Pronunciar o seu nome remete-nos para a magia da era do futebol romântico da primeira metade do século passado. Recorda-lo é também sinónimo de veneração a um dos maiores futebolistas da história centenária do jogo da bola. Senhoras e senhores visitantes a lenda em destaque hoje no MVF é Giampiero Combi, o primeiro grande astro das balizas do futebol italiano.
Nascido em Turim a 20 de Novembro de 1902 Combi desenvolveu toda a sua carreira ao serviça da Juventus, clube por onde percorreu todos os escalões de formação até chegar à formação sénior em 1922. Aí chegado nunca mais largou a baliza da “Velha Senhora” até à data da sua retirada, tendo-se tornado num dos futebolistas de referência do gigante emblema italiano. Durante as 12 temporadas em que defendeu com brilho as cores da Juve venceu 5 “scudettos”, sendo que o primeiro deles surgiu na época de 1925/26. Os restantes quatro títulos nacionais seriam alcançados na sequência de um “poker” efectuado pela Juve entre 1930 e 1934.
Apesar de não ser um guarda-redes muito alto – media 1,71m – Combi primava por uma robustez física impressionante que aliada à sua garra e determinação em jogar futebol, por vezes nas condições mais adversas, fizeram dele um dos atletas mais venerados pelos “tiffosi” daquela altura. Recorde-se neste aspecto uma partida contra o Modena onde actuou com três costelas partidas e um outro encontro ante a Cremonese onde jogou com várias vértebras danificadas.
Possuindo na época um dos conjuntos mais fortes do Calcio não era de estranhar que a Juventus fosse um dos principais fornecedores de jogadores às selecções italianas dos anos 30. Uma década de extrema glória para os “azzurri” que como se sabe arrecadariam dois títulos mundias (1934 e 1938). E no primeiro deles Combi assumiu-se como um dos actores principais da épica conquista italiana. A jogar em casa a “squadra azzurra” do lendário treinador Pozzo foi capitaniada e comanda desde a baliza, o mesmo é dizer por Giampiero Combi que nos céus de Roma teve a honra de erguer a primeira Taça do Mundo arrecadada pela Itália. Nesse Mundial foi titular indiscutível de uma equipa que tinha astros como Meazza, Monti, Orsi, ou Schiavio e que começou a sua cavalgada triunfal por uma goleada sobre os Estados Unidos da América por 7-1. Seguiu-se a épica partida ante outra potência mundial daquela época, a Espanha, selecção que tinha na baliza a sua principal estrela, Ricardo Zamora. Dizer a propósito deste facto que Combi viveu numa era onde abundavam grandes magos da baliza, sendo que para além dele e de Don Zamora há ainda que sublinhar o nome do “monstro” checoslovaco Planicka. Voltando ao Mundial de 34 e ao célebre e polémico Itália – Espanha dos quartos-de final para recordar que Combi foi um dos grandes heróis desse duelo ocorrido em Florença, que seria decidido após um segundo e decisivo jogo. Isto porque no primeiro confronto o resultado cifraria-se num renhido 1-1, renhido e injusto para os espanhóis, pois segundo rezam as crónicas da altura a Espanha foi “assaltada” pelo árbitro do encontro que tudo fez para que a aventura da equipa italiana não terminasse naquela tarde. No segundo encontro a Espanha orfã dos seus principais futebolistas, vítimas das duras entradas italianas no primeiro jogo, vendeu cara a derrota por 0-1, muito valendo novamente a magnífica exibição de Combi.
Nas meias-finais a Itália teve novamente que sofrer a bom sofrer para levar de vencida a “equipa-maravilha” da Áustria liderada pelo astro Sindelar. 1-0 em Milão foi suficiente para os pupilos de Pozzo garantirem o bilhete para Roma onde iriam jogar a grande final desse Mundial tendo Combi mais uma vez dado uma forte contribuição para que esta passagem fosse uma realidade já que efectuou um par de defesas miraculosas já bem perto do final do jogo.
E como não há duas sem três a Itália teve novamente de puxar dos seus galões para vencer a poderosa Checoslováquia por 2-1 na final e desta forma inscrever pela primeira vez o seu nome na restrista galeria dos vencedores do Mundial de futebol e Combi o primeiro transalpino a ter o privilégio de pegar na Taça Jules Rimet.
Pela “squadra azzurra” actuou por 47 ocasiões, tendo-se estreado em 1924 num jogo ante a Hungria, em Budapeste. Para além do título Mundial conquistaria ainda pela equipa nacional a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1928 (Amesterdão).
Abandonou a carreira de futebolista aos 32 anos com um total de 367 jogos no currículo disputados com as cores da sua Juventus. Penduradas as chuteiras Combi continuou ao serviço da Juve por vários anos quer como olheiro quer como colaborador técnico. Morreu em 1956 devido a um enfarte, numa altura em que colaborava com o recém eleito presidente da Juve Umberto Agnelii que procurava recolocar a “Velha Senhora” no caminho do sucesso depois de uma fase menos boa do nobre emblema transalpino.
Legenda das fotografias:
1- Giampiero Combi vestido com as cores da Squadra Azzurra
2- Duas lendas das balizas na final do Mundial de 1934: Combi e Planicka
Nascido em Turim a 20 de Novembro de 1902 Combi desenvolveu toda a sua carreira ao serviça da Juventus, clube por onde percorreu todos os escalões de formação até chegar à formação sénior em 1922. Aí chegado nunca mais largou a baliza da “Velha Senhora” até à data da sua retirada, tendo-se tornado num dos futebolistas de referência do gigante emblema italiano. Durante as 12 temporadas em que defendeu com brilho as cores da Juve venceu 5 “scudettos”, sendo que o primeiro deles surgiu na época de 1925/26. Os restantes quatro títulos nacionais seriam alcançados na sequência de um “poker” efectuado pela Juve entre 1930 e 1934.
Apesar de não ser um guarda-redes muito alto – media 1,71m – Combi primava por uma robustez física impressionante que aliada à sua garra e determinação em jogar futebol, por vezes nas condições mais adversas, fizeram dele um dos atletas mais venerados pelos “tiffosi” daquela altura. Recorde-se neste aspecto uma partida contra o Modena onde actuou com três costelas partidas e um outro encontro ante a Cremonese onde jogou com várias vértebras danificadas.
Possuindo na época um dos conjuntos mais fortes do Calcio não era de estranhar que a Juventus fosse um dos principais fornecedores de jogadores às selecções italianas dos anos 30. Uma década de extrema glória para os “azzurri” que como se sabe arrecadariam dois títulos mundias (1934 e 1938). E no primeiro deles Combi assumiu-se como um dos actores principais da épica conquista italiana. A jogar em casa a “squadra azzurra” do lendário treinador Pozzo foi capitaniada e comanda desde a baliza, o mesmo é dizer por Giampiero Combi que nos céus de Roma teve a honra de erguer a primeira Taça do Mundo arrecadada pela Itália. Nesse Mundial foi titular indiscutível de uma equipa que tinha astros como Meazza, Monti, Orsi, ou Schiavio e que começou a sua cavalgada triunfal por uma goleada sobre os Estados Unidos da América por 7-1. Seguiu-se a épica partida ante outra potência mundial daquela época, a Espanha, selecção que tinha na baliza a sua principal estrela, Ricardo Zamora. Dizer a propósito deste facto que Combi viveu numa era onde abundavam grandes magos da baliza, sendo que para além dele e de Don Zamora há ainda que sublinhar o nome do “monstro” checoslovaco Planicka. Voltando ao Mundial de 34 e ao célebre e polémico Itália – Espanha dos quartos-de final para recordar que Combi foi um dos grandes heróis desse duelo ocorrido em Florença, que seria decidido após um segundo e decisivo jogo. Isto porque no primeiro confronto o resultado cifraria-se num renhido 1-1, renhido e injusto para os espanhóis, pois segundo rezam as crónicas da altura a Espanha foi “assaltada” pelo árbitro do encontro que tudo fez para que a aventura da equipa italiana não terminasse naquela tarde. No segundo encontro a Espanha orfã dos seus principais futebolistas, vítimas das duras entradas italianas no primeiro jogo, vendeu cara a derrota por 0-1, muito valendo novamente a magnífica exibição de Combi.
Nas meias-finais a Itália teve novamente que sofrer a bom sofrer para levar de vencida a “equipa-maravilha” da Áustria liderada pelo astro Sindelar. 1-0 em Milão foi suficiente para os pupilos de Pozzo garantirem o bilhete para Roma onde iriam jogar a grande final desse Mundial tendo Combi mais uma vez dado uma forte contribuição para que esta passagem fosse uma realidade já que efectuou um par de defesas miraculosas já bem perto do final do jogo.
E como não há duas sem três a Itália teve novamente de puxar dos seus galões para vencer a poderosa Checoslováquia por 2-1 na final e desta forma inscrever pela primeira vez o seu nome na restrista galeria dos vencedores do Mundial de futebol e Combi o primeiro transalpino a ter o privilégio de pegar na Taça Jules Rimet.
Pela “squadra azzurra” actuou por 47 ocasiões, tendo-se estreado em 1924 num jogo ante a Hungria, em Budapeste. Para além do título Mundial conquistaria ainda pela equipa nacional a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1928 (Amesterdão).
Abandonou a carreira de futebolista aos 32 anos com um total de 367 jogos no currículo disputados com as cores da sua Juventus. Penduradas as chuteiras Combi continuou ao serviço da Juve por vários anos quer como olheiro quer como colaborador técnico. Morreu em 1956 devido a um enfarte, numa altura em que colaborava com o recém eleito presidente da Juve Umberto Agnelii que procurava recolocar a “Velha Senhora” no caminho do sucesso depois de uma fase menos boa do nobre emblema transalpino.
Legenda das fotografias:
1- Giampiero Combi vestido com as cores da Squadra Azzurra
2- Duas lendas das balizas na final do Mundial de 1934: Combi e Planicka
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