terça-feira, outubro 20, 2009

Ghana no topo do Mundo...

A selecção do Ghana venceu no passado sábado o Campeonato do Mundo de Sub-20, realizado no Egipto, após ter vencido na final o poderoso Brasil por 4-3 no desempate por grandes penalidades (após empate a zero no final do prolongamento).

quarta-feira, outubro 07, 2009

Estrelas cintilantes (17)... Carmel Busuttil

À semelhança do que vulgarmente acontece todos os anos em cada início de temporada com milhares de futebolistas por esse Mundo fora também eu mudei de clube recentemente... mais concretamente dos “solteiros” para os “casados”... ehehehehe...
É verdade, dei o “nó”, casei-me, um momento único, de grande beleza e emotividade, e só por si inesquecível na minha vida ocorrido a 18 de Setembro passado. Como consequência desse acontecimento viajei até Malta, em lua-de-mel pois claro está, onde tive o prazer de conhecer esta pequena mas bela ilha mediterrânica. Mas não vai ser sobre a minha lua-de-mel que aqui vou entrar em detalhes, nada disso, mas sim falar de alguns aspectos do futebol maltês que me despertaram curiosidade.
Como já disse noutras ocasiões Malta é um dos parentes pobres do futebol europeu. Um país sem expressão futebolítica. Conhecido nos meandros da bola como aquele pequeno e simpático país habituado a levar goleadas dos seus oponentes, isto quer ao nível de selecção quer de clubes. Ao contrário da esmagadora maioria dos países europeus Malta não tem história no futebol, isto é, não tem conquistas. Mas nem tudo é pintado em tons de negro no desporto-rei daquela ilha.
E a nossa história de hoje começa na sequência de uma visita que durante a minha lua-de-mel efectuei à simpática e bela cidade de Mdina, bem no interior da ilha. Deambulando por aquela cidade de traço árabe entrei a certa altura no Museu das Personalidades Maltesas. Passando os olhos pelas paredes do edifício nada de novo inicialmente... fotografias de políticos históricos, figuras ligadas à igreja, artistas das mais diversas áreas... até que dei de caras com um retrato de um jogador de futebol!!! «Curioso!», pensei de imedito, um futebolista no meio de aristrocatas, figuras do Clero, entre outras personalidades históricas do país. Ao aproximar-me do seu retrato e verificar o seu nome a sua imagem não me foi nada estranha, mesmo nada, pois à memória saltaram-me desde logo imagens das décadas de 80 e 90, em especial os jogos em que a selecção de Malta era protagonista, e este homem a sua principal figura. Falo de Carmel Busuttil, o eterno e mágico “número 7” maltês, considerado a maior figura de todos os tempos do futebol da pequena ilha.
Nascido a 29 de Fevereiro de 1964 em Rabat Carmel iniciou a sua tragectória desportiva no emblema na sua cidade natal, o Rabat Ajax.
Em 1979 subiu à categoria sénior do clube, onde por lá ficou até 1987. Esta fase coincidiu com a etapa mais gloriosa da agremiação desportiva, com a obtenção dos dois únicos títulos de campeão nacional do seu palmarés, mais precisamente em 1985 e 1986. Neste último ano o Rabat Ajax fez a dobradinha, isto é, ao campeonato juntou a Taça de Malta.
Carmel Busuttil seria o grande obreiro dessas épicas conquistas para o até então quase sem expressão no futebol da ilha Rabat Ajax. Por este emblema jogou 106 partidas e apontou 47 golos, tendo sido o melhor marcador do campeonato em 86/87 com 10 remates certeiros.
O médio-ofensivo fantasista começou então a ser alvo de cobiça por parte de emblemas estrangeiros, em especial de Itália, muito pela proximidade geográfica de Malta ao país transalpino. No entanto, Il Busu, alcunha pelo qual ficou conhecido entre os seus compatriotas, não foi mostrar o seu futebol para o então considerado melhor campeonato do Mundo, a Série A, mas sim para os amadores do Nuova Verbania, emblema do norte de Itália, onde apenas permaneceu uma temporada (87/88), tendo efectuado 20 partidas e apontado 8 tentos.
Nas seis épocas seguintes jogaria ao mais alto nível no principal campeonato profissional belga, ao serviço do Genk, onde se tornou num dos jogadores-chave deste clube. Busuttil deixaria a Bélgica em 1994 com um total de 166 jogos efectuados e 45 golos apontados.
Regressaria à sua ilha, com um estatuto de verdadeiro ídolo, para representar o Sliema Wanderers. Até 2001, ano em que pendurou as botas, Il Busu ajudou o emblema de Sliema a conquistar o título nacional de 95/96 e a taça de 99/00.
Ao serviço da selecção maltesa actuaria por 111 ocasiões e apontaria 23 golos.
Em termos de prémios individuais seria galardoado por duas vezes, em 82/83 e 85/86, como o futebolista do ano em Malta, e em 2003, dois anos depois do seu retiro, foi reconhecido pela UEFA como o melhor futebolista maltês de sempre.
Apesar de ter pendurado as botas não abandonaria o desporto que o tornou célebre, tendo em 2003 criado a sua própria academia de futebol, a The Buzu Football School.
Abraçaria ainda a carreira de treinador, tendo-a iniciado ao serviço de equipas do futebol escolar maltês, para mais tarde orientar a equipa sénior do Pietà Hotspurs no principal campeonato nacional do país. Entre 2003 e 2005 foi convidado pelo então seleccionador de Malta, o alemão Horst Heese, para ser seu adjunto no leme da equipa nacional. Actualmente desempenha somente funções de ténico no Pietà Hotsuprs.


Legendas das fotografias:
1- Carmel Busuttil emvergando a camisola da selecção Maltesa
2- O plantel do Rabat Ajax de 85/86, o qual conquistou a dobradinha (campeonato e taça), com Il Busu como estrela-mor
3 - Homenageado pelo Estado Maltês