terça-feira, junho 28, 2016

Flashes do Euro 2016/França (44)...

Oitavos-de-final

Inglaterra - Islândia: 1-2

Golos: Rooney / R. Sigurdsson, Sigthórsson

Num espaço de uma semana ingleses abandonam a Europa, mas desta feita com contornos de escândalo às mãos da pequena grande Islândia...

Flashes do Euro 2016/França (43)...

Oitavos-de-final

Itália - Espanha: 2-0

Golos: Chiellini, Pellè

Squadra Azzurra parece ter colocado um ponto final na Era gloriosa da Roja...

segunda-feira, junho 27, 2016

Flashes do Euro 2016/França (42)...

Oitavos-de-final

Hungria - Bélgica: 0-4

Golos: Alderweireld, Batshuayi, Hazard, Ferreira-Carrasco

Diabos vermelhos à solta em noite de vendaval que varreu com surpreendentes húngaros do Europeu...


Flashes do Euro 2016/França (41)...

Oitavos-de-final

Alemanha - Eslováquia: 3-0

Golos: Boateng, Gomez, Draxler

Passeio germânico rumo aos quartos-de-final...


Flashes do Euro 2016/França (40)...

Oitavos-de-final

França - República da Irlanda: 2-1

Golos: Griezmann (2) / Brady

Irlandeses ainda assustaram mas Griezmann tratou de sossegar a nação anfitriã...

Flashes do Euro 2016/França (39)...

Oitavos-de-final

Croácia - Portugal: 0-1 (após prolongamento)

Golo: Quaresma

Harry Potter (Quaresma) tirou um coelho da cartola quando os penaltis pareciam ser a solução para desempatar um jogo demasiado tático e pouco objetivo...

Flashes do Euro 2016/França (38)...

Oitavos-de-final

País de Gales - Irlanda do Norte: 1-0

Golo: McAuley (a.g.)

Euro 2016 marcado por dérbis britânicos sem beleza futebolística. Este foi mais um, onde um lance infeliz de McAuley trouxe a felicidade às hostes galesas...

Flashes do Euro 2016/França (37)...

Oitavos-de-final

Suíça - Polónia: 1-1 (4-5 nas grandes penalidades)

Golos: Shaqiri / Blaszczykowski

Inspiração de Shaqiri não chegou para vencer a lotaria (das grandes penalidades)...

quinta-feira, junho 23, 2016

Flashes do Euro 2016/França (36)...

Grupo F / 3ª Jornada

Islândia - Áustria: 2-1

Golos: Bodvarsson, Traustason / Schopf

Icemans continuam a viver o sonho das suas vidas...

Flashes do Euro 2016/França (35)...

Grupo F / 3ª Jornada

Portugal - Hungria: 3-3

Golos: Cristiano Ronaldo (2), Nani / Dzsudzsak (2), Gera

Cristiano Ronaldo surgiu (por fim) no Euro e logo num jogo de loucos!...

Flashes do Euro 2016/França (34)...

Grupo E / 3ª Jornada

Suécia - Bélgica: 0-1

Golo: Nainggolan

Triste adeus de um génio (Zlatan Ibrahimovic) ao palco internacional do Planeta da Bola...

Flashes do Euro 2016/França (33)...

Grupo E / 3ª Jornada

Itália - República da Irlanda: 0-1

Golo: Brady

Robert Brady alcança a imortalidade após derrubar a muralha italiana num dos mais belos capítulos da história do futebol irlandês...

quarta-feira, junho 22, 2016

Flashes do Euro 2016/França (32)...

Grupo D / 3ª Jornada

Croácia - Espanha: 2-1

Golos: Kalinic, Perisic / Morata

Campeões em título adormeceram em serviço e croatas aproveitaram para conquistar o lugar mais alto do grupo...

Flashes do Euro 2016/França (31)...

Grupo D / 3ª Jornada

República Checa - Turquia: 0-2

Golos: Yilmaz, Tufan

Turcos ressuscitam ao cair do pano e enviam checos para casa mais cedo...

Flashes do Euro 2016/França (30)...

Grupo C / 3ª Jornada

Alemanha - Irlanda do Norte: 1-0

Golo: Gomez

Nunca uma derrota foi tão festejada pelos estreantes norte-irlandeses que contra todas as expectativas avançam para os oitavos-de-final como um dos melhores terceiros colocados...

Flashes do Euro 2016/França (29)...

Grupo C / 3ª Jornada

Ucrânia - Polónia: 0-1

Golo: Blaszczykowski
  
Polacos acabam com a ténue esperança ucraniana numa passagem à fase seguinte e confirmam ser a sombra da Alemanha neste grupo...

terça-feira, junho 21, 2016

Flashes do Euro 2016/França (28)...

Grupo B / 3ª Jornada

Eslováquia - Inglaterra: 0-0

Nulo coloca eslovacos com um pé na fase seguinte e atira britânicos para um embaraçoso segundo posto...

Flashes do Euro 2016/França (27)...

Grupo B / 3ª Jornada

Rússia - País de Gales: 0-3

Golos: Ramsey, N. Taylor, Bale

Dragões de Gales voltam a mostrar o porquê de serem a grande (e boa) surpresa deste Europeu...

segunda-feira, junho 20, 2016

Flashes do Euro 2016/França (26)...

Grupo A / 3ª Jornada

Albânia - Roménia: 1-0

Golo: Sadiku

Momento histórico para o futebol albanês dita o adeus romeno ao Euro...

Flashes do Euro 2016/França (25)...

Grupo A / 3ª Jornada

França - Suíça: 0-0

Nunca um 0-0 rasgou tantos sorrisos de felicidade entre dois adversários...

Flashes do Euro 2016/França (24)...

Grupo F / 2ª Jornada

Islândia - Hungria: 1-1

Golos: Sigurdsson / Saevarsson (a.g.)

Igualdade com sabor a vitória para magiares ante uma Islândia que continua a justificar a presença no Euro 2016...

Flashes do Euro 2016/França (23)...

Grupo F / 2ª Jornada

Portugal - Áustria: 0-0

Surpreendente nulo deixa portugueses à beira de um ataque de nervos...

Flashes do Euro 2016/França (22)...

Grupo E / 2ª Jornada

Bélgica - República da Irlanda: 3-0

Golos: Lukaku (2), Witsel

Eis, por fim, um cheirinho da favorita (?) Bélgica...

Flashes do Euro 2016/França (21)...

Grupo E / 2ª Jornada

Itália - Suécia: 1-0

Golo: Éder

Italianos não fogem à regra (neste Euro 2016) e festejam triunfo ao cair do pano...

Flashes do Euro 2016/França (20)...

Grupo D / 2ª Jornada

Espanha - Turquia: 3-0

Golos: Morata (2), Nolito

Evidente superioridade dos bi-campeões europeus garante natural passagem à fase seguinte...

Flashes do Euro 2016/França (19)...

GrupoD / 2ª Jornada

República Checa - Croácia: 2-2

Golos: Skoda, Necid / Perisic, Rakitic

Empate tardio traz esperança em relação ao futuro para o combinado checo...

sexta-feira, junho 17, 2016

Flashes do Euro 2016/França (18)...

Grupo C / 2ª Jornada

Alemanha - Polónia: 0-0

Primeiro nulo do Euro 2016 chegou por intermédio de quem menos se esperava...

Flashes do Euro 2016/França (17)...

Grupo C / 2ª Jornada

Ucrânia - Irlanda do Norte: 0-2

Golos: McAuley, McGinn

Futebol arcaico dos norte-irlandeses deu aso a um pequeno milagre...

Flashes do Euro 2016/França (16)...

Grupo B / 2ª Jornada

Inglaterra - País de Gales: 2-1

Golos: Vardy, Sturridge / Bale

Dérbi britânico jogado com alma e coração decidido em cima da meta...

quinta-feira, junho 16, 2016

Flashes do Euro 2016/França (15)...

Grupo B / 2ª Jornada

Rússia - Eslováquia: 1-2

Golos: Glushakov / Weiss, Hamsik

Hamsik e companhia deixam russos à beira do precipício... 

Flashes do Euro 2016/França (14)...

Grupo A / 2ª Jornada

Roménia - Suíça: 1-1

Golos: Stancu / Mehmedi

Empate suado com sabor a vitória para uma Suíça que espreita agora com maior nitidez os oitavos-de-final...

Flashes do Euro 2016/França (13)...

Grupo A / 2ª Jornada

França - Albânia: 2-0

Golos: Griezmann, Payet

Vitória tardia vale bilhete para a segunda fase aos anfitriões do torneio...

quarta-feira, junho 15, 2016

Flashes do Euro 2016/França (12)...

Grupo F / 1ª Jornada

Portugal - Islândia: 1-1

Golos; Nani / Bjarnason

Estreante (em fases finais) Islândia gelou Portugal...

Flashes do Euro 2016/França (11)...

Grupo F / 1ª Jornada

Áustria - Hungria: 0-2

Golos: Szalai, Stieber

Magiares assinalam o regresso (30 anos depois) a uma fase final de uma grande competição com um triunfo...

terça-feira, junho 14, 2016

Flashes do Euro 2016/França (10)...

Grupo E / 1ª Jornada

Itália - Bélgica: 2-0

Golos: Giaccherini, Pellè

Squadra Azzurra implacável ante uma das candidatas (?) à vitória final...

Flashes do Euro 2016/França (9)...

Grupo E / 1ª Jornada

República da Irlanda - Suécia: 1-1

Golos: Hoolahan / Clark (a.g.)

Contra todas as expectativas irlandeses dominaram os apáticos amigos de Zlatan (Ibrahimovic)...

Flashes do Euro 2016/França (8)...

Grupo D / 1ª Jornada

Espanha - República Checa: 1-0

Golo: Piquet

Cabeceamento oportuno de Piquet ao cair do pano trouxe justiça ao marcador...

segunda-feira, junho 13, 2016

Flashes do Euro 2016/França (7)...

Grupo D / 1ª Jornada

Turquia - Croácia: 0-1

Golo: Modric

Maestro Modric dirigiu a orquestra croata na Cidade Luz (Paris)...

Flashes do Euro 2016/França (6)...

Grupo C / 1ª Jornada

Alemanha - Ucrânia: 2-0

Golos: Mustafi, Schwweinsteiger

Arte, força e mestria surgem (finalmente) de mãos dadas no Euro por intermédio dos Campeões do Mundo...

Flashes do Euro 2016/França (5)...

Grupo C / 1ª Jornada

Polónia - Irlanda do Norte: 1-0

Golo: Milik

Primeira vitória polaca na fase final de um Euro à custa de um caloiro com pouco talento para estes palcos...

Flashes do Euro 2016/França (4)...

Grupo B / 1ª Jornada

Inglaterra - Rússia: 1-1

Golos: Dier / V. Berezutski 

Balde de água fria ao cair do pano gelou uma Inglaterra renovada e com credênciais para retornar aos tempos de glória...

Flashes do Euro 2016/França (3)...

Grupo B / 1ª Jornada

País de Gales - Eslováquia: 2-1

Golos: Bale, Robson-Kanu / Duda

Literalmente foram três pontos para o País de Gales em dia de estreias...

Flashes do Euro 2016/França (2)...

Grupo A / 1ª Jornada

Suíça - Albânia: 1-0

Golo: Schar

Duelo de irmãos (Xhaka) decidido por um madrugador golpe de cabeça de Fabian Schar

Flashes do Euro 2016/França (1)...

Grupo A / 1ª Jornada

França - Roménia: 2-1

Golos: Giroud, Payet / Stancu

Obra de arte do improvável titular Dimitri Payet entra para a galeria dos grandes golos dos Europeus no dia em que foi dado o pontapé de saída do Euro 2016...

quinta-feira, junho 09, 2016

Flashes Biográficos (10)... Anatoli Ilyin

Anatoli ILYIN (União Soviética): Na antecâmara do Campeonato da Europa de 2016 fazemos eco de uma figura que - talvez - para a esmagadora maioria dos (atuais) adeptos do Desporto Rei pouco, ou mesmo nada, diz, mas que na verdade é uma peça importante na história da competição mais importante da UEFA ao nível de seleções. Anatoli Ilyin de sua graça, sendo que um dos seus minutos de fama à escala internacional acabou por abrir as portas da realidade ao sonho de Henry Delauny. Bom, passemos à explicação deste enigma metafórico. Na primeira metade dos anos 50 do século passado o francês Henri Delauny, então secretário-geral da UEFA, propôs a criação de um campeonato que agregasse todas as nações europeias, uma ideia que no entanto, e inicialmente, não seria muito bem acolhida por muitos dos países integrantes do organismo que tutela o futebol do Velho Continente. Após muitas batalhas, e já depois do falecimento de Delauny, em 1955, a ideia ganha finalmente asas, e no Congresso da UEFA em 1957 é criada oficialmente a Taça da Europa das Nações, hoje denominado de Campeonato da Europa. 17 países abraçaram a nova competição, que teve o seu pontapé de saída um ano mais tarde, quando a 28 de setembro de 1958 a então União Soviética recebia no Estádio Luzhniki (Moscovo) a Hungria na primeira ronda a eliminar rumo às meias-finais, última fase esta que seria concentrada num só país. O sonho de Delauny era por fim realidade, o Campeonato da Europa estava em marcha. E quando estavam apenas decorridos quatro minutos desse (hoje) histórico desafio entre soviéticos e húngaros eis que Ilyin (que no terreno de jogo atuava como avançado) dispara o primeiro remate que teve como destino o fundo das redes magiares. Estava feito um golo... histórico. O primeiro golo da vida do Campeonato da Europa. Mais do que abrir caminho à vitória soviética nessa tarde, aquele golo desbravou o caminho até à consagração europeia da antiga União Soviética, o mesmo será dizer até à vitória final do primeiro Europeu da história, cujas meias-finais, ou fase final, como era encarada naquela altura, decorreram em França, precisamente o país que irá acolher o Euro 2016. Curiosamente, Anatoli Ilyin não fez parte do grupo que na noite de 10 de julho de 1960 foi coroado como Campeão da Europa no relvado do Parque dos Príncipes, em Paris. Nascido em Moscovo, a 27 de junho de 1931, Ilyin era um um homem talhado para os grandes momentos. Foi ele que em 1956 apontou o golo que deu a medalha de ouro à nação de leste nos Jogos Olímpicos de 1956, disputados em Melbourne. Dois mais tarde, na primeira aparição da União Soviética numa fase final de um Campeonato do Mundo, ele marcou o golo solitário no play off do Grupo 4 diante da Inglaterra que permitiu aos soviéticos avançarem para os quartos-de-final da competição. Ao lado de lendas como Lev Yashin, Igor Netto, ou Aleksei Paramonov, Anatoli Ilyin viveu a era dourada do futebol da antiga URSS no plano internacional. Defendeu a seleção do seu país em 31 ocasiões e apontou 16 golos. Curiosamente, a outra camisola que Ilyin vestiu com paixão e dedicação também era de cor encarnada, no caso a do Spartak de Moscovo, o clube do seu coração, o qual enquanto atleta defendeu em mais de duas centenas de ocasiões, tendo apontado 83 golos e vencido cinco ligas soviéticas e uma taça da antiga nação de leste. O homem que apontou o primeiro golo da história do Campeonato da Europa (nota: e não o irlandês Liam Tuohy, como durante muitos anos se pensou) faleceu a 10 de fevereiro deste ano de 2016.

quarta-feira, junho 08, 2016

Copa América (6)... Brasil 1922

Um aspeto do Estádio das Laranjeiras,
na abertura do Campeonato Sul-Americano
de 1922
2016 é um ano especial para a Copa América. A mais prestigiada competição de seleções do continente americano comemora o seu centenário. 100 anos carregados de emoções e momentos de magia desenrolados nas maiores catedrais da bola erguidas em solo (sul) americano pela mão de dezenas de astros do belo jogo. Depois de termos feito uma visita às cinco primeiras edições da Copa viajamos hoje até 1922, ano em que o Brasil organizou e venceu pela segunda vez na sua história o então denominado Campeonato Sul Americano de futebol. Desde logo nesta sexta edição do torneio foi vislumbrada uma novidade: o facto de serem cinco as seleções perfiladas na linha de partida na corrida rumo ao título - já que até então a competição havia sido disputada por quatro combinados nacionais, em cada uma das anteriores edições, compreenda-se. Inicialmente o Campeonato Sul Americano de 1922 esteve agendado para o Chile, contudo o Brasil solicitou à CONMEBOL o acolhimento do torneio no sentido de comemorar com pompa e circunstância o centenário da sua independência. Pretensão aceite, e desde pronto ficaria definido que à semelhança de 1919 o Estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, seria o palco de todas as emoções. No entanto, nem tudo na antecâmara desta edição foi motivo de festa. O episódio mais sombrio, passo a expressão, aludiu mais uma vez ao racismo que imperava naqueles dias um pouco por todo o Mundo, sendo que a nação brasileira não era exceção. Epitácio Pessoa, o Presidente da República do Brasil de então, decretou em 1921 que a seleção que nesse ano iria defender na Argentina o título conquistado dois anos antes fosse integrada apenas por jogadores de pele branca (!), facto que fez com a maior estrela da nação, Arthur Friedenreich, ficasse fora da convocatória. Com esta regra o presidente brasileiro queria evitar uma nova exposição ao ridículo do selecionado do seu país, composto por diversos jogadores de origem negra, como a que havia ocorrido em 1920, quando os argentinos apelidaram os brasileiros de "macacos". A exclusão do mestiço Friedenreich do torneio de 1921 resultou num profundo fracasso, já que a seleção não só perdeu o título para os vizinhos e eternos inimigos argentinos como também teve atuações paupérrimas. Pressionado por grande parte da população, que exigia o regresso de Fried, Epitácio Pessoa é obrigado em 1922 a revogar a lei que proibia a inclusão de negros e mestiços na equipa nacional, tendo o astro do Paulistano integrado o grupo de 18 jogadores que o treinador/jogador Arthur Antunes de Moraes e Castro, conhecido no Planeta da Bola por Laís, levou à sexta edição da Copa. Além da nação anfitriã o torneio foi disputado ainda pelo Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina. Porém, os campeões em título surgiam no Rio de Janeiro desfalcados de uma parte significativa dos seus melhores futebolistas. Clubes como o River Plate, o San Lorenzo, o Independiente ou o Racing, alguns dos principais emblemas da nação das Pampas onde atuavam grande parte dos craques do futebol argentino de então, impediram a viagem dos seus jogadores internacionais à Cidade Maravilhosa.

A bola começou a rolar...

Brasileiros e paraguaios antes
do jogo decisivo da Copa de 22
No dia 17 de setembro de 1922 é dado então o pontapé de saída da Copa, entre a nação da casa e o Chile. Sob a arbitragem do uruguaio Ricardo Villarino o jogo termina empatado a uma bola, para deceção dos 30.000 torcedores que se encontravam nas Laranjeiras. Pior do que o empate o Brasil ficava sem a sua estrela principal, Arthur Friedenreich, que saiu lesionado do encontro. Tatú fez aos 9 minutos o golo brasileiro, tendo Manuel Bravo reposto a igualdade a quatro minutos do intervalo.
Seis dias depois os chilenos - que regressavam ao torneio após terem estado ausentes na edição anterior - defrontaram o Uruguai, quiçá a grande potência do futebol sul-americano de então, mas que se apresentava no Rio sem jogadores do Peñarol, devido a divergências entre este clube e a federação daquele país. Mesmo sem algumas das suas principais estrelas, entre outros o maestro Piendibene, os uruguaios deram boa conta de si, e ainda antes dos 20 minutos já venciam por 2-0, resultado com que foi finalizado o duelo.
Um dia depois, cerca de 22.000 pessoas aguardavam ansiosamente nas bancadas das Laranjeiras a primeira vitória do time da casa, diante do Paraguai. Porém, as piores notícias confirmavam-se: Friedenreich não iria jogar. O craque não recuperou da lesão sofrida no jogo de estreia, e o treinador/jogador Laís optou por reservá-lo para o teoricamente complicado encontro com o Uruguai, na ronda seguinte. A ausência de Fried parece ter afetado o onze do Brasil, que logo aos 14 minutos viu Gerardo Rivas adiantar os paraguaios no marcador. Os brasileiros correram então atrás do prejuízo, mas só à passagem do minuto 71 chegariam à igualdade na sequência de um remate certeiro de Amílcar. Uma espécie de Argentina B esmagou no dia 28 de setembro o Chile por 4-0, com o destaque individual a ir para o avançado Juan Francia, autor de dois dos tentos da turma das Pampas, ele que haveria de sair do Brasil consagrado como o goleador do torneio, com quatro tentos. 

Um "Brasil - Uruguai" que entrou para a História

Claudio Sapelli
No dia 1 de outubro seria escrito um dos capítulos mais importantes não só da história do futebol como do próprio desporto a nível planetário. Com o Estádio das Laranjeiras a rebentar pelas costuras Brasil e Uruguai defrontaram-se naquele que era olhado pela imprensa como o primeiro grande jogo da Copa. O porquê deste ter sido um jogo histórico? Certamente que a resposta não se ficou a dever ao desolador nulo que subiu ao marcador no final dos 90 minutos, mas antes pelo facto deste ter sido o primeiro jogo de futebol a ser transmitido pela rádio. Este facto histórico vem desde logo contrariar a ideia de que a primeira transmissão de uma partida de futebol via rádio teria ocorrido em Inglaterra, no ano de 1927, entre as equipas do Arsenal e do Sheffield United. A verdade é que em 1922, no terraço do jornal El Plata, em Montevideu, Claudio Sapelli, proprietário da Casa Sapelli, especializada na venda de aparelhos radiofónicos, fez o primeiro relato de um jogo de futebol, precisamente o que colocou frente a frente o Brasil e a equipa celeste. Milhares de adeptos juntaram-se nas imediações do jornal El Plata que no seu terraço instalou um aparelho telégrafo que recebia as informações do jogo do Rio de Janeiro, as quais, por sua vez, eram lidas por Sapelli através de um megafone. Do cabo do telégrafo saíam duas vias, uma para compartilhar com a multidão, e outra para que Sapelli, a partir do mesmo terraço e com o equipamento de transmissão portátil, levasse os acontecimentos do encontro a centenas de ouvintes. Este não foi contudo o primeiro evento desportivo a ser transmitido pela rádio, já que em julho desse mesmo ano, nos Estados Unidos da América, um combate de boxe teve essa "honra". Bom, voltando ao jogo, o Brasil apostou tudo na sua estrela principal, Friedenreich, paupado no jogo anterior, mas na verdade o astro foi lançado às feras em condições físicas muito limitadas, uma vez que não se encontrava totalmente recuperado da lesão contraída no encontro de estreia. Com isto, o Brasil somava o seu terceiro empate consecutivo, e só um milagre iria permitir à seleção reconquistar o título. Mas, por vezes os milagres também acontecem, como se iria verificar. E se os brasileiros precisavam da ajuda de terceiros para alcançar o primeiro lugar - recorda-se que o campeonato era disputado em sistema de poule, onde todos jogavam contra todos, sendo que à equipa que somasse mais pontos era atribuído o título de campeão - os chilenos disseram definitivamente adeus à Copa depois de terem sido batidos pelo Paraguai por três bolas sem resposta.
A seleção uruguaia que abandonou o campeonato em protesto face
à arbitragem parcial do brasileiro Pedro Santos
Quem também ficava incumbido de fazer as malas mais cedo do que o previsto era a Argentina, que no dia 8 enfrentou o vizinho e eterno inimigo da outra margem do Rio da Prata, o Uruguai. Orientados por Pedro Olivieri, os uruguaios, que até então ostentavam três títulos continentais, apresentavam como grande estrela El Loco Romano, jogador que no entanto esteve bastante longe de ser a pedra influente na manobra da equipa que havia sido nas três edições em que os charrúas saíram campeões. Ante a Argentina o herói foi Felipe Buffoni, autor do único golo. Por esta altura, muitos foram aqueles que pensavam que depois deste triunfo o Uruguai estaria a caminho do seu quarto título de campeão, até porque os dois testes mais complicados (Brasil e Argentina) estavam já superado, e que o encontro diante do Paraguai seria o da coroação. Porém, uma arbitragem desastrosa do brasileiro Pedro Santos suspendeu a previsível festa uruguaia. O árbitro deu uma preciosa ajuda aos paraguaios, que aos sete minutos viram Carlos Elizeche fazer o único golo de um encontro que terminou de forma tumultuosa, com os uruguaios a protestarem vivamente a atuação tendenciosa de Santos. Com isto a entrega do título ficava adiada, e mais do que isso permitia que o Brasil continuasse a sonhar com um desfecho feliz, mas para isso era preciso vencer a Argentina no penúltimo jogo do torneio. Sem Arthur Friedenreich, definitivamente afastado do torneio por motivos físicos, a seleção apostou tudo na experiência do trio de campeões do campeonato de 1919, isto é, em Neco, Amílcar e Heitor. E foi precisamente dos pés dos dois primeiros atletas que saíram os dois golos que bateram o guarda-redes/treinador Americo Tesoriere, fazendo com que desta forma o Brasil igualasse o Uruguai e o Paraguai no topo da classificação, com cinco pontos conquistados. Rezam as crónicas que este foi o melhor jogo dos brasileiros em todo o campeonato, uma partida onde, finalmente, exibiram o seu futebol tecnicamente refinado e empolgante. Paraguaios que até poderiam ter resolvido a questão do título na derradeira jornada da competição, mas o goleador desta Copa, Juan Francia, não permitiu, ao apontar um par de golos que derrotaram aquela que para muitos foi a equipa sensação desta sexta edição do Campeonato Sul-Americano. 

Uruguaios desistem e Brasil vence o Paraguai na negra

Neco,um dos atores principais
do ceptro de 1922
Face a esta inédita igualdade pontual no topo da tabela no final do torneio, houve a necessidade de disputar uma segunda poule entre as três seleções empatadas. No entanto, e descontentes com a arbitragem do encontro com o Paraguai, o Uruguai decide, em forma de protesto, retirar-se da competição, deixando o caminho aberto para que brasileiros e paraguaios decidissem entre si quem seria o campeão. E eis que chegamos a 22 de outubro, dia em que a nação brasileira tinha o pensamento no Estádio das Laranjeiras. Ainda sem Friedenreich e o também histórico guarda-redes Marcos Carneiro de Mendonça (que apenas atuou nos dois primeiros jogos do torneio, dando em seguida o lugar a Júlio Kuntz, por motivos de lesão) o Brasil entrou em campo determinado em não se deixar surpreender pela equipa sensação da prova, na qual pontificavam o guardião Modesto Denis - ainda hoje considerado como um dos melhores de sempre da nação guarani - o médio Fleitas Solich e o avançado Gerardo Rivas. O corintiano Neco cedo tratou de sossegar os 25.000 torcedores que se deslocaram às Laranjeiras, quando aos 11 minutos bateu pela primeira vez Denis. O Brasil mandava no jogo, e no reatamento da partida, ao minuto 48, Formiga dilata a vantagem, tendo este mesmo jogador, a um minuto do fim, disparado para o 3-0 final. Depois de um começo morno o Brasil era bi-campeão das américas. Para eternidade ficam os nomes de Marcos, Kuntz, Palamone, Chico Netto, Barthô, Laís, Amílcar, Xingô, Fortes, Nesi, Formiga, Neco, Friedenreich, Zézé, Tatú, Heitor, Rodrigues e Junqueira, os campeões da Copa de 1922.

A figura: Juan Francia

Já aqui foi referido que a Argentina apresentou-se no Rio de Janeiro para disputar a sexta edição do Campeonato Sul-Americano desfalcada de alguns dos seus melhores jogadores, facto que muito terá contribuído para o modesto 4º lugar final. Porém, um nome acabaria por se destacar no elenco das Pampas: Juan Francia, o melhor marcador do torneio, com quatro golos. Nascido em 1894, Francia destacou-se em várias equipas de Rosario, vestindo a pele de um ágil e tecnicamente talentoso extremo esquerdo. Gimnasia e Esgrima, Rosario Puerto Belgrano, Tiro Federal, ou Newell's Old Boys foram alguns dos emblemas que o atleta defendeu entre 1915 e 1931. Em 1918 faz a sua estreia internacional, num encontro ante o rival Uruguai, a contar para a Copa Honor Argentino, e quatro anos mais tarde é um dos convocados do treinador/jogador Americo Tesoriere para defender no Rio de Janeiro o título continental conquistado um ano antes em Buenos Aires. Este foi mesmo o seu momento de fama com o manto alvi celeste, já que depois deste campeonato apenas por mais duas ocasiões atuou pelo combinado nacional. 

Nomes e números:
17 de setembro de 1922
Brasil – Chile: 1-1
(Tatú, aos 9m)
(Manuel Bravo, aos 41m)

23 de setembro de 1922

Uruguai – Chile: 2-0
(Heguy, aos 10m e Urdinarán, aos 19m)

24 de setembro de 1922

Brasil – Paraguai: 1-1
(Amílcar, aos 71m)
(Rivas, aos 14m)
 
28 de setembro de 1922

Argentina – Chile: 4-0
(Francia, aos 36m e 41m, Chiessa, aos 10m, e Gaslini, aos 75)

1 de outubro de 1922

Brasil – Uruguai: 0-0

Paraguai, a seleção sensação da Copa de 1922
5 de outubro de 1922

Paraguai – Chile: 3-0
(Ramírez, aos 37m, López, aos 65m, e Fretes, aos 78m)

8 de Outubro de 1922

Uruguai – Argentina: 1-0
(Buffoni, aos 43m)

12 de outubro de 1922

Paraguai – Uruguai: 1-0
(Elizeche, aos 7m)


Capitães da Argentina e do Brasil trocam flores antes do embate
15 de outubro de 1922

Brasil – Argentina: 2-0
(Neco, aos 42m, e Amílcar, aos 86m)

18 de outubro de 1922

Argentina – Paraguai: 2-0
(Francia, aos 63m, e aos 79m)

Classificação:
1º Brasil: 5 pontos
2º Paraguai: 5 pontos
3º Uruguai: 5 pontos
4º Argentina: 4 pontos
5º Chile: 1 ponto

A seleção do Brasil que em 1922 conquistou em casa o segundo campeonato Sul-Americano da sua história

Play-off de apuramento do campeão
 
22 de outubro de 1922

Brasil - Paraguai: 3-0
(Formiga, aos 48m, e aos 89m, Neco, aos 11m)