terça-feira, maio 18, 2021

Grandes Mestres do Jornalismo Desportivo (18)... Vítor Santos

Contam-se pelos dedos de uma só mão os jornalistas desportivos que graças ao seu talento e profissionalismo contribuíram para que os órgãos de comunicação social cuja camisola envergaram se tornassem referências tanto a nível nacional como internacional. Um desses exemplos é Vítor Santos, um dos maiores jornalistas de sempre da imprensa desportiva nacional e um ícone do seu jornal de sempre, A Bola.

Nascido a 31 de maio de 1923, na freguesia de Triana (Alenquer), Vítor Gonçalves dos Santos fez todo o seu percurso profissional no jornal da Travessa da Queimada, para onde entrou em 1950 como colaborador.

Embora não tivesse feito parte dos fundadores de A Bola, ele foi um dos grande impulsionadores para o prestígio do jornal. Reza a história que a entrada para este jornal se deu a 1 de novembro de 1950 e que o seu primeiro trabalho terá sido a crónica de um Benfica - Oriental. Quatro anos depois passa a redator, facto que faz com que abandone o 3.º ano da licenciatura no Instituto Superior de Agronomia.

Cândido de Oliveira, figura maior de A Bola naqueles dias, cedo percebe as qualidades de Vítor Santos, convidando-o a assumir o cargo de chefe de redação. Sob a batuta do jornalista de Alenquer o jornal vive alguns dos seus melhores anos de vida, tornando-se uma referência na imprensa desportiva nacional e internacional.

Vítor Santos fundou ainda juntamente com outros vultos do jornalismo desportivo português, como Alves dos Santos, Artur Agostinho, Mário Zambujal, Fernando Soromenho, Manuel Mota, Vítor Sérgio, Mário Cília, Vasco Resende, Carlos Pinhão, e, Aurélio Márcio, em 1966, o CNID – Clube Nacional de Imprensa Desportiva, que institui um prémio com o seu nome para distinguir uma jovem promessa da imprensa escrita desportiva. A mestria e profissionalismo de Vítor Santos valeram-lhe inúmeras distinções ao longo de uma carreira desenrolada somente ao serviço da sua amada A Bola. Entre os muitos prémios que recebeu destacam-se o facto de em 1886 ter sido distinguido pelo Presidente da República com a Medalha de Mérito Desportivo e em 1990 com a Comenda da Ordem do Infante. Foi ainda distinguido pela FIFA com a Bola de Ouro, troféu cultural que distingue os principais nomes do jornalismo.

Viria a falecer a 21 de dezembro de 1990 e dele outro vulto do jornalismo desportivo português, Alfredo Farinha, disse um belo dia: "Vítor Santos está para A Bola como São Pedro está para a Igreja Católica". Palavras para quê?

O nome de Vítor Santos faz parte da toponímia de: Lisboa (Freguesia de Carnide, ex- Rua B da Urbanização da Horta Nova); Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Seria ainda homenageado pela sua terra natal, que a 30 de junho de 1995 descerrava a placa do Complexo Municipal de Piscinas Vítor Santos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário