Voltamos hoje à galeria dos grandes mestres do jornalismo desportivo para fazer uma pequena alusão a uma lenda da rádio portuguesa, um homem que me habituei a ouvir desde pequeno e por quem nutro uma grande admiração. Falo do popular e conhecido Gomes Amaro, um cidadão brasileiro radicado no nosso país desde os anos 70 e que ficou conhecido pelos seus excêntricos e animados relatos de futebol.
Da sua boca saíram expressões que ficarão imortalizadas nos meandros dos relatos de futebol, tais como: "Vai busca-la Tibi" (aludindo ao antigo guarda-redes do FC Porto quando este ia buscar a bola ao fundo da suas redes depois de ter sofrido um golo); "a bola de couro" (quando se referia ao esférico), "o guarda-balas" (guarda-redes); ou "o barbante" (baliza).
Acompanhou sempre o FCPorto e a selecção portuguesa, relatou durante muitos anos em várias estações de rádio, tais como a Rádio Porto, a Rádio Press e terminou a sua carreira na Rádio Festival, sempre para o Quadrante Norte, empresa responsável pelo programa.
Actualmente tem um programa na televisão, mais precisamente no Porto Canal, intitulado de "Tribunal". Neste programa (que passa todos os domingos à noite, por volta das 23 horas) Gomes Amaro atende os telefonemas dos espectadores que deixam a sua análise – em directo- aos factos referentes à jornada mais recente do Campeonato Português.
terça-feira, março 25, 2008
domingo, março 23, 2008
quarta-feira, março 19, 2008
Grandes Clássicos da Bola (4)... Itália-Brasil (3-2)
Apesar de belo e apaixonante o futebol é tudo menos um jogo onde o conceito de justiça nem sempre tem lugar reservado. Ou seja, muitas das vezes nem sempre vence quem fez por o merecer, quem lutou mais para alcançar o triunfo, o que leva muita gente a proferir o chavão de que "o futebol é por vezes muito injusto".
E hoje vamos recordar uma das maiores injustiças futebolísticas de que há memória. Vamos por isso fazer uma viagem até 1982, mais precisamente ao Campeonato do Mundo da FIFA, que nesse ano decorreu em Espanha. Um Mundial que desde o seu começo estava destinado a ser conquistado por uma selecção, uma mágica equipa que dava pelo nome de Brasil, o conjunto que encantou o Mundo com o seu belo futebol. Dizem os experts da bola que a par da selecção canarinha campeã do Mundo em 1970, a qual era integrada por lendas como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, ou Carlos Alberto, a equipa de 1982 é a melhor de sempre do país do samba. Uma equipa orientada pelo mestre Telê Santana, um dos técnicos mais carismáticos de todos os tempos no Brasil, a qual tinha jogadores como Falcão, Júnior, Cerezo, Éder, Sócrates, Luizinho, e o mago Zico. Poucos eram aqueles que duvidavam que esta equipa seria a campeã do Mundo de 1982, não só pelo seu poderio e charme futebolístico como também pelo facto de que os grandes opositores dos brasileiros ao título mundial estavam a desiludir em terras castelhanas.
No entanto, nesse ano ficou provado que no futebol nada é certo por antecipação, ou seja, que é preciso esperar pelo apito final do árbitro para se ter certezas do que quer que seja. E exemplo disso foi o que se passou na tarde escaldante de 5 de Julho de 1982, tendo como cenário o já demolido Estádio de Sarriá, em Barcelona, palco onde se defrontavam Brasil e Itália, um jogo a contar para a 3ª e última jornada do Grupo C da 2ª fase da competição. Aos brasileiros bastava um empate para se qualificarem para as meias-finais, ao passo que os transalpinos teriam forçosamente de vencer para seguirem em frente. A tarefa da Itália não era nada fácil, muito pelo contrário, não só porque defrontava a melhor equipa desse Mundial, e quiçá do Mundo inteiro daquela época, mas também porque havia realizado uma primeira fase miserável, cedendo três empates escandalosos contra equipas de pequena/média dimensão internacional, casos do Perú, Camarões e Polónia.
O Sarriá apresentava-se cheio como um ovo, na espectativa de ver mais um recital de bola protagonizado pelos canarinhos. As equipas entram em campo, a bola começa a rolar e para surpresa geral os italianos adiantam-se no marcador quando estavam decorridos apenas cinco minutos por intermédio de um avançado que até então tinha praticamente passado despercebido nos relvados espanhóis, de seu nome Paolo Rossi.
O Brasil puxa então dos seus galões e aos 12 minutos iguala o marcador, através do genial Sócrates. A partida estava animada, jogada a um ritmo diabólico. Ao minuto 23 Rossi silencia de novo o Sarriá, fazendo o 2-1 para a Itália, resultado com que se atingiu o intervalo.
Com um futebol jogado ao ritmo do samba o Brasil empata de novo aos 23 minutos da etapa complementar, por intermédio de Falcão, e poucos julgavam que os canarinhos não estivessem nas meias-finais. Contudo, um endiabrado Paolo Rossi tratou de protagonizar umas das maiores surpresas, e porque não dizê-lo injustiças, da história do futebol, quando aos 76 minutos bateu pela terceira vez naquela tarde o guadião Wladir Peres e carimbou o passaporte da azzurra para as semi-finais do Mundial ao fazer o 3-2 final. Italianos que viriam a sagrar-se mais tarde campeões do Mundo, após vencerem em Madrid a Alemenha Ocidental por 3-1. Nos escritos históricos da FIFA quando se fala nesse célebre jogo entre brasileiros e transalpinos pode lêr-se a seguinte frase: "Brasil brilha, mas Rossi ganha o ouro para a Itália". A melhor selecção do Mundo perdia com aquela que iria ficar com o troféu na final contra todas as previsões. A partida, é ainda hoje uma das mais vivas na memória desportiva brasileira, ficando conhecida como a "Tragédia do Sarriá".
Ficha do Jogo
E hoje vamos recordar uma das maiores injustiças futebolísticas de que há memória. Vamos por isso fazer uma viagem até 1982, mais precisamente ao Campeonato do Mundo da FIFA, que nesse ano decorreu em Espanha. Um Mundial que desde o seu começo estava destinado a ser conquistado por uma selecção, uma mágica equipa que dava pelo nome de Brasil, o conjunto que encantou o Mundo com o seu belo futebol. Dizem os experts da bola que a par da selecção canarinha campeã do Mundo em 1970, a qual era integrada por lendas como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, ou Carlos Alberto, a equipa de 1982 é a melhor de sempre do país do samba. Uma equipa orientada pelo mestre Telê Santana, um dos técnicos mais carismáticos de todos os tempos no Brasil, a qual tinha jogadores como Falcão, Júnior, Cerezo, Éder, Sócrates, Luizinho, e o mago Zico. Poucos eram aqueles que duvidavam que esta equipa seria a campeã do Mundo de 1982, não só pelo seu poderio e charme futebolístico como também pelo facto de que os grandes opositores dos brasileiros ao título mundial estavam a desiludir em terras castelhanas.
No entanto, nesse ano ficou provado que no futebol nada é certo por antecipação, ou seja, que é preciso esperar pelo apito final do árbitro para se ter certezas do que quer que seja. E exemplo disso foi o que se passou na tarde escaldante de 5 de Julho de 1982, tendo como cenário o já demolido Estádio de Sarriá, em Barcelona, palco onde se defrontavam Brasil e Itália, um jogo a contar para a 3ª e última jornada do Grupo C da 2ª fase da competição. Aos brasileiros bastava um empate para se qualificarem para as meias-finais, ao passo que os transalpinos teriam forçosamente de vencer para seguirem em frente. A tarefa da Itália não era nada fácil, muito pelo contrário, não só porque defrontava a melhor equipa desse Mundial, e quiçá do Mundo inteiro daquela época, mas também porque havia realizado uma primeira fase miserável, cedendo três empates escandalosos contra equipas de pequena/média dimensão internacional, casos do Perú, Camarões e Polónia.
O Sarriá apresentava-se cheio como um ovo, na espectativa de ver mais um recital de bola protagonizado pelos canarinhos. As equipas entram em campo, a bola começa a rolar e para surpresa geral os italianos adiantam-se no marcador quando estavam decorridos apenas cinco minutos por intermédio de um avançado que até então tinha praticamente passado despercebido nos relvados espanhóis, de seu nome Paolo Rossi.
O Brasil puxa então dos seus galões e aos 12 minutos iguala o marcador, através do genial Sócrates. A partida estava animada, jogada a um ritmo diabólico. Ao minuto 23 Rossi silencia de novo o Sarriá, fazendo o 2-1 para a Itália, resultado com que se atingiu o intervalo.
Com um futebol jogado ao ritmo do samba o Brasil empata de novo aos 23 minutos da etapa complementar, por intermédio de Falcão, e poucos julgavam que os canarinhos não estivessem nas meias-finais. Contudo, um endiabrado Paolo Rossi tratou de protagonizar umas das maiores surpresas, e porque não dizê-lo injustiças, da história do futebol, quando aos 76 minutos bateu pela terceira vez naquela tarde o guadião Wladir Peres e carimbou o passaporte da azzurra para as semi-finais do Mundial ao fazer o 3-2 final. Italianos que viriam a sagrar-se mais tarde campeões do Mundo, após vencerem em Madrid a Alemenha Ocidental por 3-1. Nos escritos históricos da FIFA quando se fala nesse célebre jogo entre brasileiros e transalpinos pode lêr-se a seguinte frase: "Brasil brilha, mas Rossi ganha o ouro para a Itália". A melhor selecção do Mundo perdia com aquela que iria ficar com o troféu na final contra todas as previsões. A partida, é ainda hoje uma das mais vivas na memória desportiva brasileira, ficando conhecida como a "Tragédia do Sarriá".
Ficha do Jogo
Jogo disputado no Estádio Sarriá, em Barcelona, em 5/7/1982
Assistência: 44 000 espectadores
Árbitro: Abraham Klein (Israel)
Itália: Zoff, Gentile, Cabrini, Collovati (Bergomi), Scirea, Tardelli (Marini), Antognoni, Oriali, Conti, Paolo Rossi, Graziani. Treinador: Enzo Bearzot.
Brasil: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Júnior, Cerezo, Falcão, Zico, Serginho (Paulo Isidoro), Sócrates, Éder. Treinador: Telê Santana.
Golos: Paolo Rossi (5', 25', 74'), Sócrates (12') e Falcão (68').
Legenda das fotografias:
1- Paolo Rossi na condição da bola perseguido por Júnior
2- A mágica selecção do Brasil
3- A equipa italiana
4- Zico é marcado por Gentile
segunda-feira, março 10, 2008
Efemérides do Futebol (2)...
O primeiro guarda-redes a marcar um golo num jogo internacional
O escocês James McAulay (1860-1943) foi um dos mais brilhantes guarda-redes do futebol escocês, tendo defendido a baliza do seu país por oito vezes, a partir de 1883. Antes disso, em 1882, quando a Escócia derrotou o País de Gales por 5-0, em Glasgow, no dia 25 de Março, McAulay fez a sua estreia internacional como... avançado-centro, tendo marcado um golo. Este guardião do Dumbarton FC também demonstrou a sua veia goleadora ao serviço deste clube em diversas ocasiões. Engenheiro de profissão terminou prematuramente a sua carreira desportiva quando em 1887 foi trabalhar para a Birmania (actualmente conhecida como Myanmar).
quarta-feira, março 05, 2008
Catedrais Históricas (6)... Camp Nou
É uma das catedrais mais belas e míticas do futebol mundial. A sua grandeza e imponência fazem dela uma autêntica fortaleza para a equipa que nela actue e um inferno para os que a visitam. Falamos hoje do Camp Nou, o estádio do FC Barcelona.
Antes de mais dizer que Camp Nou significa "Campo Novo" em língua catalã, apelido dado pelos adeptos barcelonistas na altura da inauguração do recinto, sendo que o nome oficial do estádio é: Estadi Futbol Club Barcelona.
Inaugurado em 24 de Setembro de 1957, quando o FC Barcelona abandonou o seu antigo Estádio de Les Corts, por este ser muito pequeno, a primeira partida no novo estádio foi um amigável entre o Barça e uma selecção de Varsóvia, com a vitória a sorrir aos catalães por 4-2. No primeiro jogo oficial, referente à 2ª jornada do Campeonato Espanhol de Futebol da temporada 1957/58, entre o FC Barcelona e o Real Jaén, o resultado final cifrou-se num expressivo 6-1 para os donos da casa.
O Camp Nou foi projectado pelo arquitecto Francese Mitjans (1909-2006), nascido na cidade de Barcelona.
Desde a sua criação o estádio passou já por inúmeras reformas. Em 1981, foi ampliado para 150 mil lugares com vista a acolher alguns jogos do Campeonato do Mundo de Futebol de 1982, disputado em Espanha. Em 1998, visando obedecer às normas da UEFA, substituiu as áreas onde os adeptos ficavam de pé por assentos, diminuindo desta forma a sua capacidade para os actuais 98 797 lugares.
O Camp Nou é um dos estádios espanhóis catalogados com "Cinco Estrelas" pela UEFA.
No estádio estão localizados a sede social e administrativa do FC Barcelona e o museu do clube. Fora isso, o complexo desportivo conta com um outro estádio, o "Mini Estadi" (com 20 mil lugares), um ginásio multiuso para oito mil pessoas e dormitórios para os jogadores das categorias de base do Barça.
Para além de ser o palco de todos os jogos do FC Barcelona, o Camp Nou tem sido cenário de diversos eventos, tanto desportivos como sociais e culturais. Entre outros, foi um dos estádios espanhóis onde se disputou a fase final do Europeu de futebol de 1964, realizado em Espanha, tendo recebido um total de dois jogos, ou seja, uma partida meia-final (URSS – Dinamarca, que terminou 3-0 a favor dos soviéticos) e a disputa dos 3º e 4º lugares (Hungria – Dinamarca, que terminou 3-1 a favor dos magiares.
Foi também palco de cinco jogos do Mundial de 1982, entre eles: a partida de abertura, entre a então campeã mundial Argentina e a Bélgica, com vitória belga por 1-0, e uma das meias-finais entre a Itália e a Polónia, com vitória italiana por 2-0.
O torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, realizados em Barcelona, teve a sua final no Camp Nou, com vitória da selecção da Espanha sobre a Polónia por 3-2.
O estádio foi ainda palco, em duas ocasiões, da final da Liga dos Campeões da UEFA. Em 24 de Maio de 1989, o AC Milan venceu o FC Steaua Bucareste por 4-0, e em 26 de Maio de 1999, o Manchester United derrotou o FC Bayern Munique por 2-1.
Antes de mais dizer que Camp Nou significa "Campo Novo" em língua catalã, apelido dado pelos adeptos barcelonistas na altura da inauguração do recinto, sendo que o nome oficial do estádio é: Estadi Futbol Club Barcelona.
Inaugurado em 24 de Setembro de 1957, quando o FC Barcelona abandonou o seu antigo Estádio de Les Corts, por este ser muito pequeno, a primeira partida no novo estádio foi um amigável entre o Barça e uma selecção de Varsóvia, com a vitória a sorrir aos catalães por 4-2. No primeiro jogo oficial, referente à 2ª jornada do Campeonato Espanhol de Futebol da temporada 1957/58, entre o FC Barcelona e o Real Jaén, o resultado final cifrou-se num expressivo 6-1 para os donos da casa.
O Camp Nou foi projectado pelo arquitecto Francese Mitjans (1909-2006), nascido na cidade de Barcelona.
Desde a sua criação o estádio passou já por inúmeras reformas. Em 1981, foi ampliado para 150 mil lugares com vista a acolher alguns jogos do Campeonato do Mundo de Futebol de 1982, disputado em Espanha. Em 1998, visando obedecer às normas da UEFA, substituiu as áreas onde os adeptos ficavam de pé por assentos, diminuindo desta forma a sua capacidade para os actuais 98 797 lugares.
O Camp Nou é um dos estádios espanhóis catalogados com "Cinco Estrelas" pela UEFA.
No estádio estão localizados a sede social e administrativa do FC Barcelona e o museu do clube. Fora isso, o complexo desportivo conta com um outro estádio, o "Mini Estadi" (com 20 mil lugares), um ginásio multiuso para oito mil pessoas e dormitórios para os jogadores das categorias de base do Barça.
Para além de ser o palco de todos os jogos do FC Barcelona, o Camp Nou tem sido cenário de diversos eventos, tanto desportivos como sociais e culturais. Entre outros, foi um dos estádios espanhóis onde se disputou a fase final do Europeu de futebol de 1964, realizado em Espanha, tendo recebido um total de dois jogos, ou seja, uma partida meia-final (URSS – Dinamarca, que terminou 3-0 a favor dos soviéticos) e a disputa dos 3º e 4º lugares (Hungria – Dinamarca, que terminou 3-1 a favor dos magiares.
Foi também palco de cinco jogos do Mundial de 1982, entre eles: a partida de abertura, entre a então campeã mundial Argentina e a Bélgica, com vitória belga por 1-0, e uma das meias-finais entre a Itália e a Polónia, com vitória italiana por 2-0.
O torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992, realizados em Barcelona, teve a sua final no Camp Nou, com vitória da selecção da Espanha sobre a Polónia por 3-2.
O estádio foi ainda palco, em duas ocasiões, da final da Liga dos Campeões da UEFA. Em 24 de Maio de 1989, o AC Milan venceu o FC Steaua Bucareste por 4-0, e em 26 de Maio de 1999, o Manchester United derrotou o FC Bayern Munique por 2-1.
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