O "planeta da bola" está de luto. Ontem faleceu um dos "mágicos" que fizeram parte da não menos "mágica" e inesquecível equipa do Uruguai que em 1950 silenciou o Maracanã ao conquistar o título de campeã do Mundo depois de vencer a super favorita equipa da casa, o Brasil, por 2-1, de seu nome Oscar Omar Miguez.
Este "imortal" do futebol uruguaio faleceu aos 78 anos, num hospital da capital Montevideu - onde se encontrava internado há já vários meses - vitíma de doença cardíaca. Em toda a sua carreira desportiva Miguez apenas vestiu duas camisolas, a do Uruguai e a do seu Peñarol, clube que jamais abandonou mesmo depois de ter recebido inúmeras - e vantajosas - propostas de clubes europeus.
Foi um dos totalistas (4 jogos) da selecção celeste que espantou o Mundo ao vencer o Mundial de 50, tendo apontando um golo (ante a Suécia) nessa mesma competição.
O mundo do futebol, e o Uruguai em particular, ficam assim mais pobres com a morte deste homem que ficará imortalizado na bela história do futebol planetário.
segunda-feira, agosto 21, 2006
quarta-feira, agosto 16, 2006
Grandes Mestres da Táctica (1)... Bela Guttman
Começamos esta visita à secção dos Grandes Mestres da Táctica, vulgo treinadores, com um nome bem conhecido, e querido, dos adeptos do Sport Lisboa e Benfica, mais precisamente Bela Guttman.
Foi este húngaro, nascido a 26 de Janeiro de 1905, um dos principais responsáveis - senão mesmo o principal - pela época dourada do clube da Luz na mais importante competição europeia de clubes, a Taça dos Clubes Campeões Europeus, prova que no principio da década de 60 do século passado foi vencida por duas vezes pelos encarnados de Lisboa (1961 e 1962). Guttman foi o mestre que guiou esse saudoso Benfica ao “Olimpo” dos deuses do futebol, um homem que revolucionou por completo o futebol português que até à sua chegada se pautava pela mentalidade muito fechada em si mesmo.
Chegou a Portugal para treinar o FC Porto, clube onde apenas esteve uma temporada (1959), tendo conquistado o título nacional dessa época para os “dragões”. No ano seguinte mudou-se para a capital de Portugal, para orientar o Benfica, uma mudança assente num processo pouco claro mas que como já vimos haveria de trazer a glória ao clube da Luz. No Benfica Guttman não só conquistou as duas Taças dos Campeões Europeus já referidas como também dois campeonatos nacionais (1960 e 1961). Treinaria ainda a Selecção Nacional Portuguesa durante a campanha de apuramento para o Europeu de 1960, quando José Maria Antunes era na altura o seleccionador nacional.
Guttman foi um verdadeiro “globetroter” do futebol mundial, já que começou a sua carreira de treinador na Holanda, ao serviço do Enschede, mudando-se em seguida para a sua Hungria para orientar o “gigante” Újpest, clube este onde venceria o seu primeiro título na qualidade de técnico, mais precisamente o de campeão nacional húngaro (1939).
Seguiu-se uma viagem até à Roménia para orientar o Dínamo de Bucareste, regressando depois ao seu país, primeiro para o Vasas de Budapeste e depois para o Honvéd, antes de embarcar na aventura italiana. No país das pizzas Guttman começou por treinar o Padova, passando depois para o Triestina e por último o grande Milan, clube este por quem venceu um “scudetto” (1955).
Sucedeu-se a gloriosa passagem por Portugal, rumando posteriormente à América do Sul para orientar o Penharol de Montevideu, do Uruguai, clube pelo qual venceria dois campeonatos e uma Taça dos Libertadores da América. Aliás, Guttman é o único treinador no Mundo que venceu as duas competições continentais mais importantes de clubes, a Taça dos Campeões Europeus e a Taça dos Libertadores da América.
No continente sul americano treinou ainda, sem grande sucesso, os brasileiros do São Paulo, para depois regressar à Europa para trabalhar na Suíça (Servette), Grécia (Panathinaikos) e por fim na Áustria (FK Austria), clube este pelo qual se retirou do futebol. Áustria que viria a tornar-se na pátria do mítico treinador, já que depois da sua retirada escolheu este país para passar o resto dos seus dias. Morreria a 28 de Agosto de 1981, em Viena. De Bela Guttman os adeptos do Benfica tanto guardam grandes recordações como más lembranças, já que a frase «meus senhores, nem daqui a 100 anos o Benfica volta a ser campeão da Europa», é da sua autoria, proferida após a conquista do segundo, e último, título europeu em Amesterdão. O que é certo é que depois dessa final os benfiquistas já atingiram mais cinco finais da prova rainha do futebol europeu e... perderam as cinco. Nem as rezas de Eusébio e companhia em 1990 na campa de Guttman em Viena, dias antes da final entre Benfica e Milan no Estádio do Prater daquela cidade, conseguiu anular a maldição do velho feiticeiro húngaro, como também ficou conhecido este grande mestre da táctica.
Foi este húngaro, nascido a 26 de Janeiro de 1905, um dos principais responsáveis - senão mesmo o principal - pela época dourada do clube da Luz na mais importante competição europeia de clubes, a Taça dos Clubes Campeões Europeus, prova que no principio da década de 60 do século passado foi vencida por duas vezes pelos encarnados de Lisboa (1961 e 1962). Guttman foi o mestre que guiou esse saudoso Benfica ao “Olimpo” dos deuses do futebol, um homem que revolucionou por completo o futebol português que até à sua chegada se pautava pela mentalidade muito fechada em si mesmo.
Chegou a Portugal para treinar o FC Porto, clube onde apenas esteve uma temporada (1959), tendo conquistado o título nacional dessa época para os “dragões”. No ano seguinte mudou-se para a capital de Portugal, para orientar o Benfica, uma mudança assente num processo pouco claro mas que como já vimos haveria de trazer a glória ao clube da Luz. No Benfica Guttman não só conquistou as duas Taças dos Campeões Europeus já referidas como também dois campeonatos nacionais (1960 e 1961). Treinaria ainda a Selecção Nacional Portuguesa durante a campanha de apuramento para o Europeu de 1960, quando José Maria Antunes era na altura o seleccionador nacional.
Guttman foi um verdadeiro “globetroter” do futebol mundial, já que começou a sua carreira de treinador na Holanda, ao serviço do Enschede, mudando-se em seguida para a sua Hungria para orientar o “gigante” Újpest, clube este onde venceria o seu primeiro título na qualidade de técnico, mais precisamente o de campeão nacional húngaro (1939).
Seguiu-se uma viagem até à Roménia para orientar o Dínamo de Bucareste, regressando depois ao seu país, primeiro para o Vasas de Budapeste e depois para o Honvéd, antes de embarcar na aventura italiana. No país das pizzas Guttman começou por treinar o Padova, passando depois para o Triestina e por último o grande Milan, clube este por quem venceu um “scudetto” (1955).
Sucedeu-se a gloriosa passagem por Portugal, rumando posteriormente à América do Sul para orientar o Penharol de Montevideu, do Uruguai, clube pelo qual venceria dois campeonatos e uma Taça dos Libertadores da América. Aliás, Guttman é o único treinador no Mundo que venceu as duas competições continentais mais importantes de clubes, a Taça dos Campeões Europeus e a Taça dos Libertadores da América.
No continente sul americano treinou ainda, sem grande sucesso, os brasileiros do São Paulo, para depois regressar à Europa para trabalhar na Suíça (Servette), Grécia (Panathinaikos) e por fim na Áustria (FK Austria), clube este pelo qual se retirou do futebol. Áustria que viria a tornar-se na pátria do mítico treinador, já que depois da sua retirada escolheu este país para passar o resto dos seus dias. Morreria a 28 de Agosto de 1981, em Viena. De Bela Guttman os adeptos do Benfica tanto guardam grandes recordações como más lembranças, já que a frase «meus senhores, nem daqui a 100 anos o Benfica volta a ser campeão da Europa», é da sua autoria, proferida após a conquista do segundo, e último, título europeu em Amesterdão. O que é certo é que depois dessa final os benfiquistas já atingiram mais cinco finais da prova rainha do futebol europeu e... perderam as cinco. Nem as rezas de Eusébio e companhia em 1990 na campa de Guttman em Viena, dias antes da final entre Benfica e Milan no Estádio do Prater daquela cidade, conseguiu anular a maldição do velho feiticeiro húngaro, como também ficou conhecido este grande mestre da táctica.
sábado, agosto 12, 2006
Emblemas Históricos (2)... Tottenham Hotspur FC
É um dos maiores ícones do futebol inglês, um dos mais gloriosos e populares representantes de “terras de Sua Majestade”, um clube cuja história se encontra repleta de proezas ímpares, um clube que dá pelo nome de Tottenham Hotspur Football Club. Fundados em 1882, os Spurs – alcunha pelo qual são popularmente conhecidos no mundo inteiro – são um dos muitos clubes sediados em Londres, uma cidade que vive e respira futebol de uma forma muito particular. No entanto, os Spurs não são única e exclusivamente mais um clube de futebol londrino, mas sim um dos maiores emblemas da capital da Inglaterra.
Do seu palmarés constam inúmeros, e invejáveis, troféus que decoram o seu rico e belo “museu da bola”. Títulos que ajudaram a fazer deste um dos grandes emblemas do planeta do futebol.
Em termos internos, o Tottenham conquistou dois títulos de campeão inglês, alcançados em 1951 e 1961.
Conta ainda com três vitórias na terceira maior competição inglesa, a Taça da Liga, mais precisamente em 1971, 1973 e 1999 (curiosamente o último grande título conquistado pelos Spurs até à data).
Mas é na Taça de Inglaterra (FA Cup) que o Tottenham mais brilhou ao longos dos seus mais de 100 anos de vida. Esta tem sido a competição talismã do clube de Londres, tendo-a vencida já por oito vezes, 1901, 1921, 1961, 1962, 1967, 1981, 1982 e 1991. Ao todo os Spurs participaram em nove finais da FA Cup e somente foram derrotados por uma vez, em 1987, ante o Coventry City, por 2-3. Ainda nesta competição é de salientar o facto de o Tottenham ter sido o primeiro clube que não era do escalão principal a vencer a prova, facto ocorrido em 1901. E por falar em dados históricos é igualmente de sublinhar que este foi o primeiro clube a conseguir fazer a “dobradinha” (campeonato inglês e FA Cup), corria o ano de 1961 (equipa da foto).
Foi também a primeira equipa inglesa a vencer duas competições internacionais diferentes, nomeadamente a Taça dos Vencedores das Taças e a Taça Uefa. Por falar em competições internacionais, por três vezes os Spurs inscreveram o seu nome no “livro de ouro” das provas europeias da Uefa, sendo que a primeira ocorreu em 1963 quando em Roterdão o conjunto inglês derrotou por 5-1 o Atlético de Madrid na final da Taça dos Vencedores das Taças.
Nove anos mais tarde, em 1972, os londrinos ergueriam a sua segunda taça europeia, nesta caso a Taça Uefa, depois de derrotarem na final dos também ingleses do Wolverhampton Wanderers por um resultado total 3-2 (2-1 no jogo da primeira mão realizado em terreno adversário e 1-1 no encontra da Segunda mão em Londres). Em 1984 o Tottenham venceria a sua segunda Taça Uefa depois de bater o Anderlecht nas grandes penalidades por 4-3 (depois de dois jogos onde o resultado verificado se cifrou em duas igualdades a um golo).
Figuras ilustres
A rica e longa história dos Spurs não se resume apenas aos títulos e grandes resultados alcançados, mas também a um punhado de homens que ajudaram e muito a esta realidade. Desde já destacamos aquele que talvez terá sido o maior jogador da história do clube, Jimmy Greaves (na foto ao lado), o maior goleador da história do clube e de todo o futebol inglês, já que o recorde de golos marcados no campeonato daquele país pertence-lhe. Greaves marcou 357 golos em 517 jogos disputados. Por cinco vezes (1959, 1961, 1963, 1964 e 1969) este homem foi o melhor marcado da Liga Inglesa. É obra! Outra das figuras históricas dos Spurs é Bill Nicholson, um homem que como jogador esteve 19 anos no clube, fazendo parte da equipa que conquistou o primeiro título de campeão nacional, e como treinador esteve no banco 17 anos (de 1958 a 1975), contribuindo para a conquista de mais um campeonato, três FA Cup’s, duas Taças da Liga, Taça dos Vencedores das Taças e uma Taça Uefa. “Craques” como Gary Lineker (venceu a última FA Cup do clube em 1991), Ray Clemence, Chris Waddle, Paul Gascoigne, Glenn Hoodle, Sol Campbell, Jurgen Klinsmann, Ossie Ardiles ou David Ginola já envergaram a mítica camisola branca do clube que actua no Estádio White Hart Lane (na foto abaixo), um não menos mítico recinto com capacidade para cerca de 37 000 espectadores. Actualmente o Tottenham procura, aos poucos, regressar aos tempos de glória de outrora. Longe de ter os milhões de clubes como os vizinhos e rivais Arsenal e Chelsea, ou ainda como o Manchester United e o Liverpool, o Tottenham é um clube que normalmente se classifica a meio da tabela, espreitando os lugares que dão acesso à Taça Uefa. Um objectivo que foi conseguido este ano, e após 15 anos de ausência os Spurs voltam à alta roda do futebol do “Velho Continente”. Do seu quadro actual fazem parte jogadores como Robbie Keane, Paul Robinson, ou o avançado búlgaro Berbatov, que são orientados pelo técnico holandês Martin Jol.
Resultados históricos do Tottenham Hotspur FC
Campeonato de Inglaterra
1922 – Vice-Campeão
1951 – CAMPEÃO
1952 – Vice-Campeão
1957 – Vice-Campeão
1961 – CAMPEÃO
1963 – Vice-Campeão
Taça de Inglaterra (FA Cup)
1901 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Sheffield United (3-1)
1921 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Wolverhampton (1-0)
1961 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Leicister City (2-0)
1962 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Burnley (3-1)
1967 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Chelsea (2-1)
1981 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Manchester City (3-2)
1982 – CAMPEÃO – Final: Tottenam – Queens Park Rangers (1-0)
1987 – Vice-Campeão – Final: Tottenham – Coventry City (2-3)
1991 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Nottingham Forest (2-1)
Taça da Liga inglesa
1971 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Aston Villa (2-0)
1973 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Norwich City (1-0)
1982 – Vice-Campeão – Final: Tottenham – Liverpool (1-3)
1999 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Leicister City (1-0)
2003 – Vice-Campeão – Final: Tottenham – Blackburn Rovers (1-2)
Taça dos Vencedores das Taças
1963 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Atletico de Madrid (5-1)
Taça Uefa
1972 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Wolverhampton (3-2)
1974 – Vice-Campeão – Final: Tottenham – Feyenoord (2-4)
1984 – CAMPEÃO – Final: Tottenham – Anderlecht (4-3) (g.p)