abre hoje as suas portas. Um jogador que não é um jogador qualquer, mas sim o maior futebolista galês de todos os tempos, de seu nome John Charles.
Nascido a 24 de Dezembro de 1931, em Swansea, Charles formou-se enquanto jogador nas camadas jovens do clube homónimo desta cidade galesa. Aos 16 anos transferiu-se para Inglaterra, para representar o Leeds United, onde começou a jogar como centro-campista. Na sua primeira passagem pelo Leeds Charles jogou de 1947 até 1957. Transferiu-se depois para a Juventus de Turim, onde esteve até 1962. Regressou a Inglaterra, e de novo ao Leeds United, clube que representou na temporada de 1962/63. Na época seguinte viajou de novo até Itália, desta feita para actuar durante um ano pelo Como, tendo terminado a sua gloriosa carreira no seu país, mais precisamente no Cardiff City, onde jogou até 1966. Quer a jogar a médio-centro quer a avançado-centro, John Charles foi o jogador galês mais completo de sempre. Ídolo no Leeds e no Cardiff City, tornou-se no primeiro jogador britânico a ter sucesso no estrangeiro, mais precisamente em Itália, onde passou cinco magníficos anos ao serviço da Juve. Clube onde conquistou os únicos títulos da sua carreira, mais concretamente 3 campeonatos (1958, 1960 e 1961) e 2 Taças de Itália (1959 e 1960). Alinhou em 155 jogos com a camisola da Juve, tendo apontado 93 golos, sendo que em 1958 foi mesmo o melhor marcador do campeonato italiano, com 28 tentos. Era tão adorado em Turim que os adeptos da "Velha Senhora" (como é apelidada a Juventus) o baptizaram de o "Gigante Gentil", numa alusão à sua altura (1.88m) e ao seu cavalheirismo.
Aliás, numa recente sondagem realizada junto dos adeptos da Juve Charles foi eleito como o segundo melhor futebolista estrangeiro de todos os tempos a actuar pelo clube, perdendo o primeiro lugar para o francês Michel Platini.
Ainda em 1958 foi galardoado com os prémios de Futebolista Europeu do Ano e de Futebolista Mais Valioso da Europa. Ao serviço do Leeds United Charles realizou 329 jogos e marcou 157 golos, tendo sido o melhor marcador do campeonato inglês em 1957, com 38 golos. Pelo Cardiff City jogou 66 vezes e apontou 19 tentos.
Mas nem só ao serviço da Juve a estrela do gigante Charles brilhou a grande altura. Pela selecção do País de Gales o jogador também espalhou magia. Aliás, ele foi a chave do período de maior sucesso da selecção galesa, que culminaria com a presença da equipa no Campeonato do Mundo de Futebol de 1958, realizado na Suécia. O mesmo Mundial que revelou ao Mundo jogadores como os brasileiros Pélé e Garrincha. Esta foi, até à data, a única participação de uma equipa galesa numa fase final de uma grande competição à escala planetária. Infelizmente, uma lesão impediu Charles de jogar aquele que poderia ser o jogo da sua vida, o jogo que opós o País de Gales ao Brasil, a contar para os ¼ de final desse Mundial. O resultado é o que toda a gente sabe, os brasileiros (que nesse Mundial iriam conquistar o primeiro dos cinco títulos mundiais que possuem) venceram por 1-0, com um golo de um jovem prodígio de 17 anos chamado Pélé. Nesse Mundial Charles jogou os três primeiros jogos da sua selecção, a qual representou por 38 ocasiões, e por quem marcou 15 golos. A estreia com a camisola do País de Gales deu-se em 1954, num jogo com a Irlanda. Tinha então 17 anos.
Outro dado curioso sobre o gigante galês prende-se com o facto de a transferência deste do Leeds para a Juve, em 1957, por 70 000 libras, ter constituido na altura um recorde, tornando-se na transferência mais cara de sempre na Grã-Bretanha.
A sua transferência para o Cardiff City tonou-se muito importante para o futebol galês, pois numa terra onde os heróis desportivos costumam jogar tradicionalmente com uma bola oval (de rugby), ele aumentou, como nenhum outro jogador havia feito ou fez depois, a importância do futebol naquele país. Em 2002, já como vice-presidente da Federação Galesa de Futebol, ele recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico. Viria a falecer a 21 de Fevereiro de 2004, na cidade de Wakefield, com 72 anos de idade, vitima de uma embolia. Ele foi o grande rei do futebol galês.
Legenda das fotografias:
1- O "cromo" oficial de Charles no Mundial de 1958
2- O "Gigante Gentil" ao serviço da Juventus
3- A selecção galesa que esteve presente no Mundial 1958, onde Charles assumia o papel de estrela
4- Ao serviço do Leeds United
Vídeos: A HISTÓRIA DE JOHN CHARLES EM DOCUMENTÁRIO (PARTES 1, 2 E 3)
Bom, mas nem só de rugby se fez, ou se vai fazendo, a história desportiva deste pequeno país britânico. O futebol, apesar de em termos de popularidade ser ultrapassado pelo rugby, também já trouxe grandes alegrias ao povo galês. Grandes alegrias e grandes jogadores, e é para falar sobre um desses atletas que o Museu Virtual do Futebol abre hoje as suas portas. Um jogador que não é um jogador qualquer, mas sim o maior futebolista galês de todos os tempos, de seu nome John Charles.
Nascido a 24 de Dezembro de 1931, em Swansea, Charles formou-se enquanto jogador nas camadas jovens do clube homónimo desta cidade galesa. Aos 16 anos transferiu-se para Inglaterra, para representar o Leeds United, onde começou a jogar como centro-campista. Na sua primeira passagem pelo Leeds Charles jogou de 1947 até 1957. Transferiu-se depois para a Juventus de Turim, onde esteve até 1962. Regressou a Inglaterra, e de novo ao Leeds United, clube que representou na temporada de 1962/63. Na época seguinte viajou de novo até Itália, desta feita para actuar durante um ano pelo Como, tendo terminado a sua gloriosa carreira no seu país, mais precisamente no Cardiff City, onde jogou até 1966. Quer a jogar a médio-centro quer a avançado-centro, John Charles foi o jogador galês mais completo de sempre. Ídolo no Leeds e no Cardiff City, tornou-se no primeiro jogador britânico a ter sucesso no estrangeiro, mais precisamente em Itália, onde passou cinco magníficos anos ao serviço da Juve. Clube onde conquistou os únicos títulos da sua carreira, mais concretamente 3 campeonatos (1958, 1960 e 1961) e 2 Taças de Itália (1959 e 1960). Alinhou em 155 jogos com a camisola da Juve, tendo apontado 93 golos, sendo que em 1958 foi mesmo o melhor marcador do campeonato italiano, com 28 tentos. Era tão adorado em Turim que os adeptos da "Velha Senhora" (como é apelidada a Juventus) o baptizaram de o "Gigante Gentil", numa alusão à sua altura (1.88m) e ao seu cavalheirismo.
Aliás, numa recente sondagem realizada junto dos adeptos da Juve Charles foi eleito como o segundo melhor futebolista estrangeiro de todos os tempos a actuar pelo clube, perdendo o primeiro lugar para o francês Michel Platini.
Ainda em 1958 foi galardoado com os prémios de Futebolista Europeu do Ano e de Futebolista Mais Valioso da Europa. Ao serviço do Leeds United Charles realizou 329 jogos e marcou 157 golos, tendo sido o melhor marcador do campeonato inglês em 1957, com 38 golos. Pelo Cardiff City jogou 66 vezes e apontou 19 tentos.
Mas nem só ao serviço da Juve a estrela do gigante Charles brilhou a grande altura. Pela selecção do País de Gales o jogador também espalhou magia. Aliás, ele foi a chave do período de maior sucesso da selecção galesa, que culminaria com a presença da equipa no Campeonato do Mundo de Futebol de 1958, realizado na Suécia. O mesmo Mundial que revelou ao Mundo jogadores como os brasileiros Pélé e Garrincha. Esta foi, até à data, a única participação de uma equipa galesa numa fase final de uma grande competição à escala planetária. Infelizmente, uma lesão impediu Charles de jogar aquele que poderia ser o jogo da sua vida, o jogo que opós o País de Gales ao Brasil, a contar para os ¼ de final desse Mundial. O resultado é o que toda a gente sabe, os brasileiros (que nesse Mundial iriam conquistar o primeiro dos cinco títulos mundiais que possuem) venceram por 1-0, com um golo de um jovem prodígio de 17 anos chamado Pélé. Nesse Mundial Charles jogou os três primeiros jogos da sua selecção, a qual representou por 38 ocasiões, e por quem marcou 15 golos. A estreia com a camisola do País de Gales deu-se em 1954, num jogo com a Irlanda. Tinha então 17 anos.
Outro dado curioso sobre o gigante galês prende-se com o facto de a transferência deste do Leeds para a Juve, em 1957, por 70 000 libras, ter constituido na altura um recorde, tornando-se na transferência mais cara de sempre na Grã-Bretanha.
A sua transferência para o Cardiff City tonou-se muito importante para o futebol galês, pois numa terra onde os heróis desportivos costumam jogar tradicionalmente com uma bola oval (de rugby), ele aumentou, como nenhum outro jogador havia feito ou fez depois, a importância do futebol naquele país. Em 2002, já como vice-presidente da Federação Galesa de Futebol, ele recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico. Viria a falecer a 21 de Fevereiro de 2004, na cidade de Wakefield, com 72 anos de idade, vitima de uma embolia. Ele foi o grande rei do futebol galês.
Legenda das fotografias:
1- O "cromo" oficial de Charles no Mundial de 1958
2- O "Gigante Gentil" ao serviço da Juventus
3- A selecção galesa que esteve presente no Mundial 1958, onde Charles assumia o papel de estrela
4- Ao serviço do Leeds United
Vídeos: A HISTÓRIA DE JOHN CHARLES EM DOCUMENTÁRIO (PARTES 1, 2 E 3)