Juan Manuel Fangio com a camisola do Rivadavia |
Nascido na Argentina em 1911, em Balcarce para sermos mais precisos, Fangio é visto como a primeira grande superstar da Fórmula 1, tendo colecionado nesta categoria cinco títulos mundiais (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957), fasquia apenas superada já no novo milénio pelo alemão Michael Schumacher (que ostenta no seu currículo sete ceptros mundiais). Fangio marcou uma era do desporto automóvel planetário, é um facto, o que o torna num verdadeiro Deus para o povo argentino, quiçá apenas ultrapassado em termos de devoção, passe a expressão, por outro Deus, ou D10S, vulgo Diego Armando Maradona. Mas o que terá Fangio a ver com futebol? Alguma coisa. Antes de se tornar num Ás do volante, o jovem oriundo de Balcarce (província de Buenos Aires) foi um talento da pelota (bola). Na sua meninice era comum vê-lo correr atrás de uma bola nas canchas da sua terra natal, não sendo de estranhar que tenha sido convidado para integrar as equipas de formação do Rivadavia, o pequeno clube de Balcarce, hoje rebatizado de Ferroviários de Balcarce. Com apenas dezasseis anos o jovem Juan Manuel é chamado a integrar a principal equipa do Rivadavia, uma oportunidade que não desperdiçou, agarrando de pronto o lugar de extremo-direito do conjunto serrano. Em 1931 tem quiçá um dos seus pontos altos da sua carreira de futebolista ao ser um dos principais protagonistas do título alcançado pelo Rivadavia na Liga Balcarceña, uma espécie de campeonato distrital lá do sítio. Mas não se ficou por aqui a aventura de Fangio nas canchas argentinas.
Uma equipa do Rivadavia nos anos 20. Fangio é o segundo jogador da fila de baixo a contar da esquerda para a direita |
Juan Manuel Fangio não foi, nem será, o único piloto de automóveis, no caso de Fórmula 1, a fazer uma perninha nos campos de futebol. Quem não se lembra dos célebres jogos anuais com carácter de beneficência que Michael Schumacher organizava? E para os quais convidava não só a nata do futebol da época (Ronaldo, Figo, Zidane, foram apenas alguns dos craques que participaram nesses encontros organizados por Schumi) como outros parceiros das pistas do Grande Circo. Certamente que muitos de nós se lembram dessas efemérides, mas o que é certo nenhum deles calçou de forma oficial as chuteiras como fez El Chueco Fangio antes de se tornar numa das maiores lendas da Fórmula 1, senão mesmo na maior de todos os tempos.
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