domingo, junho 26, 2011
sábado, junho 25, 2011
Flashes do Dinamarca 2011/Europeu de Sub-21 (15)...
Flashes do Dinamarca 2011/Europeu de Sub-21 (14)...
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segunda-feira, junho 20, 2011
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quinta-feira, junho 16, 2011
quarta-feira, junho 15, 2011
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terça-feira, junho 14, 2011
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segunda-feira, junho 13, 2011
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sexta-feira, junho 10, 2011
Histórias do Futebol em Portugal (2): A estreia "desnorteada" da Selecção Nacional
Foi sob o signo do puro amadorismo e – de algum – desconhecimento global do jogo que a Selecção Nacional fez o seu baptismo na alta roda do futebol internacional. Uma efeméride ocorrida há mais de 90 anos (!) no longínquo 18 de Dezembro de 1921. Nesse histórico dia um grupo de notáveis atletas e timoneiros na implantação do belo jogo no nosso país defendeu pela primeira vez o “emblema” das quinas num “match” internacional, tendo como madrinha desse baptismo a vizinha e poderosa Espanha.
Madrid e o estádio do Atlethic de Madrid – assim se chama o actual Atlético madrileno por ter sido fundado por bascos – testemunharam esse momento histórico do futebol luso. E tal como em outros tantos episódios da vida da nossa selecção também aquele Espanha – Portugal seria envolvido em polémica e quezílias desde o primeiro instante. A marcar a gigante onda de descontentamento a “política” da convocatória. Um dos maiores ases do pontapé da bola da altura, o belenense Artur José Pereira, recusou representar a nossa equipa pelo facto do seu irmão Francisco Pereira e o seu companheiro de equipa Alberto Rio não terem sido chamados.
Mas a polémica maior deu-se entre as cidades do Porto e de Lisboa. A começar pela recolha de fundos que a União Portuguesa de Futebol (organismo antecessor da actual Federação Portuguesa de Futebol) quis implementar com a disputa de um “match” entre as selecções das duas maiores cidades do país com o intuito de custear a viagem do combinado nacional a Madrid. A Associação de Futebol do Porto recusou desde logo esse jogo de angariação de fundos pois sabia de antemão que a Selecção Nacional iria ser composta por jogadores de Lisboa! E não andaria muito longe da verdade…
Portuenses que foram mais longe ao ameaçar o organismo máximo do futebol português que não permitiriam que nenhum jogador seu filiado participasse nesta estreia internacional de Portugal. Houve contudo um jogador que não acatou a ordem da entidade portuense, tendo viajado para a capital do país à revelia dos dirigentes nortenhos para se juntar à selecção nacional… que para os portuenses não era mais do que uma selecção de Lisboa! Artur Augusto era o nome do “desertor”, um homem que apesar de defender as cores do FC Porto era natural de Lisboa (!)
Ainda atiçados pela “guerra Norte-Sul” que se instalara em torno da estreia portuguesa além fronteiras os jornais do Porto lançavam provocações e lamentos sobre os seus “amigos” do sul. A revista Sporting, por exemplo, escrevia: «É para lamentar e até encher-se de pesar a alma de todos aqueles que amam o desporto e a sua terra, torrão abençoado e digno de melhor sorte, levado pela ambição, pela vaidade de meia dúzia de criaturas onde morreu o sentimento da mais elementar dignidade, a fazer-se representar em terras estranhas, fora do solo que amamos, por elementos cujos nomes foram escolhidos por simpatia, demonstrando à evidência um desconhecimento profundo de patriotismo, ligado ao maior desprezo pela causa pela qual tanto trabalhos…»
Quezílias à parte Portugal lá partiu para Madrid com um grupo de homens a quem muito o futebol nacional deve o ser. Nomes míticos como Ribeiro dos Reis, Jorge Vieira, ou o grande mestre Cândido de Oliveira fizeram parte desta primeira grande aventura. Nomes que mesmo estando possuídos de uma alegria e vontade desmedidas em levar futebolisticamente o nome de Portugal bem longe – e haveriam de consegui-lo com o passar dos anos – não foram capazes de impedir uma derrota na estreia no palco internacional deste desporto que ia já enlouquecendo multidões um pouco por todo o Mundo.
3-1 a favor da poderosa Espanha num campo pelado, duro e muitíssimo estreito (queixaram-se os portugueses) foi o resultado final deste baptismo internacional para as nossas cores. Curiosidade do acaso foi o facto do golo luso ter sido apontado pelo irmão do único jogador que não pertencia a Lisboa (!)… esse mesmo, Artur Augusto, cabendo a Alberto Augusto a honra de apontar o primeiro golo da história da Selecção Nacional, na sequência de uma grande penalidade, batedno o mítico guarda-redes espanhol “Don” Ricardo Zamora.
No Porto a derrota seria recebida com ironia… «a ansiedade dos desportistas portuenses em conhecer o resultado do desafio de Madrid foi satisfeita pelas 6 horas da tarde quando os nossos placards noticiaram que a Espanha tinha vencido o onze de Lisboa por 3-1. O resultado bastante honroso que o telégrafo nos anunciava era de molde a entusiasmar pessimistas e optimistas…»
Nota: Na fotografia o histórico “onze” que defrontou a Espanha nesse eterno dia 18 de Dezembro de 1921
Madrid e o estádio do Atlethic de Madrid – assim se chama o actual Atlético madrileno por ter sido fundado por bascos – testemunharam esse momento histórico do futebol luso. E tal como em outros tantos episódios da vida da nossa selecção também aquele Espanha – Portugal seria envolvido em polémica e quezílias desde o primeiro instante. A marcar a gigante onda de descontentamento a “política” da convocatória. Um dos maiores ases do pontapé da bola da altura, o belenense Artur José Pereira, recusou representar a nossa equipa pelo facto do seu irmão Francisco Pereira e o seu companheiro de equipa Alberto Rio não terem sido chamados.
Mas a polémica maior deu-se entre as cidades do Porto e de Lisboa. A começar pela recolha de fundos que a União Portuguesa de Futebol (organismo antecessor da actual Federação Portuguesa de Futebol) quis implementar com a disputa de um “match” entre as selecções das duas maiores cidades do país com o intuito de custear a viagem do combinado nacional a Madrid. A Associação de Futebol do Porto recusou desde logo esse jogo de angariação de fundos pois sabia de antemão que a Selecção Nacional iria ser composta por jogadores de Lisboa! E não andaria muito longe da verdade…
Portuenses que foram mais longe ao ameaçar o organismo máximo do futebol português que não permitiriam que nenhum jogador seu filiado participasse nesta estreia internacional de Portugal. Houve contudo um jogador que não acatou a ordem da entidade portuense, tendo viajado para a capital do país à revelia dos dirigentes nortenhos para se juntar à selecção nacional… que para os portuenses não era mais do que uma selecção de Lisboa! Artur Augusto era o nome do “desertor”, um homem que apesar de defender as cores do FC Porto era natural de Lisboa (!)
Ainda atiçados pela “guerra Norte-Sul” que se instalara em torno da estreia portuguesa além fronteiras os jornais do Porto lançavam provocações e lamentos sobre os seus “amigos” do sul. A revista Sporting, por exemplo, escrevia: «É para lamentar e até encher-se de pesar a alma de todos aqueles que amam o desporto e a sua terra, torrão abençoado e digno de melhor sorte, levado pela ambição, pela vaidade de meia dúzia de criaturas onde morreu o sentimento da mais elementar dignidade, a fazer-se representar em terras estranhas, fora do solo que amamos, por elementos cujos nomes foram escolhidos por simpatia, demonstrando à evidência um desconhecimento profundo de patriotismo, ligado ao maior desprezo pela causa pela qual tanto trabalhos…»
Quezílias à parte Portugal lá partiu para Madrid com um grupo de homens a quem muito o futebol nacional deve o ser. Nomes míticos como Ribeiro dos Reis, Jorge Vieira, ou o grande mestre Cândido de Oliveira fizeram parte desta primeira grande aventura. Nomes que mesmo estando possuídos de uma alegria e vontade desmedidas em levar futebolisticamente o nome de Portugal bem longe – e haveriam de consegui-lo com o passar dos anos – não foram capazes de impedir uma derrota na estreia no palco internacional deste desporto que ia já enlouquecendo multidões um pouco por todo o Mundo.
3-1 a favor da poderosa Espanha num campo pelado, duro e muitíssimo estreito (queixaram-se os portugueses) foi o resultado final deste baptismo internacional para as nossas cores. Curiosidade do acaso foi o facto do golo luso ter sido apontado pelo irmão do único jogador que não pertencia a Lisboa (!)… esse mesmo, Artur Augusto, cabendo a Alberto Augusto a honra de apontar o primeiro golo da história da Selecção Nacional, na sequência de uma grande penalidade, batedno o mítico guarda-redes espanhol “Don” Ricardo Zamora.
No Porto a derrota seria recebida com ironia… «a ansiedade dos desportistas portuenses em conhecer o resultado do desafio de Madrid foi satisfeita pelas 6 horas da tarde quando os nossos placards noticiaram que a Espanha tinha vencido o onze de Lisboa por 3-1. O resultado bastante honroso que o telégrafo nos anunciava era de molde a entusiasmar pessimistas e optimistas…»
Nota: Na fotografia o histórico “onze” que defrontou a Espanha nesse eterno dia 18 de Dezembro de 1921
sexta-feira, junho 03, 2011
Efemérides do Futebol (9)...
A primeira grande tragédia do planeta do futebol
Nem só de inolvidáveis momentos de glória e magia se escreveu a longínqua e rica história do futebol. Momentos houve em que a festa do “desporto rei” foi manchada com sangue e lágrimas dando assim origem a um capítulo mais negro da sua história.O capítulo das grandes tragédias, o qual a Máquina do Tempo irá hoje visitar recordando aquele que foi o primeiro grande desastre ocorrido num estádio de futebol. Uma triste efeméride passada muito antes das tragédias de Heysel Park (1985) e de Hillsborough (1989) – só para citar as mais “famosas” -, mais concretamente no ano de 1902, quando a 5 de Abril o Ibrox Stadium de Glasgow era palco de um empolgante derby entre a selecção local, a Escócia, e a sua eterna inimiga Inglaterra a contar para o Campeonato Britânico (uma espécie de Campeonato da Europa jogado apenas entre as selecções das ilhas britânicas).Nesse dia o recinto do Glasgow Rangers engalanou-se para receber 68 mil pessoas. Estava cheio como um ovo! O estádio havia sido recentemente ampliado com a construção de uma bancada nova com capacidade para 20 mil espectadores, uma infraestrutura de madeira e ferro com mais de 75 metros de altura que curiosamente era inaugurada nesse preciso dia.A chama ferverosa dos adeptos fazia-se sentir a cada toque de bola dos jogadores de ambos os lados, até que subitamente aos 51 minutos a nova bancada cedeu! Centenas de pessoas foram engolidas pelo alçapão que se formou. 25 morreram e mais de 500 ficaram feridas. A festa do futebol dava lugar a um cenário dantesco com os feridos a serem socorridos e os mortos dali retirados (conforme pode ser visto na gravura que faz o retrato da tragédia).Depois de meia hora de terror o jogo foi retomado, e apenas o foi por uma questão de segurança, para evitar que o pânico subisse de tom entre os restantes espectadores e dessa forma tentassem sair do estádio em massa pondo em perigo não só as suas vidas como também atrapalhando a acção daqueles que faziam o trabalho de resgate.1-1 foi o resultado final deste confronto... talvez o facto mais insignificante daquela trágica tarde.
Nem só de inolvidáveis momentos de glória e magia se escreveu a longínqua e rica história do futebol. Momentos houve em que a festa do “desporto rei” foi manchada com sangue e lágrimas dando assim origem a um capítulo mais negro da sua história.O capítulo das grandes tragédias, o qual a Máquina do Tempo irá hoje visitar recordando aquele que foi o primeiro grande desastre ocorrido num estádio de futebol. Uma triste efeméride passada muito antes das tragédias de Heysel Park (1985) e de Hillsborough (1989) – só para citar as mais “famosas” -, mais concretamente no ano de 1902, quando a 5 de Abril o Ibrox Stadium de Glasgow era palco de um empolgante derby entre a selecção local, a Escócia, e a sua eterna inimiga Inglaterra a contar para o Campeonato Britânico (uma espécie de Campeonato da Europa jogado apenas entre as selecções das ilhas britânicas).Nesse dia o recinto do Glasgow Rangers engalanou-se para receber 68 mil pessoas. Estava cheio como um ovo! O estádio havia sido recentemente ampliado com a construção de uma bancada nova com capacidade para 20 mil espectadores, uma infraestrutura de madeira e ferro com mais de 75 metros de altura que curiosamente era inaugurada nesse preciso dia.A chama ferverosa dos adeptos fazia-se sentir a cada toque de bola dos jogadores de ambos os lados, até que subitamente aos 51 minutos a nova bancada cedeu! Centenas de pessoas foram engolidas pelo alçapão que se formou. 25 morreram e mais de 500 ficaram feridas. A festa do futebol dava lugar a um cenário dantesco com os feridos a serem socorridos e os mortos dali retirados (conforme pode ser visto na gravura que faz o retrato da tragédia).Depois de meia hora de terror o jogo foi retomado, e apenas o foi por uma questão de segurança, para evitar que o pânico subisse de tom entre os restantes espectadores e dessa forma tentassem sair do estádio em massa pondo em perigo não só as suas vidas como também atrapalhando a acção daqueles que faziam o trabalho de resgate.1-1 foi o resultado final deste confronto... talvez o facto mais insignificante daquela trágica tarde.