Vizinhos, velhos inimigos, e responsáveis por alguns dos capítulos mais belos e emocionantes da história do futebol. Eis a Holanda e a Alemanha. Geograficamente situados na Europa Central - mais quilómetro menos quilómetro - estes dois países travaram ao longo da sua vida futebolística batalhas lendárias na tentativa de conquistar o trono do futebol continental... ou mundial. Responsáveis por esses intensos e memoráveis duelos foram guerreiros como Johan Cruyff, Marco Van Basten, Ruud Gullit, Krol, Neeskens, Dennis Bergkamp, Franz Beckenbauer, Gerd Muller, Karl-Heinz Rummenigge, Lothar Matthaus, Jurgen Klinsmann, Rudi Voller, entre muitos, muitos outros, que hoje figuram no pedastal desta apaixonante modalidade.
1974 marca o início dos confrontos em torneios de grandes dimensões, isto é, campeonatos do Mundo e da Europa, sendo que até aos dias de hoje estas duas seleções já mediram forças em oito ocasiões, com o saldo de triunfos a pender de forma destacada para os germânicos, que por quatro vezes festejaram a queda do seu inimigo, ao passo que este somente em dois encontros levou a melhor sobre um país que ostenta no currículo três títulos de campeão mundial e outros tantos de campeão europeu. No entanto há quem diga que o melhor futebol, o mais belo sob o ponto de vista técnico, foi (quase) sempre interpretado pelos mestres holandeses, mesmo não detendo estes o palmarés dos seus vizinhos, já que conquistaram apenas um Europeu na sequência das várias fases finais em que participaram.
Em seguida passamos a recordar os inolvidáveis jogos proporcionados por duas das grandes seleções do planeta da bola.
1974
Foi talvez o ano de ouro do futebol holandês... mesmo não tendo alcançado a coroa do futebol planetário. A Holanda de 74 foi para muitos a melhor equipa da história do belo jogo, ao apresentar ao Mundo um estilo nunca dantes visto, que ficou eternizado como o "futebol total".
Controlando o jogo com toda a mestria através de uma avançada esquematização tática que revolucionou por completo a modalidade, esquematização essa interpretada por futebolistas de uma intelegência suprema e técnica exímia, a Holanda foi a grande equipa do Campeonato do Mundo que neste ano decorreu precisamente em solo alemão. A performance da "laranja mecânica" como ficou mundialmente conhecida essa célebre equipa orientada pelo mago Rinus Michels, (laranja pela cor das suas camisolas, e mecânica pelo estilo de jogo praticado) deu a conhecer ao Mundo o já referido "futebol total", um "carrossel" tático recheado de magia técnica onde todos os jogadores de campo (à excessão do guarda-redes) faziam todas as posições do terreno! Normal era por isso ver um defesa a finalizar um lance ofensivo, ou ver um avançado a desempenhar tarefas defensivas quando necessário. Esta liberdade criativa dentro de um campo de futebol maravilhou os amantes do futebol durante esse verão de 74, altura em que a antiga República Federal da Alemanha (RFA) organizava o certame máximo da FIFA. Mundial que a julgar pelo que se passava poucos duvidavam que seria conquistado pela mágica Holanda onde pontificava o astro Johan Cruyff, o mais fiel intérprete do inovador sistema criado por Rinus Michels. Vulgarizando adversários atrás de adversários, inclusive o Brasil, foi com naturalidade que os mestres holandeses chegaram à final do Mundial de 74, onde pela frente teriam nada mais nada menos do que a seleção da casa, a RFA. Ao contrários dos holandeses os alemães ocidentais sofreram bastante para chegar à final de Munique. Com exibições um tanto ao quanto pobres na 1ª fase do Mundial - onde se destaca a humilhante derrota ante os "irmãos" da República Democrática da Alemanha - os pupilos de Helmut Schon não foram poupados às críticas face a exibições menos conseguidas , mesmo tendo alcançado a "obrigatória" final.
E chegavamos ao dia 7 de julho de 1974, com o anfiteatro de Munique - o mesmo é dizer o Estádio Olímpico - completamente cheio. Favoritos à conquista da nova Taça FIFA? A Holanda, pois claro, a equipa cujo revolucionário "futebol total" havia encantado a multidão durante as últimas semanas. Para muitos derrotar aqueles mágicos holandeses era uma missão... impossível para qualquer equipa do Mundo. E o pontapé de saída do encontro foi dado precisamente pelos mestres holandeses. Meia dúzia de toques sublimes e... penalty! Sem sequer tocar no esférico a RFA entrava mal no jogo após o derrube de Berti Vogts a Cruyff dentro da área da casa, quando estava decorrido somente um minuto desde que o inglês John Taylor havia dado o apito inicial. Na conversão do castigo Neeskens fuzilou Sepp Maier e colocou a "laranja mecânica" na frente. Se à partida a tarefa germânica era complicada mais ainda ficava em face desta contrariedade inicial. Os holandeses ganharam confiança e durante os minutos que se seguiram subjugaram por completo os seus rivais. Contudo, a pouco e pouco, Franz Beckenbauer e seus pares foram reagindo, e ganhando fulgor. Impulsionados por Berti Vogts, o pulmão da equipa, os alemães aplicaram uma maior velocidade ao seu jogo, obrigando Cruyff a recuar para auxiliar a sua defesa. Estranhamente o "futebol total" estava a vergar face à frieza tática alemã. E aos 25 minutos aconteceu o que já se imaginava perante a postura evidenciada pelos alemães, o golo que fez explodir de alegria os adeptos da casa. Jansen derruba Holzenbein na grande área e o juíz não tem dúvidas em assinalar uma nova grande penalidade, desta feita a favor dos germânicos. Na conversão Paul Breitner fez o empate. A RFA estava agora por cima, e no terreno Cruyff e Vogts invertiam os papéis, agora era a vez do holandês fazer marcação cerrada ao alemão, contrariamente ao que se vira no início do duelo.
A avalanche alemã voltaria a dar frutos a dois minutos do intervalo, quando o "bombardeiro" Gerd Muller bateu Jongbloed e fez o 2-1. A Holanda estava desfeita, para surpresa de todos, e os seus jogadores com os nervos à flor da pele, com realce neste aspeto para os protestos desabridos de Cruyff junto do árbitro Taylor na saída para os balneários, que lhe valeria o cartão amarelo.
Na etapa final a Holanda deu tudo por tudo para virar o jogo, mas os seus ataques eram interpretados mais com o coração do que com a cabeça perante uma defesa alemã sóbria comandada pelo kaiser Beckenbauer. O "futebol total" caia agora em desespero, e mostrava sobretudo que no desporto rei não há equipas invencíveis, por mais talentosas e fortes que sejam. Quando Taylor apitou pela última vez o Estádio Olímpico explodiu de alegreia, a RFA tiha acabado de se sagrar campeão do Mundo pela segunda vez na sua história, e mais do que isso derrotado os vizinhos e mestres da Holanda.
1978
O segundo confronto entre as duas seleções voltou a acontecer na fase final de um Mundial, desta feita na Argentina, em 1978. Sem Cruyff, que por razões de ordem política - opunha-se ao regime fascista que vigorava naquele país sul americano - se recusou a representar a sua seleção, a Holanda foi quase como que uma cópia da equipa que quatro anos antes havia encantado o Mundo. Não estava o mago Cruyff mas estavam estrelas como Krol, Resenbrink, Neeskens, ou Rep que conheciam como ninguém a fórmula do "futebol total". Por seu turno a RFA tinha visto alguns dos ícones que a haviam levado ao trono quatro anos antes abandonarem o futebol, casos de Beckenbauer, Hoeness, Gerd Muller, ou Breitner. Era uma equipa em rejuvenescimento, onde aparecia agora um jovem prodígio chamado Karl-Heinz Rummenigge. Com algumas dificuldades surpreedentes alemães e holandeses passaram a primeira fase de grupos do Mundial argentino - os alemães empataram ante a modesta e estreante Tunísia, ao passo que os holandeses perderam com a também estreante Escócia - e encontraram-se na fase de grupos seguinte. Em Córdova, a 18 de julho, os alemães sairam na frente do marcador graças a um golo madrugador - aos três minutos - apontado por Abramczik. Numa partida de boa qualidade de futebol apresentado de parte a parte os holandeses chegariam à igualdade ainda no primeiro tempo, por intermédio de Haan, aos 27 minutos. Na segunda parte Dieter Muller recolocou os alemães em vantagem mas cair do pano Van Kerkhof fez o 2-2 final. Este foi um dos dois pontos alcançados pela RFA nesta segunda fase de grupos, tendo sido consequentemente eliminada. O grupo foi ganho pela Holanda, com 7 pontos, que avançava assim para a grande final do torneio... pela segunda vez consecutiva. Final onde seria derrotada novamente pela equipa da casa, a Argentina, por 1-3.
1980
Depois de dois confrontos em fases finais de Campeonatos do Mundo Holanda e Alemanha defrontaram-se na fase final de um Europeu. A cidade de Nápoles foi o palco deste duelo que integrava o Grupo 1 do Campeonato da Europa que nesse ano foi realizado em Itália. As duas equipas chegavam ao San Paolo vindas de duas vitórias na 1ª jornada da fase inicial, os alemães derrotavam os campeões europeus em título (Checoslováquia) por 1-0, ao passo que a laranja - já não tão mecânica como em 74 e 78 - vencia a estreante Grécia por um magro e sofrido 1-0. Krol e Rep eram os únicos sobreviventes do "carrossel" do "futebol total" holandês da década anterior, e deparavam-se agora com o peso da idade, ao passo que a RFA aparecia rejuvenscida e com um naipe de novos jogadores que interpretavam na perfeição a filosofia de jogo germânica. Rummenigge, a grande estrela da equipa, fazia-se acompanhar de fabulosos futebolistas como Allofs, Schuster, Stielike, ou Briegel.
Apesar de favorita a RFA viu-se em apuros para derrotar uma Holanda em reconstrução por 3-2, valendo e muito a inspiração do goleador Klaus Allofs, autor dos três tentos germânicos. Com este resultados a Holanda ficava praticamente de fora da grande final de Roma, e para não o fazer teria não só forçosamente de vencer a Checoslováquia como esperar um milagre, ou seja, que os alemães fossem derrotados pela frágil Grécia. O tal milagre acabou por não surgir, RFA e Holanda cederam empates antes os seus oponentes, e os alemães fizeram as malas para Roma, ao passo que os holandeses regressavam a casa. E na final a RFA batia a Bélgica por 2-1 e sagrava-se pela segunda vez na sua história campeã da Europa.
1988
A vingança holandesa surgiu em 1988, e com um sabor muito especial, pois foi conseguida no mesmo território onde em 1974 havia perdido a coroa que lhe estava justamente destinada. A RFA organizou o Campeonato da Europa de 88 e partia para a prova com sérias aspirações em alcançar o título e assim repetir a façanha de 1974, quando em casa venceu a competição que então estava em disputa, o Mundial. Por seu turno a Holanda voltava a ser orientada desde o banco pelo mestre Rinus Michels, que para este Europeu havia construído uma equipa soberba, onde pontificavam nomes como Marco van Basten, Rudd Gullit, ou Frank Rijkaard. Não era a super equipa de 74, é certo, mas tinha um toque especial, um toque de classe, como se viria a verificar. No Grupo 1 os germânicos ficaram em 1º lugar, levando a melhor sobre Itália, Espanha, e Dinamarca, ao passo que a Holanda apurava-se para as fase seguinte com algum sofrimento mercê de um triunfo magro (1-0) ante a surpreendente Irlanda no último e decisivo encontro da fase inicial. E eis que a 21 de junho desse ano Hamburgo serviu de palco para uma nova batalha entre os dois vizinhos. Assistiu-se, para não variar, a um duelo empolgante, de vencedor incógnito até ao apito final. Os alemães colocaram-se em vantagem após um golo do lendário capitão Lothar Matthaus, um médio ofensivo cuja criatividade não conhecia limites. Porém, do outro lado estava uma equipa recheada de qualidade, não sendo de estranhar que tomasse conta do jogo nos instantes finais do mesmo, tendo ai alcançado a glória... e a vingança. Primeiro pelo defesa Ronald Koeman, e depois pelo genial Marco Van Basten a Holanda bateu a RFA pela primeira vez na história no decorrer de uma competição oficial, e mais do que lograr alcançar a sua primeira final de um Euro vingou em difinitivo a amarga derrota de 74. E na final a nova "laranja mecânica", como ficaria conhecida, bateu por 2-0 a ex-União Soviética, vencendo assim o seu único título internacional até à data.
1990
O quinto duelo entre os dois países no seio de uma grande competição internacional coincidiu com o terceiro título de campeão do Mundo por parte da RFA. Curioso é que até aqui apenas em 1978 nenhuma destas seleções logrou chegar ao lugar mais alto do pódio após terem jogado entre si: em 74 os alemães venceram os holandeses na final do Mundial, em 80 sagraram-se bi-campeões europeus depois de na 1ª fase terem derrotados os seus rivais, ao passo que em 88 foi a vez da Holanda derrotar os panzers germânicos e alcançar a final do Euro que viria a vencer.
E em 90 a balança da vitória pendeu de novo para a RFA, que nos oitavos de final do Campeonato do Mundo realizado em Itália encontraria o velho inimigo. O mítico Estádio de San Siro, em Milão, foi o cenário desse duelo, desse triste duelo. Triste não pelo futebol praticado, até porque um encontro Holanda - Alemanha, ou vice versa, é sinónimo de espetáculo garantido, mas antes pelas cenas lamentáveis protagonizadas por dois dos mais valorosos e mediáticos jogadores de ambas as equipas: Voller (Alemanha) e Rijkaard (Holanda). O alemão cuspiu no holandês, recebendo de imediato ordem de expulsão, ao que este último em resposta agride o avançado germânico, acabando também expulso. E já com ambos fora do terreno assistiu-se a uma troca de cuspidelas entre os dois! Lamentável.
Orientada tecnicamente pelo homem que em 1974 ergueu na tribuna do Estádio Olímpico de Munique a Taça FIFA, Franz Beckenbauer, a RFA bateu na relva de San Siro os seus oponentes por 2-1, com golos do matador Klinsmann e do defesa goleador Andy Brehme, enquanto que o tento de uma laranja com pouco sumo - na fase de grupos a Holanda tinha registado três tristes empates - pertenceu ao pé canhão Ronald Koeman. A caminhada dos germânicos neste Mundial terminaria no dia 8 de julho desse ano, no Estádio Olímpico de Roma, onde vencendo a Argentina de Maradona e companhia, por 1-0, levariam para casa o terceiro título mundial. E para a eternidade ficavam nomes como Brehme, Klinsmann, Voller (pelos seus dotes futebolísticos, claro está, e não pela cena lamentável com Rijkaard), Hassler, Kohler, ou o genial capitão Matthaus.
1992
A Suécia recebeu no verão de 1992 a 8ª edição do Campeonato da Europa, onde as atenções dos amantes do futebol recaiam no Grupo 2 da fase final da competição, o grupo onde moravam Holanda e Alemanha (já unificada após a queda do muro de Berlim). O espetáculo estava garantido, ainda para mais pelo facto de ambos os países ostentarem os galões de campeões da Europa e do Mundo - respetivamente - em título. Ditou o sorteio que as duas seleções se enfrentassem no último jogo da fase de grupos, e mesmo com uma Holanda matematicamente qualificada para as meias finais e uma Alemanha muito perto de o fazer o duelo foi, como não podia deixar de ser, intenso e vibrante.
Tendo Gotemburgo como cenário a contenda sorriu aos laranjas, que ainda com grande parte da sua mítica e gloriosa equipa em atividade, o mesmo é dizer, com Gullit, Van Basten, Rijkaard, Koeman, ou Wouters em campo, destroçaram os rivais com um inquestionável triunfo por 3-1, com golos de Rijkaard, Rob Witschge, e de um jovem e promissor avançado que começava a surgir na alta roda do futebol internacional, de seu nome Dennis Bergkamp. Pelos germânicos Jurgen Klinsmann fez o gosto ao pé. Ambas as equipas teriam sortes distintas nas meias finais. Os holandeses, campeões em título, foram afastados nas grandes penalidades pela grande surpresa da competição, a Dinamarca, ao passo que os alemães bateram a equipa da casa por 3-2 e seguiram para o jogo decisivo. Ai, porém, provaram do mesmo veneno que tinha matado os vizinhos da Holanda, e a Dinamarca foi para espanto de todos campeã da Europa.
2004
Se até aqui os duelos entre a laranja e os panzers se realizam com bastante frequência nas grandes competições internacionais (as exceções aconteceram nos Mundias de 82 e 86, bem como nos Euro 76 e 84) o grande público adepto do fenómeno futebolístico teve de esperar 12 anos - entre 1992 e 2004 - para voltar a presenciar um duelo entre os dois velhos rivais. E tal aconteceu no Europeu realizado em Portugal, o célebre Euro vencido de forma mais do que surpreendente (!!!!) pela quase desconhecida Grécia. Com o Campeonato da Europa já disputado por 16 equipas Alemanha e Holanda ficaram integradas no Grupo D da competição, tendo como companhia a sempre perigosa República Checa e a frágil Letónia. Frágil aparentemente, pois os alemães não foram além de um nulo ante o combinado de leste! Mas antes desse triste resultado a equipa na altura orientada por Rudi Voller enfrentou na 1ª jornada a sua congénere holandesa, no Estádio do Dragão, no Porto. E depois de terem registado a primeira repartição de pontos em 1978, no Mundial da Argentina, os dois países voltaram a empatar, desta feita a um golo, tendo os alemães saído na frente por intermédio de Frings ainda durante a primeira parte, e o temível avançado Ruud van Nistelrooy reposto a igualdade já muito perto do apito final.
Posto isto a Alemanhã empatou com a Letónia e perdeu com os checos, dizendo adeus ao Euro luso, ao passo que os holandeses foram um pouco mais longe, até às meias finais, onde tomabriam diante da equipa da casa, Portugal.
2012
No primeiro Euro realizado na Europa de leste, mais precisamente na Ucrânia e na Polónia, holandeses e alemães encontraram-se pela oitava ocasião no palco de um grande evento internacional. Ambas as equipas eram apontadas pela crítica como principais favoritos - a par da Espanha - a vencer a prova, mas cedo se percebeu que esta laranja era pouco mecânica. Integrados no grupo da morte da competição, juntamente com a talentosa seleção portuguesa e a sempre complicada Dinamarca - lembram-se do Euro 92? - as duas equipas tiveram de mostrar toda a sua mestria para passar à fase seguinte. Os alemães fizeram-no, mas os holandeses sairam deste campeonato humilhados. No primeiro encontro perderam com os dinamarqueses por 1-0, resultado que fazia com que o jogo seguinte tivesse de ser ganho forçosamente. Mas esse duelo era nada mais nada menos do que com a Alemanha - que vinha de uma magra e sofrida vitória por 1-0 diante de Portugal -, que se apresentava novamente com um coletivo de respeito, onde figuravam nomes como Neuer, Ozil, Lahm, Thomas Muller, ou o matador Mário Gomez. Estrelas também não faltavam do lado oposto: Robben, van Persie, de Jong, Sneijder, ou Huntelaar. Esta foi quiçá a vitória alemã mais fácil sobre o velho rival, sobre uma débil Holanda que assim fazia a despedida do Euro polaco-ucraniano, sem honra nem glória (viriam a perder também o jogo com Portugal). Os alemães foram impedidos de lutar pelo triunfo final da competição nas meias finais diante da Itália, na sequência de uma derrota por 1-2.
1974 marca o início dos confrontos em torneios de grandes dimensões, isto é, campeonatos do Mundo e da Europa, sendo que até aos dias de hoje estas duas seleções já mediram forças em oito ocasiões, com o saldo de triunfos a pender de forma destacada para os germânicos, que por quatro vezes festejaram a queda do seu inimigo, ao passo que este somente em dois encontros levou a melhor sobre um país que ostenta no currículo três títulos de campeão mundial e outros tantos de campeão europeu. No entanto há quem diga que o melhor futebol, o mais belo sob o ponto de vista técnico, foi (quase) sempre interpretado pelos mestres holandeses, mesmo não detendo estes o palmarés dos seus vizinhos, já que conquistaram apenas um Europeu na sequência das várias fases finais em que participaram.
Em seguida passamos a recordar os inolvidáveis jogos proporcionados por duas das grandes seleções do planeta da bola.
1974
Foi talvez o ano de ouro do futebol holandês... mesmo não tendo alcançado a coroa do futebol planetário. A Holanda de 74 foi para muitos a melhor equipa da história do belo jogo, ao apresentar ao Mundo um estilo nunca dantes visto, que ficou eternizado como o "futebol total".
Controlando o jogo com toda a mestria através de uma avançada esquematização tática que revolucionou por completo a modalidade, esquematização essa interpretada por futebolistas de uma intelegência suprema e técnica exímia, a Holanda foi a grande equipa do Campeonato do Mundo que neste ano decorreu precisamente em solo alemão. A performance da "laranja mecânica" como ficou mundialmente conhecida essa célebre equipa orientada pelo mago Rinus Michels, (laranja pela cor das suas camisolas, e mecânica pelo estilo de jogo praticado) deu a conhecer ao Mundo o já referido "futebol total", um "carrossel" tático recheado de magia técnica onde todos os jogadores de campo (à excessão do guarda-redes) faziam todas as posições do terreno! Normal era por isso ver um defesa a finalizar um lance ofensivo, ou ver um avançado a desempenhar tarefas defensivas quando necessário. Esta liberdade criativa dentro de um campo de futebol maravilhou os amantes do futebol durante esse verão de 74, altura em que a antiga República Federal da Alemanha (RFA) organizava o certame máximo da FIFA. Mundial que a julgar pelo que se passava poucos duvidavam que seria conquistado pela mágica Holanda onde pontificava o astro Johan Cruyff, o mais fiel intérprete do inovador sistema criado por Rinus Michels. Vulgarizando adversários atrás de adversários, inclusive o Brasil, foi com naturalidade que os mestres holandeses chegaram à final do Mundial de 74, onde pela frente teriam nada mais nada menos do que a seleção da casa, a RFA. Ao contrários dos holandeses os alemães ocidentais sofreram bastante para chegar à final de Munique. Com exibições um tanto ao quanto pobres na 1ª fase do Mundial - onde se destaca a humilhante derrota ante os "irmãos" da República Democrática da Alemanha - os pupilos de Helmut Schon não foram poupados às críticas face a exibições menos conseguidas , mesmo tendo alcançado a "obrigatória" final.
E chegavamos ao dia 7 de julho de 1974, com o anfiteatro de Munique - o mesmo é dizer o Estádio Olímpico - completamente cheio. Favoritos à conquista da nova Taça FIFA? A Holanda, pois claro, a equipa cujo revolucionário "futebol total" havia encantado a multidão durante as últimas semanas. Para muitos derrotar aqueles mágicos holandeses era uma missão... impossível para qualquer equipa do Mundo. E o pontapé de saída do encontro foi dado precisamente pelos mestres holandeses. Meia dúzia de toques sublimes e... penalty! Sem sequer tocar no esférico a RFA entrava mal no jogo após o derrube de Berti Vogts a Cruyff dentro da área da casa, quando estava decorrido somente um minuto desde que o inglês John Taylor havia dado o apito inicial. Na conversão do castigo Neeskens fuzilou Sepp Maier e colocou a "laranja mecânica" na frente. Se à partida a tarefa germânica era complicada mais ainda ficava em face desta contrariedade inicial. Os holandeses ganharam confiança e durante os minutos que se seguiram subjugaram por completo os seus rivais. Contudo, a pouco e pouco, Franz Beckenbauer e seus pares foram reagindo, e ganhando fulgor. Impulsionados por Berti Vogts, o pulmão da equipa, os alemães aplicaram uma maior velocidade ao seu jogo, obrigando Cruyff a recuar para auxiliar a sua defesa. Estranhamente o "futebol total" estava a vergar face à frieza tática alemã. E aos 25 minutos aconteceu o que já se imaginava perante a postura evidenciada pelos alemães, o golo que fez explodir de alegria os adeptos da casa. Jansen derruba Holzenbein na grande área e o juíz não tem dúvidas em assinalar uma nova grande penalidade, desta feita a favor dos germânicos. Na conversão Paul Breitner fez o empate. A RFA estava agora por cima, e no terreno Cruyff e Vogts invertiam os papéis, agora era a vez do holandês fazer marcação cerrada ao alemão, contrariamente ao que se vira no início do duelo.
A avalanche alemã voltaria a dar frutos a dois minutos do intervalo, quando o "bombardeiro" Gerd Muller bateu Jongbloed e fez o 2-1. A Holanda estava desfeita, para surpresa de todos, e os seus jogadores com os nervos à flor da pele, com realce neste aspeto para os protestos desabridos de Cruyff junto do árbitro Taylor na saída para os balneários, que lhe valeria o cartão amarelo.
Na etapa final a Holanda deu tudo por tudo para virar o jogo, mas os seus ataques eram interpretados mais com o coração do que com a cabeça perante uma defesa alemã sóbria comandada pelo kaiser Beckenbauer. O "futebol total" caia agora em desespero, e mostrava sobretudo que no desporto rei não há equipas invencíveis, por mais talentosas e fortes que sejam. Quando Taylor apitou pela última vez o Estádio Olímpico explodiu de alegreia, a RFA tiha acabado de se sagrar campeão do Mundo pela segunda vez na sua história, e mais do que isso derrotado os vizinhos e mestres da Holanda.
1978
O segundo confronto entre as duas seleções voltou a acontecer na fase final de um Mundial, desta feita na Argentina, em 1978. Sem Cruyff, que por razões de ordem política - opunha-se ao regime fascista que vigorava naquele país sul americano - se recusou a representar a sua seleção, a Holanda foi quase como que uma cópia da equipa que quatro anos antes havia encantado o Mundo. Não estava o mago Cruyff mas estavam estrelas como Krol, Resenbrink, Neeskens, ou Rep que conheciam como ninguém a fórmula do "futebol total". Por seu turno a RFA tinha visto alguns dos ícones que a haviam levado ao trono quatro anos antes abandonarem o futebol, casos de Beckenbauer, Hoeness, Gerd Muller, ou Breitner. Era uma equipa em rejuvenescimento, onde aparecia agora um jovem prodígio chamado Karl-Heinz Rummenigge. Com algumas dificuldades surpreedentes alemães e holandeses passaram a primeira fase de grupos do Mundial argentino - os alemães empataram ante a modesta e estreante Tunísia, ao passo que os holandeses perderam com a também estreante Escócia - e encontraram-se na fase de grupos seguinte. Em Córdova, a 18 de julho, os alemães sairam na frente do marcador graças a um golo madrugador - aos três minutos - apontado por Abramczik. Numa partida de boa qualidade de futebol apresentado de parte a parte os holandeses chegariam à igualdade ainda no primeiro tempo, por intermédio de Haan, aos 27 minutos. Na segunda parte Dieter Muller recolocou os alemães em vantagem mas cair do pano Van Kerkhof fez o 2-2 final. Este foi um dos dois pontos alcançados pela RFA nesta segunda fase de grupos, tendo sido consequentemente eliminada. O grupo foi ganho pela Holanda, com 7 pontos, que avançava assim para a grande final do torneio... pela segunda vez consecutiva. Final onde seria derrotada novamente pela equipa da casa, a Argentina, por 1-3.
1980
Depois de dois confrontos em fases finais de Campeonatos do Mundo Holanda e Alemanha defrontaram-se na fase final de um Europeu. A cidade de Nápoles foi o palco deste duelo que integrava o Grupo 1 do Campeonato da Europa que nesse ano foi realizado em Itália. As duas equipas chegavam ao San Paolo vindas de duas vitórias na 1ª jornada da fase inicial, os alemães derrotavam os campeões europeus em título (Checoslováquia) por 1-0, ao passo que a laranja - já não tão mecânica como em 74 e 78 - vencia a estreante Grécia por um magro e sofrido 1-0. Krol e Rep eram os únicos sobreviventes do "carrossel" do "futebol total" holandês da década anterior, e deparavam-se agora com o peso da idade, ao passo que a RFA aparecia rejuvenscida e com um naipe de novos jogadores que interpretavam na perfeição a filosofia de jogo germânica. Rummenigge, a grande estrela da equipa, fazia-se acompanhar de fabulosos futebolistas como Allofs, Schuster, Stielike, ou Briegel.
Apesar de favorita a RFA viu-se em apuros para derrotar uma Holanda em reconstrução por 3-2, valendo e muito a inspiração do goleador Klaus Allofs, autor dos três tentos germânicos. Com este resultados a Holanda ficava praticamente de fora da grande final de Roma, e para não o fazer teria não só forçosamente de vencer a Checoslováquia como esperar um milagre, ou seja, que os alemães fossem derrotados pela frágil Grécia. O tal milagre acabou por não surgir, RFA e Holanda cederam empates antes os seus oponentes, e os alemães fizeram as malas para Roma, ao passo que os holandeses regressavam a casa. E na final a RFA batia a Bélgica por 2-1 e sagrava-se pela segunda vez na sua história campeã da Europa.
1988
A vingança holandesa surgiu em 1988, e com um sabor muito especial, pois foi conseguida no mesmo território onde em 1974 havia perdido a coroa que lhe estava justamente destinada. A RFA organizou o Campeonato da Europa de 88 e partia para a prova com sérias aspirações em alcançar o título e assim repetir a façanha de 1974, quando em casa venceu a competição que então estava em disputa, o Mundial. Por seu turno a Holanda voltava a ser orientada desde o banco pelo mestre Rinus Michels, que para este Europeu havia construído uma equipa soberba, onde pontificavam nomes como Marco van Basten, Rudd Gullit, ou Frank Rijkaard. Não era a super equipa de 74, é certo, mas tinha um toque especial, um toque de classe, como se viria a verificar. No Grupo 1 os germânicos ficaram em 1º lugar, levando a melhor sobre Itália, Espanha, e Dinamarca, ao passo que a Holanda apurava-se para as fase seguinte com algum sofrimento mercê de um triunfo magro (1-0) ante a surpreendente Irlanda no último e decisivo encontro da fase inicial. E eis que a 21 de junho desse ano Hamburgo serviu de palco para uma nova batalha entre os dois vizinhos. Assistiu-se, para não variar, a um duelo empolgante, de vencedor incógnito até ao apito final. Os alemães colocaram-se em vantagem após um golo do lendário capitão Lothar Matthaus, um médio ofensivo cuja criatividade não conhecia limites. Porém, do outro lado estava uma equipa recheada de qualidade, não sendo de estranhar que tomasse conta do jogo nos instantes finais do mesmo, tendo ai alcançado a glória... e a vingança. Primeiro pelo defesa Ronald Koeman, e depois pelo genial Marco Van Basten a Holanda bateu a RFA pela primeira vez na história no decorrer de uma competição oficial, e mais do que lograr alcançar a sua primeira final de um Euro vingou em difinitivo a amarga derrota de 74. E na final a nova "laranja mecânica", como ficaria conhecida, bateu por 2-0 a ex-União Soviética, vencendo assim o seu único título internacional até à data.
1990
O quinto duelo entre os dois países no seio de uma grande competição internacional coincidiu com o terceiro título de campeão do Mundo por parte da RFA. Curioso é que até aqui apenas em 1978 nenhuma destas seleções logrou chegar ao lugar mais alto do pódio após terem jogado entre si: em 74 os alemães venceram os holandeses na final do Mundial, em 80 sagraram-se bi-campeões europeus depois de na 1ª fase terem derrotados os seus rivais, ao passo que em 88 foi a vez da Holanda derrotar os panzers germânicos e alcançar a final do Euro que viria a vencer.
E em 90 a balança da vitória pendeu de novo para a RFA, que nos oitavos de final do Campeonato do Mundo realizado em Itália encontraria o velho inimigo. O mítico Estádio de San Siro, em Milão, foi o cenário desse duelo, desse triste duelo. Triste não pelo futebol praticado, até porque um encontro Holanda - Alemanha, ou vice versa, é sinónimo de espetáculo garantido, mas antes pelas cenas lamentáveis protagonizadas por dois dos mais valorosos e mediáticos jogadores de ambas as equipas: Voller (Alemanha) e Rijkaard (Holanda). O alemão cuspiu no holandês, recebendo de imediato ordem de expulsão, ao que este último em resposta agride o avançado germânico, acabando também expulso. E já com ambos fora do terreno assistiu-se a uma troca de cuspidelas entre os dois! Lamentável.
Orientada tecnicamente pelo homem que em 1974 ergueu na tribuna do Estádio Olímpico de Munique a Taça FIFA, Franz Beckenbauer, a RFA bateu na relva de San Siro os seus oponentes por 2-1, com golos do matador Klinsmann e do defesa goleador Andy Brehme, enquanto que o tento de uma laranja com pouco sumo - na fase de grupos a Holanda tinha registado três tristes empates - pertenceu ao pé canhão Ronald Koeman. A caminhada dos germânicos neste Mundial terminaria no dia 8 de julho desse ano, no Estádio Olímpico de Roma, onde vencendo a Argentina de Maradona e companhia, por 1-0, levariam para casa o terceiro título mundial. E para a eternidade ficavam nomes como Brehme, Klinsmann, Voller (pelos seus dotes futebolísticos, claro está, e não pela cena lamentável com Rijkaard), Hassler, Kohler, ou o genial capitão Matthaus.
1992
A Suécia recebeu no verão de 1992 a 8ª edição do Campeonato da Europa, onde as atenções dos amantes do futebol recaiam no Grupo 2 da fase final da competição, o grupo onde moravam Holanda e Alemanha (já unificada após a queda do muro de Berlim). O espetáculo estava garantido, ainda para mais pelo facto de ambos os países ostentarem os galões de campeões da Europa e do Mundo - respetivamente - em título. Ditou o sorteio que as duas seleções se enfrentassem no último jogo da fase de grupos, e mesmo com uma Holanda matematicamente qualificada para as meias finais e uma Alemanha muito perto de o fazer o duelo foi, como não podia deixar de ser, intenso e vibrante.
Tendo Gotemburgo como cenário a contenda sorriu aos laranjas, que ainda com grande parte da sua mítica e gloriosa equipa em atividade, o mesmo é dizer, com Gullit, Van Basten, Rijkaard, Koeman, ou Wouters em campo, destroçaram os rivais com um inquestionável triunfo por 3-1, com golos de Rijkaard, Rob Witschge, e de um jovem e promissor avançado que começava a surgir na alta roda do futebol internacional, de seu nome Dennis Bergkamp. Pelos germânicos Jurgen Klinsmann fez o gosto ao pé. Ambas as equipas teriam sortes distintas nas meias finais. Os holandeses, campeões em título, foram afastados nas grandes penalidades pela grande surpresa da competição, a Dinamarca, ao passo que os alemães bateram a equipa da casa por 3-2 e seguiram para o jogo decisivo. Ai, porém, provaram do mesmo veneno que tinha matado os vizinhos da Holanda, e a Dinamarca foi para espanto de todos campeã da Europa.
2004
Se até aqui os duelos entre a laranja e os panzers se realizam com bastante frequência nas grandes competições internacionais (as exceções aconteceram nos Mundias de 82 e 86, bem como nos Euro 76 e 84) o grande público adepto do fenómeno futebolístico teve de esperar 12 anos - entre 1992 e 2004 - para voltar a presenciar um duelo entre os dois velhos rivais. E tal aconteceu no Europeu realizado em Portugal, o célebre Euro vencido de forma mais do que surpreendente (!!!!) pela quase desconhecida Grécia. Com o Campeonato da Europa já disputado por 16 equipas Alemanha e Holanda ficaram integradas no Grupo D da competição, tendo como companhia a sempre perigosa República Checa e a frágil Letónia. Frágil aparentemente, pois os alemães não foram além de um nulo ante o combinado de leste! Mas antes desse triste resultado a equipa na altura orientada por Rudi Voller enfrentou na 1ª jornada a sua congénere holandesa, no Estádio do Dragão, no Porto. E depois de terem registado a primeira repartição de pontos em 1978, no Mundial da Argentina, os dois países voltaram a empatar, desta feita a um golo, tendo os alemães saído na frente por intermédio de Frings ainda durante a primeira parte, e o temível avançado Ruud van Nistelrooy reposto a igualdade já muito perto do apito final.
Posto isto a Alemanhã empatou com a Letónia e perdeu com os checos, dizendo adeus ao Euro luso, ao passo que os holandeses foram um pouco mais longe, até às meias finais, onde tomabriam diante da equipa da casa, Portugal.
2012
No primeiro Euro realizado na Europa de leste, mais precisamente na Ucrânia e na Polónia, holandeses e alemães encontraram-se pela oitava ocasião no palco de um grande evento internacional. Ambas as equipas eram apontadas pela crítica como principais favoritos - a par da Espanha - a vencer a prova, mas cedo se percebeu que esta laranja era pouco mecânica. Integrados no grupo da morte da competição, juntamente com a talentosa seleção portuguesa e a sempre complicada Dinamarca - lembram-se do Euro 92? - as duas equipas tiveram de mostrar toda a sua mestria para passar à fase seguinte. Os alemães fizeram-no, mas os holandeses sairam deste campeonato humilhados. No primeiro encontro perderam com os dinamarqueses por 1-0, resultado que fazia com que o jogo seguinte tivesse de ser ganho forçosamente. Mas esse duelo era nada mais nada menos do que com a Alemanha - que vinha de uma magra e sofrida vitória por 1-0 diante de Portugal -, que se apresentava novamente com um coletivo de respeito, onde figuravam nomes como Neuer, Ozil, Lahm, Thomas Muller, ou o matador Mário Gomez. Estrelas também não faltavam do lado oposto: Robben, van Persie, de Jong, Sneijder, ou Huntelaar. Esta foi quiçá a vitória alemã mais fácil sobre o velho rival, sobre uma débil Holanda que assim fazia a despedida do Euro polaco-ucraniano, sem honra nem glória (viriam a perder também o jogo com Portugal). Os alemães foram impedidos de lutar pelo triunfo final da competição nas meias finais diante da Itália, na sequência de uma derrota por 1-2.
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