terça-feira, maio 17, 2022

Jogos Memoráveis (2)... Boavista - Atlético de Madrid (Taça UEFA de 1981/82)

A entrada das equipas no relvado do Bessa
É no início da década de 70 do século passado que o Boavista cimenta o seu estatuto de clube de 1.ª Divisão Nacional. É precisamente nesta década que o emblema portuense começa a ganhar o cognome de Boavistão. O mesmo será dizer, de grande equipa portuguesa. O clube vence os seus primeiros títulos nacionais nos anos 70, mais concretamente, três edições da Taça de Portugal e uma Supertaça, e mais do que isso ameaça a hegemonia dos chamados "Três Grandes" do futebol nacional, sendo que em 1976 ficou a apenas dois pontos de vencer o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão. Podemos dizer que este Boavistão teve dois grandes arquitetos, Valentim Loureiro, na figura de presidente, e José Maria Pedroto, enquanto mestre da tática. Mas foi sobretudo o Major (Valentim Loureiro) o grande responsável pela projeção do clube, quer no panorama nacional, quer internacional.

E neste último aspeto o Boavistão começa a chamar à atenção da Europa do futebol no início da década de 80, pese embora a estreia internacional se tenha dado nos anos 70, mas sem grandes feitos dignos de registo, a não ser uma vitória caseira diante da Lázio de Roma em 1977. E se hoje em dia muitos boavisteiros recordam como pontos altos do seu clube em termos de eurotaças a chegada às meias-finais da Taça UEFA de 2002/03, ou a eliminação do poderoso Inter de Milão na mesma prova mas na temporada de 1991/92, outros talvez destaquem a expressiva vitória por 4-1 sobre o Atlético de Madrid na época de 1981/82 como o início da saga do Boavistão europeu, o princípio da afirmação europeia dos axadrezados. E é sobre esse célebre encontro alusivo à edição de 81/82 da Taça UEFA que vamos aqui recordar hoje na vitrina dedicada aos Jogos Memoráveis.

A equipa do Boavista na temporada de 1981/82

O Boavista surgiu nesta competição fruto do 4.º lugar alcançado na temporada anterior no principal escalão do futebol português. O histórico capitão Manuel Barbosa comandava em campo um plantel onde não faltavam craques que davam uma alma guerreira aquele Boavistão, como Matos, Queiró, Vital, Aílton, Palhares, Eliseu, Jorge Silva, Almeidinha, ou Diamantino Miranda. Mário Lino era o homem que desde o banco comandava este grupo de homens que fazia do Boavista uma belíssima equipa. Porém, e na teoria, a sorte nada quis com os portugueses no sorteio da 1.ª eliminatória da Taça UEFA de 81/82, já que pela frente se depararam com o Atlético de Madrid, uma das grandes e mais experientes equipas não só de Espanha como também do Velho Continente.

Colchoneros que tinham nomes sonantes do futebol planetário nas suas fileiras, desde logo Dirceu, um médio internacional brasileiro que havia estado nos Mundiais de 1974 e de 1978, e haveria ainda de marcar presença no Espanha 82, e que ao longo da sua carreira fez mais de 40 jogos com a camisola do escrete. Mas havia ainda outro jovem promissor jogador neste conjunto de Madrid, um verdadeiro matador no que toca a fuzilar guarda-redes, e que esta época fazia a sua estreia no futebol europeu. O seu nome era (e é) Hugo Sanchez, esse mesmo, o lendário avançado mexicano que brilharia, sobretudo, com a camisola do grande rival do Atléti, o Real Madrid, anos mais tarde.

O plantel poderoso Atlético de Madrid em 81/82 

Boavista que não era propriamente um novato nestas andanças das competições europeias, pois esta era já a sua sétima presença na Europa do futebol, pese embora sem grande sucesso nas presenças anteriores, a não ser a tal vitória sobre a Lázio no Bessa, por 1-0, mas que na capital romana rapidamente perdeu pujança após a goleada dos laziale no encontro da segunda mão, por 5-0. Mas desta vez tudo seria diferente.

"O Boavista eclipsou das estrelas", era este o título do jornal A Bola no rescaldo do duelo de 16 de setembro de 1981, a contar para a 1.ª mão da eliminatória.

Pela pena de Fernando Vaz, a Bíblia do Desporto escrevia que esta havia sido «uma indiscutível vitória por 4-1 sobre o Atlético de Madrid ficará nos anais do Bessa». E ficou!

Ficou na retina dos mais de 20.000 que nessa tarde lotaram por completo o Estádio do Bessa como um dos mais memoráveis espetáculos futebolísticos que aquele recinto viveu ao longo da sua existência. Um espetáculo ao qual nem a claque do vizinho e rival FC Porto faltou, já que os Dragões Azuis fizeram questão de marcar presença nas bancadas para apoiar os axadrezados! Outros tempos.

E não foi só o resultado e a exibição que foram épicos, pois o Boavista obteve nesta partida a sua maior receita monetária até então num jogo de futebol realizado no seu reduto. Os portuenses arrecadaram uma verba de cerca de 4000 contos, na moeda antiga, o equivalente, nos dias de hoje, a 20.000 euros, tendo em conta que o bilhete mais caro custava 500 escudos (2,5 euros).

Manchete do jornal A Bola a
dar nota do feito histórico
Na antecâmara deste jogo no Porto houve alguns mosquitos por cordas entre os dois clubes, uma espécie de mind games, tendo na antevisão do duelo o treinador do Boavista, Mário Lino, mostrado-se otimista quanto à passagem da eliminatória, tendo em conta que a sua equipa se encontrava então em vantagem por encarar com melhores condições de forma o seu oponente, que na altura vivia os tormentos de uma greve que os futebolistas espanhóis estavam a levar por diante. Na resposta a esta declaração, o presidente do Atlético, o médico Alfonso Cabeza, respondeu à letra, dizendo que depois de visitar o Estádio Manzanares (mais tarde rebatizado de Vicente Calderón) na 2.ª mão, o treinador Mário Lino iria precisar de tratamento médico, já que pela cabeça do Dr. Cabeza, passo a redundância, seria impensável que a sua constelação de estrelas - paga a peso de ouro - fosse eclipsada pelos desconhecidos boavisteiros. Como estava enganado o Dr. Cabezas, e com que cabeça iria ficar depois desta eliminatória! Sobretudo após o jogo do Bessa, em que na Bola se escrevia que «os portugueses foram superiores, sector por sector, nos múltiplos aspectos do jogo».

Palhares
Na sua crónica para o jornal da Travessa da Queimada, Fernando Vaz escrevia que «a maior velocidade e frescura física dos axadrezados foram os trunfos decisivos do jogo. Uma forma mais apurada permitiu-lhes impor o ritmo do jogo; chegar primeiro à bola, na antecipação, na intercepção dos lances e na recuperação, quando batidos. Mário Lino avisou que a greve dos futebolistas espanhóis iria ser factor importante no desfecho deste primeiro jogo. Do aviso à confirmação, foi um passo. A equipa do Boavista revelou-se sem dúvida, o conjunto melhor preparado física e psicologicamente para este encontro. Valeu mais a perspicácia de Mário Lino do que os setenta contos de prémio a receber pelos jogadores espanhóis pela eliminatória. O presidente do Atlético de Madrid vai certamente, ficar a admirar o técnico do Boavista. A rodagem das equipas é fundamental para o rendimento dos jogadores. (...) Os jogadores do Bessa foram sempre mais rápidos, os seus reflexos mais apurados. Tecnicamente, um conjunto formado por vedetas que "brincam" com a bola, e o Atlético de Madrid nunca conseguiu impor-se ao onze boavisteiro. Dominado durante toda a primeira parte, o conjunto espanhol regressou para o intervalo a perder por dois-a-zero, resultado que se pode considerar lisonjeiro. E, surpresa das surpresas, o Boavista marcou os seus dois primeiros golos de cabeça, na zona frontal da baliza, na pequena área, onde as "três torres" da defesa madrilena costumam ser amos e senhores. Navarro, Arteche e Balbino devem roçar o metro e noventa de altura, nenhum deles chegou mais alto de que Vital e Jorge Silva. O quarto golo da autoria de Palhares foi apontado precisamente de cabeça e no mesmo sítio, na zona da jurisdição dos defesas centrais espanhóis. Para uma equipa que é candidata ao título de Espanha, aquela defesa estilo regador com muitos furos, é de causar apreensões. Cremos bem que se o Boavista se afoitar no seu contra-ataque, vai voltara marcar no Estádio de Manzanares, em Madrid, de hoje a quinze dias».

Fernando Vaz acrescentava a esta sua leitura daquilo o que foi o encontro que era de toda a justiça sublinhar o contributo de 99,9% de Mário Lino «neste memorável triunfo do Boavista sobre o poderoso Atlético de Madrid. Psicológica e tacticamente teve duas jogadas de mestre: na primeira, Mário Lino fez a sua equipa acreditar numa  verdade comezinha do futebol, que se prende com a forma dos jogadores; na segunda as alterações que introduziu na equipa: foram substituições que revelam competência e a máxima capacidade. O técnico axadrezado apostou forte e ganhou (...)».

Um lance do jogo
Na reta final da sua crónica, Fernando Vaz rematava dizendo que «o Boavista culminava a sua estupenda exibição com um resultado justo, merecido, que só pode surpreender quem não esteve no Estádio do Bessa. Pela nossa parte, confesso, poucas vezes tenho assistido ao triunfo de uma equipa portuguesa em provas europeias, que se revestisse de tão grande brilhantismo e significado. Um dos grandes do futebol de Espanha, recheado de vedetas, a abarrotar de talentos, pago principescamente sofrera completo, total, eclipso ante a audácia, a abnegação e o sentido colectivista de uma equipa portuguesa que ainda luta entre nós pela Europa. O Boavista está de parabéns!».

No que concerne ao filme dos golos, o primeiro da épica tarde surgiu por intermédio de  Vital, aos seis minutos, a concluir de cabeça um passe primoroso de Palhares. Aos 17 minutos a avalanche boavisteira voltou a fazer estragos na defesa colchonera, com Jorge Silva a fazer com um remate fulgurante de cabeça o 2-0 a passe do médio Aílton.

Após o descanso, aos 62 minutos, os espanhóis marcaram por intermédio de Pedro Parlo, a aproveitar um passe pouco preciso de Artur a Paulo César. Diamantino, aos 75 minutos, apontou, com um remate em arco, o terceiro tento do Boavista, e aos 79 minutos Palhares encerrou o marcador com um belo golo de cabeça, na sequência de um passe de Aílton.

Com esta vitória as panteras que evoluíram no relvado estavam mais próximas de agarrar os 15 contos de prémio que a direção axadrezada havia estipulado no início da temporada, caso o clube passasse a 1.ª eliminatória desta Taça UEFA 81/82, facto que se viria a confirmar 15 dias depois, quando em Madrid o Boavista perdeu por 1-3 e avançou para a ronda seguinte. 

Mário Lino
Após o apito final do árbitro inglês John Hunting o ambiente era naturalmente de euforia no balneário boavisteiro. Apesar de tudo, nas palavras de A Bola, Mário Lino era então um homem calmo, «apesar da retumbante vitória que a sua equipa acabava de conseguir, sobre uma das mais poderosas equipas do país vizinho». Ao jornal Mário Lino começaria por dizer: «O resultado acaba por ser a justificação de superioridade que o Boavista mostrou sobre o Atlético de Madrid. Sem dúvida que os espanhóis apresentaram uma equipa muito perigosa, com magníficos jogadores, bem preparados e que tratam muito bem a bola. Em minha opinião o Atlético de Madrid podia ter feito mais, isto para não dizer que os espanhóis tinham a obrigação de jogar melhor. Só que, o Boavista fez aquilo que todos nós vimos... E aproveito a oportunidade para, em nome dos jogadores do Boavista, dedicar a vitória a todos os jogadores e técnicos portugueses, porque,  realmente, foi uma jornada que honra, sobremaneira, o futebol português. Quanto ao resultado, sem dúvida que é bom, mas ainda nos falta jogar lá».

Também o capitão boavisteiro Artur prestou declarações à reportagem de A Bola, mostrava-se um pouco mordaz para com o técnico e alguns dirigentes do Atlético de Madrid pela forma como tinham abordado este encontro. «Penso que o Boavista se encontrou (o que não vinha a acontecer nestes últimos jogos), talvez devido às afirmações do treinador e de alguns dirigentes do Atlético de Madrid, que procuraram menosprezar o nosso valor. Não digo que com 4-1 a eliminatória esteja ganha, mas parece-me ser já uma vantagem confortável».

Dirceu
Por sua vez, na cabine dos espanhóis reinava a frustração e de acima de tudo a estupefação perante o resultado. O técnico Carriega disse então que «a equipa do Boavista não me surpreendeu, mas o resultado, esse sim. Reconhecendo embora o valor do Boavista, devo confessar que, normalmente, esta equipa não ganha ao Atlético de Madrid, por 4-1. Os portugueses jogaram muito em força, tiveram inclusive sorte em dois golos (ainda por cima, marcados de cabeça) e um árbitro muito, muito caseiro. Quanto à eliminatória, está bem de ver que tudo agora é muito difícil, mas nada ainda está perdido. Faltam ainda jogar noventa minutos e tudo pode acontecer. E, eu como sou optimista por natureza...»

Carriega não foi o único a dar algumas bicadas ao árbitro inglês, já que também o avançado argentino Ruben Cano afirmaria no final que «o árbitro teve multa influência no jogo, já que o seu trabalho foi francamente desastroso e prejudicial para a minha equipa». Mas nem tudo foram desculpas de mau perdedor, digamos assim, já que para o craque brasileiro Dirceu, a estrela maior daquele Atlético, «esta não é a verdadeira equipa do Atlético de Madrid. E o Boavista foi excepcional. Devo, porém, acrescentar que não se pode admitir no futebol de hoje, na Europa e na América, que dos quatro golos sofridos três tenham sido mascados de cabeça».

A ficha técnica deste épico encontro foi a seguinte:

Estádio do Bessa, no Porto.

Árbitro: John Hunting, auxiliado por John Deaki e por Ray Dallister.   

Boavista: Matos; Queiró, Paulo César, Artur e Cacheira; Manuel Barbosa, Eliseu e  Aílton; Jorge Silva, Vital e Palhares. Suplentes: Nunes, Adão, António Barbosa, Coelho e Diamantino. Treinador: Mário Lino.

Substituições: Aos 68 minutos Diamantino rendeu Vital; aos 72 minutos Manuel Barbosa sai substituído por António Barbosa.

Ação disciplinar: Aos 43 minutos Paulo César foi punido com cartão amarelo por jogo perigoso.

Atlético de Madrid: Navarro; Sierra, Arteche, Balbino e Júlio Alberto; Ruiz, Marcos e Quique; Ruben Cano, Dirceu e Pedro Pablo. Suplentes: Aquinava, Juanito, Mingues, Hugo Sanchez e Rubio. Treinador: Luis Carriega.

Substituições: Aos 76 minutos Hugo Sanchez rendeu Ruben Cano.

Ação disciplinar: Aos 55 minutos Balbino foi punido com o amarelo por jogo perigoso, a aos 77 minutos Júlio Alberto sofreu idêntico castigo.  

ENTREVISTA COM COELHO

«Depois desse jogo já começaram a ter mais respeito pelo Boavista e... pelas camisolas esquisitas»

Coelho
Ele foi um dos convocados para este primeiro confronto com o Atlético de Madrid na 1.ª ronda da Taça UEFA de 81/82. Porém, ficou no banco dos suplentes e acabou por ter tido o privilégio de assistir de camarote, como se diz na gíria, ou  nesta caso, do banco, à fantástica exibição dos seus colegas. Com ele trocámos algumas palavras, no sentido de nos recordar este que foi um dos jogos europeus mais marcantes da vida do Boavista. Coelho é o seu nome, um avançado que então contava com 20 anos e vivia a sua primeira época com a camisola axadrezada, vindo do FC Porto. Coelho (de seu nome completo José da Silva Coelho) não esteve nessa tarde no relvado do Bessa, mas participou no encontro da segunda mão desta eliminatória, em Madrid, que apesar de ter terminado com uma derrota por 1-3 não impediu o Boavista de seguir em frente na prova.

Museu Virtual do Futebol (MVF): O Atlético era um dos grandes gigantes do futebol espanhol de então e nesse sentido como é que o grupo/plantel reagiu quando soube que ia defrontar o colosso madrileno aquando do sorteio das provas europeias?

Coelho (C): Aquando do sorteio claro que ficámos um pouco apreensivos, já que o Atlético de Madrid era, e é, um colosso do futebol Mundial. Mas reagimos com muita naturalidade e com muita calma.

MVF: Nos dias que antecederam o encontro do Bessa, como é que o Mário Lino trabalhou a vossa mente no sentido de contrariar o teórico favoritismo dos espanhóis?

C: Claro que na semana que antecedeu o jogo a vontade de jogar era muita, mas nesses jogos a motivação já é muito grande por natureza, o treinador  só teve que treinar o aspeto tático.

Hugo Sanchez
MVF: Qual eram os jogadores, ou jogador, que mais temiam do adversário, ou na mesma linha de pensamento qual, ou quais, os que mais admiravam?

C: O Atlético já nessa altura era dos melhores de Espanha e da Europa e valia pelo seu todo, mas eu admirava muito o Hugo Sanchez.

MVF: Não participou do jogo mas viu do banco a uma exibição épica dos seus colegas. Conte-nos como viveu o encontro e como o viu?

C: Sabe que nestes jogos todos queremos dar nosso contributo, nesta eliminatória eu em casa não joguei, mas no banco sofre-se mais. Mas foi espetacular ganhar esse jogo, que foi uma excelente exibição de toda a equipa do Boavistão.

MVF: Como é que se sentiu em não poder dar o contributo à equipa numa jogo tão importante e mediático como aquele?

C: Normal. A equipa esteve excelente e todos deram o seu melhor e não foi por não querer jogar, mas por opção do mister que eu sempre respeitei.

MVF: O ambiente no Bessa nessa tarde também foi fantástico...

C: Recordo que o velhinho Estádio do Bessa estava a arrebentar pelas costuras e era excelente jogar ali, já que os sócios ficavam quase em cima do retângulo de jogo e sempre a puxar pela equipa.

MVF: Como é que o grupo viveu esta vitória não só no pós jogo como nos dias seguintes?

C: Celebrámos como é normal nas vitórias, e esta então foi diferente porque ganhámos a quem nos apelidou como a equipa das "camisolas esquisitas", mas sabíamos que ainda tínhamos a segunda mão e que não seria fácil, e que no sábado seguinte já tínhamos outro jogo e que depois da euforia tínhamos que colocar os pés no chão e continuar a nossa caminhada.

MVF: Depois desta retumbante vitória por 4-1 sentiram que a eliminatória estava resolvida ou ainda haviam de sofrer no jogo da segunda mão?

C: Como já referi atrás sabíamos e nada estava definido , e passámos um mau bocado em Madrid.

MVF: Na 2.ª mão já deu o contributo à equipa (nota: entrou na segunda parte), do que se lembra do jogo de Madrid?

C: Lembro que foi muito difícil, num minuto estávamos dentro da eliminatória, como no momento seguinte estávamos fora. Foi muito complicado e o Atlético fez um grande jogo ao nível da 1.ª mão do Boavistão.

MVF: Na sua opinião, acha que foi com a eliminação do Atlético de Madrid que nasceu o célebre Boavistão europeu?

C: Acredito que depois desse jogo o Boavista foi visto com outros olhos sim, já começaram a ter mais respeito pelo Boavista e... pelas camisolas esquisitas.

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