quinta-feira, dezembro 31, 2009
As seguintes "Lendas da Bola" desejam a todos os visitantes deste Museu um...
Nota: Montagem feita pelo autor deste blog
quarta-feira, dezembro 30, 2009
Estrelas cintilantes (19)... Carlos
Carlos é um atleta que chama inevitavelmente à atenção, não só pelas suas excelentes qualidades na arte de defender as redes mas também pelo toque de loucura com que o executa. Esta sua maneira de estar dentro de campo faz lembrar de certa forma outros “génios loucos” das balizas, como o argentino Gatti, o colombiano Higuita, ou os portugueses Zé Beto e Alfredo.
Nasceu em Kinshasa, na República Democrática do Congo, no dia 8 de Dezembro de 1979. Filho de emigrantes lusos efectuou em 1997/98 a sua primeira temporada como sénior, ao serviço do Vilafranquense, na altura a militar na 3ª Divisão Nacional. Com o emblema de Vila Franca de Xira ascendeu na temporada seguinte à 2ª Divisão Nacional, onde permaneceria por mais três épocas.
Não tardou as dar nas vistas pelos relvados secundários do país, e em 2001/02 o Campomaiorense, na altura a competir na Divisão de Honra (hoje denominada de Liga Vitalis) contratou os seus serviços. No Alentejo estaria apenas uma temporada, visto não ter efectuado um único encontro ao serviço dos “galgos”.
Viajaria então até Amora, onde na época seguinte actuaria com brilho em 14 ocasiões pelo clube local, a militar na 2ª Divisão Nacional.
As suas exibições chamariam novamente a atenção dos clubes profissionais, e em 2003/04 viajaria para o norte para defender as cores do Felgueiras na Divisão de Honra. Ao serviço destes actuaria em 33 encontros.
O primeiro grande salto seria dado na temporada seguinte, quando o conceituado Boavista (equipa que quatro anos antes se havia sagrado campeã nacional) requisitou os seus serviços. No Bessa viveria uma temporada e meia plena de... sucesso. Fez 33 jogos na sua primeira passagem pelo principal escalão do futebol português, tendo feito a sua estreia num jogo ante o Marítimo a 25 de Setembro de 2004. As suas exibições categóricas chamaram a atenção de emblemas internacionais, tendo a meio da época de 2005/06 o Steaua de Bucareste vindo a Portugal contrata-lo.
Os primeiros tempos na Roménia seriam de sonho. Carlos era tratado como um rei, de tal maneira que era praticamente impossível circular pelas ruas de Bucareste com a tranquilidade de um cidadão comum. Era o grande ídolo dos adeptos do mais popular clube daquele país, ajudando ainda nessa época o Steaua a alcançar as meias-finais da Taça UEFA. A cereja no topo do bolo seria a conquista do título romeno. Na época seguinte começou o decréscimo vertiginoso de popularidade do guarda-redes português. Algumas exibições menos conseguidas, entre outras a da derrota caseira ante o Real Madrid por 1-4 para a Liga dos Campeões, levaram o presidente do clube, Gigi Becali, a proferir uma polémica declaração, dizendo que oferecia 100 mil dólares a quem quisesse adquirir o passe de Carlos. Tais declarações criaram de imediato um enorme mau estar entre o jogador e o clube, consumando-se quase de imediato um divórcio mais do que prevísivel.
Ainda tentou, durante o que restava dessa época, a sua sorte no melhor campeonato do Mundo, o inglês, tendo prestado provas durante algumas semanas nos londrinos do Charlton.
Sem sorte regressou em 2007/08 ao futebol português, mais concretamente ao clube que o lançou para a rivalta, o Boavista. Pelas “panteras” fez 9 jogos de grande qualidade e não foi de estranhar que mais uma vez tivessem “chovido” convites do estrangeiro a requerer os seus serviços. Aventurou-se mais uma vez, desta feita para o longínquo Irão para jogar pelo Foolad. Também ai foi “estrela”, tendo feito 32 jogos por um dos mais populares clubes iranianos.
As saudades de casa e o desejo de competir num campeonato com mais fama, por assim dizer, fê-lo regressar a Portugal, sendo que no início desta temporada (2009/10) assinou pelo Rio Ave, do principal escalão nacional. Em Vila do Conde é um dos artistas da bola da equipa local, e um dos responsáveis pela boa campanha da equipa nortenha, sendo um dos títulares absolutos da mesma.
Terá, quiçá, em Janeiro próximo a grande oportunidade da sua vida para se mostrar ao Mundo, já que será o guarda-redes titular da selecção de Angola (país pelo qual se naturalizou recentemente) na prestígiada Taça das Nacões Africanas (também conhecida por CAN). Competição esta que curiosamente se irá realizar em solo angolano, sendo este um acréscimo de atenção a uma prova que já por si recebe os holofotes do Mundo inteiro. Aqui ficou pois a minha homenagem a este senhor das balizas.
Legenda das fotografias:
1- Carlos Alberto Fernandes
2- Sequência das imagens: no Boavista, no Steaua, no Rio Ave, e na selecção de Angola
segunda-feira, dezembro 21, 2009
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (8)...
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (7)...
quinta-feira, dezembro 17, 2009
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (6)...
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (5)...
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (4)...
terça-feira, dezembro 15, 2009
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (3)...
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (2)...
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Mundial de Clubes/Emirados Árabes Unidos 2009 (1)...
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Messi ganha a Bola de Ouro de 2009...
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Catedrais Históricas (7)... Estádio do Lima
Um dos últimos postais da mítica catedral |
O Lima é pois um baú de histórias da bola, e não só, pois na sua pista de atletismo passaram alguns dos melhores corredores nacionais daquela época, e na de ciclismo muitos dos “ases” da arte de dar ao pedal.
O Lima foi o primeiro grande templo do futebol português numa época em que o belo jogo era puramente amador... e romântico.
Hoje em dia não passa de um fantasma, pois no local onde outrora eram vividas tardes épicas em termos desportivos hoje não mais existe do que um enorme e gélido descampado... sem qualquer vestígio do extinto templo desportivo.
Inaugurado no longínquo dia 16 de Março de 1924 o Estádio do Lima (situado entre as ruas de Costa Cabral e da Alegria ) era, como já descortinámos nas primeiras linhas deste texto, propriedade do Académico Futebol Clube, nobre agremiação portuense fundada em 1911. Foi um dos primeiros estádios relvados do nosso país, processo de arrelvamento que foi levado a cabo em 1937.
O Lima pode já não existir fisicamente mas os seus belos traços, a alegria contagiante das suas bancadas... serão eternas. E assim o são pelo facto de um dos filmes portugueses mais populares de sempre, “O Leão da Estrela”, ter sido – em parte – ali gravado. Nesta película são retratadas as aventuras de um fanático adepto do Sporting – personagem interpretada pelo “imortal” António Silva – que se desloca ao Porto para assistir a um decisivo e emotivo encontro entre o FC Porto e o seu clube.
Uma rara imagem de um jogo no Lima |
Devo confessar que sempre que passo no local onde outrora esteve erguido fisicamente o Estádio do Lima não deixo de sentir uma certa inveja... inveja daqueles que ali presenciaram grandes momentos de futebol, colocando de imediato a minha imaginação a trabalhar... imaginando a alegria vibrante e contagiante das bancadas, os dribles dos artistas que naquele relvado mágico tantas e tantas vezes brilharam... e eu ali, no meio da multidão a contemplar aquele cenário paradisíaco. Dentro de mim o Lima continua bem vivo...
quinta-feira, novembro 26, 2009
Grandes Clássicos da Bola (6)... FC Porto - Arsenal (3-2)...
Foi a vitória do pequeno e frágil “David” contra o todo poderoso e assustador “Golias” numa altura em que o desporto-rei vivia ainda muito longe do mediatismo e profissionalismo que ostenta hoje em dia.
Viajemos então até ao ano de 1948, mais em concreto até 6 de Maio, dia em que Cidade do Porto estava em festa pois o seu clube mais representativo recebia nada mais nada menos do que a equipa que os críticos da modalidade consideravam ser a mais perfeita do Mundo sob todos os aspectos. Tanto é que assim que foi anunciada, meses antes, esta partida suscitou de imediato um interesse desmedido na população portuense. O caso não era para menos, a melhor equipa do Mundo da altura, oriunda do país que inventou o futebol (Inglaterra) estaria de visita à humilde Cidade do Porto.
Desde logo se fizeram previsões de que os amadores do FC Porto não teriam a mínina das hipóteses em levar de vencido um conjunto que era composto por alguns dos melhores jogadores do planeta.
Dizer em jeito de nota que a visita do Arsenal a Portugal foi inserida numa digressão – até chegar ao nosso país 100% vitoriosa - que a turma britânica efectuou por diversos países da Europa naquele ano.
E chegavamos ao grande dia, o saudoso Estádio do Lima foi o palco para levar à cena este “bailado futebolístico”. Contra todas as previsões a equipa da casa “agigantou-se ao gigante” londrino. Perdeu o medo, e avançou para uma das exibições mais brilhantes de que há memória da sua história centenária.
A marcha do marcador não podia ser mais explicita do domínio avassalador que a então desconhecida – em termos internacionais – equipa portuguesa exercia sobre os afamados craques do Arsenal. Aos 20 minutos de jogo o Porto já vencia por 3-0!!! Há dias descobri num “baú virtual” de histórias futebolísiticas a narrativa dos três golos azuis-e-brancos. Não resisti a trazê-los aqui para enirquecer ainda mais um pedaço de história só por si rico de natureza. Aqui vai:
1-0 AOS 9 MINUTOS por ARAÚJO
Gastão abriu para Joaquim que endossou a Araújo. A cerca de 30 metros rematou com impécavel direcção, indo a bola entrar no ângulo superior esquerdo, depois de tabelar no poste.
2-0 AOS 18 MINUTOS por CORREIA DIAS
Joaquim abriu em profundidade para Lourenço seguindo a bola para Araújo que com um leve toque a colocou em Correia Dias rematando a meia altura sem possibilidade de defesa.
3-0 AOS 20 MINUTOS por CORREIA DIAS
Triangulação entre Gastão ,Joaquim e Araújo foi inteligentemente aproveitada para atrair a si a defesa. No momento preciso um passe para Correia Dias que marca o golo.
O Arsenal ainda reduziria a desvantagem para 2-3, mas insuficiente para tirar o mérito e o brilho da vitória aos jogadores do FC Porto. Um resultado e sobretudo uma exibição portista que todos aqueles que lotaram por completo o desaparecido Estádio do Lima jamais esqueceram. De tal modo que desde logo uma comissão de sócios e admiradores do FC Porto tratou de angariar fundos para presentear o clube da Invicta com um troféu alusivo a essa histórica vitória. Concepcioando pela Orivesaria Aliança, na sequência de um esboço dos escultores Marinho Brito e Albano França, este é sem margem para dúvidas um dos troféus mais bonitos e imponentes que figuram nas vitrinas do FC Porto.
Mais do que a celebração de uma vitória histórica simboliza o espírito apaixonado e o orgulho (no seu clube) de um grupo de adeptos do emblema portista.
A bonita peça foi entregue à Direcção do clube a 21 de Outubro de 1949, mais de um ano depois do jogo. Para a concepção deste troféu (mais tarde baptizado como Taça Arsenal), foram utilizados diversos materiais, entre outros, ouro, prata, esmalte, cristal, madeira fina e veludo. Pesa 300 quilos e inclui 130 quilos de prata.
Uma bela obra de arte nascida de uma não menos bela vitória do seguinte onze do FC Porto: Barrigana, Alfredo Pais, Francisco, Virgílio, Romão, Joaquim, Lourenço, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino. Treinador: Vachetto.