Apesar
de há muito estar arredado dos grandes palcos do futebol nacional - o mesmo
será dizer dos campeonatos profissionais - o Alentejo é detentor de uma rica e
gloriosa história no que ao desporto rei
português concerne. Lendários jogadores e famosas equipas fazem parte de um
espólio que o futebol moderno parece esquecer, fruto de uma desertificação que
esta lindíssima região portuguesa tem sido vítima nas décadas mais recentes.
Desertificação dá azo a desinvestimento, e desinvestimento leva a um
desaparecimento lento, mas contínuo. É um pouco este o cenário atual do futebol
alentejano no que diz respeito aos primeiros três escalões nacionais, isto é, a I Liga, a II Liga, e a Liga 3, e se quisermos seguir com
atenção um emblema daquela região temos de olhar para o Campeonato de Portugal,
o atual quarto escalão do desporto rei
luso. Mas nem sempre foi assim, já que o passado guarda a tal rica e gloriosa
história que esta região escreveu na Grande
Enciclopédia do futebol português pela mão - e pés e cabeças, sobretudo -
de filhos nascidos em Évora, Elvas,
Beja, Sines, Serpa, ou Campo Maior num passado mais recente. E são esses
tesouros do futebol alentejano que hoje vamos não só recordar - ainda que ao de
leve, porque eles são imensos - como de igual modo procurar preservar e
divulgar junto de um público mais jovem que porventura poderá pensar que o
Alentejo é só uma gigantesca planície desprovida
de história futebolística!
Um pouco de
história para iniciar a... História
Lisboa
(e zona envolvente) foi o berço do futebol em Portugal, nos finais do século
XIX. A modalidade expandiu-se posteriormente para outras regiões do país,
tendo o Alentejo visto pela primeira vez (que se saiba) uma bola no início do
século XX, por intermédio de antigos alunos da Real Casa Pia de Lisboa. Registos
históricos indicam que Évora foi a primeira localidade alentejana onde o
futebol se jogou, por volta de 1908, havendo relatos de partidas disputadas no
Largo da Porta de Machede. Nos anos seguintes os jogos multiplicaram-se na
capital do Alto Alentejo, muito por ação dos alunos da Casa Pia de Évora, que
tal como os seus congéneres da mesma instituição de Lisboa tiveram um papel
preponderante na dinamização da modalidade em toda a região. Em 1909 é fundado
em Évora o primeiro clube da cidade dedicado à prática do futebol, o Évora
Sport, um emblema composto por operários que disputavam os seus encontros no
Largo da Graça. O desporto foi crescendo, novos grupos foram surgindo, e em
1917 é fundada a Liga Eborense de Football, tendo como filiados o
Lusitano, o Ateneu, e a Casa Pia de Évora. Esta entidade, quase uma década
depois, viria a dar origem à atual Associação de Futebol de Évora.
|
Um jogo do Lusitano de Évora na 1.ª Divisão |
Foi
porém noutra grande cidade alentejana que em 1911 foi fundada a segunda
associação de futebol mais antiga do país. Em Portalegre, a 29 de outubro do
referido ano é criada a Associação de Futebol de Portalegre (AFP), a segunda
mais antiga de Portugal - a seguir à Associação de Futebol de Lisboa -, tendo
este organismo sido um três fundadores da Federação Portuguesa de Futebol. Na
génese da AFP estiveram o Grupo de Bombeiros Voluntários de Portalegre, o Grupo
de Bombeiros Voluntários Robinson, o Sport Clube Portalegrense e o Sport Clube
Esperancense, entidades que ajudaram a dinamizar o futebol por todo o distrito.
Mas houve um homem que pelo seu conhecimento - e talento - do jogo teve um
papel fundamental na cimentação da modalidade na região. Leopoldo Mocho, o seu
nome. Nascido em 1889, em Arronches, uma vila raiana do distrito de Portalegre,
o primeiro ídolo futebolístico desta região cedo viajou para Lisboa no sentido
de estudar na Real Casa Pia. Ali terá travado conhecimento com o Belo Jogo, e com muitos dos homens que
em 1904 fundaram o Sport Lisboa - futuro Sport Lisboa e Benfica. Mocho seria um
dos primeiros jogadores do clube encarnado, ao lado de Cosme Damião, Félix
Bermudes, Manuel Goularde, entre outros. No início da década de 10, Leopoldo
Mocho regressou a Portalegre para se empregar nos CTT daquela cidade,
transferindo-se mais tarde para a estação de correios da sua terra natal, tendo nesses anos desempenhado um papel fundamental na fundação da AFP. Mas não só, pois ele foi
de igual modo o responsável pela fundação, também em 1911, da primeira filial
do Sport Lisboa e Benfica, no caso o Sport Lisboa e Portalegre. Muitos dos
grandes êxitos do futebol alentejano ao longo das décadas seguintes seriam
conquistados por clubes oriundos deste distrito, como mais à frente iremos
constatar. Foi neste distrito que nasceu aquela que porventura é a maior figura
de todos os tempos do Alentejo em termos desportivos, não só no que ao futebol
diz respeito, mas também noutras modalidades. Cândido de Oliveira, para sermos
mais precisos. Ele nasceu na vila de Fronteira, a 24 de setembro de 1896, sendo
que por ser órfão de pai, em junho de 1905 foi admitido na Real Casa Pia de
Lisboa, onde foi aluno interno e aí se formou para a vida e para o desporto.
|
A casa onde nasceu Cândido de Oliveira, em Fronteira |
Em
1915 o futebol chega a outra das três maiores urbes alentejanas, Beja, pese
embora hajam relatos de que a modalidade terá chegado à capital do Baixo
Alentejo em 1906. Foi nesta cidade que nasceu um dos primeiros grandes clubes
alentejanos, o Luso Sporting Clube, fundado em 1916, e que surge da génese do
Águia, o primeiro clube a ser fundado na cidade e que se extinguiu em 1918. O
Luso foi um clube eclético e ativo participante nas principais provas do
futebol nacional. Em 1947, juntamente com o União Sporting Clube e o Pax Júlia
Atlético Clube, funde-se num só clube, criando o Clube Desportivo de Beja,
atualmente o maior clube da cidade.
A estreia do
Alentejo na 1.ª Divisão Nacional
|
O jogo de estreia do SL Elvas na 1.ª Divisão aconteceu em Olhão |
Coube
ao distrito de Portalegre a honra de na temporada de 1923/24 inscrever uma equipa
sua, no caso o União Portalegrense, na então única competição de âmbito
nacional, o Campeonato de Portugal. A edição inaugural da 1.ª Divisão Nacional
- atual I Liga - surgiria sensivelmente uma década depois, mas seria preciso
esperar até à temporada de 1945/46 para ver uma equipa alentejana no mais alto
escalão do futebol luso. Tal feito seria alcançado pelo Sport Lisboa e Elvas
(filial do Benfica), que apenas dois anos mais tarde se juntou ao vizinho e
rival da cidade, o Sporting Clube Elvense (filial do Sporting), para fundar O
Elvas Clube Alentejano de Desportos. Esta fusão tem uma história que o jornal
A Bola em 9 de junho de 1955 faz eco: «A
rivalidade entre as filiais dos dois poderosos clubes da capital (Lisboa)
atingira, nessa altura, uma agudeza que estava muito longe de se conciliar com
a beleza da ideia desportiva. A tal ponto se levou então a mórbida paixão
clubista, que os encontros entre os dois antagonistas locais (de Elvas) se
transformavam, por vezes, em fonte de perturbações de certo vulto. O «Jornal de
Elvas», reflectindo o estado de espírito das pessoas sensatas, que as havia nos
dois campos opostos, dizia pela pena do seu director, ai propósito da fusão:
"A Elvas não interessa uma rivalidade que, afinal, bem vistas as coisas à
luz de um critério imparcial, está tornando o desporto local numa antipática
luta de cores que já não distingue amizades e na qual nem o bom senso nem a
inteligência conseguem ter mão"». É nesse seguimento de apaziguamento
das hostes elvenses que a 23 de setembro de 1947 é fundado O Elvas CAD, que
viria a tornar-se num dos principais emblemas do Alentejo nas décadas
seguintes.
|
Sporting - SL Elvas, no Nacional da 1.ª Divisão de 45/46 |
Mas
antes deste emblema ver a luz do dia
seria um dos seus progenitores, o SL Elvas, a levar o nome da região pela
primeira vez ao escalão mais alto do futebol nacional. A estreia não foi feliz,
já que na primeira ronda do Nacional da 1.ª Divisão de 45/56, o clube do
distrito de Portalegre foi derrotado em Olhão por 4-1 diante da equipa local.
Sobre este encontro, o jornalista Tavares da Silva escrevia na revista Stadium
que «os algarvios conseguiram, na
primeira parte, pelo menos, um domínio quase absoluto. (...) O Elvas, de
atitude passiva na primeira parte, passou para uma orientação activa. Logo no
abrir do tempo, forçando a ofensiva, conquistou o empate emprestando ao
encontro o interesse que provém da incerteza do resultado, e obrigando o
antagonista a dar-se generosa e completamente ao jogo. Abrindo o seu futebol -
o Elvas viu-se batido com mais facilidade do que antes do intervalo. Nem
admira. Já os jogadores não estavam tão aglomerados em frente das redes e as
reações e contra-ofensivas do Algarve, team de melhor técnica, despedidas em
comunhão de esforços, encontraram o ponto vulnerável. O onze mais apurado
venceu, mas o Elvas continua a mostrar-se um conjunto de fibra e de vida
ardente».
A primeira vitória do SL Elvas, e consequentemente de um clube alentejano, na
1.ª Divisão Nacional aconteceu na 2.ª jornada deste campeonato. O campeão de
Aveiro, a Sanjoanense, foi então copiosamente goleada no Alentejo por 8-0.
Tavares da Silva escreveria na Stadium que «Na
segunda parte, o Elvas caiu a fundo, e falou o saber e o futebol de conjunto.
Neste tempo, os elvenses evolucionaram com brilho no ataque, desmarcando-se
todas as suas unidades com perfeição».
|
Patalino |
Esta
foi uma das nove vitórias que os elvenses conseguiram naquele campeonato,
alcançando com mérito e reconhecimento da elite do futebol luso a manutenção,
como se pode testemunhar numa entrevista da antiga lenda benfiquista Alfredo
Valadas, aquando de uma visita do SL Elvas à capital. Nessa entrevista à Stadium, conduzida pelo jornalista
Fernando Sá, Valadas caracterizava a estreante turma alentejana como um conjunto
que na sua voz era formado por jogadores habilidosos e rijos. «Estas duas qualidades constituem o ponto de
partida para se obter o bom rendimento de uma equipa - para mais se, como
sucede no Elvas, o grupo é formado por jogadores novos». Valadas citava nomes como Rosário, Virgílio, Neves, Toninho, Henrique e Oliveira, como atletas
em que eram depositadas as melhores esperanças para o futuro. Mas havia atletas
mais experientes que davam um toque de classe a esta equipa, casos de Massano,
Rebelo, e Patalino. «São dos que mais se
têm evidenciado. Mos todos os componentes do grupo dão bom rendimento.
Reconheço-lhes boas qualidades e registo um pormenor que ajuda sempre o trabalho
do treinador e aos bons resultados de um team: boa vontade e espírito de
colaboração entre todos os jogadores», dizia Alfredo Valadas.
Patalino
foi provavelmente o maior jogador que o Alentejo produziu no que a futebol diz
respeito. Sobre ele já dedicámos longas linhas em viagens passadas, mas nunca
será por demais recordar que este talentoso avançado, que chegou a
internacional, nasceu em Elvas e o amor ao clube da sua terra fê-lo recusar ao
longo da sua carreira propostas tentadoras de clubes como o Bordéus, o Atlético
de Madrid, ou o gigante vizinho - deste - Real Madrid. Diz quem com ele de
perto privou que era um homem simples, ingénuo, até, bem diferente do rápido,
fogoso, e viril jogador que assombrava as balizas adversárias. Na pacatez de
Elvas ele era feliz, despindo a glória e a fama angariadas nos muitos campos de
futebol por onde passeava a sua classe.
Évora conquista
os primeiros títulos nacionais
|
A equipa do Juventude campeã nacional da 3.ª Divisão em 1951 |
O
distrito de Portalegre pode ter tido o privilégio de ser a casa do primeiro
clube alentejano a pisar o palco da 1.ª Divisão Nacional, de ser o berço do
melhor jogador alentejano da história (Patalino), mas as primeiras conquistas,
vulgo títulos, são pertença da cidade de Évora. E neste ponto a extinta e
saudosa 3.ª Divisão Nacional é a praia, por assim dizer, dos clubes alentejanos,
já que a esmagadora maioria dos cetros nacionais conquistados foram neste
escalão.
E
o primeiro deles surgiu na temporada de 1950/51 por intermédio de um dos dois
filhos de Évora, no caso o Juventude. Ao vencer a 1.ª fase da Série 6 da 3.ª
Divisão, os azuis e brancos da capital do Alto Alentejo qualificaram-se para a
fase final, não só com o intuito de discutir a subida de divisão, como também o
título de campeão. Na 2.ª e decisiva fase começaram por derrotar os algarvios
do Silves (7-0 no conjunto das duas mãos), seguindo-se na meia-final o Cova da
Piedade por um total de 8-5. E na grande final, disputada a 18 de março de
1951, o Juventude defrontou a Sanjoanense, tendo o encontro terminado empatado
a três bolas (após prolongamento), obrigando assim a uma finalíssima, que seria
realizada dois dias mais tarde em Santarém, no Campo das Pedreiras. Na
primeira final os golos dos eborenses foram da autoria de João Mendonça (2) e
Mana. E no tira teimas o Juventude levou
a melhor, vencendo por 1-0, golo da autoria de João Mendonça, que executou de
forma superior um livre direto.
Para
a história deste clube e do próprio futebol alentejano ficam nomes como António
Maria, Mochila, Serra, Martins, Eduardo, Jorge Santos, Casimiro, Rogério Contreiras,
Daniel, Lampreia, João Mendonça, ou Gomes.
Na
temporada seguinte, e já na 2.ª Divisão, o Juventude continuava nas bocas do
país pelo futebol vistoso que praticava, de tal modo que num jogo a contar para
a Taça de Portugal, ante o Atlético, disputado na Tapadinha, um jornalista disse «tinham florido malmequeres na Tapadinha dada a categoria do futebol
praticado pelos alentejanos». Na verdade, os experts do futebol português de então afirmaram que na época de
51/52 a equipa que melhor futebol praticou em Portugal foi o Juventude de
Évora, pelo que foi denominada como equipa maravilha, a qual tinha
nomes como Casimiro, o argentino Bucheli, Serra, Pinto de Almeida, Rogério
Contreiras (ex-Benfica), Jorge Santos, Passos, Matos, João Mendonça, Fernando
Mendonça e Chitas.
|
O Lusitano de Évora que em 1952 se sagrou campeão nacional da 2.ª Divisão |
1951/52
é pois uma época memorável para o futebol eborense, não só pelo facto do
Juventude encantar plateias com o seu futebol, mas também porque o outro filho
futebolístico da cidade, o Lusitano, conquistou o título de campeão
nacional da 2.ª Divisão. E pode dizer-se que esta glória dos verde-e-brancos
teve um sabor muito especial, pois foi arrecadada, de certa forma, à custa do
vizinho e rival Juventude. As duas equipas competiram na 1.ª fase da 2.ª
Divisão, na Zona D deste escalão - na altura o segundo escalão do futebol luso
era disputado em três fases.
Juventude
e Lusitano disputavam taco a taco o acesso à 2.ª fase do campeonato, que lhes
podia assegurar a subida à 1.ª Divisão.
No
Estádio Sanches de Miranda, casa do Juventude, os dois rivais disputaram um dos
mais empolgantes dérbis de Évora de que há memória. O Lusitano vencia ao intervalo os
seus vizinhos por 4-1, sendo que no reatamento a tal equipa maravilha do Juventude, fez uma recuperação extraordinária, levando o resultado para uma
diferença mínima. Nos instantes finais os campeões nacionais da 3.ª Divisão da
temporada anterior beneficiariam de uma grande penalidade, a qual foi
convertida e selaria o marcador num fantástico e inesquecível 5-5. O equilíbrio
entre os dois rivais foi de tal maneira vincado que ambos chegariam ao final
desta 1.ª fase em igualdade pontual na tabela classificativa, com 28 pontos. Porém,
o Lusitano levou a melhor no desempate no goal-average
(marcou 66 golos contra 64 do Juventude), e qualificou-se assim para a fase
seguinte do campeonato, ao passo que o rival ficava pelo caminho.
|
O Benfica numa visita a Évora nos anos em que o Lusitano estava na 1.ª Divisão |
Na fase
intermédio ao classificar-se em segundo lugar, atrás do Vitória de Setúbal e à frente
de União de Montemor e da CUF, o Lusitano avançou para a 3.ª e decisiva fase
da prova, onde iria lutar pela subida de divisão e pelo título de campeão. Conduzidos
tecnicamente pelo argentino Anselmo Pisa os alentejanos venceram a poule, com 9 pontos, superando Vitória
de Setúbal, Torreense e União de Coimbra, sagrando-se assim campeões nacionais
da 2.ª Divisão e logrando chegar à 1.ª Divisão, onde fariam história. E porquê?
Porque hoje o Lusitano é tão somente o clube do Alentejo com mais presenças no
principal escalão do futebol português: 14 épocas consecutivas! 364 jogos
disputados entre os grandes, 116 vitórias, 64 empates, e 184 derrotas, são
alguns dos números dos verde-e-brancos na elite do futebol luso. Esta longa
permanência entre a elite do futebol lusitano transformou este clube numa
bandeira de todo o Alentejo. Jogadores como Falé, Dinis Vital, José Pedro, José
Cardona, Teotónio, Mitó, Paixão, entre muitos outros levaram e honram o nome da
cidade e da região por todo o país com as cores do Lusitano de Évora.
Distrito de
Portalegre chama a si a glória (parte I)
O
futebol alentejano vivia, na década de 50, dias de glória, e mais um exemplo
disso foi a conquista do título de campeão nacional da 3.ª Divisão por um dos
seus emblemas mais sonantes, O Elvas Clube Alentejano de Desportos. A equipa venceu
sem espinhas, como se diz na gíria
popular, a Série 7 do citado escalão na temporada de 1954/55, com oito triunfos em outros tantos jogos
disputados, facto que a levou à disputa da fase final - disputada na época em
sistema de eliminatórias.
|
O Elvas que em 1955 trouxe o primeiro título nacional da 3.ª Divisão para o Alentejo |
Nos
quartos-de-final a vítima dos elvenses foi o Silves, que no conjunto das duas
mãos da eliminatória foi derrotado por 5-2.
Seguiu-se o Seixal, que nas meias finais obrigou os alentejanos a um
jogo de desempate, o qual seria ganho por 3-1. E na final O Elvas defrontaria o
Desportivo de Chaves, no Estádio Municipal de Coimbra. Em entrevista ao jornal A Bola, de 4 de junho de 1955, o
jogador/treinador Luís de Sousa dizia que «a
equipa está fortemente moralizada, mas necessita de trabalhar muito na próxima
competição, pois conta com elementos muito jovens, mas de real valor», Sobre a
final de Coimbra ... «vai ser bem
disputada, pois o Chaves deve ser adversário difícil. Está convencido de
que a vitória não escapará à sua equipa, que neste momento se encontra em boa
forma. Será para mim grande alegria trazer para Elvas o título de campeão da
III Divisão. Isso seria um remate feliz da minha longa carreira desportiva,
pois tenciono retirar-me, no final desta época, das lides futebolísticas». Questionado
se queria emitir um prognóstico para a final de Coimbra, Luís de Sousa
respondeu que «nunca faço prognósticos,
porque não gosto de armar em bruxo. Apenas lhe posso afirmar que vamos a
Coimbra dispostas a ver a bela "sultana do Mondego" e... a fazer tudo
para que Elvas volte a viver horas de intenso entusiasmo».
E
assim foi. O Elvas venceu o Chaves por 2-1 e sagrou-se campeão nacional. A Bola
escrevia que esta foi uma «vitória do melhor dos finalistas. O êxito do O Elvas
foi nítido e claro e só não foi mais expressivo porque a linha avançada
alentejana hábil e revolta fez cerimónia a visar a baliza do opositor. Em
qualidade e quantidade de jogo os elvenses superaram largamente o adversário
que se entregou de modo surpreendente quase sem um assomo de reacção».
Na
chegada a Elvas a taça de campeão nacional andou de mão em mão em clima de
natural euforia. «Logo
que a caravana de O Elvas chegou às portas da cidade, às 6
horas da manhã de segunda-feira, jogadores e dirigentes foram envolvidos por
uma chuva de abraços e de aplausos que pareciam não ter fim, enquanto no ar
estralejavam foguetes
a anunciar que os campeões já estavam de regresso», escreva o jornal da
Travessa da Queimada na sequência deste título. Eurico Gama, presidente do
clube e em simultâneo diretor do Jornal de Elvas, dizia à reportagem de A Bola
que «sinto-me
emocionado, radiante, feliz por ser na minha gerência que O Elvas conquistou
pela primeira vez um titulo nacional. Lutámos com imensas dificuldades,
passámos duros momentos e horas muito amargas, sobretudo, quando as deslocações
eram longas e caríssimas. Graças a Deus, tudo torneámos e conseguimos,
finalmente, o nosso objectivo». Nomes como Semedo (guarda-redes), Pedras,
Nanque, Romão, Oliveira, Justino, Costal, Velasquez, Conceição, Balola, César,
o já referido Luís de Sousa, entre outros, ficaram assim perpetuados na
história deste clube e da região.
Baixo Alentejo também
experimenta o sabor das vitórias
nacionais
|
FC Serpa foi o primeiro emblema Baixo Alentejo a conquistar um título nacional |
Dois
anos mais tarde o título de campeão nacional da 3.ª Divisão fez uma viagem até
ao Alentejo mais profundo. Já bem perto de terras algarvias situa-se o Município de Serpa, que na temporada de 1956/57 escreveu a página mais
brilhante da sua vida desportiva ao ver o seu clube sagrar-se campeão nacional
do terceiro escalão. Este foi igualmente o ponto alto da história do Futebol
Clube de Serpa, coletividade que em 56/57 se classificou em 1.º lugar da Série 8 da
3.ª Divisão, garantindo assim a presença numa fase intermédia em que voltou a
ocupar o lugar mais alto do pódio, superando nomes de peso do futebol
alentejano de então, como O Elvas, ou o Estrela de Portalegre. Estes sucessivos
êxitos permitiram ao Serpa disputar a fase final da 3.ª Divisão Nacional,
juntamente com o Ateneu de Leiria, o Vila Real, e o Águia Vilafranquense. Na
antevisão desta fase final, o presidente dos alentejanos, Oliveira Pombeiro,
dizia à A Bola que a sua equipa encontrava-se «bem apetrechada e fortemente
moralizada, pois em toda a presente época, ainda uma só vez conheceu a derrota.
Contamos com 16 jogadores de primeira categoria, cuja orientação desde meados do
mês passado, está a cargo de Josef Fabian
que se tem mostrado inteiramente à altura, não só pela sua competência
profissional, como ainda pelo seu trato afável e que tem conquistado a maior
simpatia de todos: directores, jogadores e massa associativa». Sobre as
possibilidades da sua equipa para esta fase final, o líder do clube era
perentório em afirmar que «embora desconhecendo o valor do adversário que nos
coube para a disputa da meia final, tenho a maior confiança na minha equipa. Espero,
confiado, que ela chegue, pelo menos, até à final, o que já será suficiente
para ascender de divisão». Mas o FC Serpa fez bem mais do que isso. Na
meia-final bateu no conjunto das duas mãos, por 6-1 o Águia Vilafranquense,
qualificando-se não só para a final como também garantindo a tal promoção à 2.ª
Divisão. E na grande final, disputada em Coimbra, o Serpa venceu o Vila Real
por 2-0, com golos de Teixeira da Silva e Coureles, que se juntam a outros
nomes como Garcia, Eduardo, Manuel Baião, Sardinha, Diamantino, Fidalgo,
Picareta, Célio, Manolo, e... Patalino, esse mesmo, o maior futebolista
alentejano de todos os tempos que então (com 37 anos) dava os últimos passos da sua
brilhante carreira.
|
O Vasco da Gama de Sines tornou-se em 1980 a primeira - e única - equipa do litoral alentejano a vencer um título nacional |
Seria
preciso esperar mais de duas décadas, 23 anos para sermos mais precisos, para
ver de novo uma equipa do Baixo Alentejo, ou neste caso, da Costa Vicentina,
celebrar um título de campeão nacional do terceiro escalão. E esse feito foi
alcançado por uma terra de conquistadores, ou de um grande conquistador, de seu
nome Vasco da Gama, célebre figura da História de Portugal que viu a sua terra
natal, Sines, escrever o seu nome no mapa futebolístico nacional por intermédio
do seu homónimo, o Vasco da Gama Atlético Clube. Em 1979/80 este emblema
começou por vencer a Série F do terceiro escalão, com 50 pontos,
qualificando-se para a 2.ª fase/sul, onde na qual iria novamente ascendeu ao
lugar mais alto do pódio, levando a melhor sobre emblemas como o Lusitânia e o
Cartaxo. Este primeiro posto permitiu ao Vasco da Gama disputar a final do
campeonato, onde venceria a Sanjoanense, por 1-0, conquistando o primeiro de
dois títulos de campeão nacional da 3.ª Divisão. Canastra, Belchior, Toca,
Frutas, René Só, Tito, Orlando, Sargaço, e Jorge Roçadas, foram alguns dos
nomes que contribuíram para este primeiro êxito do emblema vicentino. Desta
geração de campeões, Roçadas foi quiçá aquele que teve maior êxito nos anos
vindouros, já que de Sines viajou para paragens de "primeira", como
por exemplo Setúbal, onde defendeu o emblema do Vitória na 1.ª Divisão ao longo
de cinco temporadas.
O
segundo título nacional deste escalão viria na temporada de 1990/91. Na 1.ª
fase da competição, o Vasco da Gama venceu a Série F, com 49 pontos,
seguindo-se um novo primeiro lugar na 2.ª fase da zona sul, com cinco pontos,
facto que fez com que se apurasse para a final da competição. Final essa onde
bateu o Lourosa por 4-2, fazendo parte deste êxito Kudeca, Caixeirinho,
Canastra, René Menezes, Bezica, René Só, Fortes, João Canhoto, entre outros.
|
O título da 3.ª Divisão Nacional foi em 94/95 para Beja, pela mão do Desportivo |
A
última conquista de um emblema do Baixo Alentejo no Campeonato Nacional da 3.ª
Divisão, antes de ele ser extinto em 2013, aconteceu em 1994/95, altura em que
o Desportivo de Beja se sagrou campeão. Fundado em 1947, este emblema rapidamente
se impôs a nível nacional, marcando presenças sucessivas na 3.ª Divisão - entre
1966 e 1979 o Desportivo disputou, de forma consecutiva, este escalão - e
pontualmente na 2.ª Divisão. Os anos 80 foram de alguma turbulência, com
alternâncias entre os campeonatos nacionais e os distritais de Beja, até que o
sobe e desce constante acabou com a chegada à presidência de José António Chalaça.
Foi sob a sua alçada que o Desportivo viveu na década de 90 a melhor fase da
sua história, sendo que um ano após a sua eleição, Chalaça leva o clube à
conquista do seu único título de campeão nacional até à data, o da 3.ª Divisão.
Depois de vencer a Série F, o emblema venceu a fase intermédia/zona sul, à
frente de Mafra e Machico, qualificando-se para a final do campeonato,
disputada em Torres Novas, onde viria a vencer Sporting de Lamego, por 1-0. Carlos
Agatão, Mohammed Sbae, Guerreiro, ou Grosso são alguns dos nomes que faziam
parte de um clube que nos anos seguintes sonhou com voos mais altos. Na época
seguinte, o Desportivo disputou 2.ª Divisão B, tendo José António Chalaça apostado
todas as fichas numa nova subida, desta feita à recém criada Divisão de Honra ao contratar o treinador Diamantino Miranda. Este sairia pouco antes do Natal, por
alegados incumprimentos financeiros e divergências com o ambicioso presidente,
e para o seu lugar chegou o histórico treinador Manuel de Oliveira. Esta
incontornável figura do nosso futebol carimbou a subida a subida à Divisão de
Honra, na altura o segundo escalão do futebol nacional, contando com isso com a
ajuda de peso de jogadores como Nunes (ex-Benfica) e Morato, (ex-Sporting).
Em apenas dois anos Chalaça levava o clube da 3.ª Divisão - com um título de
campeão nacional no bolso - à Divisão de Honra. O presidente queria mais,
queria a 1.ª Divisão, e para isso abriu os cordões à bolsa e contratou figuras
experientes e sonantes do então futebol luso, como Edmundo e Hernâni, ambos
ex-Benfica, e Vado, ex-jogador do Marítimo e do Braga. Para treinar a equipa
chegava José Torres, o Bom Gigante, que nem 10 anos antes havia levado Portugal
à fase final do Mundial de 1986. A ambição de Chalaça revelou-se demasiado grande
para o clube, que caiu logo a seguir de novo na 2.ª Divisão B, deambulando
entre os nacionais e os distritais até aos dias de hoje.
Distrito de
Portalegre chama a si a glória (parte II)
|
O Portalegrense, que em 1976 venceu o primeiro dos seus dois títulos nacionais da 3.ª Divisão |
Antes
de Desportivo de Beja e Vasco da Gama trazerem para o Alentejo mais três
títulos de campeão nacional da 3.ª Divisão, já o Distrito de Portalegre
guardava nas suas vitrinas mais um cetro deste escalão. Facto ocorrido na
temporada de 1975/76, quando um dos filhos de Portalegre, no caso o Desportivo
Portalegrense, venceu o seu primeiro de dois títulos nacionais. Portalegre era
naqueles anos pós 25 de Abril de 1974 uma cidade tranquila, com cerca de 12.000
habitantes, cujos corações estavam divididos pelo Club Desportivo Portalegrense
e pelo Estrela de Portalegre. Numa longa reportagem publicada a 5 de junho de
1976 nas páginas de A Bola, o jornalista Vítor
Serpa abordava esta rivalidade, desde logo sob o ponto de vista social, em que dizia
que o Estrela era um clube de menores possibilidades, que atraia a si as classes
baixas/operária da cidade, ao passo que o Desportivo, era o clube dos grandes
senhores da terra, dos que não sofriam com a falta de dinheiro. Prova de que o
Desportivo Portalegrense era mais abastado está o facto de na altura ter já nove
atletas profissionais, aspeto relativamente novo para a realidade do terceiro
escalão do futebol português nos anos 70. Sócios eram cerca de 1100, que
mensalmente depositavam nos cofres do clube, 25 contos, fruto da quotização.
Por estes dias o Desportivo gastava 120 contos com o futebol sénior, uma
fortuna para aquele tempo. João Mourato, dirigente de então do clube, dizia que
com muito trabalho da equipa diretiva, com quotas suplementares, com algumas
rifas, e com a organização de alguns bailes o seu emblema lá ia conseguindo
levar o barco a bom porto. O sacrifício era enorme, mas entre ter jogadores
amadores, a baixo custo, e andar pelos distritais, ou ter atletas
profissionais, pagos, e ter como meta a subida de divisão, os sócios do clube
haviam escolhido esta segunda via, de acordo com a entrevista daquele dirigente
ao jornal A Bola. Foi esta aposta que
ajudou o Portalegrense a atingir a glória na temporada de 75/76. Venceram a
Série C da 3.ª Divisão, com 57 pontos, os mesmos que o Odivelas, embora os
alentejanos tivessem ficado no primeiro lugar pela melhor diferença entre golos
marcados e sofridos. Na fase final, começaram por bater nas meias finais,
disputadas a duas mãos, o Vasco da Gama de Sines, por um total de 7-5, ao passo
que no dia 10 de julho de 1976 derrotaram em Tomar o União de Coimbra, por 4-0,
sagrando-se campeões nacionais. Figueiredo, Gilberto, Catinana, Vitor Nozes, Rodrigues; Nelo, Humaitá, Zinho, Arnaldo José,
Orivaldo e Mulatinho, foram os heróis dessa histórica tarde e dessa
inesquecível temporada.
«Os
azuis, que por acaso nessa tarde alinharam de branco, entraram em campo e a
verdade é que não pareciam nada intimidados, nem com o ambiente contrário, a
relva desconhecida, a fama do adversário, enfim todos esses clássicos
argumentos com que é costume justificar as derrotas. O encontro foi magnífico e
creio que não mais se apagará da memória dos espectadores (...) Uma certa
simpatia que, apesar, dos "denodados" esforços de alguns, muitos
portalegrenses sentem pelo seu Desportivo foi nesse dia amplamente compensada
pela proeza daquela equipa humilde, nada favorita, que deu uma autêntica lição
de futebol e conquistou o mais significativo troféu da história do clube»,
assim escrevia o jornal Fonte Nova (de Portalegre) no rescaldo deste triunfo.
Em
1987/88 o clube de Portalegre repete o feito. Após vencer de forma isolada a
Série D, com 62 pontos, qualifica-se para a 2.ª fase/zona sul onde leva a
melhor sobre o Juventude de Évora e o Olivais e Moscavide. Na final, defronta o
Luso, em Penafiel, tendo vencido por 1-0. Na base deste novo título de campeão
nacional estiveram nomes como Carlinhos (capitão dessa equipa), Costa Almeida, Alcino,
José Carlos, ou Semedo.
|
Campomaiorense, campeão Nacional da Divisão de Honra na época de 96/97 |
A
nossa viagem pela história das conquistas do futebol alentejano chega ao fim já
no novo milénio, através do último clube da região a pisar não só os palcos
primodivisionários do futebol lusitano, como também o primeiro - e único até à
data - a atingir uma final da Taça de Portugal, o Sporting Clube
Campomaiorense. Depois do Lusitano de Évora, nas décadas de 50 e 60, de O Elvas
na década de 80, o emblema de Campo Maior foi o terceiro clube alentejano a
participar na 1.ª Divisão, e o segundo pertencente ao Distrito de Portalegre.
Fundado em 1926 só nos anos 70 é que esta coletividade se conseguiu fixar nos campeonatos
nacionais, onde permaneceu - na 3.ª Divisão, mais concretamente - até finais da
década seguinte. Este feito, se atendermos ao facto de falarmos de um clube com
parcos recursos económicos, foi alcançado muito graças ao esforço e investimento da
família Nabeiro, a dona do império dos Cafés Delta, sediado em Campo Maior.
Primeiro sob a presidência do hoje comendador Rui Nabeiro, que entre 1979 e
1990 guiou os destinos do clube, e dali em diante com a gestão do seu filho,
João Nabeiro, que guia o clube na fase mais brilhante da sua história. Com o
apoio - dinheiro - dos Cafés Delta, o objetivo passa por colocar no espaço de cinco anos o clube ao mais alto patamar do futebol nacional, a 1.ª Divisão. Em 90/91
o emblema sobe à 2.ª Divisão B, e na temporada seguinte ascende à Divisão de
Honra, sagrando-se campeão nacional deste escalão, pese embora tempos mais
tarde um problema burocrático lhe tenha retirado essa conquista do palmarés. A
partir 92/93 o clube estabelece alicerces na Divisão de Honra, e na temporada
94/95, sob o comando da antiga glória do Sporting, Manuel Fernandes, o
Campomaiorense classifica-se em 2.º lugar da Divisão de Honra e garante a
história subida à 1.ª Divisão Nacional. O Alentejo estava assim de regresso ao
topo.
Na
temporada seguinte a inexperiência dos homens de Campo Maior entre os grandes
pagou-se cara, e o clube desceu da elite do futebol português. Mas por pouco
tempo, já que com Diamantino Miranda ao leme o Campomaiorense sagra-se em
1996/97 campeão nacional da Divisão de Honra e garante uma nova subida ao
escalão principal.
Figuras
como Portela, Abel Silva (campeão do Mundo sub-20 em 1989 por Portugal), Jorge
Ferreira, Stoilov, Stefan, Fernando Gonçalves, Jorginho, entre outros estiveram
na base daquele que foi o único título de campeão nacional - validado - dos alentejanos
de Campo Maior. Desde 1997/98 até 2000/01 o clube permaneceu entre os grandes
do futebol nacional. O Campomaiorense contabiliza cinco presenças na 1.ª Divisão,
tantas como O Elvas, o outro clube dos distrito que marcou presença no escalão
maior.
|
Final da Taça de Portugal de 1999 |
Pelo
meio, em 1998/99, o Campomaiorense viveu outro momento grande da sua história e
do próprio futebol alentejano, ao tornar-se no primeiro clube da região a
marcar presença na final da Taça de Portugal. Para chegar ao Jamor, os
alentejanos deixaram pelo caminho o Braga, o Penafiel, o Alverca, o Marítimo, e
o Esposende.
13
de junho de 1999 e pois um dia histórico para o Alentejo, tendo muitos alentejanos,
com o apoio mais uma vez dos Cafés Delta, marcado presença em força no mítico
Estádio Nacional. O adversário era o Beira-Mar, que nessa temporada até tinha
descido da 1.ª para a Divisão de Honra. Na relva da catedral do futebol português os alentejanos
apresentaram Paulo Sérgio, Quim Machado, Marco Almeida, Rene Rivas, Basílio,
Mauro Soares, Nuno Campos, Rogério Matias, Isaías; Demétrios e Laelson, sendo
que o técnico José Pereira lançou ainda em jogo Vítor Manuel e Wellington.
Nomes que ficam guardados na história do futebol alentejano. E esta história
não foi ainda mais bonita porque o Beira-Mar levou a taça para casa, fruto de
um único golo de Ricardo Sousa.
Esta
foi a última imagem de uma região cujo futebol parece hoje esquecido no
tempo, mas guarda uma histórica riquíssima, que merece louvores, e mais do que
isso deve permanecer na memória de todos aqueles que amam o futebol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário