segunda-feira, setembro 18, 2006

Estrelas cintilantes (3)... Saeed Owairan

Senhores visitantes, uma vez que estamos na secção destinada às “estrelas cintilantes” do futebol mundial vamos aproveitar o “balanço” e continuar por aqui para fazer uma breve visita a outro “imortal” da bola. Certamente que, para muitos dos ilustres visitantes do Museu, este nome não diz absolutamente nada. Perguntarão: «Mas quem foi?», «Onde jogou, o que fez para merecer tal distinção?», pois bem, sosseguem, eu passo a contar de uma forma breve a história deste bravo “filho do deserto”.
Saeed Owairan nasceu a 19 de Agosto de 1967 na Arábia Saudita e desde cedo deu provas de que poderia tornar-se num grande artista da bola. E assim foi. Pena foi que o Mundo Ocidental raras vezes tivesse o privilégio de ver este homem com a bola nos pés. Daí, talvez, ser ainda hoje um ilustre desconhecido para os amantes do futebol ocidental. Saeed desenvolveu toda a sua carreira futebolística no seu país, numa época em que os grandes clubes europeus ainda estavam pouco virados para o mercado asiático.
Mas vamos ao que interessa, vamos ao grande momento que este homem viveu enquanto artista da bola, ou melhor, ao grande momento que ele proporcionou aos adeptos do futebol. Estavámos em 1994, mais concretamente no Mundial de Futebol que nesse ano teve lugar nos Estados Unidos da América. Saeed Owairan era um dos 23 jogadores que integravam a estreante – em Mundiais - selecção da Arábia Saudita, equipa que se viria a tornar numa das grandes revelações da prova.
Mas o grande momento de Saeed ocorreu no Estádio RFK, em Washington, onde se jogava a última partida do grupo E entre a Arábia Saudita e a Bélgica. O relógio batia 5 minutos de jogo e a bola chega aos pés de Saeed, que estava posicionado ainda bem dentro do seu meio-campo. E eis que com a “redondinha” nos pés Saeed resolve sair a jogar – ainda muito longe da baliza belga à guarda de Preud'Homme - com uma rapidez espantosa. Tira do caminho uma autêntica “floresta” de belgas, com uma série de dribles espantosos, deliciosos, que só param à entrada da pequena área belga, altura em que Saeed disfere o golpe final, o golo, o golo que seria justamente considerado como o mais belo, o mais inacreditável – se assim o quiserem definir – daquele Mundial.
Desde logo o tento de Owairan foi comparado ao de Maradona no México 1986 diante da Inglaterra, em que o astro argentino finta mais de meia equipa inglesa desde o seu meio-campo e fez aquele que muitos consideram como o melhor golo de sempre de um Campeonato do Mundo. O melhor até ao de Saeed Owairan surgir, que quanto a nós não é em nada inferior ao de Diego Maradona, muito pelo contrário.
Anos mais tarde após o EUA 1994 a FIFA elegeu o golo de Saeed como o sexto melhor de sempre da história dos Mundiais. Injusto, na nossa opinião, pois se fosse um jogador italiano, francês, brasileiro, ou inglês a marca-lo a FIFA não teria problemas em considerar este golo tão bom como o de Maradona. Enfim. Como aqui no Museu não toleramos injustiças, classificamos o golaço de Owairan, a par do de Maradona, como o melhor de sempre num Mundial.
Owairan jogou por 50 vezes com a camisola da Arábia Saudita e apontou 24 golos. Nos EUA 1994 alinhou nos quatro jogos da sua equipa, diante da Holanda (1-2), de Marrocos (2-1),da Bélgica (1-0) e da Suécia (1-3), último jogo este referente aos oitavos-de-final da prova, e que ditou o afastamento da surpreendente Arábia Saudita do Mundial. Jogaria ainda quatro anos mais tarde no Mundial de 1998, realizado em França, tendo aí efectuado dois encontros, ante a Dinamarca (0-1) e a França (0-4). Saeed jogou toda a sua carreira no Al Shabab, clube da cidade de Riyadh.
Nas duas primeiras imagens vê-se o jogo que tornou célebre Owairan, precisamente o ocorrido diante da Bélgica em 1994. Na última imagem o encontro diante da França no Mundial de 1998.

Vídeo: O GOLO QUE IMORTALIZOU SAEED OWAIRAN

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