Jurgen
CROY (República Democrática Alemã): Nas suas quatro décadas de
vida como
nação independente a
República Democrática Alemã (RDA) poucas
ou nenhumas alegrias vivenciou dentro dos retângulos de jogo,
contrariamente à sua vizinha e irmã República Federal da Alemanha
(RFA), que enquanto país logrou vencer três títulos mundiais e
dois Campeonatos da Europa. Passando de forma rápida os olhos pela
história do futebol saltam-nos à vista um par de acontecimentos
memoráveis para o futebol da hoje extinta RDA. E em ambos um homem
esteve em destaque: Jurgen Croy. Guarda-redes de posição, Croy
nasceu a 19 de outubro de 1946, em Zwickau, tendo ao longo de toda a
sua carreira profissional – que durou mais de duas décadas, mais
precisamente entre 1967 e 1985 – sido fiel ao emblema da sua cidade
natal, o BSG Sachsenring Zwickau – hoje denominado de FSV Zwickau.
Croy defendeu em mais de 370 jogos a baliza do BSG, tendo como pontos
altos a conquista de duas taças da RDA (em 1967 e 1975). O amor ao
clube da sua terra fez com que tivesse passado ao largo de uma grande
carreira internacional, no que a clubes diz respeito, pois não foi
por falta de qualidades que não defendeu as balizas de emblemas de
maior nomeada da então RDA, casos do Dynamo Dresden, do Magdeburg,
ou do Carl Zeiss Jena.
Denotando
mestria entre os postes Croy foi por diversas vezes elogiado pela
imprensa do seu país, que o chegou a comprar aos melhores
guarda-redes internacionais de então, casos de Dino Zoff, ou Sepp
Meier. Mas seria ao serviço da seleção da RDA que Jurgen Croy
viveu os seus cinco
minutos
de
fama no
plano internacional. O primeiro dá-se em 1974, altura em que a RFA
organizou o Campeonato do Mundo da FIFA, tendo o sorteio da fase de
grupos ditado que as duas Alemanhas ficassem no mesmo grupo! Ironia
do destino. Croy foi um dos selecionados pelo técnico Georg Buschner
para esse certame, e mais do que isso um dos heróis que no dia 22 de
junho de 74 subiram ao relvado (molhado) do Volksparkstadium, em
Hamburgo, para participar no embate entre a RFA e a RDA. Um duelo de
irmãos, ou inimigos, que terminou com o triunfo dos alemães de
leste por 1-0, naquela que mais do que uma das maiores surpresas
ocorridas em fases finais de Mundiais – já que pelo seu poderio a
RFA era teoricamente favorita a vencer esta partida – constituiu-se
como um dos dois momentos mais sublimes da história do futebol da
RDA. O outro aconteceu dois anos mais tarde (1976), quando Georg
Buschner comandou a seleção germânica de leste nos Jogos Olímpicos
de Montreal. A caminhada dos alemães no torneio olímpico seria de
glória, já que o ouro olímpico foi conquistado após um triunfo
(3-1) sobre a Polónia numa final onde Croy esteve em grande
destaque. Com um vasto leque de grandes defesas Jurgen Croy deu um
forte contributo para que a RDA conquistasse o seu único título
internacional.
Croy
defendeu a baliza da RDA em 86 ocasiões, tendo sido ainda eleito
futebolista do ano da Alemanha de Leste em três ocasiões (1972,
1976, e 1978).
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