sexta-feira, novembro 11, 2022

Grandes Mestres do Jornalismo Desportivo (22)... Carlos Pinhão

É um dos vultos da história do jornalismo desportivo português, tendo sido mestre e inspiração de muitos dos nossos atuais escribas desportivos. Carlos Pinhão, é o seu nome. Carismática personalidade que ao longo de mais de 40 anos deixou a sua prosa cravada no jornal A Bola, cuja camisola defendeu com brio e talento, sendo hoje um dos nomes mais sonantes dos mais de 75 anos do jornal da Travessa da Queimada. Carlos Pinhão nasceu a 4 de maio de 1924, em Lisboa (na freguesia do Beato), cidade que pela qual sempre foi um eterno apaixonado, como ficou vincado em muitos dos seus trabalhos. E paixão foi também a causa pela qual trocou um curso de Direito na Universidade de Lisboa pelo caminho da escrita, do jornalismo e da literatura, tendo iniciado a sua brilhante carreira jornalística em 1947 no jornal Sports, seguindo depois para o Mundo Desportivo, jornal este onde exerceu o cargo chefe de redação. Passou ainda pelo Diário Popular, e pelo Século Ilustrado, antes de em 1955 assentar arraiais em A Bola, onde ao longo de mais de quatro décadas desempenhou na maior parte do tempo funções de redator, sendo que no reinado de Vítor Santos - na condição de diretor do jornal - foi sub-chefe da redação. O talento, profissionalismo e mestria de Carlos Pinhão não passou despercebido aos grandes títulos da imprensa desportiva internacional, tendo ao longo da sua carreira colaborado com a Marca (de Espanha), France Soir ( de França) e o Les Sports (da Bélgica). Em Portugal colaborou ainda com o Público e o Jornal do Fundão. Ele foi um dos grandes cronistas do nosso jornalismo desportivo, sendo considerado como um dos introdutores deste estilo de escrita na imprensa portuguesa. Uma das crónicas mais antigas do jornalismo luso e que durante décadas foi publicada em A Bola era da sua autoria, crónica essa muito apreciada pelos leitores de todo o país - e não só -, e que se intitulava de "Hoje Jogo Eu".

Os seus textos eram carregados de um humor refinado acrescido de vasto conhecimento desportivo. Paralelamente ao jornalismo desportivo outra das paixões de Carlos Pinhão era a escrita literária, tendo sido autor de inúmeros livros, notabilizando-se, sobretudo, na literatura infantil. Recebeu várias distinções pelo seu trabalho, entre outros, o Prémio Júlio César Machado (pelas suas crónicas no jornal Público sobre Lisboa); a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras; a Medalha de Mérito Desportivo do Ministério da Educação; e o Grau de Comendador da Ordem do Mérito. Faleceu a 15 de janeiro de 1993. É pai da também jornalista Leonor Pinhão.

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