quinta-feira, outubro 22, 2015

Histórias do Futebol em Portugal (15)... A epopeia do primeiro título internacional de Portugal

O cartaz do Europeu de juniores de 61
O nascimento da Primavera de 1961 trouxe consigo a primeira grande conquista do futebol português no plano internacional: o título de campeão europeu de juniores. Um êxito consumado em território luso, que entre 28 de março e 9 de abril desse longínquo ano foi palco da 14ª edição do Torneio Internacional de Juniores da UEFA, a prova que antecedeu ao atual Campeonato da Europa de Sub-21. Treze seleções marcaram presença num certame que foi desenrolado nas cidades de Braga, Porto, Coimbra, Leiria, Évora e Lisboa. Entre esses 13 combinados nacionais encontrava-se o talentoso grupo português, formado por excelentes executantes, sendo que grande parte deles havia sido responsável pelo brilhante 3º lugar conquistado um ano antes no Europeu da categoria realizado na Áustria. Selecionado lusitano que em 1961 foi arquitetado por uma talentosa dupla de profundos conhecedores do desporto rei que então davam os primeiros passos nas suas notáveis carreiras. Um deles dava pelo nome de David Sequerra, jovem jornalista do Mundo Desportivo que com apenas 26 anos assumia as funções de selecionador nacional, enquanto que o outro era nem mais nem menos do que José Maria Pedroto, figura que após encerrar uma estupenda carreira de futebolista iniciava um não menos estupendo - e inigualável - percurso como mestre da tática - vulgo treinador. Dois homens que abriram então o caminho da glória do futebol lusitano no plano internacional, sobretudo ao nível dos escalões de formação, onde Portugal criou uma imagem vencedora nas décadas que se seguiram. Mas em 1961 seria porventura impensável ver a nação ibérica subir ao lugar mais alto do pódio fosse em que competição fosse. De tal modo que um misto de surpresa e alegria pairou sobre o Estádio da Luz a 8 de abril desse ano, dia em que os putos portugueses esmagaram a Polónia por 4-0 e sagraram-se campeões da Europa. Um sonho real que teve início cerca de duas semanas antes, quando no Porto, no Estádio das Antas, a seleção lusa alcançou um difícil empate a zero bolas diante de uma das grandes favoritas a vencer a competição, a Itália, em jogo a contar para o Grupo A. Em 2 de abril Portugal jogava o tudo ou nada no Estádio de Alvalade ante a Inglaterra. Sabendo da importância de uma vitória para seguir em frente os jovens portugueses colocaram em campo todo o seu talento, e munidos ainda de um forte espírito de união cilindraram a armada britânica por 4-0, com golos de António Simões, Mário Nunes e Serafim, este último com dois tentos na conta pessoal. Face a este pesado score de nada valeu a sofrida vitória dos italianos dois dias depois, em Braga, ante os ingleses, por 3-2, já que face à diferença entre golos marcados e sofridos os lusos ficaram com o primeiro lugar do grupo e o consequente passaporte para as meias-finais.



A Colónia Balnear Infantil "O Século", nos inícios
da década de 60
No início dos anos 60 Portugal ainda era um país com muitas carências: ao nível de infraestruturas, vias de comunicação, ou transportes, por exemplo. Não foi pois de admirar que o torneio se tivesse desenrolado sob diversos constrangimentos, sobretudo ao nível de alojamento das 13 equipas e do transporte das mesmas. Com parcos recursos financeiros para suportar as despesas inerentes ao torneio a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) optou por alojar as seleções participantes na Colónia Balnear Infantil "O Século", em São João do Estoril. Um alojamento modesto, sem grandes condições, onde os jogadores dormiam com os pés de fora, visto que as camas ali existentes eram destinadas a crianças! Descontente com esta situação a seleção italiana logo tratou de custear um hotel melhor para os seus atletas, escolhendo uma das melhores unidades hoteleiras da costa do Estoril. A juntar a estas condições o facto de as seleções viajarem de cidade em cidade em velhos comboios poeirentos... Era assim o Portugal de então. Apesar de todas estas barreiras estruturais a seleção nacional continuava o seu trajeto imaculado na prova, sendo que nas meias-finais defrontou a vizinha Espanha no Estádio José de Alvalade. Partida onde Serafim, avançado corpulento que pertencia aos quadros do FC Porto, voltou a ser o abono de família, apontando três dos quatro golos - o outro foi do capitão Crispim - com que a seleção afastou os espanhóis e garantiu assim a presença na final.



David Sequerra e Pedroto,
a dupla que arquitetou
o título europeu
de juniores em 1961
A campanha dos jovens lusos despertou grande euforia numa nação carente de vitórias desportivas. Diga-se em nota de rodapé que em termos de historial Portugal somava quatro vitórias, outros tantos empates, e igual número de derrotas nos 12 jogos que desde 1954 - ano em que este torneio da UEFA conheceu a sua primeira edição - havia disputado no Torneio Internacional de Juniores. Foi pois com profundo entusiasmo e atenção que os portugueses encararam a grande final de 8 de abril, no Estádio da Luz, protagonizada pelas seleções de Portugal e da Polónia. Sob arbitragem do espanhol José Ortiz de Mendibil os pupilos de José Maria Pedroto deram mais um recital de futebol, chegando à vantagem logo ao minuto 9 pelo inevitável Serafim. Este atleta haveria de ser a figura do dia, já que em mais três ocasiões - aos minutos 27, 49 e 78 - faria o gosto ao pé, consumando assim o primeiro grande título internacional do futebol português. Pelos seus 9 golos - que o consagraram o melhor marcador do torneio - Serafim foi naturalmente um dos rostos que viria a ganhar notoriedade no palco principal do futebol, isto é, no patamar sénior. Avançado possante e atlético ele tornar-se-ia nos anos seguintes titular indiscutível do FC Porto, formando uma veloz ala esquerda com Nóbrega. Em 1963 transferiu-se para o Benfica, naquela que foi a transferência mais cara até então do futebol português. Na Luz não deu seguimento ao seu potencial, visto que na equipa titular dos lisboetas figuravam nomes como Eusébio, José Torres, ou Simões.Ao serviço do Benfica só efetuou cinco jogos a contar para as competições europeias, todos eles referentes à Taça dos Campeões Europeus. A partir da época de 1966 / 67 passou a representar a Associação Académica de Coimbra. 

António Simões
Outro dos nomes que viria a fazer furor nos anos seguintes foi o de António Simões, veloz e hábil extremo do Benfica, clube onde viria a atingir a glória juntamente com Eusébio, Mário Coluna, José Torres, ou José Augusto, nomes que fizeram do clube da Luz um dos gigantes do futebol continental da década de 60. Fernando Peres, Oliveira Duarte, ou o guarda-redes Rui Teixeira, foram outros dos jovens campeões da Europa de 61 que vingaram no patamar sénior, edificando carreiras notáveis quer ao serviço dos seus respetivos clubes quer na principal seleção nacional. Neste último combinado o jogador daquela equipa de 1961 que mais se distinguiu foi talvez António Simões, que de quinas ao peito foi um dos protagonistas da epopeia portuguesa vivida no Campeonato do Mundo de 1966, realizado em Inglaterra, onde Portugal conquistou, como se sabe, um inesquecível 3º lugar. Terá pois algum cabimento dizer que a vitória da seleção de juniores em 61 abriu o caminho das vitórias internacionais do futebol português, o qual na década de 60 viu o Benfica sagra-se bi-campeão da Europa de clubes, o Sporting vencer a Taça dos Vencedores das Taças, e a já citada e formidável campanha de Portugal no Inglaterra 66. 

Serafim, o goleador
do torneio
Onda vitoriosa internacional que teve continuidade nas décadas seguintes, com as seleções jovens de Portugal a triunfarem em diversas competições organizadas pela UEFA e pela FIFA - destacando-se aqui os títulos de campeões mundiais de sub-20 em 1989 e 1991. 
 É pois justo dizer-se que tudo começou na Primavera de 61, graças à brilhante vitória alcançada por Rui Teixeira (FC Porto), João Melo (Benfica), Armelim Viegas (Académica), Amândio Gonçalves (Benfica), Santos Nogueira (Benfica), Valdemar Pacheco (FC Porto), Tito (Leões de Santarém), Faria (FC Porto), Calhau (Sanjoanense), Manuel Carriço (Vitória de Setúbal), Manuel Moreira (Leixões), Manuel Rodrigues (Belenenses), Oliveira Duarte (Sporting), José Crispim (Académica), Rebelo (Académica), Mário Nunes (Académica), Jorge Lopes (Benfica), José António (Barreirense), Serafim Pereira (FC Porto), Fernando Peres (Belenenses), Luís Mira (Barreirense) e António Simões (Benfica), os 22 atletas que sob o comando da jovem dupla David Sequerra e José Mania Pedroto venceram este Torneio Internacional de Juniores da UEFA. 

Os arquitetos do êxito: David Sequerra e Pedroto 

David Sequerra em 1961
Naturalmente que o talento dos 22 futebolistas selecionados para este Europeu de juniores foi fator fundamental para que a seleção alcançasse o título, mas a responsabilidade da descoberta e exploração desse talento deve ser repartida por dois homens: David Sequerra e José Maria Pedroto. O primeiro era, como já referimos, um jovem jornalista, especializado no futebol jovem. Este brilhante homem das letras - que integra a seleção de grandes mestres do jornalismo desportivo nacional (de todos os tempos), ao lado de Cândido de Oliveira, Homero Serpa, Cruz dos Santos, Aurélio Márcio, Neves de Sousa, ou Tavares da Silva - iniciou o seu percurso aos 20 anos, no Mundo Desportivo, jornal de referência da época onde dedicou especial atenção ao futebol de formação, criando para isso uma coluna no citado jornal intitulada "Acompanhando os Jovens". Os seus vastos conhecimentos no futebol de formação valeram-lhe então o convite da FPF para o cargo de selecionador nacional das equipas mais jovens de Portugal. E para o treino de campo David Sequerra escolheu em 1961 outro jovem, um homem que havia dado por encerrada uma notável carreira de futebolista - ao serviço de clubes como o Leixões, Lusitano de Vila Real de Santo António, Belenenses e FC Porto - precisamente um ano antes, de seu nome José Maria Pedroto.

O mestre Pedroto
Natural de Lamego, onde nasceu a 21 de outubro de 1928, Pedroto abraçava na seleção de juniores a sua primeira experiência como treinador principal. E desde logo vincou a sua veia de mestre, de revolucionário - no bom sentido -, de exímio líder que aliava profundos conhecimentos futebolísticos a um poder notável de motivação. Estes foram alguns dos condimentos que fizeram de Pedroto um mestre da tática, um dos melhores de todos os tempos do futebol português. Um vencedor, acima de tudo. Depois das seleções jovens o Zé do Boné - como ficou eternizado graças à peculiar indumentária habitual que usava no seu dia-a-dia - colocou a sua inteligência e visão avançada no tempo ao serviço de emblemas como a Académica, o Leixões, o Varzim, o Vitória de Setúbal, e o Boavista - sendo que nestes dois clubes alcançou êxitos nunca dantes vividos por estes emblemas. Mas seria ao serviço do clube do seu coração, o FC Porto, que atingiu o topo da montanha da glória. Para os portistas Pedroto significou a viragem. Pedroto fez do FC Porto um clube vencedor, criou uma mística que perdura até hoje na Invicta, um mística de conquistas, uma mística de glória. Pedroto abriu o caminho dos títulos ao clube azul e branco, um caminho que idealizado juntamente com o seu grande amigo Jorge Nuno Pinto da Costa, o homem que há mais de três décadas se mantém no comando do clube. É justo dizer-se que Pedroto foi um dos arquitetos do FC Porto dos dias de hoje, um clube de dimensão mundial. 

Números do Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1961
O capitão Crispim recebe a taça de campeão da Europa de 1961

Grupo A
Porto (Estádio das Antas): Portugal-Itália 0-0
Lisboa (Estádio de Alvalade): Portugal-Inglaterra 4-0
Braga (Estádio 28 de Maio): Itália-Inglaterra 3-2



Classificação:
1. Portugal – 3 pontos
2. Itália – 3 pontos
3. Inglaterra – 0 pontos

Grupo B
Lisboa (Estádio do Restelo): Turquia-Áustria 6-3
Lisboa (Estádio do Restelo): Turquia-Espanha 2-2
Coimbra (Estádio Municipal): Espanha-Áustria 6-1


Classificação:
1. Espanha – 3 pontos
2. Turquia – 3 pontos
3. Áustria – 0 pontos
Fase do Bélgica-Holanda jogado no Restelo
Grupo C
Leiria (Estádio Municipal): Alemanha-Bélgica 4-0
Braga (Estádio 28 de Maio): Roménia-Holanda 3-1
Lisboa (Estádio do Restelo): Bélgica-Holanda 1-1
Lisboa (Estádio de Alvalade): Alemanha-Roménia 0-0
Lisboa (Estádio da Luz): Alemanha-Holanda 3-0
Coimbra (Estádio Municipal): Roménia-Bélgica 1-0

Classificação:

1. Alemanha Ocidental – 5 pontos
2. Roménia – 5 pontos
3. Holanda – 1 ponto
4. Bélgica – 1 ponto

Grupo D
Leiria (Estádio Municipal): Polónia-França 4-1
Évora (Campo da Estrela): França-Grécia 3-2
Lisboa (Estádio da Luz): Polónia-Grécia 2-2

Classificação:

1. Polónia – 3 pontos
2. França – 2 pontos
3. Grécia – 1 ponto

Meias-finais
Lisboa (Estádio de Alvalade): Portugal-Espanha 4-1
Porto (Estádio das Antas): Polónia-Alemanha 2-1

3º/4º lugar
Lisboa (Estádio Nacional): Alemanha-Espanha 2-1
Um lance da grande final jogada no Estádio da Luz
Final

Lisboa (Estádio da Luz): Portugal - Polónia 4-0
A seleção nacional de juniores que em 1961 venceu o título europeu da categoria


terça-feira, outubro 13, 2015

Flashes Biográficos (5)... Slavko Kordnya

SLAVKO KORDNYA (Jugoslávia): Apesar de curta a passagem do cidadão de nacionalidade jugoslava Slavko Kordnya por Portugal teve contornos históricos. Porquê? Simples: ele foi o primeiro matador estrangeiro no futebol luso, por outras palavras, o primeiro não português a usar a coroa de rei dos goleadores do campeonato nacional. Facto ocorrido na temporada de 1939/40, precisamente aquela em que este avançado nascido em Zagreb - cidade croata que na altura estava sob o domínio da antiga Jugoslávia - em 1911 fez a sua estreia nos retângulos lusos com a camisola do FC Porto. Ao recuar um pouco mais no tempo é de constatar que Kordnya iniciou a sua carreira nos inícios da década de 30, num dos emblemas mais laureados de então da sua cidade natal, o Concordia. Campeão jugoslavo em 1932 Kordnya iria tornar-se a partir de 1936 num verdadeiro globetrotter do futebol, ao deixar a sua marca em três países distintos no curto espaço de três anos. Primeiro na Suíça, ao serviço do Young Boys de Berna, onde permaneceu uma época (36/37), depois em França, onde durante os dois anos de residência defendeu as cores do Saint-Étienne e do Antibes, e por último em Portugal, para onde se transferiu em 1936 para representar o campeão nacional em título, o FC Porto. Chegou à Cidade Invicta acompanhado de outro jugoslavo, no caso Franjo Petrak, e estes dois atletas haveriam de ter um papel fundamental para a reconquista do ceptro de campeões por parte dos dragões. Juntos foram responsáveis por 44 dos 76 golos que os portistas marcaram no campeonato, sendo que Kordnya apontou 29, facto que o tornaria a par do sportinguista Fernando Peyroteo no melhor marcador da competição dessa longínqua temporada. Ainda em termos estatísticos é de sublinhar que sete desses 29 remates certeiros de Slavko Kordnya foram obtidos diante dos rivais de Lisboa dos azuis e brancos, Benfica e Sporting. Nessa primeira temporada o atacante de Zagreb apontou um total de 64 golos, repartidos pelo campeonato nacional, Taça de Portugal e Campeonato do Porto. Número impressionante de remates certeiros que se iria repetir na temporada seguinte, embora sem direito a qualquer título coletivo. Kordnya ainda iniciou a época de 1941/42 ao serviço do FC Porto, mas viria apenas a realizar um único jogo, já que por decisão sua decidiu regressar a Zagreb para voltar a vestir a camisola do Concordia, onde viria a terminar a carreira em 1943. Foi internacional jugoslavo em quatro ocasiões - tendo apontado quatro tentos, três deles num único encontro, e logo na estreia, diante da Grécia - o homem que deixou Portugal com um notável registo de 128 golos apontados em apenas dois anos de atividade! Números que atestam com clareza que Slavko Kordnya foi muito provavelmente o primeiro grande matador forasteiro da história do futebol português.

quinta-feira, outubro 08, 2015

Grandes Mestres do Jornalismo Desportivo (14)... Rui Tovar

Mais do que um brilhante jornalista ele era uma verdadeira enciclopédia do futebol, um profundo conhecedor da história de A a Z do desporto rei nacional e internacional, facto que o transformou numa autêntica lenda do jornalismo desportivo. Falamos hoje de Rui Tovar, um mito que nasceu na Lourinhã a 16 de fevereiro de 1948 e que começou a trilhar uma magnífica carreira profissional de quatro décadas no Diário de Notícias, onde viria a ser um dos 24 jornalistas saneados pelo então diretor-adjunto daquele órgão de comunicação, José Saramago. Posteriormente, seria um dos fundadores do jornal O Dia, ingressando em finais dos anos 70 na RTP, a casa onde atingiu um estatuto de lenda. Ali, destacou-se ao longo de quase três décadas como uma autêntica enciclopédia do futebol, tendo sido um dos principais rostos da estação pública na área do jornalismo desportivo. Afável e profissional, Rui Tovar foi durante anos o rosto do Domingo Desportivo, célebre programa que nas noites domingueiras prendeu milhares de entusiastas pelo fenómeno futebolístico ao grande ecrã. A sua vasta e ímpar cultura futebolística fizerem de si - igualmente - um virtuoso comentador de jogos de futebol, função desempenhada com uma mestria invulgar, quer na linguagem que usava quer nos referidos conhecimentos que detinha sobre o jogo. Escreveu diversos livros sobre futebol, destacando-se aqui a obra Grandes Equipas Portuguesas de Futebol, um dos primeiros livros sobre a modalidade a ver a luz do dia em Portugal. O Correio da Manhã foi uma das últimas etapas da sua carreira, órgão este onde assinava uma crónica na qual era vincada a sua veia de filósofo da bola. Problemas cardíacos estiveram na origem do seu desaparecimento, em 3 de julho de 2014, dia em que o jornalismo desportivo luso ficou de luto e sobretudo mais pobre, muito mais, já que uma das suas maiores estrelas deixava assim o mundo terrestre.