quarta-feira, janeiro 24, 2024

Jogos Memoráveis (7)... Salgueiros - Cannes (Taça UEFA 1991/92)


Se há clubes cujo índice de popularidade é elevado, independentemente do escalão competitivo em que se encontrem, um desses emblemas é sem margem para dúvida o Sport Comércio e Salgueiros. Nasceu no meio do povo, e foi no seio desse mesmo povo que cresceu e se tornou num dos clubes mais adorados do panorama desportivo nacional. O Salgueiros nasceu numa época em que a República em Portugal ainda dava os primeiros passos, mais concretamente no ano de 1911. No entanto, seriam precisos 80 anos exatos para que a Alma Salgueirista – um modo de estar, um sentimento, que só os verdadeiros adeptos do clube conhecem – se desse a conhecer à Europa do futebol. 

19 de setembro de 1991 é pois um dia histórico na popular coletividade portuense. Nesse dia, ou melhor, nessa noite, o velho Salgueiral fazia o seu batismo europeu no âmbito da 1.ª eliminatória da Taça UEFA da temporada de 1991/92. A qualificação europeia havia sido alcançada na época anterior na sequência da melhor classificação de sempre do clube na 1.ª Divisão Nacional, o 5.º lugar. E quis o destino que a estreia do Salgueiros nas competições europeias acontecesse diante de outro caloiro nestas andanças, os franceses do Cannes. Do lado da turma oriunda do sul de França pontificavam alguns nomes conhecidos do plano internacional, desde logo o veterano internacional francês Luis Fernández; o internacional camaronês François Omam-Biyik, que um ano antes havia dado nas vistas no Mundial de Itália; e o jugoslavo Aljosa Asanovic, que haveria de ser peça fundamental na futura seleção da Croácia. Na equipa treinada pelo também jugoslavo Boro Primorac pontificava ainda um jovem prodígio gaulês, que no futuro imediato haveria de se tornar numa das maiores lendas da história do Belo Jogo: Zinedine Zidane.

Porém, o Salgueiral também tinha as suas armas, e que armas! Craques como Nikolic, Milovac, Abílio, ou Jorge Plácido, sobressaíam na equipa liderada por Zoran Filipovic, aos quais se juntavam jogadores “operários” como Rui França, Vinha, ou Leão. A nação salgueirista mostrou nessa noite todo o seu orgulho e emoção ao ver o seu clube entrar pela primeira vez em campo para um jogo europeu, facto ocorrido no Estádio do Bessa, casa emprestada pelo vizinho Boavista, tendo em conta que o estádio do Salgueiros não possuía iluminação artificial na altura. À boleia do jornal A Bola vamos recordar este encontro histórico que terminou da melhor maneira para o clube de Paranhos, isto é, com o triunfo. Melhor batismo não poderia ter tido o Salgueiral!

Na crónica final traçada sobre o jogo, o jornalista António de Sousa escreveria que «as duas equipas estão bem uma para a outra! O desfecho da eliminatória é imprevisível, embora os franceses contem com futebolistas mais experientes e recebam os salgueiristas no seu estádio para o jogo decisivo». O jornalista explicaria esta sua visão de forma mais detalhada na crónica do encontro, referindo que apesar de as equipas se equivalerem em termos de qualidade, os franceses teriam a seu favor o facto de reunirem um conjunto de jogadores que pelo seu passado possuíam maior experiência internacional. Contudo, «não pretendemos, sequer, dizer que a formação de Vidal Pinheiro está já derrotada (…) Pelo contrário, a formação de Paranhos, possuindo uma equipa que assenta o seu futebol, sobretudo, na determinação e no empenho, aqui e ali reforçado com a experiência de um ou outro elemento, poderá perfeitamente prosseguir na prova, o que não constituiria surpresa de maior, dado o valor semelhante (pelo menos demonstrado no desafio do Bessa) ao do seu antagonista…».
Mais à frente na sua exposição jornalística, sublinharia que o triunfo por 1-0 do Salgueiros sobre o Cannes nesta 1.ª mão da eliminatória havia sido «justo e merecido, podendo até o resultado ter tido uma expressão ligeiramente mais ampla». Destacou nesse sentido que os jogadores salgueiristas se esforçaram para serem felizes nesta estreia, elegendo entre os mais esforçados Vinha, que «teve muita uva para pouca parra… e pena foi que a colheita não tivesse sido bem maior».
Assim que a bola foi posta em movimento o nervosismo típico da estreia desapareceu nos salgueiristas, e os pupilos de Filipovic foram tomando conta das operações a partir do quarto de hora inicial. A prova disso foram as três oportunidades criadas pelos portuenses, em contraposto com os franceses, que só por uma vez chegaram com perigo à baliza de Madureira. 

No cômputo geral, António de Sousa escreveu que «não se pode dizer que o desafio tenha sido fértil em oportunidades de golo, Em situações de grande apuro. Não, não foi. Houve uma toada de ataque, mas travada à entrada dos meios-campos ou nas imediações das respetivas grandes áreas».

Numa primeira parte que terminou empatada a zero, a situação mais flagrante de golo aconteceu ao minuto 23, altura em que na sequência de um cruzamento de Álvaro Soares para o interior da área gaulesa o trio composto por Abílio, Vinha e Nikolic falhou o golo à boca da baliza! Isto numa altura em que era notório o crescimento do Salgueiros em campo, uma equipa que mostrava futebol acutilante e determinado, de acordo com a visão do jornalista de A Bola.

Ao minuto 42 o Salgueiros reclamou grande penalidade por uma eventual mão na bola de um defesa francês após uma bela jogada de combinação entre Nikolic e Jorge Plácido. Em cima da jogada o árbitro norte-irlandês Leslie Irvine mandou jogar. «Mas dois minutos depois, o Bessa irrompeu num coro de protestos pela decisão do irlandês Irvine de não validar um golo que o não foi… Expliquemos: Vinha cabeceou a bola e o guardião do Cannes agarrou-a mas caiu para dentro da baliza. A dúvida instalou-se entre os presentes: terá a bola, agarrada por Dussuyer, ultrapassado o risco? Não nos pareceu e por isso afigura-se-nos correta a decisão do árbitro e do fiscal de linha», analisou o jornalista. Só na segunda metade o marcador iria funcionar e a favor dos portugueses. Na sequência de um longo lançamento de linha lateral para o interior da área, Jorge Plácido ensaia um vistoso remate à meia volta e envia o esférico para o fundo da baliza. Estavam decorridos 50 minutos. O cenário do golo foi assim descrito por A Bola: «… O conjunto de Paranhos continuou (no início da segunda parte) no comando do prélio. E de tal modo que quatro minutos após o recomeço a Alma Salgueirista renasceu e com ela as esperanças: Jorge Plácido obtinha o golo. Aquele que viria a ser o único do encontro e na sequência de um dos excelentes e poderosos lançamentos de linha lateral de Nikolic, que fez a bola “pingar” no coração da área, motivando um subtil toque de cabeça de Vinha para trás, propiciando a intervenção vitoriosa de Jorge Plácido»

Após a festa do primeiro - e único até à data – golo europeu da turma de Paranhos, esta continuou a dominar, mas gradualmente as forças e discernimento começaram a não ser as melhores. «O Salgueiros continuou a desenvolver um futebol prático embora sem beleza (era preciso?), mas foi neste período que se tornou claro aos olhos de todos que nem a formação de Paranhos, nem o antagonista, teriam capacidade para grandes desempenhos», disse António de Sousa na sua crónica. E nesse sentido o resultado não mais sofreu alterações.

Era pois de satisfação o ambiente que pairava no balneário do Salgueiros após o apito final de Irvine. Para o treinador Zoran Filipovic tinha-se assistido a um bom jogo de futebol, «no qual deixámos uma boa imagem, perante um adversário aguerrido. Marcámos um golo, tivemos mais oportunidades para aumentar a vantagem, mas foi muito bom não termos sofrido nenhum. Agora, temos mais 90 minutos pela frente onde teremos de jogar com a mesma concentração, muita humildade e agressividade».

Radiante estava também o então presidente do Salgueiros, Carlos Abreu, que à reportagem de A Bola disse que «após um início muito tremido tomámos conta do jogo e conseguimos marcar um golo, que apareceu em boa altura. Depois foi gerir a vantagem e procurar não sofrer golos. O empate também se aceitava, o Cannes jogou bem, teve algumas oportunidades, mas penso que a vitória é o prémio para a nossa agressividade e para a forma como a equipa soube fechar-se no meio campo e na defesa».

Para o capitão Rui França o resultado estava certo. «Foi um jogo difícil, porque o Cannes tem uma grande equipa, recheada de bons jogadores, praticando um bom futebol. Contudo, através do nosso empenho, tentámos contrariar o favoritismo dos franceses e conseguimos um golo. O resultado acabou por ser escasso, mas não devemos esquecer que o adversário também dispôs de algumas oportunidades. Por tudo isto, penso que o resultado acaba por estar certo». Uma das figuras principais do jogo foi Jorge Plácido, autor do golo, ele que no final confessaria que «esforçámo-nos e batemo-nos por conseguir o melhor resultado possível. (…) A minha exibição poderia ter sido melhor, posso render mais, mas decaí fisicamente na segunda parte. Se tivesse um pouco mais de frescura, talvez pudesse ter marcado o segundo golo, o que para nós era o ideal. Em Cannes vai ser mais difícil do que aqui, já que o adversário tem uma equipa muito forte».

E foi na realidade uma viagem difícil aquela que o Salgueiros realizou até ao sul de França na 2.ª mão da eliminatória. A equipa portuguesa perdeu por 1-0 e seria afastada das provas da UEFA no desempate por grandes penalidades. O clube de Paranhos até pode ter perdido a eliminatória no campo, mas saiu desta “aventura” vitorioso, pois ver o velho Salgueiral na Europa do futebol foi um momento histórico.

No Estádio do Bessa sob arbitragem de Leslie Irvine as equipas alinharam da seguinte maneira: Salgueiros – Madureira, Paulo Duarte, Pedro Reis, Abílio, Pedrosa, Rui França, Jovica Nikolic, Stevan Milovac, Vinha, Álvaro Soares (Leão, 68), Jorge Plácido (Rui Alberto, 75). Treinador: Zoran Filipovic.
Cannes - Michel Dussuyer, Jean-Luc Sassus, Ludovic Pollet, Pierre Dréossi, Zinedine Zidane, Luis Fernández, José Bray, Franck Durix, Aljosa Asanovic, François Omam-Biyik, Robby Langers. Treinador: Boro Primorac.
Golo: Jorge Plácido (50).

ENTREVISTA:

PROFESSOR MANUEL GONÇALVES: «O ZORAN FILIPOVIC TROUXE UMA NOVA MENTALIDADE AO CLUBE»

Para recordar não só este momento ímpar na vida desportiva do Salgueiros mas também o ambiente místico de então que se vivia pelos lados de Vidal Pinheiro, nada melhor do que falar com alguém que viveu por dentro este período dourado da história do clube. Nesse sentido trocámos dois dedos de conversa com o professor Manuel Gonçalves, treinador-adjunto de Zoran Filipovic. 

Museu Virtual do Futebol (MVF): O professor Manuel Gonçalves chegou ao Salgueiros no final da década de 80 e acompanhou o clube em todo o trajeto realizado desde a 2.ª Divisão até à chegada às competições europeias. Pergunto-lhe como é que o popular Salgueiral conseguiu no espaço de duas épocas passar do segundo escalão nacional à Europa?

Manuel Gonçalves (MG): Cheguei ao Salgueiros no início da época de 1988/89 com o (treinador) Vieira Nunes. Em outubro houve chicotada psicológica. O senhor José António Linhares e o presidente Carlos Abreu falaram comigo, dizendo-me que gostavam que eu continuasse, uma vez que estavam a pensar contratar um treinador que ia treinar pela primeira vez e não tinha equipa técnica. Disseram-me, na altura, que tinham gostado do meu trabalho ao longo dos primeiros meses em que trabalhei no clube, assim como do que tinham auscultado em conversa com os capitães de equipa. Assim, entra o Zoran Filipovic para treinador principal e eu continuei como treinador-adjunto, isto com o clube a competir na Zona Norte da 2.ª Divisão Nacional.

O primeiro jogo do Zoran Filipovic como treinador principal foi em Amarante, onde o Salgueiros ganhou por 1-0. Foi um campeonato muito difícil, com muitos problemas para se assegurar a manutenção.
Recordo, aliás, um episódio que aconteceu no dia 15 de novembro de 1988, altura em que perdemos em casa com o Varzim por 3-0 e o Filipovic pediu para sair, ao que o presidente Carlos Abreu e o Chefe de Departamento de Futebol, José António Linhares, se opuseram e convocaram uma reunião com o plantel, a equipa técnica e todo o staff que envolvia o futebol do clube. Essa foi uma reunião que ainda hoje guardo como um marco do dirigismo, algo especial, e que me marcou ao longo da minha carreira com mais de 50 anos ligado ao futebol. O presidente Carlos Abreu, nessa reunião, inquiriu os jogadores que estavam há mais tempo no clube, perguntando-lhes precisamente há quantos anos ali estavam, e quantos treinadores haviam tido. Uns respondiam que estavam ali há 5 anos e que tiveram 7 treinadores, outros respondiam que estavam no clube há 8 anos e que tinham tido 10 treinadores, e por aí fora. Depois desta análise concluiu: “então a maioria tem muitos anos de clube e mudámos de treinador várias vezes. Já identifiquei o problema, o qual não está nos treinadores! Agora, não vamos mudar de treinador, e a mudar (algo) mudamos os jogadores”. Dessa forma na época de 1989/90 entre atletas promovidos dos juniores e contratações entraram no plantel do Salgueiros cerca de 16 novos jogadores. Essa temporada de 89/90 foi iniciada com um novo espírito e uma nova mentalidade. 

Filipovic e Manuel Gonçalves

MVF: … O Filipovic ficou, portanto, rompendo assim com a prática de despedir o treinador quando as coisas corriam mal. E como é que foi trabalhar com ele todos aqueles anos em Vidal Pinheiro? Como era Zoran Filipovic como treinador?

MG: O Zoran Filipovic trouxe uma nova mentalidade ao clube, novas metodologias de treino. Neste último aspeto cortou com aquilo o que na altura era a metodologia de treino, baseada nos desportos individuais, onde a dimensão física ditava leis. E mudou para as metodologias que se utilizam hoje em dia, onde os exercícios com bola e exercícios de acordo com o jogo eram a base de trabalho. O microciclo semanal (de trabalhos) passou a ser muito diferente do que até então era habitual, o que gerou alguma polémica na altura, com a folga semana, por exemplo, a ser à quinta-feira, dia habitual do chamado treino de conjunto. Lembro-me perfeitamente que à segunda-feira havia treino de recuperação para os jogadores utilizados no jogo do domingo anterior, enquanto os menos utilizados faziam treino normal; à terça-feira havia treino da parte da manhã e da parte da tarde; à quarta-feira de manhã havia treino específico, dividido em dois grupos, em que se iniciava com os jogadores de características defensivas e depois treinava-se com os de características ofensivas, ao passo que da parte da tarde treinava todo o grupo. À quinta-feira era a folga; e à sexta-feira e ao sábado havia treino da parte da manhã. Ao longo da semana de trabalho os treinos tinham a duração máxima de 90 minutos, e as metodologias utilizadas eram muito bem aceites pelos jogadores, dado que a bola estava sempre presente em todos os exercícios de treino, o que era motivante para o trabalho.

MVF: Como é que o popular Salgueiros viveu em termos emocionais essa chegada à Europa? Falo não só do clube em si, mas também daquilo o que viu nos fiéis e apaixonados adeptos deste emblema?

MG: 1991/92 foi uma época de grande afirmação do clube e que muito estimulou os seus adeptos, que viveram esse período com grande entusiasmo, e ainda hoje os adeptos mais velhos recordam isso com saudade.

Filipovic com Manuel Gonçalves ao lado numa palestra em Vidal Pinheiro

MVF: Consumada a chegada à Europa quis o sorteio que a estreia fosse diante do Cannes. Como é que o Zoran Filipovic, em conjunto com o professor Manuel Gonçalves e o Jorginho (treinadores adjuntos), preparou este jogo?

MG: O jogo com o Cannes gerou grande expectativa. Quase todos os jogadores nunca tinham participado numa prova (europeia) desta natureza. Sabíamos que o Cannes tinha grandes jogadores, onde despontava o Zidane, mas também jogadores experientes como o Fernández, o Omam-Biyik, o Asanovic, o Sassus, o Dussuyer, etc…

MVF: … E perante esse conhecimento como era o espírito do grupo antes do jogo? Nervosismo, entusiasmo, ou um misto destes dois sentimentos?

MG: O espírito do grupo era muito bom, pois vínhamos de duas épocas de sucesso, uma em que fomos campeões nacionais da 2.ª Divisão, e a seguinte em que nos apurámos para a Taça UEFA na sequência de um 5.º lugar.

MFV: Na sua visão de treinador o golo de Jorge Plácido que deu a histórica vitória fez justiça ao que se passou em campo ou o empate também se ajustava?

MG: Os dois jogos da eliminatória foram muito equilibrados. No Bessa foi com inteira justiça que o Salgueiros ganhou por 1-0. O jogo da segunda mão ficou marcado pela expulsão do Pedrosa, aos 56 minutos. No final dos 90 minutos o Cannes ganhava por 1-0, ficando a eliminatória empatada, pelo que se jogou um prolongamento de 30 minutos, sem que o resultado se alterasse. Há que referir que o Salgueiros jogou o encontro da segunda mão durante 64 minutos com 10 jogadores! Na decisão das grandes penalidades o Cannes ganhou por 4-2.

MVF: Já agora, do outro lado da barricada estava um jovem chamado Zinedine Zidane. O que é que achou dele naquela noite no Bessa? Adivinhou que ali estaria um dos futuros maiores jogadores da história do futebol ou nem por isso?

MG: Nessa altura o Zidane estava a iniciar-se, era ainda muito jovem, mas já tinha muita qualidade. As grandes estrelas do Cannes eram o Fernández e o Omam-Biyik.

MVF: Olhando para trás, mais de 30 anos depois, o que é que em seu entender significou aquela ida à UEFA por parte de um clube como o Salgueiros?

MG: Depois dos jogos com o Cannes, que foram uma experiência única para a maioria dos elementos do grupo, essa experiência acabou por trazer mais responsabilidade ao clube, pela exposição a que tinha sido submetido com a eliminatória europeia, que ainda hoje é um marco na história do Salgueiros. A ida à Europa para um clube como o Salgueiros foi de facto um ato que perdurará para sempre na história do clube, assim como na memória da massa associativa.

MVF: Para terminar, peço-lhe que classifique os 13 heróis que naquela noite de 19 de setembro no Estádio do Bessa fizeram história com a camisola do Salgueiros. À frente de cada nome diga o que pensa desse jogador, com uma palavra ou um pensamento, em suma, que caraterize individualmente esse atleta. Cá vai:

Madureira: «Um guarda-redes histórico do clube, com muitos anos de Vidal Pinheiro. Esteve ligado a um período de ouro da história do Salgueiros e que sabia transmitir a mística (do clube) ao grupo»

Paulo Duarte: «Um defesa-central prático e regular, com um grande caráter e um excelente ser humano»

Pedro Reis: «Um central que não sabia jogar mal. Eficaz. Era um pêndulo no sistema defensivo de três centrais que o clube utilizava na altura»

Pedrosa: «Lateral-esquerdo que veio da 3.ª Divisão, mas que pela sua qualidade e empenho se impôs com facilidade, acabando por seguir para o Sporting e ter feito uma boa carreira no futebol português»

Rui França: «Era o capitão e um trinco de grande eficácia. Era um operário que não parava durante os 90 minutos. Taticamente era bom, era forte nos duelos, entregava-se ao jogo sempre em alta rotação»

Milovac: «Um central top. Muito forte no jogo aéreo, e difícil de transpor nos duelos com os avançados contrários. Era um pilar do sistema de três centrais que a equipa utilizava»

Nikolic: «Era o estratega. Tinha muita classe e visão de jogo. Foi um jogador que marcou a equipa em muitos jogos pela sua liderança e qualidade técnica acima da média»

Abílio: «O trato de bola, a qualidade técnica e visão de jogo faziam com ele acrescentasse à equipa sempre algo em cada lance do jogo. Jogava com alegria, algo que transmitia aos colegas e que se refletia no rendimento da equipa»

Álvaro Soares: «Jogador pragmático, de grande eficácia, e com processos simples. Era veloz e dos seus pés saíam muitos cruzamentos que proporcionavam golos aos avançados»

Vinha: «Entrou bem no sistema de jogo da equipa. Foi muito útil nesse sistema de jogo utilizado. Com a sua enorme estatura tirava partido dos lances de bola parada»

Jorge Plácido: «Jogador experiente, rápido, e que ficará para sempre ligado à história desta eliminatória pelo golo que deu a vitória na primeira mão»

Leão: «Naquela altura estava em início de carreira, e cumpriu sempre que foi chamado. Confirmou, pela carreira que viria a fazer, a aposta que a equipa técnica fez nele»

Rui Alberto: «Um jogador eficaz. Era um ponta de lança prático, que tinha qualidade e fazia golos com alguma facilidade»

O plantel do Salgueiros que foi à Europa

Nenhum comentário:

Postar um comentário