O espaço que outrora foi uma das mais emblemáticas catedrais do futebol português não passa hoje de um triste fantasma que vagueia perdido na estrada do tempo. No seu palco inolvidáveis momentos futebolísticos tiveram lugar, extraídos de épicos confrontos interpretados por algumas das maiores lendas do “desporto rei” lusitano... desde o imortal Pepe, passando pelo “mestre” Pedroto, e terminando no mago Matateu, entre muitos, muitos outros que aqui viveram tardes de glória.
A “máquina do tempo” transporta-nos hoje para a época dourada do Campo das Salésias (Lisboa), um recinto que pode ser hoje recordado como um dos grandes elementos dinamizadores do futebol em Portugal.
Edificado numa época em que a modalidade dava ainda os primeiros passos em terras lisboetas – tal como aliás no resto do país –, e onde como tal eram raros os campos para a sua prática – os melhores terrenos eram o Campo da Companhia do Cabo Submarino, em Carcavelos, e o Campo Pequeno – o Campo das Salésias foi erguido na zona de Belém, tendo sido inaugurado em 1928 para servir de casa ao Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Ali os azuis-e-brancos de Lisboa viveram muitos dos capítulos mais belos da sua história, primeiro sob a batuta de Pepe e mais tarde por intermédio do mágico Matateu. Mas nem só o Belenenses ali pintou magníficos quadros futebolísticos, a própria selecção nacional também ali evoluiu em várias ocasiões.
Em pouco tempo as Salésias passaram a ser a par do Estádio do Lima (do qual aqui já falámos noutra ocasião), no Porto, a sala de visitas do futebol lusitano.
Assim sendo não seria de estranhar que o seu relvado – um dos primeiros a ser plantado em campos de futebol portugueses – fosse escolhido para ser palco da primeira final da Taça de Portugal na temporada de 1938/39 na qual a Académica de Coimbra escreveu a página mais brilhante da sua história, após ter derrotado o Benfica por 4-3. Taça de Portugal que conheceu nas Salésias mais quatro finais para além da edição inaugural, mais concretamente a de 1940/41 , 1942/43 , 1943/44 e 1944/45.
Perderia fulgor com a inauguração do Estádio Nacional (em 1944), recinto este que passou então a ter o papel exclusivo de grande sala de visitas do futebol em Portugal.
O declínio das Salésias começava aqui... mas o pior estava para vir. Em 1946 a Câmara de Lisboa dá ordem de despejo ao Belenenses com a intenção de ali construir uma urbanização. Diz-se também que a expulsão do clube da Cruz de Cristo da sua mítica casa se ficou a dever à ideia de Duarte Pacheco – Ministro das Obras Pública do Governo de Salazar – em fazer ali uma estrada. O que é certo é que os anos foram passando e nem sinal de estradas nem de urbanizações! O Campo das Salésias foi completamente esquecido e abandonado. O emblemático relvado que outrora serviu de tapete para tantos e tantos artistas da bola encantarem multidões deu lugar a uma lixeira nauseabunda. Quem hoje por ali passa tem dificuldades em imaginar que aquele terreno baldio foi uma das mais visitadas salas de bailado futebolístico da nação lusitana. De vez em quando vislumbram-se crianças com uma bola nos pés que ali imaginam estar a encantar multidões num Wembley, num Camp Nou, ou num Estádio da Luz... sem no entanto sequer sonharem que nas agora fantasmagóricas balizas (ainda) ali existentes lendas como Pepe ou Matateu fizeram as delícias de multidões com golos do “outro Mundo”.
Legenda das fotografias:
1- O passado...
2- ... e o presente do Campo das Salésias
A “máquina do tempo” transporta-nos hoje para a época dourada do Campo das Salésias (Lisboa), um recinto que pode ser hoje recordado como um dos grandes elementos dinamizadores do futebol em Portugal.
Edificado numa época em que a modalidade dava ainda os primeiros passos em terras lisboetas – tal como aliás no resto do país –, e onde como tal eram raros os campos para a sua prática – os melhores terrenos eram o Campo da Companhia do Cabo Submarino, em Carcavelos, e o Campo Pequeno – o Campo das Salésias foi erguido na zona de Belém, tendo sido inaugurado em 1928 para servir de casa ao Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Ali os azuis-e-brancos de Lisboa viveram muitos dos capítulos mais belos da sua história, primeiro sob a batuta de Pepe e mais tarde por intermédio do mágico Matateu. Mas nem só o Belenenses ali pintou magníficos quadros futebolísticos, a própria selecção nacional também ali evoluiu em várias ocasiões.
Em pouco tempo as Salésias passaram a ser a par do Estádio do Lima (do qual aqui já falámos noutra ocasião), no Porto, a sala de visitas do futebol lusitano.
Assim sendo não seria de estranhar que o seu relvado – um dos primeiros a ser plantado em campos de futebol portugueses – fosse escolhido para ser palco da primeira final da Taça de Portugal na temporada de 1938/39 na qual a Académica de Coimbra escreveu a página mais brilhante da sua história, após ter derrotado o Benfica por 4-3. Taça de Portugal que conheceu nas Salésias mais quatro finais para além da edição inaugural, mais concretamente a de 1940/41 , 1942/43 , 1943/44 e 1944/45.
Perderia fulgor com a inauguração do Estádio Nacional (em 1944), recinto este que passou então a ter o papel exclusivo de grande sala de visitas do futebol em Portugal.
O declínio das Salésias começava aqui... mas o pior estava para vir. Em 1946 a Câmara de Lisboa dá ordem de despejo ao Belenenses com a intenção de ali construir uma urbanização. Diz-se também que a expulsão do clube da Cruz de Cristo da sua mítica casa se ficou a dever à ideia de Duarte Pacheco – Ministro das Obras Pública do Governo de Salazar – em fazer ali uma estrada. O que é certo é que os anos foram passando e nem sinal de estradas nem de urbanizações! O Campo das Salésias foi completamente esquecido e abandonado. O emblemático relvado que outrora serviu de tapete para tantos e tantos artistas da bola encantarem multidões deu lugar a uma lixeira nauseabunda. Quem hoje por ali passa tem dificuldades em imaginar que aquele terreno baldio foi uma das mais visitadas salas de bailado futebolístico da nação lusitana. De vez em quando vislumbram-se crianças com uma bola nos pés que ali imaginam estar a encantar multidões num Wembley, num Camp Nou, ou num Estádio da Luz... sem no entanto sequer sonharem que nas agora fantasmagóricas balizas (ainda) ali existentes lendas como Pepe ou Matateu fizeram as delícias de multidões com golos do “outro Mundo”.
Legenda das fotografias:
1- O passado...
2- ... e o presente do Campo das Salésias
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