segunda-feira, junho 29, 2015
quinta-feira, junho 25, 2015
segunda-feira, junho 22, 2015
sexta-feira, junho 19, 2015
quinta-feira, junho 18, 2015
quinta-feira, junho 11, 2015
Flashes Biográficos (2)... Jurgen Croy
Jurgen
CROY (República Democrática Alemã): Nas suas quatro décadas de
vida como
nação independente a
República Democrática Alemã (RDA) poucas
ou nenhumas alegrias vivenciou dentro dos retângulos de jogo,
contrariamente à sua vizinha e irmã República Federal da Alemanha
(RFA), que enquanto país logrou vencer três títulos mundiais e
dois Campeonatos da Europa. Passando de forma rápida os olhos pela
história do futebol saltam-nos à vista um par de acontecimentos
memoráveis para o futebol da hoje extinta RDA. E em ambos um homem
esteve em destaque: Jurgen Croy. Guarda-redes de posição, Croy
nasceu a 19 de outubro de 1946, em Zwickau, tendo ao longo de toda a
sua carreira profissional – que durou mais de duas décadas, mais
precisamente entre 1967 e 1985 – sido fiel ao emblema da sua cidade
natal, o BSG Sachsenring Zwickau – hoje denominado de FSV Zwickau.
Croy defendeu em mais de 370 jogos a baliza do BSG, tendo como pontos
altos a conquista de duas taças da RDA (em 1967 e 1975). O amor ao
clube da sua terra fez com que tivesse passado ao largo de uma grande
carreira internacional, no que a clubes diz respeito, pois não foi
por falta de qualidades que não defendeu as balizas de emblemas de
maior nomeada da então RDA, casos do Dynamo Dresden, do Magdeburg,
ou do Carl Zeiss Jena.
Denotando
mestria entre os postes Croy foi por diversas vezes elogiado pela
imprensa do seu país, que o chegou a comprar aos melhores
guarda-redes internacionais de então, casos de Dino Zoff, ou Sepp
Meier. Mas seria ao serviço da seleção da RDA que Jurgen Croy
viveu os seus cinco
minutos
de
fama no
plano internacional. O primeiro dá-se em 1974, altura em que a RFA
organizou o Campeonato do Mundo da FIFA, tendo o sorteio da fase de
grupos ditado que as duas Alemanhas ficassem no mesmo grupo! Ironia
do destino. Croy foi um dos selecionados pelo técnico Georg Buschner
para esse certame, e mais do que isso um dos heróis que no dia 22 de
junho de 74 subiram ao relvado (molhado) do Volksparkstadium, em
Hamburgo, para participar no embate entre a RFA e a RDA. Um duelo de
irmãos, ou inimigos, que terminou com o triunfo dos alemães de
leste por 1-0, naquela que mais do que uma das maiores surpresas
ocorridas em fases finais de Mundiais – já que pelo seu poderio a
RFA era teoricamente favorita a vencer esta partida – constituiu-se
como um dos dois momentos mais sublimes da história do futebol da
RDA. O outro aconteceu dois anos mais tarde (1976), quando Georg
Buschner comandou a seleção germânica de leste nos Jogos Olímpicos
de Montreal. A caminhada dos alemães no torneio olímpico seria de
glória, já que o ouro olímpico foi conquistado após um triunfo
(3-1) sobre a Polónia numa final onde Croy esteve em grande
destaque. Com um vasto leque de grandes defesas Jurgen Croy deu um
forte contributo para que a RDA conquistasse o seu único título
internacional.
Croy
defendeu a baliza da RDA em 86 ocasiões, tendo sido ainda eleito
futebolista do ano da Alemanha de Leste em três ocasiões (1972,
1976, e 1978).
Flashes Biográficos (1)... Manuel da Fonseca e Castro
Manuel
FONSECA E CASTRO (Portugal): Não lograram atingir o estatuto de
Deuses da Bola, nem ascenderam ao patamar das lendas, ou tão pouco
conseguiram subir aos céus na qualidade de estrelas (cintilantes) do
belo jogo, mas os seus nomes fazem igualmente parte da história da
modalidade, quanto mais não seja com direito a um parágrafo ou uma
mera linha na enciclopédia futebolística. É nesse sentido que
inauguramos hoje uma nova vitrina, os Flashes Biográficos, que como
o próprio nome indica serão pequenas biografias de figuras da bola
que por breves momentos saíram do anonimato para o palco principal do
universo futebolístico.
E
abrimos este novo espaço com um homem do norte de Portugal, o
primeiro jogador oriundo desta região a vestir a camisola da seleção
nacional lusitana. Manuel da Fonseca e Castro de sua graça. Nasceu
em Santo Tirso – presume-se que nos finais do século XIX ou
inícios do século XX – e do pouco que se sabe a seu respeito foi
um dos notáveis jogadores do Académico do Porto nos anos 20.
Notável não se sabe se devido aos seus dotes enquanto talentoso
avançado – a posição que ocupava em campo – ou se somente por
ter sido o primeiro futebolista nascido no norte a vestir o manto
sagrado da seleção nacional. Tal facto – histórico – aconteceu
a 18 de junho de 1925, no Campo do Lumiar, em Lisboa, local onde a
equipa das quinas defrontou a Itália naquele que era apenas o quinto
jogo oficial da história da nação (futebolística) lusitana. E eis
que depois de quatro derrotas nos quatro primeiros jogos diante da
Espanha o combinado português obteve a primeira vitória (1-0) da
sua história. Fonseca e Castro fez parte desse histórico momento,
pese embora não tenha recebido as melhores críticas pelo seu
desempenho no relvado do Lumiar. «Muitíssimo infeliz. A julgar pelo
que fez nos treinos de Lisboa e das Caldas, deve ser atribuída a uma
má tarde, a sua má exibição de quinta-feira. Talvez um tanto de
nervosismo, proveniente da estreia», ou «... fraco, pouco estofo
para jogos de responsabilidade», foram alguns do mimos que o jogador
tirsense recebeu da imprensa desportiva após o célebre encontro
internacional.
Críticas
à parte o que é certo é que o jogador do Académico do Porto havia
entrado para a história, não só porque fez parte do onze que
ofereceu a primeira vitória da seleção, mas por ter sido então o
primeiro nortenho a atuar pelo grupo nacional. Este duplo facto
mereceu da parte do Académico uma atenção muito especial, já que
a 5 de julho de 1925 o clube portuense organizou um banquete em
homenagem a Fonseca e Castro, evento esse que teve lugar no majestoso
Palácio de Cristal, na Cidade Invicta.
Equipa do Académico do Porto na temporada de 1926/27. Fonseca e Castro é o primeiro na fila de baixo a contar da direita para a esquerda |
O
avançado academista atuou em mais duas ocasiões pela seleção
nacional: ante a Checoslováquia, numa partida ocorrida a 24 de
janeiro no Campo do Ameal (Porto), e que terminou com uma igualdade a
uma bola, e diante da França, a 18 de abril de 1926, em Toulouse,
duelo que foi concluído com um robusto triunfo francês por 4-2.
Desconhecendo se Fonseca e Castro seria um virtuoso da bola – pelas
críticas conhecidas parece que não... – o que é certo é que ele
era um gentelman dos relvados, um jogador correto e leal para com os
seus adversários, e um defensor acérrimo do fair-play. A comprovar
este facto está uma história curiosa, também ela de data
desconhecida, mas que marca a história do próprio Académico do
Porto, clube que sempre se pautou pela honestidade, dignidade, e
cavalheirismo no seio do desporto. Reza então a história que em
certo jogo – que os academistas precisavam de ganhar – Fonseca e
Castro fez um golo, golo esse de pronto protestado pelos adversários
que alegavam que a bola tinha estado fora das quatro linhas antes do
avançado tirsense a introduzir na baliza. Perante o coro de
protestos o árbitro da partida abeira-se de Fonseca e Castro para
lhe perguntar se de facto a bola havia estado fora do campo antes
deste a ter enviado para o fundo das redes. Com cavalheirismo e
fair-play o jogador iria confirmar que de facto o esférico tinha
estado fora, o que levou o juiz de imediato a invalidar um golo que
acabaria por fazer falta ao Académico, uma vez que o emblema
portuense perdeu o encontro em questão. Mas para Fonseca e Castro
pior do que a derrota era a falta de honestidade e de caráter...
segunda-feira, junho 08, 2015
Histórias do Planeta da Bola (11)... Os anos dourados (1927-1939) da Taça Mitropa - A primeira montra de estrelas do futebol europeu (parte VI)
Capitão do Ferencvaros recebe uma coroa de flores a simbolizar o triunfo na Mitropa Cup de 1937 |
E
eis que chegamos ao derradeiro capítulo da era dourada da
Mitropa Cup. À derradeira viagem pela história daquela que é
considerada a mãe das atuais competições europeias de
clubes. 1937 marca então o início desta nossa última etapa, um ano
em que a Taça Mitropa voltou a expandir as suas fronteiras, desta
feita até à Roménia, a sétima nação a fazer parte da história
da competição idealizada por Hugo Meisl. Romenos que participaram
pela primeira vez no certame continental com apenas uma equipa, o seu
campeão nacional de então, no caso o Venus de Bucareste. Regresso
saudado foi o da Jugoslávia, país cujos clubes haviam participado
na primeira edição do certame, em 1927. Face ao regresso de
jugoslavos e à estreia dos romenos a organização teve de reajustar
o número de vagas da competição, sendo que as quatro nações mais
poderosas – Checoslováquia, Itália, Hungria, e Áustria –,
diga-mos assim, passaram a ter três representantes ao invés dos
quatro habituais.
A
primeira grande surpresa da 11ª edição da prova foi protagonizada
pelos campeões da Suíça, o Grasshopper de Zurique, clube que
afastou uma das equipas revelação da temporada transata, os
checoslovacos do Prostejov. Na primeira mão, em solo helvético,
vitória mínima (4-3) garantida por Alfred Bickel, um dos craques
suíços que um ano mais tarde ajudou a sua seleção a derrubar a
poderosa Alemanha no Campeonato do Mundo de França. Na segunda mão
a estrela foi o defesa Sirio Vernati, cuja magnífica exibição
ajudou os gafanhotos de Zurique a obterem uma igualdade a duas
bolas que garantiu a passagem aos quartos-de-final.
Contrariamente
à edição anterior os combinados suíços parecem ter levado mais a
sério esta nova participação, a julgar pelas enormes dificuldades
causadas a emblemas com outra estaleca. O Young Fellows esteve quase
a seguir o caminho dos vizinhos do Grasshopper, obrigando outro
gigante do futebol europeu de então, o First Viena, a um play-off
para desempatar uma eliminatória que teve início na capital da
Áustria com uma curta vitória do First por 2-1. Os helvéticos
abriram de forma surpreendente o marcador, mas Gschweidl empatou na
sequência de um belíssimo remate. Belo foi igualmente o tento do
triunfo, da autoria do extremo Molzer, que driblou meia equipa do
Young Fellows até introduzir a bola no fundo da baliza forasteira.
Em Zurique o Young Fellows marcou cedo, igualando desta forma a
eliminatória que seria decidida então num play-off. Encontro
este que voltou a ser realizado em Zurique, e que teve em Gschweidl a
chave do triunfo (2-0) dos austríacos. Este jogador apontou os dois
golos da sua equipa, deslumbrou a assistência com o seu futebol, com
dribles diabólicos e passes magistrais, sendo unanimemente
considerado então como o man of the match.
Sindelar dispara para... o fundo da baliza |
Quem
parece não ter tido grandes dificuldades para também seguir em
frente foram os campeões em título, o Austria de Viena, que
afastaram o teoricamente complicado conjunto do Bologna. Teoricamente
porque na prática o campeão de Itália foi vulgarizado pela equipa
de Sindelar, sobretudo na segunda mão. Em Bolonha, no primeiro
encontro, a defesa superou-se ao ataque, isto é, a postura defensiva
com que o Austria entrou em campo levou a melhor sobre o estilo
ofensivo patenteado pelos italianos. Contudo, e apesar de mais
ofensivo, o Bologna não conseguiu superar a bem escalonada defesa
contrária, onde Sesta e Mock ditaram leis. E lá na frente havia...
Sindelar, quem mais. Apontou um golo e deu outro a marcar, edificando
assim uma importante vitória por 2-1 em território inimigo. Na
segunda mão Sindi deu um festival de bem jogar. Logo ao
terceiro minuto da partida disparou uma autêntica bala de canhão
a mais de 30 metros que só parou no fundo das redes bolonhesas.
A soberba exibição do Homem de Papel a juntar ao hattrick
obtido por Walter Nausch ajudou a construir uma goleada de 5-1, que
selou a passagem à ronda seguinte.
Embate
de titãs aconteceu em Praga, onde o Slavia, campeão checoslovaco da
época anterior, recebia o Ferencvaros. Dois pesos pesados do futebol
continental que começaram por empatar a duas bolas, numa partida em
que os locais atacavam e os forasteiros contra-atacavam. Na segunda
mão, em Budapeste, Toldi e Sarosi foram os grandes obreiros de uma
vitória por 3-1 de um Ferencvaros que exerceu do príncipio ao fim
um domínio avassalador sobre o seu oponente. Domínio esse expresso
em apenas três golos, e dizemos apenas três porque na baliza dos
checoslovacos estava uma lenda chamada Frantisek Planicka, que evitou
uma catástrofe bem maior.
Um
autêntico passeio foi o que o Ujpest fez nesta primeira ronda, já
que o sorteio ditou que os terceiros colocados do campeonato húngaro
defrontassem os caloiros do Venus de Bucareste. A capital romena
acolheu o duelo da primeira mão, um jogo cheio de golos, 10 para
sermos mais precisos, seis para o Ujpest e quatro para os locais,
sendo de destacar a exibição individual da estrela-mor dos
visitantes, Gyula Zsengeller, autor de três golos. No encontro de
volta, e atuando diante do seu público, o Ujpest assumiu o controlo
absoluto dos acontecimentos, tendo alcançado com toda a naturalidade
um novo e avolumado triunfo, desta feita por 4-1. Quanto a
Zsengeller, ele foi autor de mais um par de golos e de uma estupenda
exibição. Era indiscutivelmente um dos maiores talentos do futebol
húngaro de então.
Outro
embate de gigantes opôs os campeões da Áustria, o Admira, aos
vice-campeões da Checoslováquia, o Sparta de Praga. Na primeira mão
o Admira esteve melhor, mas falhou em demasia sempre que se
encontrava próximo da baliza dos checoslovacos. Um remate pleno de
êxito de Stoiber foi a exceção numa floresta de oportunidades
perdidas pelo conjunto da casa. A igualdade final a um golo surgiu
por intermédio de um jovem talento de 18 anos, Karel Senecky,
avançado de posição no campo de batalha, que não obstante
a sua tenra idade assumiu nesta edição da Mitropa o estatuto de
estrela principal da equipa de Praga. Isto porque Raymond Braine
regressou ao seu país, enquanto que Nejedly começava a dar sinais
de alguma... veterania, passando mais jogos na bancada do que em
campo, por opção técnica. Na segunda mão o jovem Senecky voltou a
dar nas vistas, inaugurando o marcador logo aos oito minutos. Porém,
o Admira não se fez rogado por estar a atuar no inferno
checoslovaco, chamando a si o controlo do encontro e chegando com
naturalidade à vantagem no marcador graças aos golos de Hahnemann e
Vogl. Zeman iria empatar já perto do fim, fazendo o 2-2 final, facto
que obrigou a um terceiro jogo de desempate, jogo esse onde o Admira
foi nitidamente melhor, sobretudo na segunda parte, período em que
apontou os dois únicos golos da tarde, da autoria de Vogl e
Schilling.
A equipa da Lazio de Roma que participou na edição de 1937 da Taça Mitropa |
Duas
equipas italianas fizeram em 1937 a sua estreia nestas andanças da
Taça Mitropa, o Génova e a Lazio. Os romanos tinham no
internacional italiano Silvio Piola a sua principal referência,
jogador que esteve em destaque na partida da primeira mão perante os
húngaros do MTK. Piola apontou aos 57 minutos, um golo precioso para
os laziale no terreno do adversário, o qual não conseguiu
melhor do que igualar o marcador ao minuto 70. Piola voltou a estar
em vincado destaque na partida de Roma, ao apontar dois dos três
golos de vantagem que a Lazio dispunha ao intervalo sobre o seu
oponente. Na segunda parte os romanos relaxaram, e foi aí que
brilhou outra estrela, esta do lado oposto, Cseh, assim, se chamava.
O avançado do MTK de Budapeste fez a vida negra ao setor mais
recuado dos italianos, sendo que por duas ocasiões bateu o guardião
Blason, golos que no entanto não seriam suficientes para adiar o
adeus húngaro à competição.
Quem
também entrou com o pé direito na prova foi o Génova, equipa cujo
futebol de cariz ofensivo causou mossa nos jugoslavos do Gradjanski
de Zagreb. Neste plano há a sublinhar as exibições dos atacantes
Mario Perazzolo e Luigi Scarabello, e do defesa Giuseppe Bigogno,
três dos principais responsáveis pela passagem dos genoveses aos
quartos-de-final.
Um
dos embates mais apetecidos dos quartos-de-final opôs o Ferencvaros
ao First Viena, uma eliminatória dominada pelos dois... setores
recuados. O resultado da primeira mão, realizada em Budapeste, cedo
foi construído, tendo o primeiro golo surgido aos nove minutos para
os visitantes. Antes da meia hora o Ferencvaros recuperou e
colocou-se em vantagem, graças a dois remates certeiros dos
goleadores Toldi e Sarosi, que fizeram assim o resultado final de uma
partida onde as duas defesas estiveram quase intransponíveis. A
segunda mão desenrolou-se na mesma toada, ou seja, os avançados de
ambos os lados da barricada tiveram imensas dificuldades para furar
as barreiras defensivas. O momento de exceção ocorreu aos 11
minutos, altura em que Pollak fez o único golo do encontro a favor
dos austríacos. Depois disso os dois conjuntos fecharam as
respetivas balizas a sete chaves, sendo que para o fazer o
Ferencvaros até fez recuar o seu goleador principal, Sarosi! Face a
estes dois resultado impôs-se a realização de um play-off,
sendo que ai os húngaros foram mais atrevidos, empurrando o First
para a sua zona defensiva, um pressing que haveria de dar os
seus frutos em duas ocasiões, ambas concretizadas por Toldi, que
assim teve um papel fundamental na vitória e no consequente
apuramento do vice-campeão da Hungria para a ronda seguinte.
Gyula Zsengeller |
E
se o rigor defensivo havia imperado no duelo entre Ferencvaros e
First Viena, o estilo ofensivo foi nota dominante durante a primeira
mão da eliminatória entre Austria de Viena e Ujpest. 5-4 a favor
dos vienenses naquele que foi um jogo de verdadeiro hino ao golo,
onde duas figuras se destacaram das demais: Sindelar, do lado dos
austríacos, autor de um golo e de uma exibição – mais uma –
divinal, e Gyula Zsengeller, cuja qualidade técnica aliada ao seu
remate explosivo aproveitou as fragilidades da defesa local.
Resultado final: 5-4 a favor do Austria, num jogo em que o golo e o
futebol espetáculo foram uma constante. Na segunda mão os vienenses
mudaram o chip, ou seja, fecharam-se na sua zona defensiva na
tentativa de guardar a magra vantagem que traziam de casa, optando
por explorar as situações de contra-ataque. E foi precisamente nos
lances de contra-ataque que esteve a chave para um novo triunfo
austríaco. E o homem do jogo foi... Sindelar, sempre ele, a comandar
as operações na hora de semear o pânico na defesa contrária, fez
um golo simplesmente fenomenal – um poderoso remate a 25 metros de
distância que surpreendeu o guardião da casa – e esteve na origem
do segundo tento – apontado por Jerusalem – que deu ao Austria
uma vantagem de 2-0. O Ujpest ainda reduziu, mas era já tarde demais
para evitar a eliminação.
Mais
fácil, muito mais, foi o triunfo da Lazio sobre os suíços do
Grasshopper. Na primeira mão, na capital italiana, um vendaval
varreu com a turma helvética. Vendaval que teve um nome:
Silvio Piola. Fez três golos e deu outros a marcar, contribuindo
desta forma para uma expressiva vitória laziale por 6-1. Com
este score a viagem a Zurique tornou-se pois um verdadeiro
passeio para os homens de Jozsef Viola, o húngaro que na época
treinava a Lazio. Cientes de que a eliminatória estava no papo,
os romanos relaxaram, e permitiram que os suíços se despedissem do
certame com um triunfo por 3-2, sendo de destacar no plano individual
Alfred Bickel, uma das grandes estrelas do futebol da Suíça de
então, que neste encontro apontou dois golos.
Espetáculo
vergonhoso, é assim que podemos caracterizar a eliminatória entre o
Admira de Viena e o Génova, uma eliminatória onde o futebol esteve
ausente para dar lugar à violência. Uma verdadeira batalha campal
definiu a primeira mão, em Viena, onde jogadores de ambas as equipas
passaram os 90 minutos a agredirem-se perante a complacência do
árbitro de um jogo que terminou empatado (2-2). Perante isto o
encontro da segunda mão esteve em dúvida, já que a polícia de
Génova não garantiu as mínimas condições de segurança para os
intervenientes no duelo de volta. Desta forma o Comité da Mitropa
decidiu não realizar o encontro, punindo os dois conjuntos com a
exclusão da prova, facto que fez com que a Lazio ficasse desde logo
apurada para a final, já que ficava assim sem adversário na
meia-final.
Fase
esta onde se realizou apenas um encontro, aquele que colocou frente a
frente o Austria de Viena e o Ferencvaros. Na viagem à capital
austríaca Emil Rauchmaul, treinador do Ferencvaros usou uma tática
semelhante à do primeiro jogo ante o First Viena, uma tática onde
fez recuar para o centro da defesa o avançado Sarosi. No duelo ante
o Austria este jogador teve uma tarefa específica: travar Sindelar.
Tarefa árdua e... ineficaz, já que o Mozart do Futebol fez o
que quis durante os 90 minutos do seu marcador de serviço. Sindi
conduziu – de novo – a sua equipa rumo a uma vitória concludente
e merecida, já que durante todo o encontro os vienenses foram os
únicos que de facto quiseram vencer, exibindo uma postura
nitidamente ofensiva aliada a uma qualidade técnica primorosa. O
resultado desta combinação foi um triunfo por 4-1.
Na
segunda mão os papéis inverteram-se. Os magiares dominaram do
princípio ao fim a partida, atacando vezes sem contra a baliza
austríaca, mostrando bem o porquê de terem terminado o campeonato
da Hungria da temporada anterior com um registo de 102 golos
apontados!!! A linda da frente do Ferencvaros vulgarizou o Austria,
apontando seis golos que viraram a eliminatória e deram aos húngaros
o bilhete para a final.
Silvio Piola |
Jogo
decisivo, ou melhor, jogos decisivos – uma vez que a final era
jogada em duas mãos – que foram um verdadeiro deslumbre no que a
futebol e a golos diz respeito. Dois homens protagonizaram um duelo
particular muito especial durante esta dupla final: Sarosi, pelo lado
dos húngaros, e Piola, do lado da Lazio. Na primeira mão, em
Budapeste, Gyorgy Sarosi foi o herói, apontando um hattrick
na segunda metade da partida que contribuiu para um triunfo por 4-2 a
favor do combiando da casa. E se o futebol ofensivo havia sido uma
constante – de parte a parte – na primeira mão, o mesmo
aconteceu no jogo de volta, em Roma, onde a Lazio cedo se lançou ao
ataque na tentativa de agarrar o seu primeiro troféu continental.
Giovanni Costa fez o o 1-0 logo aos 4 minutos, mas a festa laziale
não iria durar mais do que um minuto, já que pouco depois de a bola
ir ao centro Sarosi cava uma grande penalidade que o próprio
iria converter em golo. O mesmo jogador, três minutos depois,
silencia os 35.000 espectadores presentes no Estádio Nacional do
Partido Fascista, ao apontar o 2-1. Foi então que emergiu no relvado
toda a genialidade de Silvio Piola, que praticamente sozinho destruiu
até final da primeira parte a turma visitante. Apontou dois golos, e
foi preponderante na obtenção de um quarto golo aos 35 minutos, da
autoria de Camolese. Porém, do outro lado ainda estava outro
avançado de créditos firmados, Toldi, que aos 37 minutos arrefece
as emoções laziales ao apontar o 3-4 com que se atingiu o
intervalo que chegou em bom tempo para fazer descansar um pouco os
corações dos espectadores daquele duelo eletrizante. Na segunda
parte o chavão que diz que os “grandes génios do futebol também
falham” acabou por vir ao de cima e ditar, de certa forma, o
desfecho final desta... final. Aos 61 minutos o árbitro suíço Hans
Wuthrich assinala uma grande penalidade a favor da Lazio, castigo
esse que Piola... iria desperdiçar! Este lance iria afetar os
romanos, que não mais se encontraram, facto aproveitado por...
Sarosi, para dar a machadada final, primeiro ao oferecer um golo a
Lázár, aos 71 minutos, e em cima do minuto 80 ele próprio fez um
novo golo nesta final, que daria garantia assim o segundo ceptro
continental ao Ferencvaros. Nove dos golos apontados pelos húngaros
nos dois encontros da final seis haviam sido da autoria de Gyorgy
Sarosi, que desta forma subia também ao lugar mais alto do pódio da
lista dos melhores marcadores desta edição da Mitropa Cup –
com um total de 12 remates certeiros.
Números
e nomes:
1ª
Eliminatória (1ª e 2ª mãos)
Slavia
Praga (Checoslováquia) - Ferencvaros: 2-2/1-3
First Viena (Áustria) - Young Fellows (Suíça): 2-1/0-1/2-0 (desempate)
Bologna (Itália) - Austria Viena (Áustria): 1-2/1-5
Venus Bucureste (Roménia) - Ujpest (Hungria): 4-6/1-4
Admira Viena (Áustria) - Sparta Praga (Checoslováquia): 1-1/2-2/2-0 (desempate)
Génova (Itália) - Gradanski (Jugoslávia): 3-1/3-0
MTK (Hungria) - Lazio (Itália): 1-1/2-3
Grasshopper (Suíça) - Prostejov (Checoslováquia): 4-3/2-2
First Viena (Áustria) - Young Fellows (Suíça): 2-1/0-1/2-0 (desempate)
Bologna (Itália) - Austria Viena (Áustria): 1-2/1-5
Venus Bucureste (Roménia) - Ujpest (Hungria): 4-6/1-4
Admira Viena (Áustria) - Sparta Praga (Checoslováquia): 1-1/2-2/2-0 (desempate)
Génova (Itália) - Gradanski (Jugoslávia): 3-1/3-0
MTK (Hungria) - Lazio (Itália): 1-1/2-3
Grasshopper (Suíça) - Prostejov (Checoslováquia): 4-3/2-2
Quartos-de-final
(1ª e 2ª mãos)
Ferencvaros
(Hungria) - First Viena (Áustria): 2-1/0-1/2-1 (desempate)
Austria Viena (Áustria) - Ujpest (Hungria): 5-4/2-1
Lazio (Itália) - Grasshopper (Suíça): 6-1/2-3
Admira Viena (Áustria) - Génova (Itália): 2-2/*
Austria Viena (Áustria) - Ujpest (Hungria): 5-4/2-1
Lazio (Itália) - Grasshopper (Suíça): 6-1/2-3
Admira Viena (Áustria) - Génova (Itália): 2-2/*
*Ambas
as equipas foram suspensas por conduta violenta
Meias-finais
(1ª e 2ª mãos)
Austria
Viena (Áustria) – Ferencvaros (Hungria): 4-1/1-6
*Nota:
Lazio ficou automaticamente apurada para a final por não ter
adversário nas meias-finais
Em 1937 a taça voltou a Budapeste pela mão do Ferencvaros |
Final
(1ª mão)
Ferencvaros
(Hungria) – Lazio (Itália): 4-2
Data:
12 de setembro de 1937
Estádio:
Ulloi ut, em Budapeste (Hungria)
Árbitro:
Gustav Krist
Ferencvaros:
Jószef Háda, Sándor Tátrai, Lajos Korányi, Béla Magda, Gyula
Polgár, Béla Székely, Mihai Tanzer, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi (c),
Géza Toldi, e Tibor Kemény. Treinador: Emil Rauchmaul.
Lazio:
Giacomo Blason, Benedicto Zacconi, Alfredo Monza, Giuseppe Baldo,
Giuseppe Viani, Luigi Milano, Umberto Busani, Libero Marchini, Silvio
Piola (c), Bruno Camolese, e Giovanni Costa. Treinador: József
Viola.
Golos:
1-0 (Toldi, aos 20m), 1-1 (Busani, aos 26m), 2-1 (Sarosi, aos 53m),
3-1 (Sarosi, aos 59m), 3-2 (Piola, aos 63m), 4-2 (Sarosi, aos 72m).
Final
2ª (mão)
Lazio
(Itália) – Ferencvaros (Hungria): 4-5
Data:
24 de outubro de 1937
Estádio:
Nazionale, em Roma (Itália)
Árbitro:
Hans Wuthrich (Suíça)
Lazio:
Vincenzo Provera, Benedicto Zacconi, Alfredo Monza, Giuseppe Baldo,
Giuseppe Viani, Luigi Milano, Umberto Busani, Libero Marchini, Silvio
Piola (c), Bruno Camolese, e Giovanni Costa. Treinador: József
Viola.
Ferencvaros:
Jószef Háda, Sándor Tátrai, Lajos Korányi, Béla Magda, Gyula
Polgár, Gyula Lázár, Mihai Tanzer, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi (c),
Géza Toldi, e Tibor Kemény. Treinador: Emil Rauchmaul.
Golos:
1-0 (Costa, aos 4m), 1-1 (Sarosi, aos 5m), 1-2 (Sarosi, aos 8m), 2-2
(Piola, aos 18m), 3-2 (Piola, aos 23m), 4-2 (Camolese, aos 35m), 4-3
(Toldi, aos 37m), 4-4 (Lázár, aos 71m), 4-5 (Sarosi, aos 80m)
1938
e 1939: Guerra derrota a Mitropa Cup
Pepi Bican, a estrela da Taça Mitropa de 1938 |
O
eclodir da II Guerra Mundial era por alturas de 1938 um facto
praticamente consumado. Pelo menos assim indicavam as orientações
político-militares do Velho
Continente. Em 12 março
de 1938 dá-se o Anschluss,
que significa a anexação da Áustria pela Alemanha nazi, e aqui
começa de certa forma também o desmoronamento da Mitropa
Cup. Com esta anexação
a nação austríaca perde a sua total independência, inclusive no
futebol. Deste modo a edição de 1938 da Taça Mitropa já não irá
contar com a participação dos clubes austríacos, eles que tantas
páginas douradas ajudaram a escrever desde 1927, ano em que a
competição viu a luz do
dia. A morte de Hugo
Meisl (criador da Mitropa), em 1937, também foi um duro golpe na
sobrevivência da prova. Foi por isso num cenário triste que se
ergueu a edição de 1938, edição essa que iria consagrar pela
primeira vez na história da prova o Slavia de Praga como campeão,
muito devido à ação individual de um tal de Josef Bican. Pepi,
como era conhecido pelos companheiros de equipa e adeptos, foi o
abono de família do Slavia, apontando 10 dos 25 golos que os
checoslovacos apontaram no percurso rumo à glória. Nesse percurso
alguns episódios – hoje lendários – saltam à memória, como é
o exemplo o jogo da primeira mão dos quartos-de-final ante o campeão
italiano da temporada anterior, a Ambrosiana-Inter, que em Praga
sofreu uma verdadeira humilhação, como se comprova pelo resultado
de 9-0 a favor do Slavia. Neste encontro a estrela foi Pepi
Bican, um cidadão austríaco naturalizado checoslovaco, autor de
quatro dos nove tentos do Slavia. A final seria disputada ante os
campeões da temporada transata, o Ferencvaros, clube à partida
favorito a ganhar a taça pela terceira vez na sua história, ainda
para mais depois de ter empatado a duas bolas no encontro da primeira
mão, em Praga. Mas da teoria à prática o caminho foi longo para
Sarosi e companhia, que iriam cair aos pés do novo campeão por 2-0.
Bela Gutmann |
A
ausência de dados mais concretos sobre as duas últimas edições da
Era dourada
(1927-1939) da Taça Mitropa faz-nos atalhar o caminho até 1939, ano
em que a prova entra na reta final do seu período áureo. A edição
de 1939 contou apenas com oito equipas, algo que já não acontecia
desde 1933. A taça, essa foi entregue ao Ujpest, equipa húngara
orientada por um tal de Bela Guttman, um mestre
da tática que duas
décadas mais tarde iria conhecer de novo a glória europeia, desta
feita no âmbito das eurotaças tuteladas por uma UEFA que iria
nascer em 1954, ao serviço do Benfica. Ujpest que em campo foi
conduzido ao triunfo final por outro mestre, este na arte de manuesar
o esférico, de seu nome Gyula Zsengeller, o qual com nove tentos
apontados ao longo da prova arrecadou o título de melhor marcador. A
final foi jogada por duas equipas húngaras, o Ujpest e o
Ferencvaros, último clube que foi humilhado (derrota por 4-1) no seu
reduto no encontro da primeira mão, com destaque para a exibição
individual de Zsengeller – autor de dois golos. A igualdade a duas
bolas no encontro de volta foi suficiente para o Ujpest levantar a
segunda Mitropa Cup da
sua história. Entretanto, em setembro de 1939 a Alemanha invade a
Polónia e tem início a II Guerra Mundial, conflito bélico que iria
durar até 1945. A Europa era pois um terreno muito perigoso, pese
embora oito emblemas aventureiros provenientes da Roménia, Hungria,
e da Jugoslávia – os clubes de Itália e da Checoslováquia não
participaram – deram vida à edição de 1940, a qual não viria a
ter um campeão, pois a final entre o Rapid de Bucareste e o
Ferencvaros acabou por não se realizar precisamente devido ao
conflito bélico que assolava o Velho
Continente. Assim, a
bola parou de rolar no âmbito da Taça Mitropa. Um interregno que
durou até 1955, altura em que a histórica competição regressou,
mas já sem a força e a mística alcançada na década de 30. Além
disso, à porta estava a Taça dos Clubes Campeões Europeus, certame
criado pela UEFA, e que iria agregar a si a esmagadora maioria das
nações – e respetivos clubes – da Europa. Mesmo passando para
um plano secundário, a Mitropa manteve-se viva até 1992, moribunda,
quase ignorada, mas viva, sendo que até ao seu final não passou de
um mero torneio disputado sobretudo por equipas da Série B italiana
e alguns combinados da Áustria, Hungria, ou Jugoslávia, que
entretanto foram perdendo fulgor na Europa do futebol.
Números
e nomes (edição de 1938):
1ª
Eliminatória (1ª e 2ª mãos)
Kladno
(Checoslováquia) - HASK Zagreb (Jugoslávia): 3-1/2-1
Zidenice
(Checoslováquia) – Ferencvaros (Hungria): 3-1/0-3
Génova
(Itália) - Sparta Praga (Checoslováquia): 4-2/1-1
Beogradski
(Jugoslávia) - Slavia Praga (Checoslováquia): 2-3/1-2
MTK
Budapeste (Hungria) - Juventus (Itália): 3-3/1-6
Ujpest
(Hungria) - Rapid Bucareste (Roménia): 4-1/0-4
Ambrosiana-Inter
(Itália) - Kispesti (Hungria): 4-2/1-1
Ripensia
Timisoara (Roménia) – Milan (Itália): 3-0/1-3
Quartos-de-final
(1ª e 2ª mãos)
Ferencvaros
(Hungria) - Ripensia Timisoara (Roménia): 5-4/4-1
Juventus
(Itália) - Kladno (Checoslováquia): 4-2/2-1
Slavia
Praga (Checoslováquia) – Ambrosiana-Inter (Itália): 9-0/1-3
Génova
(Itália) - Rapid Bucareste (Roménia): 3-0/1-2
Meias-finais
(1ª e 2ª mãos)
Génova
(Itália) - Slavia Praga (Checoslováquia): 4-2/0-4
Juventus
(Itália) – Ferencvaros (Hungria): 3-2/0-2
1938 marca a única vitória do Slavia de Praga na Taça Mitropa |
Final
(1ª mão)
Slavia
Praga (Checoslováquia) – Ferencvaros (Hungria): 2-2
Data:
4 de setembro de 1938
Estádio:
Strahov, em Praga (Checoslováquia)
Árbitro:
Henry Mee (Inglaterra)
Slavia
Praga: Alexej Boksay, Antonin Cerny, Ferdinand Daucik (c), Karel
Prucha, Karol Daucik, Vlastimil Kopecky, Vaclav Horak, Ladislav
Simunek, Josef Bican, Vojtech Bradac, e Rudolf Vytlacil. Treinador:
Jan Reichardt.
Ferencvaros:
Jozsef Hada, Sandor Tátrai, Gyula Pólgar, Béla Magda, Béla
Sarosi, Gyula Lazar, Mihai Tanzer, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi (c),
Géza Toldi, e Tibor Kemény. Treinador: Gyorgy Hlavay.
Golos:
01- (Kemény, aos 30m), 1-1 (Bican, aos 36m), 2-1 (Simunek, aos 44m),
2-2 (Kiss, aos 63m)
Final
(2ª mão)
Ferencvaros
(Hungria) – Slavia Praga (Checoslováquia): 0-2
Data:
11 de setembro de 1938
Estádio:
Ulloi ut, em Budapeste (Hungria)
Árbitro:
Arthur Jewell (Inglaterra)
Ferencvaros:
Jozsef Hada, Sandor Tátrai, Gyula Pólgar, Béla Magda, Béla
Sarosi, Gyula Lazar, Mihai Tanzer, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi (c),
Géza Toldi, e Tibor Kemény. Treinador: Gyorgy Hlavay.
Slavia
Praga: Alexej Boksay, Antonin Cerny, Ferdinand Daucik (c), Karel
Prucha, Otakar Nozir, Vlastimil Kopecky, Bedrich Vacek, Ladislav
Simunek, Josef Bican, Vojtech Bradac, e Rudolf Vytlacil. Treinador:
Jan Reichardt.
Golos:
0-1 (Vytlacil, aos 57m), 0-2 (Simunek, aos 71m).
Números
e nomes (edição de 1939):
Quartos-de-final
(1ª e 2ª mãos)
Venus
Bucareste (Roménia) - Bologna (Itália): 1-0/0-5
Ferencvaros
(Hungria) - Sparta Praga (Checoslováquia): 2-3/2-0
Beogradski
(Jugoslávia) - Slavia Praga (Checoslováquia): 3-0/1-2
Ambrosiana-Inter
(Itália) – Ujpest (Hungria): 2-1/0-3
Meias-finais
(1ª e 2ª mãos)
Bologna
(Itália) – Ferencvaros (Hungria): 3-1/1-4
Beogradski
(Jugoslávia) – Ujpest (Hungria): 4-2/1-7
A vitória do Ujpest (equipa da imagem) encerrou a era dourada da Mitropa |
Final
(1ª mão)
Ferencvaros
(Hungria) – Ujpest (Hungria): 1-4
Data:
23 de julho de 1939
Estádio:
Ulloi ut, em Budapeste (Hungria)
Árbitro:
Gustav Krist (Checoslováquia)
Ferencvaros:
József Háda, Sándor Tátrai, Kornél Szoyka, Béla Magda, Béla
Sarosi, Gyula Lázár, Mihai Tanzer, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi (c),
Géza Toldi, e László Gyetvai. Treinador: Gyorgy Hlavay.
Ujpest:
Ferenc Sziklai, Gyula Futó (c), Jeno Fekete, Antal Szalay, Gyorgy
Szucs, Istvan Balogh, Sándor Ádám, Jeno Vincze, Gyula
Zsengeller, Lipót Kállai, e Géza Kocsis. Treinador: Bela Guttman.
Golos:
0-1 (Zsengeller, aos 9m), 0-2 (Kocsis, aos 10m), 0-3 (Kocsis, aos
53m), 1-3 (Sarosi, aos 73m); 1-4 (Zsengeller, aos 74m).
Final
(2ª mão)
Ujpest
(Hungria) – Ferencvaros (Hungria): 2-2
Data:
20 de julho de 1939
Estádio:
Megyeri út, em Budapeste (Hungria)
Árbitro:
Generoso Dattilo (Itália)
Ujpest:
Ferenc Sziklai, Gyula Futó (c), Jeno Fekete, Antal Szalay, Gyorgy
Szucs, Istvan Balogh, Sándor Ádám, Jeno Vincze, Gyula Zsengeller,
Lipót Kállai, e Géza Kocsis. Treinador: Bela Guttman.
Ferencvaros:
József Pálinkás, Sándor Tátrai, Kornél Szoyka, Gyula Pólgar,
Béla Sarosi, Gyula Lázár, Mihály Biró, Gyula Kiss, Gyorgy Sarosi
(c), Istvan Kiszely, e László Gyetvai. Treinador: Gyorgy Hlavay.
Golos:
0-1 (Kiszely, aos 15m), 0-2 (Kiszely, aos 29m), 1-2 (Ádám, aos
54m), 2-2 (Balogh, aos 82m)