Amados loucamente por uns, odiados fervorosamente por outros, os clubes de futebol são hoje pela primeira vez na ainda curta história do Museu Virtual do Futebol alvo de uma visita. E nada melhor do que iniciar esta rubrica dos emblemas históricos do que começar pelo maior deles todos, pelo melhor clube do mundo. É claro que esta distinção será para muitos um pouco exagerada, pois os adpetos do Benfica certamente dirão que o seu clube é que é o maior do Mundo, os do Barcelona, do Milan, do Inter, do Bayern de Munique, do Marseille, do Ajax, do Manchester United, ou do Celtic, entre outros, dirão que o seu clube é que é o maior e melhor do planeta. Óbvio. Mas a distinção de maior clube do Mundo atribuída ao Real Madrid não é da nossa autoria, mas sim da própria FIFA, que no final do século passado realizou uma gala para nomear os melhores jogadores, os melhores treinadores, e os melhores clubes e selecções do Mundo durante o século XX. Pois bem, para a FIFA o maior e melhor clube do planeta durante o século que há bem pouco tempo nos deixou foi o Real Madrid. Uma decisão que é bem compreendida (muitos não concordarão, mas paciência), pois em 100 anos não houve mais nenhum clube que tivesse ganho tantos títulos, que tivesse tantos e tantos grandes jogadores, e que tivesse deliciado tantos adeptos como fez el Madrid (como é popularmente conhecido).
Palmarés extenso...e impressionante
O Real Madrid nasceu dentro de um clube de eleite, o Football Sky (fundado em 1895), clube este que se dividiu em 1900 e deu origem ao Espanyol de Madrid, que viria em 1902 a transformar-se em Madrid FC, tendo mais tarde acrescentado-se a palavra Real ao nome do Madrid FC. Desde a sua fundação, como já vimos em 1902, o Real Madrid cedo se tornou na grande paixão de milhares e milhares de espanhóis. As famosas camisolas brancas (o equipamento do Real Madrid é todo branco) fizeram bater forte milhões de corações ao longo dos seus mais de 100 anos de vida. E desde cedo os troféus começaram a fazer parte da vida deste grande emblema espenhol, tendo a primeira copa (taça em castelhano) sido conquistada três anos depois do seu nascimento, mais concretamente a Taça do Rei (a competição mais antiga de Espanha), tendo el Madrid batido nessa final a equipa do Athletic de Bilbao por 1-0. Real Madrid que voltaria a conquistar este troféu nos três anos seguintes, establecendo desde logo um novo recorde na prova, quatro vezes consecutivas campeão da Copa del Rey (1905, 1906, 1907, 1908). Era obra para um clube com tão poucos anos de vida. Em 1929 era criado o Campeonato Nacional de Espanha, tendo o Real Madrid conquistado o seu primeiro título de campeão em 1932. Em termos de Campeonato Espanhol, o Real também estableceu um recorde ao ser o único clube até hoje a vencer em duas ocasiões em cinco anos consecutivos esta prova, a primeira entre 1961 e 1965, e a segunda entre 1986 e 1990. Mas a estrela madrilista também brilharia a grande altura, e de que maneira, na Europa do futebol. O clube foi o primeiro a erguer a Taça dos Campeões Europeus, onde também aqui estableceu um recorde até aos dias de hoje nunca alcançado, ao vencer as cinco primeiras edições da famosa competição europeia (na última foto). O Real Madrid é ainda hoje o clube com mais títulos de Campeão Europeu nas suas vitrinas, 9 ao todo, sendo a última copa sido conquistada no ano do seu centenário (2002) em Glasgow frente ao Bayer Leverkussen por 2-1 (na terceira foto). Em termos numerais, em termos exactos, o Real Madrid conta no seu palmarés com 29 títulos de Campeão Espanhol (1932, 1933, 1954, 1955, 1957, 1958, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978, 1979, 1980, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1995, 1997, 2001, e 2003), o que faz de si o clube com mais campeonatos ganhos. Em termos de Taças do Rei, o panorama é um pouco diferente, mas também é digno de um colosso do futebol mundial (o Barcelona é o clube com mais Copas del Rey), já que venceu por 17 ocasiões a segunda maior competição espanhola (1905, 1906, 1907, 1908, 1917, 1934, 1936, 1946, 1947, 1962, 1970, 1974, 1975, 1980, 1982, 1989, e 1993). O clube possui ainda nas suas ricas e invejáveis vitrinas 8 Supertaças de Espanha (1947, 1988, 1989, 1990, 1993, 1997, 2001, e 2003). A nível europeu, e como já demos conta, o Real conseguiu por 9 vezes erguer a mais importante competição de clubes do Mundo, a Taça/Liga dos Clubes Campeões Europeus (1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1966, 1998, 2000, e 2002). Os magnificos espanhóis conseguiram ainda arrecadar 2 Taças Uefa (1985, e 1986), 1 Supertaça Europeia (2002), 3 Taças Intercontinentais (1960, 1998, e 2002), e por fim 2 Taças Latinas (1955, e 1957). Uff, sem dúvida alguma... IMPRESSIONANTE!!!
Jogadores de sonho com la camiseta blanca
Foram muitos, mas mesmo muitos, os craques que ajudaram o Real Madrid a construir o seu rico palmarés. O maior deles todos foi sem dúvida o hispano-argentino Alfredo Di Stéfano, la sieta ruvia (a sete loura), uma das grandes lendas do futebol mundial (de quem falaremos mais promenorizadamente mais para a frente) e que ainda hoje é o grande ídolo da afción madrilena. De tal maneira grande, que desde 2000 que é o presidente honorário do clube. Mas não foi apenas Di Stéfano a brilhar com a camisola branca do Real, muitos outros o fizeram ao longo dos mais de 100 anos de vida do clube, como por exemplo, os espanhóis Amancio, Buyo, Butragueño, José Antonio Camacho, Martin Vasquez, Michel, Chendo, Luis Enrique, Sanchis, Gordillo, Gallego, Gento, Hierro, Juanito, Morientes, Santillana, Zamora, ou Raúl. No que toca a jogadores estrangeiros referimos que Rial, Redondo, Ruggeri, Valdano, Roberto Carlos, Ronaldo, Robinho, Suker, Prosinecki, Zamorano, Laudrup, Kopa, Zidane, Breitner, Schuster, Stielike, Puskas, Hugo Sanchez, Seedorf, Figo, Hagi, Mijatovic, ou Eto'o, já vestiram, ou vestem, a camisola merengue. Treinadores de renome também foram muitos os que se sentram no banco madrilista, casos de Miguel Munõz, Vujadin Boskov, o próprio Alfredo Di Stéfano, John Toshack, Radomir Antic, Del Bosque, Jorge Valdano, Fabio Capello, Jupp Heynckes, Guus Hiddink, José António Camacho, e até um português, de seu nome Carlos Queiróz.
Um presente difícil
Actualmente o Real Madrid vive dias complicados. Não em termos financeiros, até porque o gigante de Madrid é somente o clube mais rico do Mundo. Mas em futebol o dinheiro não é tudo, ajuda, mas não é tudo. E o Real é o maior exemplo disso, pois de há cinco/seis anos para cá o clube vem sendo apelidado de Galáticos pelo simples facto de todos os anos contratarem uma super-estrela do mundo da bola para a sua equipa. Começou por ser Figo, roubado ao eterno inimigo Barcelona, depois veio Zidane, depois veio Ronaldo, depois Beckham, e esta temporada chegaram Robinho, Júlio Baptista, e Cicinho, três das novas vedetas brasileiras da bola. Uma verdadeira constelação de estrelas que no entanto, e todas juntas, não conseguem devolver os títulos ao clube, que há dois anos consecutivos não vence qualquer prova em que compete. As crises directivas, as crises de balneário, as crises de treinadores, sucedem-se umas as outras, o que tem tornado o Real num clube...vulgar em termos competitivos. É caso para dizer: melhores dias aguardam-se para as bandas do Estádio Santiago Bernabéu (na primeira foto), a casa do Real Madrid desde 1947, construída pelo seu mítico presidente de então Don Santiago Bernabéu.
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