Sosseguem os habituais visitantes do Museu quanto a um eventual fecho de portas deste espaço dedicado única e exclusivamente ao belo jogo. Nada disso. O Museu continua vivo... apenas o facto de o relógio não parar e o trabalho abundar com fartura têm sido impeditivos da fonte futebolística deste local jorrar com mais frequência.
No entanto, hoje essa tendência é contrariada e vamos entrar na máquina do tempo e fazer uma viagem até às décadas de 50 e 60 do século passado do futebol português para recordar um dos seus artistas mais virtuosos. Joaquim Santana Silva Guimarães, é o nome da lenda dos relvados que hoje visitaremos. Um nome que esteve ligado à época dourada do SL Benfica, a época onde o emblema lisboeta se deu a conhecer ao Mundo com o seu futebol mágico e demolidor personificado na conquista de vários títulos nacionais e internacionais. Este homem foi um dos principais operários do grande Benfica de 60, a gloriosa equipa que alcançou a fama ao marcar presença em cinco finais da prova rainha do futebol europeu na citada década, tendo vencido duas delas. Mas já lá vamos...
Santana, nome pelo qual se tornou famoso, foi uma das muitas pérolas achadas pelo futebol português nas suas ex-colónias africanas, neste caso Angola.
Nasceu a 22 de Março de 1936, no Lobito, tendo iniciado a sua aventura futebolística no Sport Clube de Catumbela onde ai começou a dar nas vistas, pese embora lhe tivesse sido colocada a alcunha de molengão, por guardar em demasia a bola para si fazendo ouvidos moucos a quem pedia um passe ou um centro e de muitas vezes jogar a passo. No entanto, o seu futebol era sinónimo de magia, ouro puro, não sendo de estranhar que na temporada de 54/55 fosse transferido para Portugal, realizando assim o sonho de qualquer menino nascido nas colónias lusitanas. E o seu destino foi nada mais nada menos do que o poderoso e popular SL Benfica.
Chegado à Luz teve de corrigir alguns dos seus defeitos, entre os quais o egoísmo de que era acusado aquando espalhava magia pelos campos angolanos. De forma determinada e humilde não só superou esses defeitos como aprimorou as suas técnicas de avançado, depressa se tornando numa das pérolas dos escalões de formação do emblema lisboeta. Realizaria duas épocas nas categorias de aspirantes e júniores onde alcançaria uma média de um golo apontado por jogo.
A 21 de Outubro de 1956 dá-se um dos grandes momentos da vida de Santana, dia em que finalmente vestiu a camisola da equipa principal do Benfica num encontro na Luz diante do Caldas que terminou com o triunfo dos encarnados por 1-0.
Naquela época o clube da Luz tinha já uma autêntica constelação de estrelas pelo que um eventual lugar de titular no 11 era uma tarefa extremamente árdua de alcançar, para não dizer impossível. Santana sabia-o, e com humildade e trabalho saberia esperar pela sua vez para se afirmar definitivamente como titular daquele célebre conjunto.
Foi preciso aguardar até ao final da temporada 58/59 para ver este pequeno – homem de baixa estatura física – grande jogador conquistar uma titularidade traduzida em magníficas exibições que o tornariam numa lenda eterna do clube.
No entanto, hoje essa tendência é contrariada e vamos entrar na máquina do tempo e fazer uma viagem até às décadas de 50 e 60 do século passado do futebol português para recordar um dos seus artistas mais virtuosos. Joaquim Santana Silva Guimarães, é o nome da lenda dos relvados que hoje visitaremos. Um nome que esteve ligado à época dourada do SL Benfica, a época onde o emblema lisboeta se deu a conhecer ao Mundo com o seu futebol mágico e demolidor personificado na conquista de vários títulos nacionais e internacionais. Este homem foi um dos principais operários do grande Benfica de 60, a gloriosa equipa que alcançou a fama ao marcar presença em cinco finais da prova rainha do futebol europeu na citada década, tendo vencido duas delas. Mas já lá vamos...
Santana, nome pelo qual se tornou famoso, foi uma das muitas pérolas achadas pelo futebol português nas suas ex-colónias africanas, neste caso Angola.
Nasceu a 22 de Março de 1936, no Lobito, tendo iniciado a sua aventura futebolística no Sport Clube de Catumbela onde ai começou a dar nas vistas, pese embora lhe tivesse sido colocada a alcunha de molengão, por guardar em demasia a bola para si fazendo ouvidos moucos a quem pedia um passe ou um centro e de muitas vezes jogar a passo. No entanto, o seu futebol era sinónimo de magia, ouro puro, não sendo de estranhar que na temporada de 54/55 fosse transferido para Portugal, realizando assim o sonho de qualquer menino nascido nas colónias lusitanas. E o seu destino foi nada mais nada menos do que o poderoso e popular SL Benfica.
Chegado à Luz teve de corrigir alguns dos seus defeitos, entre os quais o egoísmo de que era acusado aquando espalhava magia pelos campos angolanos. De forma determinada e humilde não só superou esses defeitos como aprimorou as suas técnicas de avançado, depressa se tornando numa das pérolas dos escalões de formação do emblema lisboeta. Realizaria duas épocas nas categorias de aspirantes e júniores onde alcançaria uma média de um golo apontado por jogo.
A 21 de Outubro de 1956 dá-se um dos grandes momentos da vida de Santana, dia em que finalmente vestiu a camisola da equipa principal do Benfica num encontro na Luz diante do Caldas que terminou com o triunfo dos encarnados por 1-0.
Naquela época o clube da Luz tinha já uma autêntica constelação de estrelas pelo que um eventual lugar de titular no 11 era uma tarefa extremamente árdua de alcançar, para não dizer impossível. Santana sabia-o, e com humildade e trabalho saberia esperar pela sua vez para se afirmar definitivamente como titular daquele célebre conjunto.
Foi preciso aguardar até ao final da temporada 58/59 para ver este pequeno – homem de baixa estatura física – grande jogador conquistar uma titularidade traduzida em magníficas exibições que o tornariam numa lenda eterna do clube.
Um dos heróis de Berna
60/61 seria uma época histórica para o Benfica. A época em que o clube ergueu a sua primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus (TCE). O local dessa conquista foi o mítico Estádio Wankdorf, em Berna (Suíça), onde na sua primeira grande aparição numa final europeia os encarnados derrotariam o FC Barcelona por 3-2. Nomes como José Águas, Mário Coluna, Cavém, ou Costa Pereira entrariam para sempre no olimpo dos Deuses da bola. A estes juntava-se o nome de Joaquim Santana, o outrora conhecido como molengão de Catumbela fazia uma exibição de gala nessa final e ergueria também bem alto nos céus de Berna a TCE.
Na temporada seguinte o Benfica atingiria de novo o jogo decisivo entre os clubes do Velho Continente, desta feita ante o penta-campeão da Europa Real Madrid, em Amesterdão (Holanda), embora sem Santana no 11, vencendo a sua segunda TCE. Isto, porque nessa equipa figurava já um senhor de seu nome... Eusébio da Silva Ferreira. Pois é, o pantera negra agarraria o lugar de Santana definitivamente, e embora mesmo não participando no jogo final este último jogador foi igualmente considerado campeão europeu em 61/62, uma vez que fez alguns jogos dessa epopeia vitoriosa.
Tapado por Eusébio as aparições de Santana no 11 titular do Benfica seriam cada vez menos, e não fosse isso estariamos hoje quiçá a falar de um galático da bola da dimensão de Pelé, Garrincha, Leónidas, Maradona, Cruyff, Best, Meazza, Platini, ou do próprio Eusébio.
Nas suas aparições esporádicas na equipa titular do Benfica Santana brilhava, e foi assim no jogo da 1ª mão da Taça Intercontinental diante do Santos... de Pelé. Nesse encontro Santana marcaria os dois golos da sua equipa na derrota tangencial (2-3). Na segunda partida assistiu-se a uma exibição demolidarora do jovem Pelé que conduziu a sua equipa a uma goleada de 6-2, a qual significaria a conquista da Intercontinental. Santana marcaria um dos golos do Benfica, o outro seria da autoria de Eusébio.
Em 62/63 pisaria o sagrado relvado do mítico Wembley para disputar a final da TCE diante do Milan. Não teve a mesma sorte de duas épocas antes pois a sua equipa perderia o troféu para o conjunto italiano depois de uma derrota por 1-2.
Com o passar dos anos Santana teria cada vez mais dificuldades em impor-se no 11 encarnado e já na fase descendente da sua carreira experimentou brilhar em clubes de menor dimensão do futebol português, casos do Salgueiros e do Freamunde.
Mesmo não atingindo a fama de águia ao peito de um Eusébio, de um Coluna, de um José Águas, ou de um Simões, Santana foi um dos maiores atletas de sempre que passaram por este clube. Contabilizou 225 jogos (num total de 12 épocas) e apontou 93 golos com as cores do Benfica. Na sua vitrina, e para além das duas TCE, guardaria ainda 7 Campeonatos Nacionais (1956/57, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65 e 1966/67) e 3 Taças de Portugal (1958/59, 1961/62 e 1963/64).
Actuaria ainda pela selecção de Portugal em cinco ocasiões. Viria a falecer em 1989.
Curiosidades em números...Na temporada seguinte o Benfica atingiria de novo o jogo decisivo entre os clubes do Velho Continente, desta feita ante o penta-campeão da Europa Real Madrid, em Amesterdão (Holanda), embora sem Santana no 11, vencendo a sua segunda TCE. Isto, porque nessa equipa figurava já um senhor de seu nome... Eusébio da Silva Ferreira. Pois é, o pantera negra agarraria o lugar de Santana definitivamente, e embora mesmo não participando no jogo final este último jogador foi igualmente considerado campeão europeu em 61/62, uma vez que fez alguns jogos dessa epopeia vitoriosa.
Tapado por Eusébio as aparições de Santana no 11 titular do Benfica seriam cada vez menos, e não fosse isso estariamos hoje quiçá a falar de um galático da bola da dimensão de Pelé, Garrincha, Leónidas, Maradona, Cruyff, Best, Meazza, Platini, ou do próprio Eusébio.
Nas suas aparições esporádicas na equipa titular do Benfica Santana brilhava, e foi assim no jogo da 1ª mão da Taça Intercontinental diante do Santos... de Pelé. Nesse encontro Santana marcaria os dois golos da sua equipa na derrota tangencial (2-3). Na segunda partida assistiu-se a uma exibição demolidarora do jovem Pelé que conduziu a sua equipa a uma goleada de 6-2, a qual significaria a conquista da Intercontinental. Santana marcaria um dos golos do Benfica, o outro seria da autoria de Eusébio.
Em 62/63 pisaria o sagrado relvado do mítico Wembley para disputar a final da TCE diante do Milan. Não teve a mesma sorte de duas épocas antes pois a sua equipa perderia o troféu para o conjunto italiano depois de uma derrota por 1-2.
Com o passar dos anos Santana teria cada vez mais dificuldades em impor-se no 11 encarnado e já na fase descendente da sua carreira experimentou brilhar em clubes de menor dimensão do futebol português, casos do Salgueiros e do Freamunde.
Mesmo não atingindo a fama de águia ao peito de um Eusébio, de um Coluna, de um José Águas, ou de um Simões, Santana foi um dos maiores atletas de sempre que passaram por este clube. Contabilizou 225 jogos (num total de 12 épocas) e apontou 93 golos com as cores do Benfica. Na sua vitrina, e para além das duas TCE, guardaria ainda 7 Campeonatos Nacionais (1956/57, 1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65 e 1966/67) e 3 Taças de Portugal (1958/59, 1961/62 e 1963/64).
Actuaria ainda pela selecção de Portugal em cinco ocasiões. Viria a falecer em 1989.
.Primeiro jogo pelos seniores do Benfica: 21 de Outubro de 1956 ante o Caldas, na Luz (vitória por 1-0). Treinado por Otto Glória.
.Último jogo pelo Benfica: 24 de Março de 1968 ante a Sanjoanense, na Luz (vitória por 2-1). Treinado por Otto Glória.
.Primeiro golo ao serviço do Benfica: 22 de Junho de 1957 diante do Oriental, na Luz (vitória por 7-0).
.Último golo pelo Benfica: 30 de Outubro de 1966 diante da Ovarense, em Ovar
(vitória por 6-0).
Primeiro jogo pelo Benfica na Europa: 29 de Setembro de 1960 ante o Hearts (Escócia), em Edimburgo (vitória por 2-1). Treinado por Béla Guttmann.
.Último jogo pelo Benfica na Europa: 30 de Setembro de 1965, ante o Dudelange (Luxemburgo), em em Esch-sur-Alzette (vitória por 8-0). Treinado Por Béla Guttmann.
.Primeiro golo europeu ao serviço do Benfica: 6 de Novembro de 1960, diante do Ujpest (Hungria), na Luz (vitória por 6-2).
.Último golo europeu ao serviço do Benfica: 30 de Setembro de 1965, diante do Dudelange (Luxemburgo), em Esch-sur-Alzette (vitória por 8-0).
Estreia pela Selecção Nacional: 8 de Maio de 1960, diante da Jugoslávia (para a fase de qualificação para o Europeu de 1960), em Lisboa. Treinado por José Maria Antunes.
Último jogo pela selecção: 23 de Janeiro de 1963, diante da Bulgária (para a fase de qualificação para o Euro 1964), em Roma. Treinado por José Maria Antunes.
.Primeiro golo pela selecção: 8 de Maio de 1960, diante da Jugoslávia, em Lisboa.
.Último golo pela selecção: 8 de Maio de 1960, ante a Jugoslávia, em Lisboa.
.Último jogo pelo Benfica: 24 de Março de 1968 ante a Sanjoanense, na Luz (vitória por 2-1). Treinado por Otto Glória.
.Primeiro golo ao serviço do Benfica: 22 de Junho de 1957 diante do Oriental, na Luz (vitória por 7-0).
.Último golo pelo Benfica: 30 de Outubro de 1966 diante da Ovarense, em Ovar
(vitória por 6-0).
Primeiro jogo pelo Benfica na Europa: 29 de Setembro de 1960 ante o Hearts (Escócia), em Edimburgo (vitória por 2-1). Treinado por Béla Guttmann.
.Último jogo pelo Benfica na Europa: 30 de Setembro de 1965, ante o Dudelange (Luxemburgo), em em Esch-sur-Alzette (vitória por 8-0). Treinado Por Béla Guttmann.
.Primeiro golo europeu ao serviço do Benfica: 6 de Novembro de 1960, diante do Ujpest (Hungria), na Luz (vitória por 6-2).
.Último golo europeu ao serviço do Benfica: 30 de Setembro de 1965, diante do Dudelange (Luxemburgo), em Esch-sur-Alzette (vitória por 8-0).
Estreia pela Selecção Nacional: 8 de Maio de 1960, diante da Jugoslávia (para a fase de qualificação para o Europeu de 1960), em Lisboa. Treinado por José Maria Antunes.
Último jogo pela selecção: 23 de Janeiro de 1963, diante da Bulgária (para a fase de qualificação para o Euro 1964), em Roma. Treinado por José Maria Antunes.
.Primeiro golo pela selecção: 8 de Maio de 1960, diante da Jugoslávia, em Lisboa.
.Último golo pela selecção: 8 de Maio de 1960, ante a Jugoslávia, em Lisboa.
Legendas das fotografias:
1- Joaquim Santana com as cores do SL Benfica
2- Segurando a TCE juntamente com Coluna e Águas
3- A célebre equipa do Benfica da década de 60, com Santana na fila de baixo
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