sexta-feira, junho 29, 2018

Flashes do Rússia 2018 (48)...

Grupo H / 3ª Jornada

Senegal - Colômbia: 0-1

Golo: Mina

Cabeça de Mina voltou a fazer milagres...

Flashes do Rússia 2018 (47)...

Grupo H / 3ª Jornada

Japão - Polónia: 0-1

Golo: Bednarek

Apesar da derrota nipónicos seguem em frente num triste espetáculo de anti-jogo...

Flashes do Rússia 2018 (46)...

Grupo G / 3ª Jornada

Inglaterra - Bélgica: 0-1

Golo: Januzaj

Belgas lá ganharam um jogo que ninguém queria vencer (!)...

Flashes do Rússia 2018 (45)...

Grupo G / 3ª Jornada

Panamá - Tunísia: 1-2

Golos: Meriah (a.g.) / Ben Youssef, Khazri

Adeus tunisino com sabor a vitória...

quinta-feira, junho 28, 2018

Flashes do Rússia 2018 (44)...

Grupo F / 3ª Jornada

México - Suécia: 0-3

Golos: Augustinsson, Granqvist, Alvarez (a.g.)

Nórdicos garantem presença na fase seguinte em grande estilo...

Flashes do Rússia 2018 (43)...

Grupo F / 3ª Jornada

Coreia do Sul - Alemanha: 2-0

Golos: Y.G. Kim, H.M. Son

Maldição dos campeões do Mundo (caírem na fase de grupos) fez mais uma vítima: a Alemanha!!!...

Flashes do Rússia 2018 (42)...

Grupo E / 3ª Jornada

Suíça - Costa Rica: 2-2

Golos: Dzemaili, Drmic / Watson, Sommer (a.g.)

Empate com contornos distintos: helvéticos continuam na festa, ao passo que ticos dizem adeus...

Flashes do Rússia 2018 (41)...

Grupo E / 3ª Jornada

Sérvia - Brasil: 0-2

Golos: Paulinho, Thiago Silva

Mesmo sem encantar o escrete chegou ao topo do seu grupo...

quarta-feira, junho 27, 2018

Flashes do Rússia 2018 (40)...

Grupo D / 3ª Jornada

Islândia - Croácia: 1-2

Golos: Sigurdsson 7 Badelj, Perisic

Croatas fazem o pleno (de vitórias) na fase de grupos e apontam baterias a uma surpresa (?)...

Flashes do Rússia 2018 (39)...

Grupo D / 3ª Jornada

Nigéria - Argentina: 1-2

Golos: Moses / Messi, Rojo

Com D10S na bancada a Argentina atingiu o céu em cima da meta...

Flashes do Rússia 2018 (38)...

Grupo C / 3ª Jornada

Austrália - Perú: 0-2

Golos: Carrillo, Guerrero

Incas despedem-se da festa planetária em grande estilo...

Flashes do Rússia 2018 (37)...

Grupo C / 3ª Jornada

Dinamarca - França: 0-0

Primeiro nulo do Mundial russo rasga sorrisos nas duas equipas...

terça-feira, junho 26, 2018

Flashes do Rússia 2018 (36)...

Grupo B / 3ª Jornada

Irão - Portugal: 1-1

Golos: Karim / Quaresma

Guerreiros persas caíram de pé numa batalha épica...

Flashes do Rússia 2018 (35)...

Grupo B / 3ª Jornada

Espanha - Marrocos: 2-2

Golos: Isco, Aspas/ Boutaib, En-Nesyri

Despedida honrosa de uma seleção (Marrocos) cujo futebol vai deixar saudades...

Flashes do Rússia 2018 (34)...

Grupo A / 3ª Jornada

Arábia Saudita - Egito: 2-1

Golos: Salman, Salem / Salah

Filhos do deserto vencem duelo de derrotados no adeus à Rússia...

Flashes do Rússia 2018 (33)...

Grupo A / 3ª Jornada

Uruguai - Rússia: 3-0

Golos: Suarez, Cheryshev (a.g.), Cavani

Tango uruguaio soou mais alto do que a polka russa...

segunda-feira, junho 25, 2018

Histórias do Futebol em Portugal (21)... Memórias de uma primeira vez na alta roda do futebol internacional (3.ª parte)

Jorge Vieira e o capitão jugoslavo
antes do pontapé de saída
Com João dos Santos no lugar do castigado – pela dureza chilena – Armando Martins, Portugal voltaria a entrar em campo apenas dois dias depois do jogo de estreia. Os oponentes eram agora os jugoslavos. Equipa, cujo onze se apresentava fisicamente superior ao dos lusos, e além disso estava mais fresco, pois iria entrar em campo no torneio pela primeira vez, contrariamente aos pupilos de Cândido de Oliveira, que haviam gasto energias na pré-eliminatória ante o Chile.
No entanto, Portugal voltou a estar em grande nível, alcançando uma nova e épica vitória, tendo no plano individual o destaque ido para Augusto Silva, cuja estupenda exibição, coroada com um golo – o da vitória por 2-1 – apontado em cima dos 90 minutos lhe valeu o “título” de herói da tarde, tendo, no final, sido transportado em ombros pelos seus colegas de equipa.

Portugal ataca a baliza da Jugoslávia
Tal como ante o Chile, também Portugal esteve a perder, mas a veia goleadora de Vítor Silva esteve deste feita em evidência, com o avançado do Benfica a não se apresentar tão perdulário como no primeiro encontro e a restabelecer a igualdade ainda no decorrer da primeira parte. Pepe, Carlos Alves e Roquete foram igualmente endeusados pela imprensa portuguesa no final do embate com os jugoslavos, graças às suas brilhantes performances. Carlos Alves, o luvas pretas (avó de João Alves), esteve sempre muito seguro na defesa, afastando com classe por diversas vezes o perigo da sua área; enquanto que Pepe esteve em todo o lado, à direita, na esquerda, sempre farejando a bola na tentativa de causar pânico na baliza de Siflis (considerado então um dos melhores guarda-redes da Europa); ao passo que Roquete voltou a ser decisivo em inúmeras ocasiões a negar o golo aos possantes avançados dos balcãs. O aspeto negativo desta partida residiu na expulsão de Valdemar Mota, na sequência de uma carga sobre o guardião contrário quando este já estava no chão com a bola em seu poder. O juíz alemão Birlem não teve complacência e ordenou que o jogador do FC Porto abandonasse o terreno. Mas o mais importante de tudo é que Portugal já ia segunda vitória e os quartos-de-final eram agora uma realidade. Nada mau mesmo para uma estreia deste gabarito internacional.

Quartos-de-final onde figuravam os grandes favoritas à conquista do ouro olímpico, ou o mesmo será dizer, do título de campeão mundial. Argentina, Uruguai, Espanha, Itália e Bélgica (campeã olímpica em 1920) estavam todos na luta. Quis, no entanto, a sorte – ou o azar como mais tarde se viria a revelar – que o adversário dos portugueses no caminho para chegar às meias-finais fosse o aparentemente desconhecido Egito. O nosso país estava num estado de euforia total, e ninguém esperava que depois de eliminar os bravos e agressivos chilenos, e os técnica e fisicamente apurados jugoslavos, o Egito pudesse pôr cobro a esta aventura olímpica. De tal maneira que muita gente já pensava no confronto com a poderosa Argentina do temível avançado Tarasconi (que viria a sagrar-se o melhor marcador deste torneio olímpico), que com um poker (quatro golos) havia contribuído – e muito – para afastar a Bélgica nestes quartos-de-final.

Sfilis, o poderoso guardião dos balcãs
No dia 4 de junho, cerca de 3,500 espetadores assistem no Olímpico de Amesterdão ao último duelo desta ronda eliminar, entre portugueses e egípcios. Roquete, Carlos Alves, Jorge Vieira (capitão), Raul Tamanqueiro, Augusto Silva, César de Matos, Valdemar Mota, Pepe, Vítor Silva, Armando Martins e José Manuel Martins, constituem o “onze” que exibiu orgulhosamente a camisola vermelha da seleção nacional (o resto da indumentária era constituída por calções azuis e meias brancas com nuances de verde e vermelho).
Extremamente velozes e perigosos no ataque, os egípcios criaram dificuldades aos lusos que apesar de tudo exerceram o domínio em vários períodos do jogo. Durante o primeiro tempo, os avançados de Portugal deram que fazer ao último reduto dos africanos, com remates de todas as formas e feitios que obrigavam o guardião Handi e a sua defesa a trabalhos redobrados. Uma bola perdida por parte de Carlos Alves esteve na origem do primeiro golo do encontro, aos 15 minutos, tendo Mokhtar batido o desamparado Roquete.

Posto isto, o equilíbrio imperou até final do primeiro tempo, sem que tenham surgido grandes ocasiões de golos para qualquer das partes. Porém, logo a abrir a segunda parte, Portugal sofre um novo golpe. Augusto Silva é driblado por um egípcio (Riad, no caso) no meio campo, o qual, depois desta maldade ao médio do Belenenses, sai disparado em direção à baliza de Roquete, apanhando desprevenida a retaguarda composta por Carlos Alves e Jorge Vieira, e quando chega próximo do guarda-redes do Casa Pia mais não faz do que um brilhante chapéu que aninhou a bola nas redes lusas. 2-0.

Os lusos esmoreceram um pouco após este novo golpe, mas até final chamaram a si o domínio dos acontecimentos, rematando vezes sem conta à baliza africana na tentativa de minorar os estragos e reentrar na luta pelo resultado. Até que numa dessas incursões, Valdemar Mota – que apesar de expulso na partida anterior pôde estar em campo nesta nova batalha – cruza a bola para Vítor Silva, que a atira para a baliza. Sobre a linha de golo o guardião Handi tenta a defesa, sacudindo a bola já para lá da linha fatal, mas... o árbitro italiano Mauro faz vista grossa e não valida o tento a Portugal, de nada valendo os assobios do público holandês que se mostrava afeto à nossa seleção. Curioso, é que o fiscal de linha – também ele holandês – afirmou ter sido golo, mas Mouro mostrou quem mandava, e categoricamente respondeu aos vivos protestos portugueses com um: não! Não foi golo!

Lance da final Olímpica de 1928
Abalados por esta decisão, os portugueses continuaram, no entanto, a carregar e quando faltavam 14 minutos para o fim Vítor Silva reduziu a desvantagem. Até ao fim, Roquete foi um mero espetador a ver jogar os seus companheiros da frente, os quais lutaram até à exaustão pelo golo que valesse o empate e quiçá levar o tira-teimas para um novo jogo (na época não havia prolongamento, muito menos o desempate por grandes penalidades). A cinco minutos dos 90, Valdemar Mota inicia mais um ataque à baliza africana, fez um centro perfeito para a área, mas não havia ninguém para dar o melhor seguimento ao esférico. E assim se gastava o último cartucho luso no jogo. O sonho chegava ao fim. Portugal estava ingloriamente fora do torneio que haveria de ser (re)conquistado pelos magos do Uruguai numa frenética finalíssima diante dos vizinhos e velhos inimigos do outro lado do Rio da Prata – a Argentina. A Federação Portuguesa de Futebol ainda protestou o jogo, pelo erro do italiano Mauro, que anulou um golo limpo aos nossos rapazes, mas em vão, o Egito seguia em frente.

Apesar de tudo, a imprensa mundial rendeu-se aos portugueses no cair do pano do torneio olímpico de 1928. O jornal parisiense L' Auto escrevia que «Os chilenos chegaram a Amesterdão com a esperança de fazer tanto quanto tinham feito os uruguaios há quatro anos em Paris. Infelizmente para eles, a sorte opôs-lhes, logo no primeiro dia, uma das melhores equipas da Europa». O mesmo jornal escrevia após o desaire da seleção nacional perante o Egito o seguinte: «O onze português é sem dúvida o melhor dos todos os grupos apresentados pelos latinos da Europa».
Augusto Silva, Valdemar Mota e Raul “Tamanqueiro” Figueiredo foram escolhidos pelos jornalistas presentes como dos melhores jogadores revelação do torneio, a par de Monti (Argentina), Rivolta (Itália), Gestido (Uruguai), ou Evaristo (Argentina).
O jornal Echo des Sports, também de Paris, escrevia que «a equipa portuguesa foi uma das mais completas do torneio. Pela sua partida contra o Egito, Portugal merecia não só figurar na meia-final como também na final».

No futebol não existem vitórias morais, é certo, mas não é menos certo que estas são palavras que encheram de orgulho a nação lusa nesta sua primeira aventura (oficial) internacional, como ficou comprovado na receção apoteótica que a comitiva portuguesa teve no Rossio, quando do regresso a casa.
Estava dado o primeiro passo da caminhada que conduziu Portugal à glória e fama internacional dos dias de hoje.

Flashes do Rússia 2018 (32)...

Grupo H / 2ª Jornada

Polónia - Colômbia: 0-3

Golos: Mina, Falcao, Cuadrado

Polacos não souberam acompanhar o ritmo do baile cafetero e estão fora da festa...

Flashes do Rússia 2018 (31)...

Grupo H / 2ª Jornada

Japão - Senegal: 2-2

Golos: Inui, Honda / Mané, Wague

Igualdade mantém outsiders do grupo H na liderança...

Flashes do Rússia 2018 (30)...

Grupo G / 2ª Jornada

Inglaterra - Panamá: 6-1

Golos: Kane (3), Stones (2), Lingard / Baloy

Armada britânica aplica a sua maior goleada numa fase final de um Mundial...

domingo, junho 24, 2018

Flashes do Rússia 2018 (29)...

Grupo G / 2ª Jornada

Bélgica - Tunísia: 5-2

Golos: Lukaku (2), Hazard (2), Batshuayi / Bronn, Khazri

Diabos vermelhos andam à solta na Rússia...

Flashes do Rússia 2018 (28)...

Grupo F/ 2ª Jornada

Alemanha - Suécia: 2-1

Golos: Reus, Kroos / Toivonen

Saint Toni (Kroos) fez um milagre em tempo de compensação...

Flashes do Rússia 2018 (27)...

Grupo F / 2ª Jornada

Coreia do Sul - México: 1-2

Golos: H.M. Son / Vela, Hernandez

Coreia bem lutou mas foi o México que se apurou (para a fase seguinte)...

sábado, junho 23, 2018

Flashes do Rússia 2018 (26)...

Grupo E / 2ª Jornada

Sérvia - Suíça: 1-2

Golos: Mitrovic / Xhaka, Shaqiri

Chocolate suíço indigesto para sérvios demasiado passivos...

Flashes do Rússia 2018 (25)...

Grupo E / 2ª Jornada

Brasil - Costa Rica: 2-0

Golos: Coutinho, Neymar

Lágrimas de Neymar explicam bem a dificuldade da vitória canarinha...

Flashes do Rússia 2018 (24)...

Grupo D / 2ª Jornada

Nigéria - Islândia: 2-0

Golos: Musa (2)

Super Eagles voaram com estilo sobre as gélidas montanhas escandinavas...

Flashes do Rússia 2018 (23)...

Grupo D / 2ª Jornada

Argentina - Croácia: 0-3

Golos: Rebic, Modric, Rakitic

Humilhação suprema de um candidato (?) ao trono...

Flashes do Rússia 2018 (22)...

Grupo C / 2ª Jornada

França - Perú: 1-0

Golo: Mbappé

Segunda derrota pela margem mínima assegurou bilhete de regresso a casa dos peruanos...

Flashes do Rússia 2018 (21)...

Grupo C / 2ª Jornada

Dinamarca - Austrália: 1-1

Golos: Eriksen / Jedinak

Socceroos continuam a dar boas indicações...apesar de não terem ainda vencido...

Flashes do Rússia 2018 (20)...

Grupo B / 2ª Jornada

Irão - Espanha: 0-1

Golo: Diego Costa

Diego Costa desatou um nó complicado...

sexta-feira, junho 22, 2018

Flashes do Rússia 2018 (19)...

Grupo B / 2ª Jornada

Portugal - Marrocos: 1-0

Golos: Cristiano Ronaldo

Marrocos jogou (melhor) e Portugal ganhou graças à inspiração divina habitual...

Flashes do Rússia 2018 (18)...

Grupo A / 2ª Jornada

Uruguai - Arábia Saudita: 1-0

Golo: Suarez

Suarez carimba passaporte da celeste para a fase seguinte e torna-se no primeiro uruguaio a marcar em três fases finais...

Flashes do Rússia 2018 (17)...

Grupo A / 2ª Jornada

Rússia - Egito: 3-1

Golos: Fathi (a.g.), Cheryshev, Dzyuba / Salah

Nem o faraó mor (Salah) impediu a despedida do Egito do Mundial russo...

terça-feira, junho 19, 2018

Histórias do Futebol em Portugal (20)... Memórias de uma primeira vez na alta roda do futebol internacional (2.ª parte)


Cândido de Oliveira,
o Timoneiro
Esperança, vontade de aprender e orgulho em servir a pátria no palco mais importante do futebol mundial “invadia” o grupo português que partiu para Amesterdão no dia 22 de maio de 1928. Holanda, França, Luxemburgo, Argentina, Estónia, Egito, Bélgica, Turquia, Estados Unidos da América, Espanha, Uruguai, Alemanha, Chile, Suíça, México, Jugoslávia e Portugal, eis os integrantes do cartaz do torneio olímpico de 1928. Uns mais favoritos do que outros, naturalmente. Jornalistas de todo o Mundo rumaram a Amesterdão para acompanhar os JO, sendo que grande parte deles o fez pelo futebol, a modalidade que movia uma crescente massa adepta no globo terrestre. Alemanha apresentava o maior número de jornalistas presentes nos Jogos, com 54, ao passo que Portugal enviava somente oito, entre outros António Ferro (Diário de Notícias), Adelino Mendes (O Século), Salazar Correia (Ilustração), Ribeiro dos Reis (Os Sports) e Cândido de Oliveira (Diário de Lisboa). Esta última figura viajava para a Holanda com uma dupla função, não só com a responsabilidade de transformar – brilhantemente, como era seu apanágio – em notícia os acontecimentos de Amesterdão, mas sobretudo o de liderar sob o ponto de vista técnico o combinado nacional. Cândido Fernandes Plácido de Oliveira (nasceu a 24 de Setembro de 1896), é uma das figuras mais marcantes da história do futebol em Portugal. Mestre Cândido – como era conhecido – foi o primeiro grande estudioso do futebol em Portugal, responsável maior pelo aparecimento da seleção nacional, trabalhador incansável no sentido de que o futebol português se colocasse ao nível do que acontecia nos outros países da Europa, sobretudo nas suas vertentes organizativas. 

A comitiva nacional antes
partida para Amesterdão
Como já referimos, a comitiva nacional embarcou no Sud Express (comboio) rumo a Amesterdão no dia 22 de maio de 1928. Largas centenas de pessoas foram à gare do Rossio saudar e endereçar votos de “boa sorte” aos “embaixadores” do futebol nacional. A partida foi entusiástica, calorosa e vibrante. Os aplausos da multidão só pararam de se ouvir quando o comboio desapareceu de vista na escuridão do túnel do Rossio. O país – ainda que representado por algumas largas dezenas de entusiastas que marcaram presença no momento do embarque – depositava uma entusiasmante esperança em António Roquete (Casa Pia), Carlos Alves (Carcavelinhos), Jorge Vieira (Sporting), Raul “Tamanqueiro” Figueiredo (Benfica), Augusto Silva (Belenenses), César de Matos (Belenenses), José Manuel Soares “Pepe” (Belenenses), Vítor Silva (Benfica), José Manuel Martins (Sporting), Cipriano dos Santos (Sporting), Jorge Tavares (Benfica), Liberto dos Santos (União de Lisboa), Alfredo Ramos (Belenenses), Armando Martins (Vitória de Setúbal), João dos Santos (Vitória de Setúbal), Aníbal José (Vitória de Setúbal), Óscar de Carvalho (Boavista) e Valdemar Mota (FC Porto). Estes eram os heróis nacionais do povo português, os jogadores que iriam defender a pátria no então palco principal do futebol mundial. Com estes seguiam Salazar Correia, Ribeiros dos Reis e Cândido de Oliveira, que além de jornalistas integravam igualmente os quadros da Federação Portuguesa de Futebol, aos quais se haveria de juntar, em Paris, o tenente-coronel Manuel Latino, membro do Comité Olímpico de Portugal. 

A viagem até Amesterdão durou 40 horas (!), tendo pelo meio a comitiva lusa feito uma escala em Paris, onde pernoitou antes de assentar arraiais na Holanda. Chegados ao país da Tulipas – cerca das 22H00 do dia 24 de maio – ecos de descontentamento desde logo se fizeram ouvir pelos jogadores lusos em consequência da verdadeira espelunca em que foram despejados. As dormidas eram no Holland Hotel, ao passo que as refeições eram servidas no Hotel Suisse. Quartos pequenos e comida má, eram queixas recorrentes dos guerreiros lusos. O primeiro treino da seleção em solo holandês ocorreu – no dia seguinte – no campo do Ajax, clube este cujo massagista foi contratado pela nossa federação para tratar da saúde física dos nossos rapazes. Ainda no dia 24 a FIFA realiza em Amesterdão um congresso, tendo o seu mítico presidente, Jules Rimet, recebido das mãos da rainha Guilhermina (da Holanda) uma condecoração na sequência dos serviços prestados em prol da dinamização do futebol planetário. Rimet agradeceu, cumprimentou todas as delegações presentes e falou na união de todas as nações através do desporto e do futebol em particular. Estavam lançadas as sementes do que viria a ser uma realidade dois anos depois: o nascimento do Campeonato do Mundo da FIFA. O sonho de Jules Rimet estava a caminho. 

Fase do duro
duelo com o Chile
O sorteio do torneio olímpico ditou que o estreante Portugal teria de enfrentar outra seleção nova nestas andanças internacionais: o Chile, numa pré-eliminatória. Feita à adaptação ao “excelente relvado” - segundo nota dos responsáveis técnicos lusos – do Olímpico de Amesterdão, a seleção entrou em ação no dia 27. Sob arbitragem do egípcio Mohamed, Portugal alinhou com: Roquete, Carlos Alves, Jorge Vieira (capitão de equipa), Raul Tamanqueiro, Augusto Silva, César de Matos, Valdemar Mota, Pepe, Vítor Silva, Armando Martins, e José Manuel Martins.
No caminho para o estádio o entusiasmo reinava entre os portugueses. Ainda no hotel, antes da entrada no autocarro que os iria conduzir ao Olímpico de Amesterdão, a comitiva entuou a “Portuguesa”, um ato sentimental e de profunda emoção conforme foi descrito pelos presentes  como um sinal de união e determinação em defender de forma briosa a pátria. O pontapé de saída do encontro ante os chilenos foi dado às 15H00, e desde cedo os sul-americanos atacaram energicamente a baliza de Roquete, sendo que logo ao minuto três abriram o marcador. 

O genial Pepe
Os portugueses pareciam nervosos, cometendo vários erros, e apercebendo-se desse facto aliado à vantagem que tinham no marcador, os chilenos continuariam a carregar no acelerador e aos 14 minutos ampliam a vantagem. Depois disto, abrandaram o ritmo e Portugal acordou! O génio de Pepe começou a aparecer pela ala esquerda. Os lusos começaram a atacar com mais perigo, tendo construído e perdido algumas ocasiões flagrantes de golo. Vítor Silva é um dos perdulários. Os centro campistas chilenos usaram e abusaram da dureza, tendo Armando Martins por duas ocasiões sido vítima da extrema agressividade dos sul-americanos, tendo numa delas tido sido transportado em braços para fora do terreno de jogo. Reduzidos momentaneamente a dez elementos os portugueses não tremem, mas numa perigosa investida chilena valeu a atenção e mestria – na tarefa de bem defender a baliza – de Roquete com um espetacular mergulho a evitar o terceiro. E eis que já com Armando Martins em campo, o até então desinspirado avançado Vítor Silva começa a redimir-se e na sequência de um magistral cruzamento de Pepe reduz, aos 38 minutos, a desvantagem lusitana.
O golo animou as hostes portuguesas e dois minutos volvidos Pepe dá o melhor seguimento a um cruzamento de César de Matos e restabelece a igualdade com que se atingiu o intervalo. 

A segunda parte foi inteiramente dominada pelos portugueses. Na sequência de um canto, a bola é aliviada para longe da zona de perigo, mas José Manuel Martins recupera o esférico a favor dos lusitanos, cruzando em seguida para a cabeça de Pepe endereçar o esférico para o interior da baliza à guarda de Ibacache. 3-2 e pela primeira vez Portugal estava na frente do marcador. O Chile corre então atrás do prejuízo, mas sem sucesso dada muralha que se ergueu no meio campo português. Aos 63 minutos um magnífico passe do belenense Pepe para o portista Valdemar Mota resultou no quarto golo da nossa seleção. Após driblar três chilenos Mota fuzila a baliza contrária. Já sem forças, os sul-americanos ainda esboçam uma ténue intenção de voltar a violar a baliza de Roquete, mas tal intenção não chegou a constituir perigo para o nosso onze, que defendeu com “unhas e dentes” o seu goal . E assim chegava o final, com 4-2 a favor dos nossos rapazes, que desta forma avançavam no torneio, enviando os chilenos para o torneio de consolação (uma espécie de competição destinada às seleções derrotadas na pré-eliminatória e na 1ª eliminatória.  

Mais um lance de perigo no jogo de estreia dos lusos
A imprensa destaca o magnífico António Roquete, que salvou a baliza lusa em várias ocasiões; o formidável Raul Tamanqueiro, cujos dribles diabólicos fizeram as delícias dos cerca de 2,300 espetadores presentes; e o brilhante Pepe, o melhor entre os homens mais avançados da seleção. Na bancada estava presente um dos mais brilhantes pensadores (táticos) do futebol mundial daqueles anos, o austríaco Hugo Meisl, o criador do Wunderteam (equipa maravilha) da Áustria dos anos 20, e que impressionado com a qualidade dos portugueses neste jogo tratou de oficializar um convite para que Portugal visitasse a sua nação logo após o torneio olímpico para um match amigável. Nessa mesma noite o cônsul de Portugal em Amesterdão, Barjona de Freitas, organizava uma pequena festa em honra da equipa nacional, que tão orgulhosa deixara a nação após este épico triunfo. Cá pelo burgo, eram muitos os portugueses que se juntavam junto às redações dos principais jornais (em Lisboa os principais locais de afluência eram o Rossio e a Praça do Comércio) para saber novidades de Amesterdão. Numa época em que as transmissões/relatos de jogos de futebol tanto na televisão como na rádio eram ainda uma miragem, os jornais iam dando as informações – que lhes chegavam por telégrafo – do que ia acontecendo no Estádio Olímpico de Amesterdão através de placards gigantes. E assim que foi dada a informação do resultado final, a multidão explodiu de alegria. Melhor estreia na alta-roda internacional, Portugal não poderia ter tido.
(continua)

Flashes do Rússia 2018 (16)...

Grupo H / 1ª Jornada

Polónia - Senegal: 1-2

Golos: Krychowiak / Cionek (a.g.), Niang

Nem só de rally (Dakar) vive o Senegal...

Flashes do Rússia 2018 (15)...

Grupo H / 1ª Jornada

Colômbia - Japão: 1-2

Golos: Quinero / Kagawa, Osako

Samurais aplicaram dois golpes certeiros nos cafeteros...

segunda-feira, junho 18, 2018

Flashes do Rússia 2018 (14)...

Grupo G / 1ª Jornada

Tunísia - Inglaterra: 1-2

Golos: Sassi / Kane (2)

HurryKane (furacão) arrasou o deserto magrebe...

Flashes do Rússia 2018 (13)...

Grupo G / 1ª Jornada

Bélgica - Panamá: 3-0

Golos: Lukaku (2), Mertens

Diabos vermelhos fizeram a vida dos caloiros vindos da América Central num inferno...

Flashes do Rússia 2018 (12)...

Grupo F / 1ª Jornada

Suécia - Coreia do Sul: 1-0

Golo: Granqvist

Órfãos do Deus Zlatan (Ibrahimovic) só de penalty os nórdicos derrubaram os irrequietos asiáticos...

Flashes do Rússia 2018 (11)...

Grupo F / 1ª Jornada

Alemanha - México: 0-1

Golo: Lozano

Alma guerreira dos aztecas colocou o Planeta da Bola de "boca aberta"...

Flashes do Rússia 2018 (10)...

Grupo E / 1ª Jornada

Brasil - Suíça: 1-1

Golos: Coutinho / Zuber

Temos ou não temos candidato ao trono Mundial?...

Flashes do Rússia 2018 (9)...

Grupo E / 1ª Jornada

Costa Rica - Sérvia: 0-1

Golo: Kolarov

Foguete de Kolarov derrubou muralha dos ticos..

Flashes do Rússia 2018 (8)...

Grupo D / 1ª Jornada

Croácia - Nigéria: 2-0

Golos: Etebo (a.g.), Modric

Maestro Luka Modric dirige orquestra croata numa vitória inquestionável...