João MORAIS (Portugal): Um herói acidental cuja figura será eterna, é desta forma que pode ser apresentado João Morais, um nome pronunciado com sotaque de glória no universo do Sporting Clube de Portugal, o emblema onde este homem nascido em Cascais a 6 de março de 1935 desenvolveu a maior parte da sua carreira futebolística. Atuando sobre a ala esquerda do terreno, umas vezes como lateral outras como extremo, Morais iniciou o seu percurso profissional em Torres Vedras, na temporada de 55/56, ao serviço do Torreense, onde as suas excelentes exibições chamaram à atenção de emblemas de outro porte, entre eles o Sporting, que em 1958 o contrata para as suas fileiras. Nas primeiras três épocas pega de estaca no onze leonino, tendo tido um papel preponderante na conquista do campeonato nacional de 61/62 e na Taça de Portugal da temporada seguinte, último feito este que haveria de dar origem a uma inolvidável aventura dos leões na Europa do futebol. Na qualidade de vencedor da taça o Sporting foi o representante português na edição de 63/64 da Taça dos Vencedores das Taças, competição da UEFA onde os sportinguista tiveram um trajeto glorioso, alcançando a final. E se para o Sporting a época - de 63/64 - era de sonho para Morais nem por isso, já que depois de três boas temporadas o defesa/extremo passava por uma fase menos positiva, alternando entre a titularidade e a bancada! E para a final europeia, ocorrida em Bruxelas, Morais nem sequer estava inicialmente convocado pelo treinador Anselmo Fernandez. Porém, uma lesão inesperada de Hilário, o habitual dono da posição de lateral-esquerdo do Sporting, fez soar o sinal de alarme, tendo Morais sido chamado à última da hora pelos altifalantes do Estádio de Alvalade para substituir o seu azarado colega. E assim, sem contar, João Morais seguia na comitiva para a Bélgica. Em Bruxelas a final diante do MTK de Budapeste terminou empatada a três bolas, tendo a UEFA marcado uma finalíssima para dois dias depois em Antuérpia. Antes deste novo e decisivo encontro, e quiçá prevendo que estaria prestes a escrever a página mais bela da sua carreira Morais pediu ao treinador que o deixasse apontar um pontapé de canto de forma direta caso surgisse a oportunidade. Pedido aceite e eis que ao minuto 19 da finalíssima o Sporting ganha o seu primeiro pontapé de canto e Morais lá se encaminha para a marcação do mesmo. Pegou na bola, beijou-a, dirigiu-lhe umas palavras de ternura e colocou-a na marca. E eis como que num ápice de magia o pontapé que se seguiu só parou no fundo da baliza húngara! Um canto direto que deu origem ao único golo desse encontro, e consequentemente ofereceu o título europeu ao Sporting. Esse momento inesquecível ficou eternizado como o "cantinho do Morais" e até deu azo a que músicas se escrevessem sobre ele. De não convocado a herói, eis o trajeto de Morais na campanha europeia gloriosa do Sporting. Dois anos mais tarde o jogador iria viver um novo capítulo dourado na sua carreira quando foi um dos convocados para representar a seleção portuguesa no Campeonato do Mundo que decorreu em Inglaterra. Ao lado de Eusébio e companhia Morais alcançou um brilhante terceiro lugar, ainda hoje a melhor classificação de Portugal num Mundial. Em 1969 despediu-se do Sporting, deixando para trás um registo de 268 jogos disputados com a camisola do leões nas onze temporadas em que a vestiu e 68 golos marcados. Ainda fez mais duas épocas ao serviço do Rio Ave e uma em África do Sul antes de pendurar as chuteiras. Faleceu precisamente em Vila do Conde, em 2010.
segunda-feira, setembro 14, 2015
Flashes Biográficos (3)... Sidney Pullen
SIDNEY PULLEN (Inglaterra): Venerada em todo o globo a arte natural do futebolista brasileiro tem levado milhares de jogadores nascidos em Terras de Vera Cruz a exibir o seu talento nos mais variados cantos dos Cinco Continentes. Não só clubes como também diversas seleções nacionais têm ao longo da história importado a mestria do futebolista brasileiro no sentido de dar o tal toque artístico às suas equipas. É comum vermos grandes seleções mundiais, como Espanha, Portugal, ou Itália incorporarem nos seus onzes atletas de origem brasileira, mas... e o contrário, seria possível vermos ao lado de Neymar na seleção canarinha um jogador de outra nacionalidade? Impensável. O Brasil é quiçá o maior produtor planetário de diamantes futebolísticos e provavelmente nunca teria a necessidade de naturalizar jogadores de outros cantos do globo para dar força às suas seleções. Mas nem sempre foi assim. Nos inícios do século XX, mais concretamente na década de 10, quando tudo começou, quando a seleção brasileira dava os primeiros passos na sua - hoje - gloriosa caminhada dois estrangeiros tiveram a honra de envergar o manto sagrado do Brasil, um era português, de seu nome Casemiro do Amaral - e de quem já aqui falámos - e o outro inglês, Sidney Pullen de seu nome. Dos dois Pullen foi o primeiro a representar oficialmente a seleção brasileira, facto ocorrido na primeira edição do Campeonato Sul-Americano de Futebol, em 1916. Nascido em Southampton a 14 de julho de 1895, Sidney era filho de um inglês e de uma brasileira, tendo viajado para a América do Sul - mais precisamente para o Rio de Janeiro - ainda muito jovem na companhia de seus pais. E consigo trouxe a paixão pelo futebol - tão popular em terras britânicas por aqueles dias - tendo iniciado uma promissora carreira no Paysandu com apenas 17 anos de idade. Com as cores deste emblema venceu um Campeonato Carioca, sendo que com o extinção deste clube em 1915 Pullen transferiu-se para o Flamengo, cuja camisola envergou em 130 ocasiões até 1923, ano em que deixou a competição. Pelos rubro-negros Sidney apontou cerca de meia centena de golos e venceu inúmeros títulos, sendo que entre os mais pomposos destacam-se os campeonatos cariocas de 1920 e de 1921.
As boas atuações do britânico no meio campo flamenguista - Pullen atuava como médio centro - fizeram com que fosse chamado a representar a seleção brasileira na primeira grande competição disputada na América do Sul, o Campeonato Sul-Americano - hoje denominado de Copa América - que em 1916 conheceu então a sua edição inaugural, ocorrida na Argentina. Pullen atuou nos três jogos que a seleção disputou em Buenos Aires, tendo o primeiro ocorrido a 8 de julho desse ano, diante do Chile. Nos dois encontros seguintes a seleção brasileira atuou com outro estrangeiro, o já falado guarda-redes português Casemiro do Amaral, mas já ninguém tirava Pullen da história, já que ele havia sido o primeiro estrangeiro a jogar oficialmente pelo Brasil. Nesse mesmo campeonato outro facto histórico ocorreu envolvendo o nome de Sidney Pullen. A partida entre Chile e Argentina esteve a um passo de não se realizar pelo facto de não ter sido encontrado um árbitro para a dirigir! No entanto, e face a uma sugestão da organização as duas seleções concordaram que o jogo fosse arbitrado por Sidney Pullen! 1916 seria mesmo um ano marcante na vida do jogador, já que além da presença na primeira edição da copa - onde o Brasil terminou em terceiro lugar - e de ter sido o primeiro estrangeiro a vestir a camisola da seleção foi obrigado a regressar à Europa para combater pelo seu país na I Guerra Mundial, facto que o levou a interromper a sua carreira desportiva até 1917, altura em que regressou ao Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 1950.
As boas atuações do britânico no meio campo flamenguista - Pullen atuava como médio centro - fizeram com que fosse chamado a representar a seleção brasileira na primeira grande competição disputada na América do Sul, o Campeonato Sul-Americano - hoje denominado de Copa América - que em 1916 conheceu então a sua edição inaugural, ocorrida na Argentina. Pullen atuou nos três jogos que a seleção disputou em Buenos Aires, tendo o primeiro ocorrido a 8 de julho desse ano, diante do Chile. Nos dois encontros seguintes a seleção brasileira atuou com outro estrangeiro, o já falado guarda-redes português Casemiro do Amaral, mas já ninguém tirava Pullen da história, já que ele havia sido o primeiro estrangeiro a jogar oficialmente pelo Brasil. Nesse mesmo campeonato outro facto histórico ocorreu envolvendo o nome de Sidney Pullen. A partida entre Chile e Argentina esteve a um passo de não se realizar pelo facto de não ter sido encontrado um árbitro para a dirigir! No entanto, e face a uma sugestão da organização as duas seleções concordaram que o jogo fosse arbitrado por Sidney Pullen! 1916 seria mesmo um ano marcante na vida do jogador, já que além da presença na primeira edição da copa - onde o Brasil terminou em terceiro lugar - e de ter sido o primeiro estrangeiro a vestir a camisola da seleção foi obrigado a regressar à Europa para combater pelo seu país na I Guerra Mundial, facto que o levou a interromper a sua carreira desportiva até 1917, altura em que regressou ao Rio de Janeiro, onde viria a falecer em 1950.
sexta-feira, setembro 11, 2015
Copa América (5)... Argentina 1921
Uma revista da época retratando o feito alvi-celeste |
Jogo inaugural da Copa de 1921, entre a Argentina e o Brasil |
Paraguaios não tiveram argumentos para derrotar a turma da casa |
Por sua vez, o Paraguai mostrou que a surpreendente vitória de estreia ante o poderoso Uruguai havia sido, quiçá, um mero golpe de sorte, pois à má performance obtida diante do Brasil seguiu-se uma nova e modesta atuação ante os anfitriões. Libonatti, aos 43 minutos, abriu o caminho de uma vitória fácil por 3-0 dos argentinos que desta forma estavam a um pequeno passo de entrar para a história. Mas para o fazer a equipa do jogador/treinador Pedro Fournol precisa de vencer o vizinho e eterno inimigo da outra margem do Rio da Prata, o Uruguai, seleção que se recompôs da derrota inaugural com um triunfo curto mas importante sobre o Brasil. Dois golos de Ángel Romano, um dos principais jogadores dos charrúas, contra apenas um dos brasileiros, deram aos campeões em título um novo alento quanto a uma possível renovação do ceptro. Quanto ao Brasil despedia-se sem honra nem glória, ficando somente para a história as heróicas atuações do seu guarda-redes, Júlio Kuntz, performance que levou a que o maestro Francisco Canaro tivesse composto um tango em homenagem ao goleiro do Flamengo.
Libonatti marca o golo (contra o Uruguai) que consagrou a Argentina como campeã das américas |
A figura: Julio Libonatti
Julio Libonatti com a camisola da Argentina |
Números e nomes:
2 de outubro de 1921
Argentina - Brasil: 1-0
(Libonatti, aos 27m)
A seleção do Paraguai que em 1921 participou pela primeira vez na Copa América |
Paraguai - Uruguai: 2-1
(Rivas, aos 9m, López, aos 66m)
(Piendibene, aos 83m)
Um ângulo da bancada e da tribuna central do Estádio do Club Sportivo Barracas, onde decorreu o campeonato sul-americano de 1921 |
Brasil - Paraguai: 3-0
(Machado, aos 21m, aos 44m, Candiota, aos 45m)
16 de outubro de 1921
Capitães do Paraguai e da Argentina cumprimentam-se antes do duelo travado entre si |
(Libonatti, aos 43m, Saruppo, aos 71m, Echeverría, aos 76m)
23 de outubro de 1921
Uruguai - Brasil: 2-1
(Romano, ao 1n, aos 8m)
(Zézé, aos 53m)
30 de outubro de 1921
Argentina - Uruguai: 1-0
(Libonatti, aos 57m)
Classificação
1-Argentina: 6 pontos
2-Brasil: 2 pontos
3-Uruguai: 2 pontos
4-Paraguai: 2 pontos
A célebre seleção argentina que em 1921 alcançou o seu primeiro título oficial |
segunda-feira, setembro 07, 2015
Lista de Campeões... Nova Zelândia
Campeões Nacionais da Premiership*
*Nota: Devido a pandemia Covid-19 que desde março paralisou todo o desporto Mundial, a Federação neozelandesa decidiu em março cancelar o campeonato e atribuir o título de campeão ao Auckland City que era o clube que liderava a prova no momento do cancelamento
2018/19: Eastern Suburbs AFC
2017/18: Auckland City
2016/17: Team Wellington
2015/16: Team Wellington
2014/15: Auckland City
2013/14: Auckland City
2012/13: Waitakere United
2011/12: Waitakere United
2010/11: Waitakere United
2009/10: Waitakere United
2008/09: Auckland City
2007/08: Waitakere United
2006/07: Auckland City
2005/06: Auckland City
2004/05: Auckland City
*Competição criada em 2004
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