Nascido em Nine (Famalicão), o Recas, como também era conhecido pelos seus camaradas das andanças jornalísticas, viveu em Angola, tendo sido funcionário do Banco Comercial de Angola. Foi neste país onde terá sido "atacado" pelo bichinho do jornalismo, tendo trabalhado nos jornais ABC e Província de Angola, para além de ser correspondente de A Bola num país que na época era ainda um colónia portuguesa. Foi depois do 25 de Abril de 1974 que regressa a Portugal, a convite de Vítor Santos, para fazer parte de A Bola. Convite aceite e Rebelo Carvalheira tornou-se nos anos que se seguiram num dos grandes profissionais do famoso jornal da Travessa da Queimada. E é aqui que fazemos referência aos dois blogs/sites onde conhecemos com mais aprumo a história de Rebelo Carvalheira. No blog "ecosferaportuguesa", da autoria do não menos consagrado jornalista Gonçalo Pereira Rosa, escreve-se que Rebelo Carvalheira «era um jornalista tarimbado, daqueles que não falhavam serviços, que cumpriam sempre as missões. No Sporting, João Rocha respeitava-o e, normalmente, guardava para ele e para A Bola alguma informação exclusiva».
E foi precisamente o seu estilo de jornalista responsável que começou por levantar o mistério do desaparecimento do popular Recas. Tudo começou na madrugada de 3 de junho de 1984, quando o jornalista se despediu dos seus colegas da Travessa da Queimada. O também jornalista Carlos Alberto Alves, colega de Rebelo Carvalheira em A Bola, conta no seu site, www.portalsplishsplash.com, que nesse dia o achou «muito esquisito no jornal, pouco falava, ao invés do que era habitual». Carvalheira folgava no dia seguinte, estando destacado para no domingo, 5 de junho, fazer a cobertura de um Boavista - Salgueiros. Jogo este ao qual nunca chegou a comparecer, facto que deixou preocupado e ao mesmo tempo admirado o também jornalista Simões Lopes, que nesse dia estava no Estádio do Bessa a título particular (estava de folga) e notou a estranha ausência do colega Rebelo Carvalheira.
Simões Lopes terá alertado Vítor Santos, em
Lisboa, para este facto, levando a que o chefe de redação de A Bola informasse
a polícia, horas mais tarde, para o estranho desaparecimento do jornalista, que
não dava notícias desde a madrugada de 3 de junho. Gonçalo Pereira Rosa conta
no seu blog que a polícia terá então arrombado na manhã de 6 de junho a porta
do apartamento de Carvalheira, situado na Rua Carlos Mardel, tendo encontrado o
jornalista morto! Fora agredido com uma garrafa de vidro no crânio, sendo que o
resto do corpo mostrava sinais de agressões. «A perícia posterior apurou que o
homicídio ocorrera provavelmente na própria sexta-feira. Os salpicos de sangue
indiciavam uma luta feroz pela sobrevivência», conta ainda Gonçalo Pereira
Rosa. Em quase 40 anos nunca se desvendou o mistério deste assassinato,
especulando-se "aqui e ali" as razões do mesmo, como por exemplo, o
facto de Rebelo Carvalheira saber muito acerca sobre um grupo organizado de
tráfico de diamantes, segundo relata no seu site Carlos Alberto Alves. Mas tudo
não passaram de boatos, e o que é certo é que Rebelo Carvalheira perdeu a vida
aos 47 anos.
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