quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Catedrais Históricas (8)... Hampden Park

É um dos mais consagrados templos de futebol do planeta. O seu nome é sinónimo de inúmeras e memoráveis “batalhas” futebolísticas ao longo de mais de uma centena de anos de história. O seu nome é Hampden Park. Situado na cidade de Glasgow, na Escócia, o templo que hoje visitamos é o local onde habitualmente se celebram os jogos mais importantes do futebol daquele país, o mesmo é dizer as finais da centenária Taça da Escócia, da Taça da Liga escocesa, e claro está, os embates da selecção nacional das “highlands” (terras altas). É propriedade do modesto Queen's Park Football Club, embora seja administrado pela Scottish FA (Associação de Futebol da Escócia).
Localizado na zona sul de Glasgow esta catedral foi erguida em 1903, tendo sido inaugurada a 31 de Outubro desse ano num jogo entre os donos da casa, o Queen's Park FC, e o Celtic de Glasgow, o qual terminaria com o triunfo dos primeiros por 1-0.
Mas este foi apenas um dos muitos clássicos que o Hampden Park viveu. Como já frisámos o estádio está carregado de deliciosas memórias, jogos e recordes que ainda hoje figuram em qualquer livro que se aventure a relatar a história do “belo jogo”. O primeiro grande momento deu-se num Escócia – Inglaterra, em 1937, data em que o recinto registou a sua maior enchente de sempre: 149.415 espectadores!
Por falar em capacidade, aquando da sua inauguração o Hampden Park dispunha de 44. 530 lugares, sendo que apenas um ano mais tarde albergava quase o dobro: 80.000. Mas a ambição dos escoceses era cada vez maior, queriam que o seu templo da bola fosse cada vez mais grandioso, e em 1910 o recinto comportava 125.000 lugares. Mas o gigante não parava de crescer, e em 1927 ali cabiam já 150.000 almas! Pequeno demais diriam por esta altura os donos do recinto, e em 1937 o estádio atingia a sua lotação máxima: 183.724 lugares!!! Foi até 1950 o maior estádio do planeta, ano este em que nasceu para o Mundo outro colosso da bola, o Maracanã, do Rio de Janeiro, construído propositadamente para o Mundial de 1950 com a capacidade recorde de 200.000 lugares.
Mas nem isto tirou protagonismo ao Hampden Park, que continuou a receber confrontos dignos de realce. Entre outros diversas finais das competições europeias, sendo que um desses encontros decisivos é ainda hoje sinónimo de recordes ao nível das competições entre clubes da Europa. Falamos da final da Taça dos Campeões Europeus (TCE) de 1960, entre o Real Madrid e o Eintracht Frankfurt, confronto já aqui recordado no Museu (na vitrina “Clássicos da Bola”), o qual terminou com a expressiva vitória dos madrilenos por 7-3, um recorde de golos numa final europeia que é mantido até hoje, e um recorde ao nível de assitência num jogo decisivo de uma competição continental, sendo que mais de 130.000 pessoas assistiram a esse memorável clássico.
Em termos de finais da TCE também aqui se jogou o Bayern – Saint-Étienne (1976), e o Real Madrid – Bayer Leverkusen (2002). O último grande momento europeu foi vivido em 2006, ano em que as equipas espanholas do Sevilha e do Espanhol ali disputaram a final da Taça UEFA.
Com as regras de segurança impostas pelos organismos que tutelam o futebol mundial o Hampden Park viu com o passar dos anos a sua capacidade ser reduzida, sendo que actualmente alberga 52.103 lugares.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Estrelas cintilantes (20)... Martins

Os “violinos” do Sporting foram 5, mas podiam bem ter sido 6, pois na célebre equipa leonina onde pontificava o mais brilhante quinteto de sempre do futebol português, os “Cinco Violinos”, composto por Travassos, Peyroteo, Vasques, Albano, e Jesus Correia, sobressaia, e de que maneira, outro talento da bola da década de 50, de sua graça João Martins. O seu nome ficou gravado a “letras de ouro” não só na história do clube lisboeta como do próprio futebol europeu como mais à frente iremos ver.
João Baptista Martins nasceu em Sines no dia 3 de Setembro de 1927 e começou a despontar para o futebol aos 16 anos no clube da sua terra, o Sport Lisboa e Sines. Ainda como júnior o chefe da fábrica de conservas onde travalhava fez-lhe um convite para viajar até Olhão, para ingressar na equipa local, o Olhanense. Clube este que na altura (anos 40) actuava na 1ª Divisão Nacional. De comboio deslocou-se sozinho até ao Algarve onde aí permaneceu um mês. Mas as saudades falaram mais alto e acabaria por regressar a casa. Contudo, a grande oportunidade da sua vida estava ainda por acontecer, e o destino havia-lhe reservado uma grande surpresa. Tudo começou quando certo dia uma equipa do Barreiro foi jogar ao Alentejo contra a equipa do Sines, tendo esta última vencido o encontro por 6-1. Três dos golos alentejanos foram da autoria de Martins, e mais do que isso assinala uma exibição portentosa.
Facto que não passou despecebido à CUF do Barreiro, que lhe oferecia emprego caso ele assinasse com o clube. Ele aceita, mas a ligação é curta, pois meia hora antes do jogo de estreia pela CUF, e já nos balneários, Martins descobre que o emprego na fábrica da CUF afinal não ia ser seu. Recusa-se então alinhar pelos barreirenses, e é posteriormente levado por um massagista da própria CUF para Alvalade onde ai se apresenta em 1946. Os treinadores do Sporting da época, Abrantes Mendes e Buchelli, testam-no junto às lendas Vasques e Travassos, e ainda que sem o calibre destes dois craques Martins agrada aos responsáveis leoninos e assina contrato. A sua aquisição custou ao Sporting apenas 100 escudos! Uma pechincha por um jovem talento como Martins.
Sporting que sempre havia sido o emblema do coração do nosso craque de hoje, muito por culpa do ciclista Alfredo Trindade que empolgava as multidões com a rivalidade que ostentou durante anos a fio com o benfiquista Nicolau em inúmeras Voltas a Portugal em Bicicleta.
Ao entrar em Alvalade Martins tem a fazer-lhe frente uma feroz concorrência, como já vimos a famosa linha avançada denominada de “Cinco Violinos”. Para muitos entrar no “11” leonino era tarefa impossível para quem quer que fosse. Mas Martins conseguio-o, a seu tempo, mas conseguio-o. A sua estreia de leão ao peito aconteceu contra o Vitória de Setúbal, tendo actuado no lugar de Jesus Correia. Uma estreia positiva, com o Sporting a fazer 9 golos, sendo um deles do estreante avançado.
Na temporada de 49/50, com a abandono de Peyroteo, Martins teve uma oportunidade para agarrar um lugar na primeira equipa dos leões. Destacando-se pela sua versatilidade ele é o operário da equipa, jogando em todas as posições... inclusive na de guarda-redes, lugar onde actuou num encontro com o Oriental.
Com o passar dos anos tornou-se numa das peças fundamentais da “máquina” Sporting. O seu companheiro Travassos caracterizou-o – numa entrevista ao Jornal “Sporting” - como "o melhor avançado-centro que já existiu no futebol português. Desmarcava-se muito bem, isolava-se com facilidade, fugindo à marcação dos adversários, e tinha excelente aptidão para o jogo de cabeça, o que causava o pânico entre as equipas que defrontávamos"
Na época de 1953/54 vence a “Bola de Prata”, prémio atribuido ao melhor marcador do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, após ter apontado 31 golos.
Em termos de currículo vence os célebres quatro campeonatos seguidos (50-51, 51-52, 52-53 e 53-54) pelo Sporting, e ainda o título nacional de 57-58 e a Taça de Portugal (53-54).
Ao serviço da Selecção Nacional actuou por 12 vezes, tendo a primeira ocorrido a 23 de Novembro de 1952.


O autor do primeiro golo de uma competição europeia

Mas o grande momento pelo qual este homem é ainda hoje recordado prende-se com o facto de ter sido dele o primeiro golo apontado nas competições europeias. Decorria o ano de 1955, e o Sporting teve a honra de disputar o primeiro jogo da recém criada Taça dos Campeões Europeus. O Sporting e o Estádio Nacional, palco que acolheu o encontro com os jugoslavos do Partizam de Belgrado a 4 de Setembro do citado ano. Aos 14 minutos desse jogo Martins faz o primeiro golo, o primeiro de sempre numa prova europeia. Naquele momento entrou para a história do futebol... Mundial. Marcaria ainda um segundo golo de uma partida que terminaria empatada a três bolas, sendo que na 2ª mão o Sporting perderia por 2-5 e consequentemente eliminado. Mas a João Martins ninguém lhe tira o mérito de ter sido ele o autor do primeiro golo de uma competição europeia.
Abandou o futebol em 1959 depois de 13 temporadas de leão ao peito, tendo apontado pelo emblema de Lisboa 258 golos. Viria a falecer em 16 de Novembro 1993, com 66 anos de idade, devido a insuficiência cardíaca. Foi sepultado na sua terra natal, Sines, tendo a autarquia local nesse mesmo ano agraciado-o com a Medalha Ouro de Mérito Desportivo Municipal. A 25 de Abril de 2008, passa a dar nome ao Parque Desportivo Municipal João Martins nesta localidade alentejana.

Legenda das fotografias:
1- João Martins
2- O "11" do Sporting que "inaugurou" as competições europeias diante do Partizan

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Europeu de Futsal/Hungria 2010 (20)...

Final

Portugal - Espanha: 2-4

Golos: Gonçalo Alves, Joel Queirós; Otiz, Javi Rodriguez, Lin, Daniel

Espanha de novo no topo da Europa...

Europeu de Futsal/Hungria 2010 (19)...

Jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares
Azerbaijão - República Checa: 3-5

Golos: Borisov, Serjão, Farajzadeh; Belej, Sláma, Novotny, Kopecky, Farzaliyev (a.g.)

Checos conquistam o bronze...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Europeu de Futsal/Hungria 2010 (18)...

Meias-finais

República Checa - Espanha: 1-8

Golos: Dlouhy; Daniel (2), Ortiz (2), Javi Rodriguez, Luis Amado, Borja, Fernandão

La Rioja vai defender o título no jogo decisivo do certame...

Europeu de Futsal/Hungria 2010 (17)...

Meias-finais

Azerbaijão - Portugal: 3-3 (3-5 nas grandes penalidades)

Golos: Thiago, Felipe, Biro Jade; Cardinal, João Matos, Pedro Costa

Portugal vai estar pela primeira vez na sua história na final de um Europeu...