
FINALSuíça - Espanha: 0-2
Golos: Herrera, Alcântara
La Rojita sobe ao topo da Europa...
Foi sob o signo do puro amadorismo e – de algum – desconhecimento global do jogo que a Selecção Nacional fez o seu baptismo na alta roda do futebol internacional. Uma efeméride ocorrida há mais de 90 anos (!) no longínquo 18 de Dezembro de 1921. Nesse histórico dia um grupo de notáveis atletas e timoneiros na implantação do belo jogo no nosso país defendeu pela primeira vez o “emblema” das quinas num “match” internacional, tendo como madrinha desse baptismo a vizinha e poderosa Espanha.
Nem só de inolvidáveis momentos de glória e magia se escreveu a longínqua e rica história do futebol. Momentos houve em que a festa do “desporto rei” foi manchada com sangue e lágrimas dando assim origem a um capítulo mais negro da sua história.O capítulo das grandes tragédias, o qual a Máquina do Tempo irá hoje visitar recordando aquele que foi o primeiro grande desastre ocorrido num estádio de futebol. Uma triste efeméride passada muito antes das tragédias de Heysel Park (1985) e de Hillsborough (1989) – só para citar as mais “famosas” -, mais concretamente no ano de 1902, quando a 5 de Abril o Ibrox Stadium de Glasgow era palco de um empolgante derby entre a selecção local, a Escócia, e a sua eterna inimiga Inglaterra a contar para o Campeonato Britânico (uma espécie de Campeonato da Europa jogado apenas entre as selecções das ilhas britânicas).Nesse dia o recinto do Glasgow Rangers engalanou-se para receber 68 mil pessoas. Estava cheio como um ovo! O estádio havia sido recentemente ampliado com a construção de uma bancada nova com capacidade para 20 mil espectadores, uma infraestrutura de madeira e ferro com mais de 75 metros de altura que curiosamente era inaugurada nesse preciso dia.A chama ferverosa dos adeptos fazia-se sentir a cada toque de bola dos jogadores de ambos os lados, até que subitamente aos 51 minutos a nova bancada cedeu! Centenas de pessoas foram engolidas pelo alçapão que se formou. 25 morreram e mais de 500 ficaram feridas. A festa do futebol dava lugar a um cenário dantesco com os feridos a serem socorridos e os mortos dali retirados (conforme pode ser visto na gravura que faz o retrato da tragédia).Depois de meia hora de terror o jogo foi retomado, e apenas o foi por uma questão de segurança, para evitar que o pânico subisse de tom entre os restantes espectadores e dessa forma tentassem sair do estádio em massa pondo em perigo não só as suas vidas como também atrapalhando a acção daqueles que faziam o trabalho de resgate.1-1 foi o resultado final deste confronto... talvez o facto mais insignificante daquela trágica tarde.