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Nasceu em Estarreja bem no início do século passado, mais precisamente em 1903, tendo na hora de escolher um futuro profissional optado pelo Direito. Advogado de créditos firmados seria então, mas... dentro de si algo mais forte se pronunciava em detrimento do Direito: o futebol. Uma paixão avassaladora a quem deu sempre o que tinha e o que não tinha de si, foi jogador, treinador, árbitro, dirigente, mas seria como “artista das letras” que enalteceria o desporto que tanto amava. Nos idos anos 40 foi um dos fundadores do primeiro jornal “A Bola”, desaparecido posteriormente e “re-fundado” - entre outros – pelo mestre Cândido de Oliveira. Ligação ao jornalismo que havia iniciado na década de 30, altura em que as suas deliciosas metáforas para “pintar os mais belos cenários futebolísticos” começaram a ser impressos em diversos jornais nacionais. Os seus inigualáveis escritos estão guardados em publicações como a (revista) “Stadium”, o “Diário de Lisboa” (ambos já desaparecidos), ou o “Norte Desportivo”, para além da mítica “A Bola”, claro está.
Criador dos “Cinco Violinos”
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Mas não seria só desta forma que este homem do futebol ficaria ligado eternamente ao clube lisboeta, pois na temporada de 1953/54 ele seria o treinador que conduziria os “leões” à célebre conquista do “treta-campeonato” (quatro campeonatos nacionais consecutivos). Ainda como técnico passou pelos bancos do Belenenses, Sporting da Covilhã, Lusitano de Évora, Académica, e da própria Selecção Nacional, na qual o seu nome ficou igualmente gravado a letras de ouro já que seria sob a sua batuta que Portugal venceria pela primeira vez na história (corria o ano de 1947) a vizinha e rival Espanha. Seria ainda o obreiro do triunfo inaugural da nossa selecção no estrangeiro, mais concretamente na Irlanda.
Com a máquina de escrever à sua frente foi ainda autor, juntamente com outros dois vultos do jornalismo desportivo, nomeadamente Ricardo Ornelas e Ribeiro dos Reis, da História dos Desportos em Portugal, uma obra importante sobre esta temática. Morreu em 1958 numa altura em que era redactor principal do “Norte Desportivo” e chefe da secção de desporto do “Diário de Notícias”.
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