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Sem mais demoras recordaremos nas linhas que se seguem o imortal Ricardo Ornelas.
Nascido em Lisboa na reta final do século XIX, mais precisamente a 31 de dezembro de 1899, cedo demonstrou a sua reconhecida apetidão para trabalhar as palavras, começando aquela que viria a ser uma brilhante carreira jornalística ao serviço do popular jornal desportivo “Os Sports”.
As suas “prosas jornalísticas” logo se destacaram na imprensa portuguesa da época e em 1942 passa para o Diário Popular, onde é selecionado para o exercício das funções de chefe da secção de desporto, cargo que desempenha com notoriadade até ao encerramento do célebre órgão de comunicação.
Um dos expoentes máximos do jornalismo desportivo português, o jornal A Bola, também testemunhou o talento de Ricardo Ornelas que sob o pseudónimo de Renato de Castro assinou diversos textos para o (agora) diário da Travessa da Queimada. O seu talento e paixão pela escrita não se restringem apenas aos jornais, já que escreveu inúmeros livros sobre futebol e/ou sobre o desporto de uma forma geral. Uma das publicações mais notáveis da literatura desportiva portuguesa, “História dos Desportos em Portugal” tem o seu carimbo, em parceria com outras duas lendas das letras – e do futebol igualmente –, Tavares da Silva e Ribeiro dos Reis.
Como amante do belo jogo que era não se limitou a passar para o papel os – variados – conhecimentos que possuia sobre a modalidade, contribuindo muito para o crescimento futebolístico português. Foi um dos artesãos da ideia de criar uma seleção nacional, por alturas da segunda década do século XX, ideia essa que viria a ser concretizada na década seguinte tendo inclusive Ricardo Ornelas desempenhado funções de selecionador nacional. Aliás, a célebre denominação de “equipa de todos nós” alusiva ao combinado nacional é da sua autoria.
Ex-aluno da Casa Pia fez parte do grupo de 18 elementos que em 1920 fundou o histórico Casa Pia Atlético Clube, emblema do qual seria também treinador. Defendeu ao longo de anos várias ideias que na sua estratégica visão impulsionariam o futebol em Portugal, como é o exemplo da criação de um Campeonato Nacional que reunisse as melhores equipas do país.
Empregado de escritório numa companhia de navegação - profissão desempenhada em paralelo com a de jornalista – foi em 1966 agraciado pelo Governo português com a medalha de bons Serviços Desportivos, precisamente um anos antes de falecer (1967).
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