quinta-feira, junho 29, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (24)...

Grupo D / 3.ª jornada

França - Suíça: 4-1

Golos: Gouiri, Barcola, Cherki, Caqueret / NDoye

Pesada derrota com final feliz para os helvéticos... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (23)...

Grupo D / 3.ª jornada

Itália - Noruega: 0-1

Golo: Botheim

Nórdicos gelam favorita Itália que desta forma faz as malas mais cedo... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (22)...

Grupo C / 3.ª jornada

Inglaterra - Alemanha: 2-0

Golos: Archer, Elliott

Ingleses confirmam adeus de uma dececionante Alemanha... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (21)...

Grupo C / 3.ª jornada

Israel - Rep. Checa: 1-0

Golo. Gandelman

Israelitas vencem "final" e passam à fase seguinte... 

quarta-feira, junho 28, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (20)...

Grupo B / 3.ª jornada

Croácia - Roménia: 0-0

Nulo é o espelho de um triste adeus... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (19)...

Grupo B / 3.ª jornada

Espanha - Ucrânia: 2-2

Golos: Ruiz, Zhelizko / Viunnyk, Sudakov

Empate garante lugar mais alto do pódio à La Rojita... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (18)...

Grupo A / 3.ª jornada

Países Baixos - Geórgia: 1-1

Golos: Taylor / Davitasshvili

Co-anfitriões espremem a laranja para acabar no topo do grupo... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (17)...

Grupo A / 3.ª jornada

Portugal - Bélgica: 2-1

Golos: João Neves, Tiago Dantas / Vertessen

Milagre luso aconteceu ao cair do pano e da marca dos 11 metros... 

terça-feira, junho 27, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (16)...

Grupo D / 2.ª jornada

Noruega - França: 0-1

Golo: Olise

Mesmo sem futebol champanhe a França faz a festa da passagem aos quartos-de-final... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (15)...

Grupo D / 2.ª jornada

Suíça - Itália: 2-3

Golos: Imeri, Amdouni / Pirola, Gnonto, Parisi

Squadra Azzurra agarra com dificuldade um balão de oxigénio que mantém vivo o sonho do apuramento à fase seguinte... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (14)...

Grupo C / 2.ª jornada

Inglaterra - Israel: 2-0

Golos: Gordon, Smith Rowe

Vitória garante topo do grupo e consequente apuramento à fase seguinte...

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (13)...

Grupo C / 2.ª jornada

Rep. Checa - Alemanha: 2-1

Golos: Sejk, Vitik / Stiller

Campeões da Europa (em título) voltam a tropeçar e estão à beira de fazer as malas para regressar a casa... 

domingo, junho 25, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (12)...

Grupo B / 2.ª jornada

Espanha - Croácia: 1-0

Golo: Abel Ruíz

Marcar cedo (aos 20 segundos!!!) e gerir confortavelmente o marcador rumo aos quartos-de-final: eis o segredo de La Rojita... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (11)...

Grupo B / 2.ª jornada

Roménia - Ucrânia: 0-1

Golo: Dican (a.g.)

Aventura dos co-anfitriões romenos chega ao fim... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (10)...

Grupo A / 2.ª jornada

Geórgia - Bélgica: 2-2

Golos: Tsitaishvili, Guliashvili / De Cuyper, Ramazani

Belgas deixam escapar vitória que parecia certa e permitem que co-anfitriões façam a festa da passagem à fase seguinte... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (9)...

Grupo A / 2.ª jornada

Portugal - Países Baixos: 1-1

Golos: André Almeida / Brobbey

Empate deixa lusos à beira do adeus...

sexta-feira, junho 23, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (8)...

Grupo D / 1.ª jornada

França - Itália: 2-1

Golos: Kalimuendo, Barcola / Pellegri

Maior qualidade técnica e tática gaulesa fez a diferença num jogo equilibrado... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (7)...

Grupo D / 1.ª jornada

Noruega - Suíça: 1-2

Golos: Ceide / N'doye, Imeri

Relógio suíço foi mais pontual na hora de atacar os 3 pontos... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (6)...

Grupo C / 1.ª jornada

Rep. Checa - Inglaterra: 0-2

Golos: Ramsey, Smith Rowe

Reatamento (início de 2.ª parte) demolidor da armada britânica... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (5)...

Grupo C / 1.ª jornada

Alemanha - Israel: 1-1

Golos: Bisseck / Turgeman

Campeões da Europa tropeçam no arranque da defesa do título... 

quinta-feira, junho 22, 2023

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (4)...

Grupo B / 1.ª jornada

Ucrânia - Croácia: 2-0

Golos: Kashchuk, Sikan

A jogar com a alma ferida (devido à guerra) ucraniamos arrancam imaculada... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (3)...

Grupo B / 1.ª jornada

Roménia - Espanha: 0-3

Golos: Álex Baena, Miranda, Sergio Gómez

La Rojita abriu o livro de bem jogar no seu jogo de estreia... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (2)...

Grupo A / 1.ª jornada

Bélgica - Países Baixos: 0-0

Vizinhos não saíram do nulo no arranque do Euro... 

Flashes do Roménia-Geórgia 2023/Europeu de Sub-21 (1)...

Grupo A / 1.ª jornada

Geórgia - Portugal: 2-0

Golos: Gagua, Sazonov

É este o Portugal que se assumiu como candidato (ao título)? Quem diria a julgar pela paupérrima exibição!!!...

terça-feira, junho 20, 2023

Efemérides do Futebol (46)...

Veio para o Porto (Boavista) jogar futebol, acabou no basket, mas afinal a sua paixão era a caça!

Nem tudo o reluz é ouro! Este aforismo bem pode ser aplicado a um episódio caricato que aconteceu no futebol português no ano de 1957 e que teve como protagonista o Boavista, emblema que na época (57/58) militava na 2.ª Divisão Nacional. Por esta altura Portugal era detentor de um vasto império em África, império este de onde extraiu ao longo de décadas a fio vários diamantes futebolísticos que ajudaram a escrever a história do futebol luso. Desse modo, sempre que de Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, ou Guiné Bissau chegava à metrópole algum jogador, a expectativa dos adeptos era logo a de que estaria ali um novo Coluna, ou um Matateu, mas... nem tudo o que vem à rede é peixe, e que o diga o Boavista, que já com a temporada de 57/58 a decorrer acolheu no Bessa uma verdadeira torre! Ou o que se chama hoje em dia na gíria futebolística um pinheiro de área, e que grande pinheiro era este rapaz do alto do seu 1,95m! É verdade, o então futebol luso não estava muito habituado a jogadores desta dimensão - na verdadeira ascensão da palavra - e logo se pensou que poderia estar ali uma solução produtiva (em golos, claro) para o ataque boavisteiro. O rapaz vinha da Guiné-Bissau, e aterrou no Bessa pela mão do seu irmão, Honório Pires, na altura um consagrado centro-campista do emblema portuense. Este jovem, de apenas 19 anos, chamava-se António Reis Pires, e aterrou no Porto com o rótulo de atleta multifacetado, já que além de futebol também praticava basquetebol e voleibol! No entanto, era no Desporto Rei que era atleta federado na sua terra natal, onde antes de prestar provas no Boavista havia representado a União Desportiva Internacional (de Bissau). O que é certo é que chegou ao Porto com o rótulo de futebolista mas rapidamente foi parar à equipa de basquetebol dos axadrezados! Teria sido por falta de jeito para meter a bola na baliza, ou porque realmente o rapaz tinha era altura para o basket? Foi esta questão que a revista Crónica Desportiva tentou descortinar numa visita que fez ao Bessa, numa altura em que Reis Pires - nome pelo qual ficou conhecido - integrava a equipa boavisteira nas provas distritais da Associação de Basquetebol do Porto. Uma conversa com alguma pitada de humor à mistura onde se veio a descobrir que o rapaz também dava uns toques no voleibol, mas que na verdade a sua verdadeira paixão desportiva era outra em que não se recorria a uma bola, mas antes a uma arma de fogo! Deu nota - nessa conversa - de que na Guiné-Bissau praticava as três modalidades atrás referidas, embora no voleibol na condição de amador, mas que o desporto da sua vida era a caça! «Mas já vi que, aqui, pelo continente, só há caça miúda». Perante esta resposta o escriba desta entrevista questionou, com uma pitada de malícia à mistura, se Reis Pires tinha vindo para a metrópole para caçar (?), ao que esteve respondeu de pronto que não, que tinha vindo pela mão do seu irmão, Honório Pires, para estudar e praticar futebol. Mas o que é certo é se via Reis Pires mais nas quadras de basquetebol do que nos retângulos do futebol, porquê? «Estou a treinar futebol com todo o entusiasmo. Sou novo, e enquanto aprendo essa difícil modalidade, vou-me entretendo e, ao mesmo tempo, preparando fisicamente. Sim, porque o basquete é um excelente meio de preparação técnica, como sabe».

Reis Pires com o seu colega (Silva Costa)
equipa mais baixo do basket boavisteiro

E que pensava Reis Pires do futebol da metrópole? «Muito mais difícil. Mas em compensação há bons treinadores, com os quais estou a aprender muito. Estou a dedicar-me com toda a aplicação por forma a bem servir o Boavista. Pelo menos gostaria de vir a saber tanto como o meu irmão Honório. Quando o vi jogar até fiquei admirado com o que ele aprendeu por cá. Sim senhor! Como ele está a jogar bem!». Pois é, mas a julgar pela história (dos anos posteriores) Reis Pires não deve ter seguido as pisadas do irmão no futebol, já que procurar o seu nome nas enciclopédias futebolísticas é como procurar uma agulha num palheiro; nem tão pouco no basquetebol, onde o seu nome não consta de grandes feitos, mas quem sabe se não se terá tornado num exímio caçador?           

Estilo não lhe faltava, mas... nem tudo o que reluz é ouro!

domingo, junho 18, 2023

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (13)

Final

Galicia (Espanha) - Belgrado (Sérvia): 3-1

Golos: Felix, Alex Rey, Iñaki Martinez / Kolarevic

Em casa, diante do seu patriótico povo, Galicia sobe ao topo da Europa do futebol amador... 

quinta-feira, junho 15, 2023

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (12)

Grupo B / 3.ª jornada

Belgrado (Sérvia) - Associação de Futebol de Lisboa (Portugal): 2-1

Golos: Gavrilovic (2) / Afonso Henriques

Contra todas as previsões sérvios voam para a final nas asas de Gavrilovic... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (11)

Grupo B / 3.ª jornada

Dolny Slask (Polónia) - Zlín (Rep. Checa): 0-0

Favoritos (a passar à final) checos morreram na praia... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (10)

Grupo A / 3.ª jornada

Bavaria (Alemanha) - Galicia (Espanha): 0-1

Golo: Alex Rey

Galicia embala para a grande final à procura de concretizar o sonho... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (9)

Grupo A / 3.ª jornada

Zenica-Doboj (Bósnia e Herzegovina) - Irlanda Amadores (Rep. Irlanda): 1-1

Golos: Krehmic / Carr

Ninguém se ficou a rir na hora das despedidas... 

segunda-feira, junho 12, 2023

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (8)

Grupo B / 2.ª jornada

Associação de Futebol de Lisboa (Portugal) - Zlín (Rep. Checa): 0-1

Golo: Krajca

Erro (defensivo) infantil coloca em perigo o sonho lusitano...  

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (7)

Grupo B / 2.ª jornada

Belgrado (Sérvia) - Dolny Slask (Polónia): 1-0

Golo: Milijkovic

Sérvios mandam campeões em título para casa...  

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (6)

Grupo A / 2.ª jornada

Zenica-Doboj (Bósnia e Herzegovina) - Galicia (Espanha): 1-2

Golos: Subasic / Alex Rey, Adri Otero

Galegos continuam em estado de graça na sua UEFA Regions Cup... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (5)

Grupo A / 2.ª jornada

Bavaria (Alemanha) - Irlanda Amadores (Rep. Irlanda): 2-0

Golos: Mcmullan, Kania

Germânicos voltam a vencer e vão disputar o tira-teimas com anfitriões... 

sábado, junho 10, 2023

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (4)

Grupo B / 1.ª jornada

Associação de Futebol de Lisboa (Portugal) - Dolny Slask (Polónia): 1-0

Golo: Rodrigo Pinto

Lisboetas vergam campeões em título na abertura da Regions Cup 2023... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (3)

Grupo B / 1.ª jornada

Zlín (Rep. Checa) - Belgrado (Sérvia): 1-1

Golos: Sopusek / Pavlovic

Ponto perdido, ou ponto ganho? No final veremos... 

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (2)

Grupo A / 1.ª jornada

Zenica-Doboj (Bósnia e Herzegovina) - Bavaria (Alemanha): 0-5

Golos: Kania (3), Sauer (2)

Germânicos de manita cheia na estreia...

Flashes do Galicia 2023 / Taça das Regiões da UEFA (1)

Grupo A / 1.ª jornada

Galicia (Espanha) - Irlanda Amadores (Rep. Irlanda): 2-0

Golos: Iñaki Martinez, Jonatan Magisano

Anfitriões cedo mostraram que querem que a taça fique na Galiza... 

sexta-feira, junho 09, 2023

Histórias do Futebol em Portugal (41)... Na tarde de Páscoa de 1949 o modesto Tirsense fez cair com estrondo o poderoso Sporting da Taça de Portugal

Um lance do célebre jogo entre Tirsense e Sporting


A taça nacional - seja em que país for - tem sempre mais encanto com a aparição dos chamados "tombas gigantes", por outras palavras, quando um pequeno clube de um escalão secundário afasta da prova um emblema de patamar de topo. E então se esse emblema de topo for um "gigante" a surpresa sobe de tom. A prova rainha do futebol português, vulgo a Taça de Portugal, está repleta de capítulos em que David derrotou Golias. Na verdade, desde a primeira edição em que a competição recebeu esta designação, na temporada de 1938/39 o "secundário" Carcavelinhos eliminava o primodivisionário Barreirense logo na 1.ª eliminatória. Cinco épocas mais tarde - em 1943/44 - o primeiro dos chamados "3 Grandes" do futebol luso cai com estrondo aos pés de um clube de uma divisão inferior, mais concretamente o Estoril, que nessa temporada elimina nos quartos-de-final da prova o FC Porto. Canarinhos da Linha que chegariam, aliás, à final da Taça nessa época, culminando assim uma época de glória que teve como epílogo a então inédita subida à 1.ª Divisão.

A lendária equipa do Tirsense que derrotou o Sporting dos Cinco Violinos

Mas o primeiro grande "tomba gigantes", ou por outras palavras, a primeira grande surpresa - ou escândalo, dirão outros  - da Taça de Portugal dá pelo nome de Futebol Clube Tirsense, popular clube nortenho que em 1948/49 elimina o Sporting. Não era um Sporting qualquer este que caiu com estrondo no então pelado Campo Abel Alves de Figueiredo, na tarde de 17 de abril de 1949. Este Sporting era tão somente a equipa dos famosos Cinco Violinos, a equipa que dominava o futebol português de então, o conjunto mais poderoso e mais temido da nossa nação, um combinado quase imbatível. Já o Tirsense era tão só uma modesta e quase desconhecida equipa que atuava na 3.ª Divisão nacional. Talvez por isso, a 1.ª eliminatória da Taça de 48/49 fosse encarada pelos temíveis leões como um mero passeio à terra dos famosos jesuítas produzidos na hoje centenária Confeitaria Moura. Terá assim que pensou o mestre da tática daquele Sporting, Cândido de Oliveira, que para Santo Tirso apenas levou dois dos seus Cinco Violinos, nomeadamente, Vasques e Albano, deixando na capital Peyroteo (lesionado), Jesus Correia e Travassos, sendo que estes dois últimos por motivos de fadiga física, já que o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão havia terminado poucos dias antes, e desse modo o Mestre Cândido resolveu dar descanso a alguns dos seus mais virtuosos craques com vista à epopeia europeia que se avizinhava. Ou seja, a primeira edição da Taça Latina, que os leões ambicionavam conquistar. Sporting que ostentava nas vésperas do jogo de Santo Tirso o estatuto de... tri-campeão nacional e vencedor das três últimas edições da Taça!!!

Dos habituais titulares também Veríssimo ficava em casa a contas com problemas físicos, mas ainda assim todas estas baixas estavam longe de fazer antever o sportinguista - e não só - mais pessimista que o seu clube iria sucumbir aos pés do modesto emblema nortenho. Tirsense que tinha, talvez, como principal figura o seu treinador (!), que era nada mais nada menos do que o lendário ex-futebolista Pinga. Notabilizado no FC Porto ao longo de 16 épocas consecutivas, o internacional português nascido na Madeira vivia em Santo Tirso a sua primeira aventura enquanto treinador.

Pinga, o Mestre da Tática do célebre Tirsense

Como já foi dito antes o Sporting chegava a Santo Tirso poucos dias depois de ter carimbado o terceiro título consecutivo de campeão nacional, tendo disputado o último jogo desse campeonato em Guimarães, pelo que após o encontro com o Vitória nem sequer regressou a Lisboa, ficando a estagiar - ou terá sido a descomprimir? - em Famalicão até à mera formalidade que seria o embate com o "terciário" Tirsense para a ronda inaugural da Taça.

Jesuítas que faziam a sua estreia na prova rainha do futebol, há que dizê-lo, e como tal que melhor batismo poderiam ter ao receber no seu humilde campo o tri-campeão nacional e da Taça Portugal!. Já por si este momento era de festa na então vila de Santo Tirso, ainda por cima num domingo de Páscoa!

Para substituir o temível goleador Fernando Peyroteo, o Mestre Cândido lança às feras o estreante Sérgio Soares, então com 20 anos. Ele que era um produto da formação sportinguista, e que fora nessa temporada dos jogadores menos utilizados por Cândido de Oliveira, mas que mesmo assim vinha com a moral em alta, já que havia sido um dos autores dos golos em Guimarães com que o Sporting fechou o Nacional da 1.ª Divisão. Dele esperavam-se pois muitos golos frente ao desconhecido Tirsense, que nessa temporada havia chegado à final do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, uma decisão perdida frente ao Almada.

Mas eliminar o poderoso Sporting era sonhar alto demais, ou... não, de acordo com as palavras de Pinga ao jornal A Bola: «Sim, era (será) muito difícil... se os rapazes não tiverem medo... Mas os campeões também perdem». Parecia que o antigo astro do futebol lusitano estava a adivinhar o que iria acontecer.

Num campo de dimensões reduzidas e com um público em alvoroço em volta, o Tirsense mostrou de pronto as garras ao...leão, conforme deu a entender Luís Baptista, o jornalista do jornal da Travessa da Queimada encarregue de fazer a crónica. «Os dez primeiros minutos foram do Tirsense que actuou com entusiasmo». Isto, perante um Sporting descontraído e sem grandes pressas. Depois disto, o leão acordou e passou a impor algum respeito em campo. No entanto, na frente de ataque Sérgio Soares acusava a responsabilidade de estar a substituir o lendário Peyroteo, e não dava o melhor seguimento às várias e flagrantes oportunidades de golo de que dispôs. Seria, porém, o melhor leão desse encontro, Armando Ferreira, que aos 17 minutos colocou o Sporting em vantagem, mas.. foi sol de pouca dura. Entusiasmado quiçá pelo momento de gala que estava a viver, o Tirsense não se remetia à defesa - bem organizada - e segundo o escriba de A Bola muitas vezes passava o meio campo. E numas dessas incursões, Catolino fez o empate (!), num lance em que o lendário Azevedo é apanhado a dormir. Por outras palavras, não se fez à bola, que foi parar à cabeça do avançado jesuíta, rumando em seguida para o fundo das redes. Por incrível que parecesse o modesto Tirsense ia aguentando o leão, e ao intervalo o duelo estava empatado.

O Sporting procurou no reatamento resolver a contenda a seu favor, e até se queixou de uma grande penalidade não assinalada: uma carga do guardião local Daniel sobre João Martins (o tal que apontou o primeiro golo das provas da UEFA a nível de clubes). Os minutos iam passando, e o resultado não se alterava, pelo que o Tirsense ia crescendo... e acreditando. «E a oito minutos do fim, Azevedo lançou com a mão a bola fora da sua baliza. A jogada foi interceptada por um tirsense e concluída por um companheiro apanhando Azevedo ainda mal situado entre os postes. Estava feito o resultado», assim descreveu Luís Baptista o golo de Mendes, o tento que ditou a vitória tirsense por 2-1 e a consequente eliminação do Sporting!

Manchete do jornal A Bola de 18 de abril de 1949

Quiçá ainda atordoados com a pancada, os dirigentes sportinguistas chegaram a protestar o jogo, com o argumento de que o Campo Abel Alves de Figueiredo não reunia condições para acolher um desafio de futebol. Mas o que é certo é que a derrota foi mesmo uma realidade ante um Tirsense que o jornalista Luís Baptista gostou de ver jogar pela primeira vez, um conjunto em que «a defesa e a linha intermediária comportaram-se bem, chegando para quase todos os momentos». E numa análise global a alguns dos novos heróis da vila de Santo Tirso, o colaborador de A Bola escrevia que «o guarda-redes, desajeitado nas defesas não pôs as balizas em perigo de maior. Cruz, Álvaro e Prazeres jogaram bem, Chelas e Joaquim não destoaram. A linha da frente é que é bastante frágil. Apenas Falcão se salientou. (...) Mas o Interesse pela luta, o brio desportivo que os uniu fez com que o Tirsense alcançasse resultado sensacional que ao mesmo tempo nada tem de injusto».

Estava assim consumada a grande surpresa desta edição da Taça de Portugal, diríamos mesmo a primeira grande surpresa da competição, ou como Luís Baptista lhe chamou, um acidente. «Estes "acidentes" da prova servem para criar mais adeptos, maior entusiasmo, maior expansão do jogo e maior expectativa pelos encontros. Há sempre uma possibilidade... mesmo para os mais fracos. Assim aconteceu em Santo Tirso», assim rematou o escriba de A Bola.

O cartoon da Revista Stadium que evoca a grande 
surpresa ocorrida em Santo Tirso

Numa partida em que para a revista Stadium «o Tirsense, da 3.ª Divisão, treinado por esse incomparável Pinga, bateu-se como "leão" e eliminou os "leões" (...) campeões nacionais, equipa cheia de pergaminhos, com uma tática firme, vencedora...», eis a ficha que fica para a história do futebol português, e ainda mais para a do então jovem (com apenas 11 anos de existência) Futebol Clube Tirsense: Árbitro: Augusto Pacheco (Aveiro). Tirsense - Daniel, Joaquim, Chelas, Cruz, Álvaro, Prazeres, Zeca, Falcão, Mendes, Catolino e Mota. Treinador: Artur Sousa “Pinga”. Sporting - João Azevedo, Octávio Barrosa, Juvenal, Canário, Manecas, Mateus, Armando Ferreira, Vasques, Sérgio Soares, João Martins e Albano. Treinador: Cândido de Oliveira.

quarta-feira, junho 07, 2023

Flashes Biográficos (15)... Kristen Nygaard

Kristen Nygaard (Dinamarca): Ele foi (ou é) um dos principais personagens do conto de fadas do AZ Alkmaar na época de 80/81. A temporada em que o modesto clube da "cidade dos queijos" surpreendeu o Planeta da Bola ao vencer não só o campeonato nacional como também a Taça dos Países Baixos. E a epopeia dos kaaskoppen (cabeças de queijo) só não ganhou contornos internacionais porque o então jovem treinador inglês Bobby Robson não permitiu. 

Kristen Nygaard, que para muitos é um nome que pouco diz, foi o grande estratega do AZ '67 (atualmente denominado de AZ Alkmaar) nessa temporada de quase glória. Nasceu na Dinamarca, a 9 de setembro de 1949, e foi um médio elegante, detentor de um pé esquerdo fabuloso e uma visão de jogo primorosa a quem a camisola 10 desse AZ '67 assentava que nem uma luva. Nygaard chegou à Holanda (hoje Países Baixos) na sequência da sua única aparição brilhante ao serviço da seleção dinamarquesa. Contemporâneo de lendas vikings como Allan Simonsen (Bola de Ouro em 1977), Kristen Nygaard foi uma das estrelas da seleção nórdica no torneio olímpico de 1972, em Munique. As suas estupendas exibições nessa edição dos Jogos Olímpicos (ele foi titular absoluto em todos os seis encontros disputados pelos vikings nessa Olimpíada) cativaram o então treinador do AZ '67, Cor van der Hart, que de pronto fez tudo para contratar o alto, louro, e talentoso médio dinamarquês que até então atuava no modesto Fuglebakken KFUM, do seu país. 

Corria então a época de 72/73 quando Nygaard chega a Alkmaar, onde permaneceu durante 10 temporadas seguidas! Na sua estadia nos Países Baixos fez 363 jogos e marcou 104 golos pelo AZ '67, juntando a estes números centenas de passes teleguiados para outras lendas do clube daquele tempo, como Kees Kist e Pier Tol, faturarem. No entanto, a já referida temporada de 80/81 ficou na história de Kristen Nygaard e do AZ '67, em que juntamente com Kees Kist, John Metgod, Eddy Treijtel e Jan Peters, guiou o modesto clube de Alkmaar ao título de campeão nacional, selado após uma histórica vitória em casa do gigante Feyenoord, por 5-1, em maio de 1981. Essa época foi mesmo de glória para o AZ '67, que ao campeonato juntou ainda a Taça dos Países Baixos (a KNVB Cup) após bater na final outro gigante do país das tulipas, o Ajax, em pleno Estádio Olímpico de Amesterdão (uma das casas do Ajax), com Nygaard a marcar um dos golos da vitória. A glória de 80/81 podia ter sido ainda mais vincada, já que nessa temporada pela primeira e única vez na sua história (até à data) o clube de Alkmaar atingiu uma final europeia, no caso a da Taça UEFA. O "desmancha prazeres" foi Bobby Robson, que ao comando do Ipswich Town bateu o clube que tinha como maestro Kristen Nygaard - 3-0 em Inglaterra no jogo da primeira mão, ao passo que no encontro de volta, disputado em Amesterdão, pelo facto do pequeno estádio do AZ '67 não ter condições para acolher uma final continental, a equipa na altura orientada pelo alemão Georg Kessler venceu por 4-2, resultado insuficiente para ficar com o caneco.

Nygaard ficou em Alkmaar até meados de 1982, rumando depois para França, mais concretamente até Nimes, onde jogou nas cinco épocas seguintes, sendo que foi nesta cidade gaulesa que iria pendurar as chuteiras e abraçar as lides de treinador. Mas por pouco tempo, já que em 1994 Nygaard teve um grave acidente de viação que quase lhe tirou a vida. Durante oito semana ele esteve em coma e depois de recuperar ficou com profundas sequelas que de lá para cá o têm afetado. De tal forma que até hoje ele tem sido sustentado pela sua esposa, pelo seu filho, e por amigos, dada a sua incapacidade para trabalhar nem o facto de ter tido direito a qualquer pensão/seguro.

Nygaard, que teve como grande ídolo o holandês Johan Cruyff, é hoje mais popular nos Países Baixos do que no seu próprio país (cuja seleção nacional representou em 39 ocasiões entre 1970 e 1979, mas sem grande brilho, excetuando a tal presença nos Jogos Olímpicos de 72). Alkmaar não o esquece, de tal forma que o atual o centro de fãs no Estádio AFAS (atual e moderno recinto do AZ) tem o seu nome!   

segunda-feira, junho 05, 2023

Grandes Mestres da Táctica (13)... Jim McLean

Pegar num clube com pouca, ou nenhuma, cultura de títulos e conduzi-lo até à glória é algo que na história do futebol foi alcançado por poucos treinadores. Sobretudo, se atendermos ao facto de esse trajeto glorioso ter sido feito em ligas/campeonatos dominadas décadas e fio por "gigantes", ou emblemas de maior dimensão/poderio. O nosso Mestre da Tática de hoje fez isso, e só não atingiu o patamar dos Deuses do futebol planetário enquanto treinador, porque, entre outros aspetos, a sua Era Dourada coincidiu com a de outro génio da tática: Alex Ferguson. 

James Yuille McLean, ou simplesmente, Jim McLean, é a figura dos bancos que hoje vamos recordar, um homem que está diretamente ligado ao período de maior sucesso dos simpáticos escoceses do Dundee United. Não é fácil triunfar num país onde a história de glória do futebol se restringe quase à cidade de Glasgow, através dos rivais Celtic e Rangers, que só à sua conta detêm (juntos) 108 dos 132 títulos do escalão principal da Escócia (hoje em dia denominada de Scottish Premiership) disputados até hoje.  

Porém, a década de 80 do século passado contrariou esta abismal tendência dos "gigantes" de Glasgow, muito por culta de dois então jovens treinadores que ao comando de emblemas de menor dimensão se intrometerem (com sucesso) na hegemonia de títulos de Celtic e Rangers. Esses homens foram Jim McLean, ao serviço do Dundee United, e Alex Ferguson, aos comandos do Aberdeen. Claro que na balança de títulos, Ferguson teve mais peso, já que venceu três campeonatos nacionais da 1.ª Divisão escocesa, quatro Taças da Escócia, uma Taça da Liga Escocesa, e ainda uma competição europeia, a Taça dos Vencedores das Taças, curiosamente o último troféu internacional ganho por um emblema escocês. Tudo isto na tal década de 80.

O palmarés de McLean é mais modesto, mas na essência o seu legado foi tão importante como o de Sir Alex, pois também ele levou um pequeno clube, que até à sua chegada só tinha como cartão de visita dois títulos da 2.ª Divisão escocesa, à glória.

McLean levado em ombros após 
a conquista do título de 1983
Jim nasceu em Larkhall, em 21 de abril de 1937, e era filho de um padeiro local, sendo que o seu avô materno havia sido jogador do Rangers. Como tantos e tantos outros meninos da sua idade, McLean começou a trabalhar cedo, como marceneiro, atividade desenvolvida em paralelo com a de futebolista amador. Nos retângulos de jogo atuou como avançado, primeiro no Hamilton Academical, entre 1956 e 1960, passando depois para o Clyde, onde esteve cinco temporadas, até se transferir para o Dundee Fooball Club, onde se tornou futebolista profissional. Após três temporadas a defender a camisola dos The Dark Blues, a alcunha do Dundee FC, Jim transferiu-se para Kilmarnock, onde uma lesão pôs fim à sua carreira de futebolista, corria o ano de 1970. Não esteve muito tempo longe dos relvados, pois em 71 regressa a Dundee para fazer parte da equipa técnica dos The Dark Blues, mas não por muito tempo. Tudo porque com apenas 34 anos resolveu literalmente atravessar a Rua Tannadice para assumir o comando técnico dos vizinhos Dundee United. Ambos os estádios (dos dois emblemas da cidade de Dundee) distam um do outro de poucos mais de 200 metros (!), pelo que esta foi uma viagem curta e muito proveitosa, como se iria perceber nos mais de 20 anos que se seguiram. Então com apenas 34 anos Jim McLean substituiu no cargo outra lenda do United, Jerry Kerr, que em 1960 havia guiado os tangerinas - alcunha do United, devido à cor das suas camisolas, cor de laranja - até à 1.ª Divisão da Escócia. Não foi uma substituição fácil, não só pelo longo trajeto de Kerr à frente do Dundee United enquanto treinador, mas também porque havia sido futebolista no clube ao longo de oito temporadas. Mas, rapidamente este sentimento dos adeptos dos Tangerines se desfez, pois o jovem McLean implementou de pronto uma filosofia vencedora no clube. Ele começou a chamar à sua responsabilidade todos os aspetos que tinham a ver com futebol no seio do clube. Fez uma verdadeira revolução no Dundee United, contratando uma série de jogadores poucos conhecidos, com salários modestos, moldando-os à sua imagem. Entre outros, formou jogadores como David Narey, Paul Sturrock, Paul Hegarty, Davie Dodds, Eamonn Bannon, ou Maurice Malpas, que saltaram do anonimato para a seleção da Escócia! Os bons resultados do Dundee United de Jim McLean não foram imediatos, ele teve de ter tempo para reconstruir o clube à maneira - disciplinadora e dura, dizem alguns dos que conviveram com ele - até atingir a glória. Sob a sua batuta os Tangerines começaram a figurar mais vezes no topo da tabela do escalão maior da Escócia, qualificando-se com regularidades para as provas europeias. Até que o primeiro título de renome surgiu em 1980, com a conquista da Taça da Liga escocesa, após derrotar o Aberdeen de... Alex Ferguson, numa finalíssima disputada em Dens Park, nada mais nada menos do que a casa do rival Dundee FC. Que ironia! 

Mas a ironia subiu de tom um ano mais tarde, quando o United revalidou o título de campeão da Taça da Liga à custa do vizinho e eterno inimigo Dundee FC, numa final mais uma vez disputada em Dens Park! Por esta altura , não haveria por certo nenhum fiel devoto dos The Dark Blues que estivesse arrependido em deixar que McLean tivesse atravessado a rua para abandonar Dens Park em direção a Tannadice Park (o estádio do Dundee United).

Final da Taça UEFA de 86/87
Com fama de durão (dizem que obrigava os jogadores a pegarem num balde e numa esfregona para limpar os balneários) e até de explorador (já que muitos dos jogadores que consigo trabalharam o acusaram de explorar os atletas pelo facto de lhes colocar à frente contratos de longa duração e com baixos salários), McLean atingiu o ponto mais alto da sua carreira de técnico em 82/83, altura em que trouxe para Dundee o título de campeão nacional da Escócia. Foi um campeonato inesquecível e disputado até ao fim pelos "gigantes" Rangers e Celtic, aos quais se juntaram Aberdeen (de Ferguson) e Dundee United. O título foi carimbado na última jornada, e adivinhe contra quem? Pois é, ante o vizinho e grande rival Dundee FC! E onde foi a festa? Isso mesmo, em Dens Park, a casa do inimigo! Nessa temporada histórica McLean usou apenas 14 jogadores (!) - sendo que dez deles eram oriundos da formação do clube, idealizada e gerida pelo próprio Jim - na caminhada triunfal, em que em 36 jogos venceu 24. Conquistada a Escócia era altura de conquistar... a Europa. McLean não o conseguiu, é certo, mas esteve muito perto de o fazer em duas ocasiões. Na condição de campeões escoceses o United disputou em 83/84 a Taça dos Campeões Europeus, e a caminhada só não foi de glória porque a Roma de Falcão, Toninho Cerezo, Graziani, Pruzzo, Bruno Conti e companhia estragou os planos dos escoceses nas meis-finais, impedido de McLean disputar a final da maior competição europeia de clubes em... Roma! Pois é, a final da "orelhuda" dessa temporada seria disputada na Cidade Eterna. McLean não conseguiu assim repetir o feito do seu grande rival dos anos 80 dentro do futebol escocês, Alex Ferguson, que um ano antes havia levado o Aberdeen à glória europeia, após vencer a Taça das Taças.

McLean eternizado em estátua
em Tannadice Park
Jim McLean teve uma nova hipótese de igualar o sucesso europeu de Sir Alex à frente de um clube modesto. Em 86/87, na Taça UEFA,  deixou pelo caminho potências como o Barcelona ou o Borussia Monchengladbach para atingir a final da então terceira prova mais importante de clubes do Velho Continente. No entanto, sucumbiu aos pés de um (então) poderoso IFK Gotemburgo.

Com o evoluir do futebol McLean achou por bem afastar-se dos bancos, no início da década de 90, optando pelo trabalho mais de gabinete, ou seja, integrando o setor administrativo do Dundee United. Foi dirigente do clube entre 1993 e 2000. Isto numa altura em que Ferguson era já rei absoluto em Manchester, ao serviço do United, para onde se havia mudado em 1986, na sequência do tremendo sucesso - interno e externo - obtido ao serviço do modesto Aberdeen. McLean não seguiu as pisadas do seu contemporâneo Alex Ferguson, não por falta de oportunidades, pois recebeu inúmeros convites para treinar clubes de maior nomeada, quer da Escócia, quer fora do seu país, mas a tranquilidade que sentia em Dundee, o amor à cidade e ao clube, fizeram com que aqui ficasse até ao fim da vida: no dia seguinte ao Natal de 2020.

Ainda hoje, quando se fala nos maiores treinadores escoceses de todos os tempos, o seu nome surge a par de Alex Ferguson, Bill Shankly, Jock Stein, ou Matt Busby.