terça-feira, novembro 29, 2022

Flashes do Catar 2022 (32)...

Grupo H / 2.ª jornada

Portugal - Uruguai: 2-0

Golos: Bruno Fernandes (2)

Lusos voam para os oitavos-de-final... 

Flashes do Catar 2022 (31)...

Grupo H / 2.ª jornada

Coreia do Sul - Gana: 2-3

Golos: Gue-Sung (2) / Kudus (2), Salisu

Poder físico africano abafou supersónicos coreanos... 

Flashes do Catar 2022 (30)...

Grupo G / 2.ª jornada

Brasil - Suíça: 1-0

Golo: Casimiro

Mesmo sem Neymar o escrete sambou rumo aos oitavos... 

Flashes do Catar 2022 (29)...

Grupo G / 2.ª jornada

Camarões - Sérvia: 3-3

Golos: Castelletto, Aboubakar, Choupo-Moting / Pavlovic, Milinkovic-Savic, Mitrovic

Hino ao futebol termina com empate mais do que justo... 

Flashes do Catar 2022 (28)...

Grupo F / 2.ª jornada

Croácia - Canadá: 4-1

Golos: Kramaric (2), Livaja, Majaer / Davies

Croácia acaba com a aventura do regressado à elite do futebol Canadá... 

Flashes do Catar 2022 (27)...

Grupo F / 2.ª jornada

Bélgica - Marrocos: 0-2

Golos: Sabiri, Aboukhlal

Aconteça o que acontecer neste Mundial os Leões do Atlas já ficaram no álbum de ouro do evento... 

Flashes do Catar 2022 (26)...

Grupo E / 2.ª jornada

Espanha - Alemanha: 1-1

Golos: Morata / Fullkrug

Empate deixa germânicos ligados à corrente... 

Flashes do Catar 2022 (25)...

Grupo E / 2.ª jornada

Japão - Costa Rica: 0-1

Golo: Fuller

Despertador costa-riquenho tocou tarde num jogo sonolento... 

Flashes do Catar 2022 (24)...

Grupo D / 2.ª jornada

França - Dinamarca: 2-1

Golos: Mbappé (2) / Christensen

Gauleses carimbam passagem à fase seguinte graças à inspiração goleadora da sua estrela-mor... 

Flashes do Catar 2022 (23)...

Grupo D / 2.ª jornada

Tunísia - Austrália: 0-1

Golos: Duke

Australianos continuam a sonhar garças à cabeça de Mitchell Duke...

Flashes do Catar 2022 (22)...

Grupo C / 2.ª jornada

Polónia - Arábia Saudita: 2-0

Golos: Zielinsky, Lewandowski

Finalmente Robert Lewandowski marca um golo numa fase final de um Mundial... 

Flashes do Catar 2022 (21)...

Grupo C / 2.ª jornada

Argentina - México: 2-0

Golos: Messi, Enzo Fernández

Astro Messi (quem mais poderia ser?) deitou abaixo o muro mexicano... 

Flashes do Catar 2022 (20)...

Grupo B / 2.ª jornada

Inglaterra - Estados Unidos da América: 0-0

Soccer boys continuam a ser pedra no sapato p
ara ingleses em Mundiais... 

sexta-feira, novembro 25, 2022

Flashes do Catar 2022 (19)...

Grupo B / 2.ª jornada

País de Gales - Irão: 0-2

Golos: Cheshemi, Rezaeian

Carlos Queirós continua a sonhar após milagre ocorrido em tempo de compensação... 

Flashes do Catar 2022 (18)...

Grupo A / 2.ª jornada

Países Baixos - Equador: 1-1

Golos: Gakpo / Enner Valencia

Equatorianos veneraram futebol aguerrido que valeu um ponto ante uma desinspirada laranja ... 

Flashes do Catar 2022 (17)...

Grupo A / 2.ª jornada

Catar - Senegal: 1-3

Golos: Muntari / Dia, Diédhiou, Dieng

Cataris estão quase a despedir-se do seu Mundial com derrota ante dos reis de África... 

Flashes do Catar 2022 (16)...

Grupo H / 1.ª jornada

Uruguai - Coreia do Sul: 0-0

Nulo expressa apatia ofensiva dos dois conjuntos... 

Flashes do Catar 2022 (15)...

Grupo H / 1.ª jornada

Portugal - Gana: 3-2

Golos: Cristiano Ronaldo, João Félix, Rafael Leão / André Ayew, Bukari

Vitória sofrida dos lusos num jogo em que CR7 se tornou no primeiro jogador a marcar em 5 Mundiais... 

Flashes do Catar 2022 (14)...

Grupo G / 1.ª jornada

Brasil - Sérvia: 2-0

Golos: Richarlison

Em jogo de sentido único a estrela de Richarlison brilhou com mais intensidade entre a constelação de estrelas brasileiras... 

Flashes do Catar 2022 (13)...

Grupo G / 1.ª jornada

Suíça - Camarões: 1-0

Golo: Embolo

Relógio suíço bateu para a vitória ao minuto 48 por um homem que até tem sangue dos Leões Indomáveis...

quinta-feira, novembro 24, 2022

Flashes do Catar 2022 (12)...

Grupo F / 1.ª jornada

Marrocos - Croácia: 0-0

Vice-campeões mundiais não conseguiram escalar a montanha do Atlas... 

Flashes do Catar 2022 (11)...

Grupo F / 1.ª jornada

Bélgica - Canadá: 1-0

Golo: Batshuayi

Diabos Vermelhos deram uma pálida imagem do seu poderio... 

Flashes do Catar 2022 (10)...

Grupo E / 1.ª jornada

Espanha - Costa Rica: 7-0

Golos: Ferrán Torres (2), Olmo, Gavi, Morata, Asensio, Soler 

La Roja não brincou em serviço e os Ticos foram atropelados... 

Flashes do Catar 2022 (9)...

Grupo E / 1.ª jornada

Alemanha - Japão: 1-2

Golos: Gundogan / Doan, Asano

Ora cá está mais um surpresa no Catar, e das grandes!!!

quarta-feira, novembro 23, 2022

Flashes do Catar 2022 (8)...

Grupo D / 1.ª jornada

França - Austrália: 4-1

Golos: Giroud (2), Mbappé, Rabiot / Goodwin

Reis do Mundo ainda apanharam um susto mas depois mostraram toda a sua classe e golearam... 

Flashes do Catar 2022 (7)...

Grupo D 

Dinamarca - Tunísia: 0-0

Quando a bola teima em não entrar o resultado só pode ser este... 

Flashes do Catar 2022 (6)...

Grupo C / 1.ª jornada

México - Polónia: 0-0

Lewandowski desperdiça penalti e continua a zeros em fases finais de Mundiais... 

terça-feira, novembro 22, 2022

Flashes do Catar 2022 (5)...

Grupo C / 1.ª jornada

Argentina - Arábia Saudita: 1-2

Golos: Messi / Al Shehri, Al Dawsari

Mundial não é Mundial sem surpresas (ou será escândalo?), ora aqui a primeira... 

Flashes do Catar 2022 (4)...

Grupo B / 1.ª jornada

Estados Unidos da América - País de Gales: 1-1

Golos: Weah / Bale

Matreirice do astro Gareth Bale travou festa dos jovens e promissores yankees... 

Flashes do Catar 2022 (3)...

Grupo B / 1.ª jornada

Inglaterra - Irão: 6-2

Golos: Saka (2), Bellingham, Sterling, Rashford, Grealish / Taremi (2)

Nem a veia goleadora do "português" Taremi evitou uma tareia das antigas... 

Flashes do Catar 2022 (2)...

Grupo A / 1.ª jornada

Senegal - Países Baixos: 0-2

Golos: Gakpo, Klaassen

Senegal jogou (mais) mas a Laranja Mecânica ganhou... 

segunda-feira, novembro 21, 2022

Flashes do Catar 2022 (1)...

Grupo A / 1.ª jornada

Catar - Equador: 0-2

Golos: Enner Valencia (2)

Começou a grande (e polémica) festa planetária do futebol com o equatoriano Valencia a ser o centro das atenções... 

Flashes Biográficos (14)... Jimmy Douglas

Jimmy Douglas
Foi no Uruguai, sede do primeiro campeonato do Mundo, em 1930, que os Estados Unidos da América alcançaram a sua melhor classificação de sempre na mais importante competição da FIFA: o 3.º lugar. Foi o prémio para aquela que é umas mais brilhantes gerações do soccer norte-americano, onde pontificavam extraordinários futebolistas como Bart McGhee, Bert Patenaude, James Brown, George Moorhouse, Alexander Wood, Tom Florie, ou o luso-americano Billy Gonsalves. Todos eles evoluíram com brilhantismo nas canchas de Montevideu, mas para alcançar tal feito a seleção yankee, orientada por Bob Millar (treinador), contava com uma sólida muralha defensiva, que ficaria conhecida como a "cortina de aço". Era forma pelos defesas, Goerge Moorhouse e Alexander Wood, e pelo guarda-redes Jimmy Douglas. Este último faz não só parte da história da modalidade nos States, pois é considerando ainda hoje como um dos dez maiores guarda-redes do soccer norte-americano de todos os tempos, como também da própria história dos Mundiais. Isto porque ele foi o primeiro guardião a terminar um jogo do Campeonato do Mundo sem sofrer golos, isto é, com a baliza inviolável. Facto ocorrido a 13 de julho de 1930, dia em que foi inaugurado o primeiro Mundial da história, com Montevideu a receber nessa tarde dois jogos, o França - México, no Campo de Pocitos; e o Estados Unidos da América - Bélgica, jogado no Parque Central. Os yankees venceram por 3-0, ao passo que os franceses triunfaram por 4-1, facto que tornou Douglas no primeiro keeper da história a não sofrer golos num jogo da competição da FIFA. O "número 1" norte-americano iria repetir a façanha na partida seguinte, diante da Bélgica, sendo a par do uruguaio Enrique Ballestrero o único guardião que não sofreu qualquer golo na fase de grupos.

A seleção dos EUA que brilhou
no Mundial de 1930
Douglas, que nasceu em Kearny, Nova Jérsia, a 12 de janeiro de 1898, e era neto de um dos membros da equipa ONT que venceu a primeira Taça Americana, em 1885. Jimmy Douglas foi considerado como a primeira lenda das balizas do futebol na América, tendo iniciado a sua carreira ao serviço do Harrison Soccer Club, em 22/23, ao serviço do qual realizou nessa temporada 14 jogos na American Soccer League (ASL), que era então a competição nacional mais importante do país. Na ASL, Douglas atuou entre 1922 e 1932, realizando um total de 208 jogos nesta competição. Ele foi o primeiro guarda-redes estado-unidense a marcar presença com a seleção nacional nas grandes competições internacionais, sendo a primeira delas os Jogos Olímpicos de 1924, realizados em Paris, tendo ali realizado os dois jogos da sua equipa, o primeiro ante a Estónia - vitória por 1-0 - e o segundo diante daqueles que haveriam de ser os campeões olímpicos desse ano, o Uruguai - derrota por 3-0. Por esta altura ele defendia a baliza do Newark Skeeters, na ASL, clube onde atuou durante duas temporadas. Na ASL ele representou oito clubes diferentes, sendo que para além dos já citados Harrison Soccer Club e Newark Skeeters, ele jogou pelos New York Giants (de 1925 a 1927, e numa segunda fase no ano de 1930), pelos Fall River Marksmen (em 27/28 e depois em 28/29,), nos Philadelphia Field Club (em 27/28), nos Brooklyn Wanderers (na temporada de 28/29), nos New York Nationals (em 29/30), nos New York Americans (em 31/32). Era pois em Nova Iorque que Douglas brilhava quando o então selecionador nacional Bob Millar o escolheu para ser um dos 16 jogadores que fizeram a viagem até ao Uruguai para disputar o primeiro Mundial de sempre. Depois da tal primeira fase imaculada os Estados Unidos foram goleados nas meias-finais da prova pela Argentina por 6-1, sendo que a explicação para os seis golos encaixados por um guarda-redes que até então se tinha mostrado uma verdadeira muralha foi que nos minutos iniciais contra os sul americanos Douglas sofreu uma lesão no joelho. Ora, como na época não eram permitidas substituições, o guardião teve de fazer o resto do jogo em sofrimento, tendo sérias dificuldades em se mover com eficácia sempre que era chamado a intervir. Com isso beneficiaram Monti, Scopelli, Stábile, e Peucelle, os autores dos golos argentinos nesse jogo. Pelos Estados Unidos da América Jimmy Douglas disputou um total de nove encontros entre 1924 e 1930, sendo que desses nove cinco foram em competições oficiais. Faleceu a 5 de março de 1972, quase 20 anos depois de ter sido nomeado para o National Soccer Hall of Fame dos Estados Unidos.

quarta-feira, novembro 16, 2022

Figuras do apito (5)... - Gilberto de Almeida Rego: o árbitro que recusou apitar a final de um Mundial

Gilberto de Almeida Rego
Participar num Campeonato do Mundo é o sonho de qualquer futebolista, e se esse sonho acabar na final torna-se num dos pontos altos da existência de um atleta. Quem diz jogadores diz também árbitros, pois atingir a final de um Mundial é o prémio máximo para os homens do apito. É entrar na história do futebol. Não há pois como recusar tamanha honra, e dizer não a dirigir a final do maior evento desportivo do planeta seria coisa de loucos. Mas nem toda a gente pensa assim, ou melhor, até existem loucos na história da arbitragem planetária, alguém que recusou arbitrar a final de um Mundial. E logo o primeiro, em 1930, que teve como sede o Uruguai. Esse homem foi Gilberto de Almeida Rego, nada mais nada menos do que o primeiro árbitro brasileiro a marcar presença no evento mais importante organizado pela FIFA. Nascido em 28 de novembro de 1895, no Rio Grande do Sul, integrou a comissão técnica da seleção brasileira que participou nesse histórico campeonato mundial. E mesmo antes do escrete - que então não era canarinho - entrar em campo, coube a Almeida Rego ser o primeiro brasileiro a entrar em ação num Mundial, facto ocorrido no encontro entre a França e o México, realizado no Campo de Pocitos, em que o juiz brasileiro foi um dos bandeirinhas - ou árbitros auxiliares como agora se designam - do uruguaio Domingo Lombardi. Até aqui tudo bem. O pior aconteceu quando Almeida Rego foi o árbitro principal de um jogo desta Copa, o Argentina - França, uma partida duríssima, segundo rezam as crónicas, em que a polémica estalou aos 39 minutos da segunda parte, altura em que o árbitro brasileiro dá por terminado o encontro! Os argentinos haviam marcado o único golo do jogo segundos antes do inesperado apito final, quando faltam jogar pelo menos mais seis minutos. Como é óbvio, os franceses protestaram, e já quando as equipas estavam nos balneários o árbitro terá percebido o seu erro e convidou os dois combinados nacionais a voltarem ao relvado para disputar os minutos restantes. Insólito, no mínimo. Gilberto de Almeida Rego dirigiu ainda os encontros Uruguai - Roménia e Chile - França, estes ao que tudo indica mais pacíficos, isto é, sem violações às regras do jogo.

Almeida Rego, à direita, no papel de bandeirinha no jogo França - México

Mesmo com erro de palmatória no Argentina - França por parte do árbitro brasileiro, a primeira escolha da FIFA para arbitrar a escaldante final do Mundial de 1930 entre Uruguai e Argentina foi Almeida Rego., o qual de pronto... recusou! Ele era o preferido de Jules Rimet - então presidente da FIFA -, mas declinou o convite alegando que tinha assuntos urgentes a resolver na sua pátria. Terá sido esta a razão para a recusa do convite? Há quem alegue que foi somente uma desculpa para não fazer parte do clima fervoroso - de pura tensão e de alguma violência - que envolveu a final de 1930 entre os dois grandes rivais do Rio da Prata. A FIFA optou então pelo belga John Langenus para dirigir o jogo decisivo da competição. Mais corajoso que o seu colega brasileiro o árbitro europeu aceitou apitar a final, mas exigindo à entidade que dirige o futebol planetária certas condições para garantir a sua segurança. Uma delas era que logo após o apito final lhe fosse facultado um transporte que o tirasse do Estádio Centenário rumo ao porto de Montevideu, e dali embarcar rapidamente rumo à Europa, a salvo da mais do que provável ira de um dos derrotados. Assim foi. Quanto a Almeida Rego viria a falecer a 4 de março de 1970.

terça-feira, novembro 15, 2022

Efemérides do Futebol (45)...

Damião Cannas o jovem e promissor half-back do Império que a morte ceifou na flor da idade

No futebol português, Pepe terá sido o exemplo mais sonante de quem a prematura morte chegou cedo demais. Não é que este prodígio do Belenenses dos anos 20 já não tivesse um percurso cintilante na meia dúzia de anos que defendeu quer a camisola do emblema da Cruz de Cristo, quer a da seleção nacional, mas por certo que a sua história no nosso futebol teria ainda um longo caminho pela frente caso não nos tivesse deixado com apenas 23 anos de idade. José Manuel Soares, o Pepe, faleceu em 1931, mas é preciso recuar 20 anos para conhecer a morte acidental - como a de Pepe - de outro jovem e então promissor futebolista luso. Facto ocorrido em 1911, numa altura em que o centro do futebol português era em Lisboa, onde já fervilhava o Campeonato Regional, competição que a cada ano que passava granjeava maior popularidade e rivalidade entre os clubes da capital. Um desses clubes era o SC Império (fundado em 1906), e que na temporada de 1910/11 fez a sua estreia no Campeonato de Lisboa. Deste grupo faziam parte figuras conhecidas do então futebol da capital, como o inglês Charles Etur - havia passado pelo Sporting -, ou Albano dos Santos - que havia igualmente defendido os mantos sagrados de Sporting e Benfica -, mas havia um jovem que dava nas vistas não só pelas suas qualidades futebolísticas, como de igual modo por ser um atleta multifacetado, isto é, alguém que para além do futebol brilhava noutras modalidades. O seu nome era Damião Cannas. Nascido em 1889 foi então não só um promissor futebolista, como também um já consagrado halterofilista e exímio praticante de luta greco-romana. No desporto rei foi descrito pela revista Os Sports Ilustrados como um «adversário lealíssimo, e um sócio do Império como poucos no clube - nunca faltava a um desafio. Servindo-se da sua força sacudia asperamente os contrários, mas fazia-o com a mais absoluta lealdade, quase com ingenuidade». Era pois um poço de força leal este half back (defesa), sendo que na luta greco-romana era descrito como um dos mais fortes, musculados e enérgicos lutadores do seu tempo. Auspiciava-se um belo futuro desportivo a este jovem, até que um trágico acidente ocorrido a 9 de maio de 1911 tirou-lhe a vida. Uma explosão de gás na madrugada do referido dia levou Damião Cannas ainda com vida, mas com graves queimaduras, para o Hospital de S. João, onde viria a falecer. O seus companheiros de clube ficaram em choque, e o capitão da equipa de futebol do Império, Joaquim Travassos Lopes, deixou em Os Sports Ilustrados uma emotiva mensagem de despedida ao jovem atleta «que todos admiravam e aplaudiam no nosso meio sportivo, vendo nele um grande futuro, devido às suas excecionais qualidades físicas e de caráter».

sexta-feira, novembro 11, 2022

Grandes Mestres do Jornalismo Desportivo (22)... Carlos Pinhão

É um dos vultos da história do jornalismo desportivo português, tendo sido mestre e inspiração de muitos dos nossos atuais escribas desportivos. Carlos Pinhão, é o seu nome. Carismática personalidade que ao longo de mais de 40 anos deixou a sua prosa cravada no jornal A Bola, cuja camisola defendeu com brio e talento, sendo hoje um dos nomes mais sonantes dos mais de 75 anos do jornal da Travessa da Queimada. Carlos Pinhão nasceu a 4 de maio de 1924, em Lisboa (na freguesia do Beato), cidade que pela qual sempre foi um eterno apaixonado, como ficou vincado em muitos dos seus trabalhos. E paixão foi também a causa pela qual trocou um curso de Direito na Universidade de Lisboa pelo caminho da escrita, do jornalismo e da literatura, tendo iniciado a sua brilhante carreira jornalística em 1947 no jornal Sports, seguindo depois para o Mundo Desportivo, jornal este onde exerceu o cargo chefe de redação. Passou ainda pelo Diário Popular, e pelo Século Ilustrado, antes de em 1955 assentar arraiais em A Bola, onde ao longo de mais de quatro décadas desempenhou na maior parte do tempo funções de redator, sendo que no reinado de Vítor Santos - na condição de diretor do jornal - foi sub-chefe da redação. O talento, profissionalismo e mestria de Carlos Pinhão não passou despercebido aos grandes títulos da imprensa desportiva internacional, tendo ao longo da sua carreira colaborado com a Marca (de Espanha), France Soir ( de França) e o Les Sports (da Bélgica). Em Portugal colaborou ainda com o Público e o Jornal do Fundão. Ele foi um dos grandes cronistas do nosso jornalismo desportivo, sendo considerado como um dos introdutores deste estilo de escrita na imprensa portuguesa. Uma das crónicas mais antigas do jornalismo luso e que durante décadas foi publicada em A Bola era da sua autoria, crónica essa muito apreciada pelos leitores de todo o país - e não só -, e que se intitulava de "Hoje Jogo Eu".

Os seus textos eram carregados de um humor refinado acrescido de vasto conhecimento desportivo. Paralelamente ao jornalismo desportivo outra das paixões de Carlos Pinhão era a escrita literária, tendo sido autor de inúmeros livros, notabilizando-se, sobretudo, na literatura infantil. Recebeu várias distinções pelo seu trabalho, entre outros, o Prémio Júlio César Machado (pelas suas crónicas no jornal Público sobre Lisboa); a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras; a Medalha de Mérito Desportivo do Ministério da Educação; e o Grau de Comendador da Ordem do Mérito. Faleceu a 15 de janeiro de 1993. É pai da também jornalista Leonor Pinhão.