A temporada de 1927/28 ressalta na enciclopédia do futebol mundial como um dos capítulos mais brilhantes da história do belo jogo. Pelo menos para um homem em particular, de seu nome William Ralph Dean, cidadão inglês nascido a 22 de janeiro de 1907 que nessa longínqua temporada impressionou o Planeta da Bola com o seu singular poder de fogo. Envergando a camisola do seu amado Everton Dixie Dean, assim era popularmente conhecido, fez balançar as redes contrárias em 60 ocasiões no principal campeonato inglês da referida época! É verdade, foram 60 golos apontados em 39 jogos disputados, feito que de imediato entrou para o topo da lista do livro dos recordes e por lá permanece até aos dias de hoje, sendo que muito dificilmente – verdade seja dita – algum dia será ultrapassado! E se a esta já de si impressionante – e invulgar, mesmo naquele tempo – marca juntarmos os 22 golos apontados nas restantes competições disputadas nessa época (a Taça de Inglaterra e a Taça da Liga Inglesa) o registo de Dean ganha contornos de...lenda.
Mas muitos anos antes de alcançar o estatuto de lenda Dixie foi um simples e pobre rapaz que para contribuir para as despesas da casa trabalhava como distribuidor de leite na pequena e pacata Birkenhead, localidade onde veio ao Mundo.
Eram tempos de profunda miséria e medo permanente, consequências da I Guerra Mundial que assombrava o planeta naquela altura. Cenário por vezes esquecido com a grande paixão chamada futebol, onde Dean bem cedo mostrou os seus atributos de goleador. 1923 marca o início da sua aventura com a bola nos pés, cabendo ao modesto Tranmere Rovers a tarefa de apresentar oficialmente o rapaz ao mundo futebolístico. Dean vestiu as cores deste emblema em 30 ocasiões, de 1923 a 1925, tendo apontado 27 golos, cartão de visita que desde logo chamou à atenção de grandes cavaleiros do futebol britânico, casos do Arsenal e do Newcastle United.
Porém, o amor à camisola falava mais alto naqueles anos e quando confrontado com a possibilidade de jogar pelo clube do seu coração, o Everton, o jovem Dean ficou eufórico.
Paixão pelos “blues” de Liverpool que começou aos 8 anos de idade, quando num belo dia o seu pai o levou a Goodison Park pela primeira vez.
Com a camisola dos seus encantos vestida o jovem avançado centro cedo justificou o investimento do Everton, tendo na época de estreia apontado 32 golos! Nada mau para um estreante. No entanto nem tudo foram rosas no primeiro ano ao serviço do emblema de Goodison Park. Um aparatoso acidente de moto ocorrido em Holywell (norte do País de Gales) deixou Dean entre a vida e a morte. Fraturou o crânio e o queixo, lesões que levaram de imediato os médicos a rotular o sonho de Dean num autêntico pesadelo. «Acabou o futebol para si», atiraram fatalmente os especialistas. Contudo, a garra e a paixão de ir mais além nos relvados falaram mais alto. Depois de obrigado a colocar placas de prata nos maxilares Dean voltou mais forte do que nunca aos retângulos de jogo e nos anos que se seguiram tornou-se na maior referência do seu amado Everton Football Club.
O ponto alto foi pois a célebre temporada de 1927/28, a tal dos 60 golos no campeonato... que foi conquistado pelo Everton. Ouro sobre azul como se costuma dizer. Dean tinha então 21 anos.
No Everton ficou até 1938, apontando 349 golos (!) em 399 jogos, performance que ajudou e muito a que o clube conquistasse de novo o campeonato inglês em 31/32 e a mágica FA Cup (Taça de Inglaterra) na época seguinte.
Fustigado pelas lesões foi dispensado do Everton, e em 38/39 representou o Notts County, clube pelo qual apontou apenas 3 golos nas 9 ocasiões em que defendeu as suas cores. Muito pouco para aquilo o que o temido matador dos relvados ingleses havia habituado o fervoroso público inglês.
Seguiu-se uma curta viagem até à Irlanda onde viria a representar o modesto Sligo Rovers, clube que sob a sua orientação foi finalista da taça daquele país em 1939. Na “ilha esmeralda” esteve apenas um ano voltando em 1940 à sua amada pátria para pendurar as botas no também modesto Hurts, clube onde fez balançar as redes contrárias pelas últimas vezes na sua carreira.
Entretanto estalava a II Guerra Mundial e a história de Dean no futebol chegava ao final com uma impressionante marca (total) de 473 golos marcados em 502 jogos disputados! Palavras para quê? Também a seleção inglesa guarda excelentes recordações do “matador” de Goodison Park, pois em 16 aparições com a mítica camisola dos “três leões” Dixie apontou 18 tentos.
O Everton não esqueceu a sua lenda e em 2001 ergueu junto ao seu estádio uma estátua de William Ralph Dean, um homem que morreu em 1980 vitimado por um ataque cardiaco depois de assistir a uma derrota do seu Everton diante do vizinho e rival Liverpool. É caso para dizer que existem amores que até à morte nos levam.
Mas muitos anos antes de alcançar o estatuto de lenda Dixie foi um simples e pobre rapaz que para contribuir para as despesas da casa trabalhava como distribuidor de leite na pequena e pacata Birkenhead, localidade onde veio ao Mundo.
Eram tempos de profunda miséria e medo permanente, consequências da I Guerra Mundial que assombrava o planeta naquela altura. Cenário por vezes esquecido com a grande paixão chamada futebol, onde Dean bem cedo mostrou os seus atributos de goleador. 1923 marca o início da sua aventura com a bola nos pés, cabendo ao modesto Tranmere Rovers a tarefa de apresentar oficialmente o rapaz ao mundo futebolístico. Dean vestiu as cores deste emblema em 30 ocasiões, de 1923 a 1925, tendo apontado 27 golos, cartão de visita que desde logo chamou à atenção de grandes cavaleiros do futebol britânico, casos do Arsenal e do Newcastle United.
Porém, o amor à camisola falava mais alto naqueles anos e quando confrontado com a possibilidade de jogar pelo clube do seu coração, o Everton, o jovem Dean ficou eufórico.
Paixão pelos “blues” de Liverpool que começou aos 8 anos de idade, quando num belo dia o seu pai o levou a Goodison Park pela primeira vez.
Com a camisola dos seus encantos vestida o jovem avançado centro cedo justificou o investimento do Everton, tendo na época de estreia apontado 32 golos! Nada mau para um estreante. No entanto nem tudo foram rosas no primeiro ano ao serviço do emblema de Goodison Park. Um aparatoso acidente de moto ocorrido em Holywell (norte do País de Gales) deixou Dean entre a vida e a morte. Fraturou o crânio e o queixo, lesões que levaram de imediato os médicos a rotular o sonho de Dean num autêntico pesadelo. «Acabou o futebol para si», atiraram fatalmente os especialistas. Contudo, a garra e a paixão de ir mais além nos relvados falaram mais alto. Depois de obrigado a colocar placas de prata nos maxilares Dean voltou mais forte do que nunca aos retângulos de jogo e nos anos que se seguiram tornou-se na maior referência do seu amado Everton Football Club.
O ponto alto foi pois a célebre temporada de 1927/28, a tal dos 60 golos no campeonato... que foi conquistado pelo Everton. Ouro sobre azul como se costuma dizer. Dean tinha então 21 anos.
No Everton ficou até 1938, apontando 349 golos (!) em 399 jogos, performance que ajudou e muito a que o clube conquistasse de novo o campeonato inglês em 31/32 e a mágica FA Cup (Taça de Inglaterra) na época seguinte.
Fustigado pelas lesões foi dispensado do Everton, e em 38/39 representou o Notts County, clube pelo qual apontou apenas 3 golos nas 9 ocasiões em que defendeu as suas cores. Muito pouco para aquilo o que o temido matador dos relvados ingleses havia habituado o fervoroso público inglês.
Seguiu-se uma curta viagem até à Irlanda onde viria a representar o modesto Sligo Rovers, clube que sob a sua orientação foi finalista da taça daquele país em 1939. Na “ilha esmeralda” esteve apenas um ano voltando em 1940 à sua amada pátria para pendurar as botas no também modesto Hurts, clube onde fez balançar as redes contrárias pelas últimas vezes na sua carreira.
Entretanto estalava a II Guerra Mundial e a história de Dean no futebol chegava ao final com uma impressionante marca (total) de 473 golos marcados em 502 jogos disputados! Palavras para quê? Também a seleção inglesa guarda excelentes recordações do “matador” de Goodison Park, pois em 16 aparições com a mítica camisola dos “três leões” Dixie apontou 18 tentos.
O Everton não esqueceu a sua lenda e em 2001 ergueu junto ao seu estádio uma estátua de William Ralph Dean, um homem que morreu em 1980 vitimado por um ataque cardiaco depois de assistir a uma derrota do seu Everton diante do vizinho e rival Liverpool. É caso para dizer que existem amores que até à morte nos levam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário